sexta-feira, 15 de novembro de 2013

As prisões dos réus do mensalão

A imprensa conservadora brasileira está em êxtase. Os réus do mensalão, finalmente, irão para a cadeia. Condenados por vários crimes, eles cumprirão pena por aqueles para os quais não cabe o recurso dos embargos infringentes. Bem, se são culpados, é correto que paguem por seus delitos. Porém, o que não é tolerável é a ideia de que estes réus foram responsáveis pelo "maior escândalo da história do país". Como se pode mensurar escândalos a ponto de se estabelecer uma hierarquia? Num país tão pródigo em malfeitos ao longo de sua história, porque o mensalão ostentaria tal condição? Na verdade, por trás da fúria moralizante da grande imprensa, o que existe é interesse político, uma busca desesperada de colar o escândalo ao governo, deteriorando sua imagem junto ao eleitorado. Isso vem sendo tentado desde 2005, quando da descoberta do mensalão. Sem sucesso. O fato não impediu a reeleição do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, nem que fizesse de Dilma Rousseff a sua substituta. Nada indica que isso venha a mudar. Dilma deverá se reeleger, provavelmente no primeiro turno. O eleitor, por certo, vê como acertada a medida de prender quem cometeu crimes. No entanto, ele sabe que isso não implica em retirar seu apoio a um governo que tem feito muito pelo setores mais desassistidos da sociedade. Programa Bolsa Família, política de cotas nas universidades, ProUni, expansão da classe média, são muitas as ações dos governos Lula e Dilma em favor de uma sociedade mais inclusiva. Isso é o que tem pesado na decisão de voto dos brasileiros, e, tudo indica, prosseguirá prevalecendo. Punir transgressores é uma obrigação, mas isso nada tem a ver com uma mudança nos ocupantes do poder. Para isso, é preciso uma proposta alternativa a de quem está governando, coisa que a oposição continua a não ter.