segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Mico

Minha intenção, no dia de hoje, não era escrever sobre um assunto relativo ao futebol, afinal, esse blog ocupa-se, também, de outros assuntos. Porém, não pude deixar de fazê-lo ao saber que o Grêmio deu por encerrada a negociação para a contratação de Giuliano, sem conseguir adquirir o jogador. Trata-se de mais um dos tantos micos protagonizados pela atual diretoria do clube. Depois de, há exatamente um ano, ser motivo de chacota por providenciar até caixas de som para o anúncio da contratação de Ronaldinho, que acabou indo para o Flamengo, o Grêmio, novamente, faz um papelão. O Grêmio não fez segredo da sua intenção de contratar Giuliano e negociava sua aquisição há cerca de um mês. Alguns dias atrás, demonstrando que queria fechar de vez a transação, o Grêmio enviou para a Espanha, onde o clube de Giuliano, o Dnipro, da Ucrânia, realiza pré-temporada, uma verdadeira força-tarefa composta de três dirigentes. Não se tem notícia, ao menos no futebol brasileiro, de algo semelhante. Diante de tal fato, formou-se a convicção, na torcida e na opinião pública, de que o jogador seria contratado, pois não faria sentido deslocar tantas pessoas para o exterior senão houvesse a certeza da concretização do negócio. Na última sexta-feira, no entanto, os indícios de que as coisas não iam bem começaram a aparecer. Dois dos três dirigentes enviados à Espanha, o vice-presidente e o gerente de futebol, retornaram, e apenas o representante do departamento jurídico permaneceu, para dar continuidade às negociações. Hoje, por fim, o Grêmio anunciou em seu site oficial, que as tratativas para a vinda de Giuliano estavam encerradas, sem que o jogador fosse contratado. Giuliano seria adqurido por um grupo de empresários, o Grêmio nada gastaria. O referido grupo ofereceu ao Dnipro 8 milhões de euros pelo jogador. O clube ucraniano pediu 10 milhões de euros. Ora, sabendo-se que o Dnipro pagou algo entre 10 e 11 milhões de euros por Giuliano há apenas um ano, por que iria vendê-lo por um valor inferior, que resultaria em prejuízo financeiro? Se o Grêmio não tinha a certeza de que iria efetivar a contratação, porque enviou três dirigentes para a Espanha, num gasto com passagens e estadias que deve ter sido bastante significativo? Esse é mais um episódio que frustra e desencanta o torcedor do Grêmio. Fica cada vez mais difícil acreditar que o Grêmio possa obter, em 2012, uma volta aos tempos das grandes conquistas. Com os componentes da atual diretoria, tudo que o Grêmio tem colhido são fracassos em campo e humilhações fora dele. Depois de mais essa trapalhada, que resultou em outro sonho não realizado pelo torcedor, não convém alimentar ilusões. O Grêmio de Odone e Pelaipe segue na rota do insucesso, para desalento de sua apaixonada torcida.