segunda-feira, 24 de outubro de 2022

O caso Roberto Jefferson

Um fato repercute, intensamente, no país, desde ontem. O caso Roberto Jefferson, em que o ex-deputado federal recebeu uma equipe da Polícia Federal com tiros de fuzil, ferindo uma agente e, mais tarde, com granadas, tomou conta do noticiário. A ação de Roberto Jefferson foi uma reação à ordem de prisão que a Polícia Federal fora executar em sua casa. O ex-deputado estava em prisão domiciliar, que lhe foi concedida em razão de problemas de saúde, mas que foi revogada depois que Roberto Jefferson declarou que a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, era uma "prostituta arrombada". Após tentar resistir, Roberto Jefferson se entregou, foi recolhido a um presídio, e será denunciado por quatro tentativas de homicídio. Há uma série de dados escandalosos nesse fato. O primeiro deles é saber como um civil pode ter em sua casa armas de uso privativo das Forças Armadas. A atitude de Roberto Jefferson foi individual, ou fazia parte de um ato planejado com fins políticos, já que é aliado do presidente genocida Jair Bolsonaro? Teria sido uma tentativa de tumultuar o processo eleitoral, diante da iminente derrota de Bolsonaro na eleição presidencial? Como Roberto Jefferson estava em prisão domiciliar, não poderia produzir vídeos, nem receber pessoas livremente, como acontecia durante todo o tempo em que cumpria pena em casa. A vistoria para a verificação da existência de armas no interior da residência, obrigatória quando do seu recolhimento à prisão domiciliar, pelo visto, não foi feito. Se Roberto Jefferson tentou, por sua iniciativa, ou em conluio com outros, atrapalhar o curso normal da eleição, o efeito parece ter sido o contrário. As pesquisas divulgadas hoje indicam uma vitória folgada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Resta esperar que, sejam quais forem os motivos por trás de sua ação criminosa, Roberto Jefferson seja julgado com o devido rigor, sem nenhum tipo de atenuação.