sábado, 1 de dezembro de 2018

A continência

O governo de Jair Bolsonaro ainda nem começou, e o presidente eleito não para de produzir situações humilhantes para o país. O que pode ser pior do que a continência para um membro do governo dos Estados Unidos? Como admitir tamanha demonstração de servilismo e sabujice? No entanto, o gesto, asqueroso e repulsivo, é absolutamente coerente com a visão de mundo de Bolsonaro. Afinal, Bolsonaro exalta a ditadura militar que, como se sabe, foi insuflada pelos Estados Unidos. Na mente estreita de Bolsonaro, os americanos defendem o mundo da ameaça do comunismo, um sistema político que o presidente eleito diz odiar, embora nem saiba exatamente o que seja, pois sua extrema limitação cognitiva não o permite. Bolsonaro segue fielmente o ideário americano ao defender o Estado mínimo, as privatizações, a "meritocracia", a independência do Banco Central, e toda a sorte de iniquidades que, se efetivadas, aumentarão ainda mais o fosso da absurda desigualdade social brasileira. O Brasil está na antesala de uma catástrofe que começará, efetivamente, no primeiro dia do próximo ano, sem que se saiba como, e quando, irá acabar.