terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O salário dos brigadianos

Os governos estaduais costumam alegar falta de recursos quando se trata de conceder aumentos ao funcionalismo público, ao magistério e às polícias civil e militar. O governo do Rio Grande do Sul não foge à regra. Porém, não há argumento que possa explicar um dado que foi revelado numa matéria da edição dessa semana da revista "Veja". Conforme a publicação, entre as 27 unidades da federação, o salário inicial de um soldado da Polícia Militar no Rio Grande do Sul só supera o que é pago no Acre! Isso mesmo, o estado que tem a quarta economia do país paga para seus brigadianos o segundo pior salário das polícias militares. O salário inicial de um soldado da PM no Rio Grande do Sul é de R$ 1.375, pouca coisa mais que o pior do país, o do Acre, de R$ 1.299. Como entender que em Roraima o salário inicial de um soldado da PM seja de R$ 2.350, em Tocantins de R$ 3.057, e no nosso Estado o valor pago seja tão baixo? No estado vizinho de Santa Catarina, o valor pago é de R$ 2.650, ou seja, R$ 1.275 a mais do que no Rio Grande do Sul! Diante de tamanhas disparidades, fica muito difícil aceitar o argumento da falta de recursos em caixa para conceder aumentos para os brigadianos. Ainda mais em se tratando de um governo que criou novos cargos de confiança e enviou para a Assembléia Legislativa uma proposta de concessão do 13º salário para secretários estaduais. Junto com a saúde e a educação, a segurança é um dos deveres básicos do poder executivo para com a população. Com profissionais tão mal remunerados, o cumprimento dessa tarefa, em níveis satisfatórios, fica muito prejudicado.