terça-feira, 11 de novembro de 2014

O futebol não é uma ilha

O futebol brasileiro evoluiu bastante em relação a um passado, nem tão distante, marcado por viradas de mesa e campeonatos com fórmulas absurdas. Porém, num país caracterizado, historicamente, por atos de corrupção, o futebol não é uma ilha. O Ministério Público concluiu que dirigentes e funcionários da Portuguesa receberam dinheiro para que o jogador Héverton, que estava suspenso, fosse escalado na partida contra o Grêmio, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2013, o que ocasionou a perda de quatro pontos pelo clube, e o seu rebaixamento para a Segunda Divisão. Beneficiado pelo ocorrido com a Portuguesa, o Fluminense, que havia sido rebaixado, permaneceu na Primeira Divisão. O fato, se provado, é gravíssimo. Em consequência de sua queda, a Portuguesa sofreu uma grande desestruturação, e, em 2014, foi rebaixada para a Terceira Divisão, estando com o seu futuro ameaçado. O Fluminense, pela terceira vez em sua história, beneficiou-se de uma situação extracampo para fugir de um rebaixamento. Caso se confirmem as suspeitas do Ministério Público, a punição aos envolvidos terá de ser exemplar. O futebol brasileiro já vive uma fase de grande declínio técnico. Se a isso se juntar a impunidade em tão grave fato, perderá, também, a sua credibilidade. O futebol não é uma ilha, mas terá, nesse caso, uma excelente oportunidade de dar em exemplo positivo para o país, punindo a corrupção com rigor.