quinta-feira, 4 de junho de 2020

A insistência com a cloroquina

Como remédio contra a pandemia de coronavírus, a cloroquina não apresentou, até o momento, eficácia comprovada. Pelo contrário, a substância química causa graves efeitos colaterais, que podem levar ao óbito do paciente acometido da doença. Ainda assim, o governo Jair Bolsonaro insiste na utilização da cloroquina no tratamento do coronavírus, e pretende importar dez toneladas da substância, ao custo de 30 milhões de reais. A insistência com a cloroquina, afora ser ineficaz para essa finalidade, ainda prejudica o acesso ao medicamento de quem, verdadeiramente, precisa dele, como é o caso dos doentes de malária, lúpus e artrite reumatóide. A política do governo em relação à pandemia parece ser a do quanto pior, melhor, pois contigencia gastos que poderiam adquirir mais leitos e equipamentos para salvar vidas, e aposta num medicamento que em nada beneficia os pacientes e ainda pode agravar suas condições de saúde. A política genocida de Bolsonaro prossegue, e o Brasil vai batendo recordes de vítimas fatais do coronavírus a cada dia. O ridículo auxílio emergencial de 600 reais, cujas parcelas ainda não foram pagas para grande parte dos beneficiados, será sucedido por um outro, de metade desse valor. Em vez das três parcelas mensais do auxílio original, terá apenas duas. Enquanto distribui, a contragosto, essa esmola para os trabalhadores, o governo nega a utilização de um fundo de 8 bilhões de reais para o enfrentamento da pandemia. A intenção parece clara, ou seja, ao invés de salvar vidas, pretende-se causar um maior número de mortes, principalmente de idosos e pessoas com comorbidades, para "aliviar" os gastos públicos com saúde. O mais incrível é que isso vá sendo feito escancaradamente, e não se tomem medidas imediatas para a deposição do ex-capitão.