sábado, 11 de agosto de 2018

A confissão de Gebran Neto

A edição da revista "Veja" que começou a circular no fim de semana traz, na coluna "Radar", a informação de que o desembargador Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da Quarta Região, sediado em Porto Alegre, confessou para amigos que desconsiderou a lei ao revogar o habeas corpus que o plantonista Rogério Favreto havia concedido, no dia 8 de julho, durante o recesso do Judiciário, ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que está preso em Curitiba, determinando a sua libertação. Gebran Neto alegou que agiu assim para evitar um mal maior, que seria a libertação de Lula. A confissão de Gebran Neto seria estarrecedora em qualquer país minimamente civilizado, mas esse não é o caso do Brasil. Um desembargador, em vez de zelar pelo estrito cumprimento das leis, como é dever de qualquer agente do Direito, revela que atropelou a norma jurídica para evitar um "mal maior", fazendo com que a subjetividade dos seus conceitos ideológicos se sobreponha a ela. O Brasil vive uma situação caótica, entre outros tantos fatores, porque o seu Poder Judiciário está apodrecido. Uma outra prova disso foi o reajuste de 16% nos seus vencimentos que os magistrados brasileiros se autoconcederam nessa semana. Como ficou ainda mais evidente pela confissão de Gebran Neto, o Judiciário brasileiro é parte ativa do golpe que derrubou uma presidente legitimamente eleita para instalar no poder uma quadrilha que está destruindo os direitos dos trabalhadores e entregando o país para o capital estrangeiro.