segunda-feira, 31 de março de 2014

Os 50 anos de um golpe

O dia de hoje, 31 de março, marca a passagem dos 50 anos de um golpe militar espúrio, uma ação liberticida, em que a ordem constitucional e democrática foi pisoteada, e um presidente legitimamente eleito, João Goulart, foi deposto, sendo substituído por quem tomou o poder pelas armas, sem receber um único voto. Foi um acontecimento trágico na história do Brasil. Os 21 anos de duração da execrável ditadura militar geraram efeitos perversos que ainda não se dissiparam de todo, mesmo após 29 anos da restituição da democracia. Os promotores e apoiadores da quartelada justificam suas ações como tendo sido para defender o país da "ameaça comunista". Conversa fiada. Essa "ameaça" nunca existiu. João Goulart não era comunista. O que ele pretendia era fazer as reformas de base que tornassem o Brasil uma país mais justo, menos desigual. A natureza golpista das Forças Armadas, e seu insuflamento pelas elites temerosas de perder seus privilégios, levaram o país a mergulhar nas trevas de uma ditadura militar assassina. Políticos foram arbitrariamente cassados, professores perderam suas cátedras, militantes de esquerda foram torturados e assassinados, a imprensa e as artes foram censuradas. Ao contrário do que sustentam simpatizantes do golpe, o governo deposto gozava de grande popularidade, e a sociedade, em sua maioria, apoiava as reformas de base. João Goulart caiu por suas virtudes, e não pelos supostos defeitos que seus detratores lhe imputam. Alguns celerados resolveram reeditar, há poucos dias, as famigeradas "Marchas pela família". As tais marchas, realizadas em algumas capitais, foram um absoluto fracasso. Uma prova de que, passados 50 anos, a consciência política dos brasileiros é muito maior, e eles não se deixam mais manipular tão facilmente. A data de hoje deve ser lembrada, sim, mas para que possamos deixar claro que um fato semelhante jamais voltará a ocorrer no país. Nunca mais.

domingo, 30 de março de 2014

Fracasso rotundo

A derrota do Grêmio para o Inter, por 2 x 1, de virada, hoje, na Arena, no primeiro jogo da decisão do Campeonato Gaúcho, é daquelas que deixam marcas indeléveis. Um fracasso rotundo. Afinal, era um jogo pleno de significados. Foi o Gre-Nal de número 400 na história. O primeiro da Arena a ter um vencedor. Com o resultado, o Inter abriu 25 vitórias de vantagem no cômputo geral dos grenais. Como se vê, um revés terrível para o Grêmio. Porém, o Grêmio não fez por merecer melhor sorte, pois, tendo começado superior e feito 1 x 0 aos 14 minutos do primeiro tempo, recuou inexplicavelmente, dando campo ao adversário, situação que persistiu até o final do jogo. No intervalo, o técnico do Inter, Abel Braga, tomou uma providência que se revelaria decisiva, ao substituir Jorge Henrique, de fraca atuação, por Alan Patrick. O Inter passou a dominar inteiramente o jogo, sem que o técnico do Grêmio, Enderson Moreira, esboçasse qualquer reação. Só quando o Grêmio já havia sofrido o gol de empate é que ele começou a realizar trocas no time, mas já era tarde. O Grêmio já havia se mostrado vacilante contra o Brasil, de Pelotas, quando, após fazer 2 x 0, caiu de rendimento e proporcionou um gol para o adversário, no final, que, por pouco não deu contornos dramáticos a uma vitória que, até então, era tranquila. As grandes decepções do Grêmio, hoje, foram Dudu e Luan. Dudu mais pareceu um peladeiro, correndo para todos os lados sem objetividade. Luan, talvez convencido de ser um craque, abusou do individualismo, tentando driblar todos os que via pela frente, e sendo, quase sempre, desarmado. O título do Gauchão, dessa forma, está, praticamente, perdido para o Grêmio. Se vier a conquistar a competição, como tudo indica, o Inter será tetracampeão gaúcho, e abrirá uma vantagem de sete títulos estaduais sobre o Grêmio. Para piorar o quadro, o Grêmio terá um jogo importante pela Libertadores, quarta-feira, fora de casa, contra o Nacional, de Medellin, e terá a dura tarefa de impedir que a derrota no Gre-Nal abata o seu ânimo. Convenhamos, uma intenção que não será nada fácil de alcançar.

sábado, 29 de março de 2014

Gre-Nal 400

As datas e acontecimentos com números "redondos" sempre foram festejadas e exaltadas. Os cinquenta anos de união de um casal, o centenário de fundação de um município, por exemplo. Dessa forma, o Gre-Nal de amanhã, na Arena, terá um elemento adicional a enobrecer um clássico que já é tão pleno de significados. O Gre-Nal, tido até por pessoas fora do Rio Grande do Sul como o maior clássico brasileiro, dada a singular rivalidade entre os dois clubes rivais, Grêmio e Inter, será jogado pela 400ª vez! Uma história que começou há 105 anos, em 1909, de um confronto que, desde então, só fez crescer em empolgação e grandiosidade. Particularmente, já assisti, no estádio, mais de uma centena de grenais. Um jogo fascinante e emocionante como poucos. Embora no cômputo geral do enfrentamento o Grêmio esteja em desvantagem, o clube ainda está invicto nos grenais "redondos". No Gre-Nal 100, em 1948, no estádio da Timbaúva, houve empate em 0 x 0, e, com o resultado, o Grêmio ganhou, de forma invicta, o título do Torneio Extra. No Gre-Nal 200, em 1971, no Beira-Rio, o Grêmio venceu por 3 x 1. O Gre-Nal 300, em 1989, no Olímpico, na decisão do Campeonato Gaúcho, teve novo empate em 0 x 0, com o Grêmio vencendo por 4 x 3 nos tiros livres da marca do pênalti e tornando-se pentacampeão estadual. Portanto, para os supersticiosos, mais um fator a ser levado em consideração no jogo de amanhã, o primeiro da decisão do Gauchão de 2014. O Grêmio, por jogar em casa e ter um time mais testado, tem um leve favoritismo para a partida, mas num Gre-Nal tudo pode acontecer. Um jogo que já começa histórico, por alcançar uma marca tão expressiva, e que tem tudo para vir a ser lembrado e discutido muito tempo depois da sua realização, como grande parte dos grenais. Afinal, o Gre-Nal não combina com a banalidade, ele é, por natureza, um acontecimento notável. Resta esperar que, mais do que do esses apelos, o Gre-Nal 400 nos brinde com um grande jogo.

sexta-feira, 28 de março de 2014

A lista

A revista inglesa "World Soccer", em uma edição especial, apresenta uma lista com os 50 maiores jogadores da história das Copas do Mundo. Conforme os editores da revista, os critérios para a elaboração da lista são estatísticas diretas, prêmios por participação em Copas, papel decisivo em partidas, impacto em sua equipe, e legado deixado na história da competição. Listas desse tipo sempre são polêmicas, e com a da "World Soccer" não é diferente. Nos quatro primeiros lugares, a escolha parece bastante criteriosa, apresentando Pelé, Maradona, Beckenbauer e Garrincha, respectivamente. Porém, daí por diante, algumas posições são muito excêntricas. O quinto colocado, por exemplo, é Gerd Müller que, assim, ficou na frente de Ronaldo (6º), Cruyff (7º), e Zidane (8º). Gerd Müller foi um grande centroavante, tendo feito 14 gols nas duas Copas de que participou, mas colocá-lo a frente de Ronaldo e Romário é uma demasia. Romário, por sinal, aparece apenas em 13° lugar, uma posição atrás de Roberto Baggio. Isso soa como um contrassenso, já que, na Copa do Mundo de 1994, Romário foi a mais importante figura da Seleção Brasileira na conquista do título, e Baggio errou a cobrança de tiro livre da marca do pênalti que determinou o resultado da competição. Há jogadores que estão em posições absurdas. Puskas está em 11º lugar, quando, na verdade, teria de ficar abaixo, apenas, dos quatro primeiros. O 10º colocado, Mathaüs, teve o grande mérito de ter jogado cinco Copas do Mundo e disputado 25 jogos, recorde na história da competição, mas não era um grande craque. Didi, que é listado em 31º lugar, deveria estar entre os 10 primeiros. Platini, 18º colocado, também deveria estar entre os dez primeiros. Por outro lado, Cafu, 16º lugar, nem deveria integrar a lista. Buffon em 14º lugar também é uma demasia, ainda mais com Yashin estando apenas em 23º Os absurdos ficam por conta de Donovan, 48º, e Salenko, 49º. Afora os quatro primeiros colocados, indiscutíveis, a lista mais erra do que acerta, omitindo grandes jogadores, e incluindo nomes obscuros. Os mais jovens, não devem tomá-la como referência.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Machismo renitente

Uma pesquisa que acaba de ser divulgada dá conta de que 65% das pessoas consultadas concordam com a afirmação de que mulheres que usam roupas sensuais ou provocantes são responsáveis pela ocorrência de estupros. A ideia dos que pensam assim é a de que se as mulheres se vestirem de maneira mais comportada estarão evitando a hipótese de serem atacadas sexualmente. Afora ser uma visão absurdamente machista, traz nas suas entrelinhas o entendimento de que os homens não são capazes de refrear seus instintos, cabendo à mulher, então, não despertá-los. Num mundo que viveu a chamada revolução sexual há 50 anos, e que vem tendo aceleradas mudanças no campo comportamental, é estarrecedor constatar que ainda existam tantas pessoas com uma postura tão tacanha e conservadora. Isso só demonstra que, ao contrário de uma sociedade libertina e dissoluta como sustentam muitos, o que temos no Brasil é um moralismo anacrônico. Não faz tanto tempo assim, ainda aceitávamos que homens "lavassem sua honra" com sangue, assassinando suas mulheres, caso fossem traídos por elas, sendo absolvidos nos tribunais. O machismo é renitente no país, que insiste em não se livrar de conceitos obscurantistas. O caminho a percorrer para que tenhamos uma sociedade evoluída, como se pode constatar a partir do resultado de pesquisas como esta, é, ainda, muito longo.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Vitórias esperadas

As vitórias eram esperadas e se confirmaram. Assim, Grêmio e Inter irão decidir o Campeonato Gaúcho. Nos jogos de hoje, pelas semifinais, eliminaram o Brasil, de Pelotas, e o Caxias, respectivamente.. O Grêmio ganhou do Brasil, na Arena. A vitória gremista foi merecida, pelo que se viu em campo, embora o Brasil reclame de que Luan teria dominado a bola com a mão antes de marcar o segundo gol.. Luan, por sinal, foi o melhor jogador em campo, com mais uma atuação de altíssimo nível. O restante do time teve uma atuação um pouco abaixo dos jogos anteriores. Barcos, por exemplo, que fizera três gols no jogo contra o Juventude, teve um desempenho muito discreto. O Brasil, por sua vez, abusou da violência e das reclamações, com a complacência do árbitro Fabrício Neves Corrêa. Porém, ainda que não tenha sido fácil, pois o Brasil marcou um gol no final do jogo, a vitória do Grêmio refletiu o que se observou em campo. No outro jogo das semifinais do Gauchão, o Inter goleou o Caxias por 3 x 0, no Estádio do Vale. O Inter marcou seu primeiro cedo, num lance de oportunismo de Wellington Paulista. Uma jogada, no entanto, acabaria tendo um peso decisivo para o resultado final. Um pênalti claro de Paulão, tocando com a mão na bola, não foi marcado pelo árbitro, quando o jogo ainda estava apenas 1 x 0 para o Inter. Logo depois,  o Inter marcou o seu segundo gol, encaminhando a vitória. Um terceiro gol ainda aconteceria, logo no início do segundo tempo, transformando o restante do jogo no mero cumprimento de uma formalidade. Agora, serão dois grenais paras decidir o campeonato estadual, o que aconteceu pela última vez em 2011. O primeiro jogo será domingo, na Arena. O segundo, que terá o Inter como mandante, será realizado no dia 13 de abril, em local ainda indefinido.

terça-feira, 25 de março de 2014

Os algozes do futebol

Paixão que move multidões, o futebol vem sendo golpeado por pessoas e instituições que o submetem a seus interesses. A decisão da Brigada Militar de não permitir que, no jogo de amanhã, contra o Grêmio, na Arena, o Brasil, de Pelotas, tenha mais de 1.500 torcedores, é absurda, e fere o Estatuto do Torcedor, que estabelece uma cota de ingressos para o clube visitante de 10% da capacidade do estádio. A partida é válida pela semifinais do Campeonato Gaúcho, e a torcida do Brasil, fanática e numerosa, ocuparia um espaço muito maior no estádio, se lhe fosse disponibilizado. Num campeonato de média de público ridícula, estabelecer esse tipo de restrição num dos poucos jogos capazes de receber um grande número de assistentes é um contrassenso. Isso também tem ocorrido nos grenais, tirando parte do brilho de um clássico que, em outros tempos, concedia pouco menos da metade do estádio para a torcida visitante. A alegação é sempre a de falta de "condições de segurança". No caso do jogo de amanhã, isso se daria pela precariedade do entorno da Arena. Ainda no caso do novo estádio do Grêmio, sua administradora, a Arena Porto Alegrense, submeteu os torcedores do clube a um suplício no jogo de domingo, contra o Juventude. Ao liberar apenas duas das quatro rampas de acesso ao estádio, com o intuito de economizar no número de funcionários utilizados, obrigou os torcedores a uma maratona em volta da Arena. Esses fatores, somados ao encolhimento dos estádios, transformados em arenas, e ao alto preço dos ingressos,  estão elitizando o mais popular dos esportes. Os algozes do futebol estão bem identificados. Resta, aos que amam esse esporte, não deixar que eles continuem a agir impunemente.

segunda-feira, 24 de março de 2014

As reedições de uma marcha idiota

Nada poderia ser mais patético e fora de lugar do que as reedições da "Marcha da família coim Deus e pela Liberdade" que estão ocorrendo em algumas capitais do Brasil. Em 1964, essa marcha idiota foi um dos elementos de incitação ao espúrio golpe militar perpetrado contra um governo legitimamente eleito. Trata-se de mais um gesto das forças reacionárias que tentam convencer a opinião pública de que "o país está um caos", e de que necessita de uma "faxina". Na verdade, nada há na situação brasileira atual que justifique uma ruptura institucional. O Brasil tem um governo legítimo, e a presidente Dilma Rousseff, de acordo com várias pesquisas, deverá se reeleger no primeiro turno. Aliás, ao contrário do que apregoam os saudosos do autoritarismo, o presidente João Goulart, deposto pelos militares, dispunha de amplo apoio da população. Goulart caiu porque ousou afrontar os interesses das classes dominantes com as suas reformas de base. Pelo mesmo motivo, a imprensa conservadora tenta plantar as sementes de um novo golpe. Porém, o que se viu nas capitais que promoveram as tais marchas foi um fracasso retumbante. Elas não reuniram, cada uma, mais que meia centena de pessoas. Muitas vezes, os grupos de contestação às marchas eram mais numerosos. Isso prova duas coisas. Primeiro, que não há nenhuma razão para se quebrar a ordem democrática no Brasil. Em segundo lugar, mostra que o povo brasileiro já não se deixa manipular tão facilmente. O desespero da direita, e sua ânsia de defender a ideia de que como está não pode ficar, é porque ela, finalmente, se deu conta do óbvio, isto é, de que enquanto houver eleições limpas e em dois turnos, ela jamais voltará ao poder. Ao perceber algo que sempre foi tão evidente, resolveu partir para o estímulo ao golpismo. As marchas realizadas, no entanto, mostraram que toda essa gritaria contra o governo não obteve eco junto à população. Como expressa o ditado, os cães ladram e a caravana passa. A direita continuará berrando e esperneando, mas fora do poder.

domingo, 23 de março de 2014

Goleada afirmativa

Foi definido, na tarde de hoje, o último clube classificado para as semifinais do Campeonato Gaúcho. Na Arena, o Grêmio goleou o Juventude por 3 x 0. Foi uma goleado afirmativa, pois o Grêmio vinha de um empate heróico pela Libertadores, e ganhou de um adversário que estava sendo uma pedra no seu sapato nos últimos anos. O Grêmio começou a encaminhar o resultado cedo, com um gol de Barcos, aos nove minutos do primeiro tempo. Ele marcaria mais dois gols no segundo tempo, um de pênalti e outro, muito bonito, driblando o goleiro. Mesmo a competência, e o conhecimento que possui sobre o Grêmio, do técnico Róger Machado, não foi suficiente para equilibrar o jogo, dada a diferença de qualidade entre os dois times. No Grêmio, afora Barcos, Wendell, mais uma vez, se destacou. Dudu foi rápido e insinuante, e Marcelo Grohe correspondeu quando foi exigido. Agora, o Grêmio irá enfrentar o Brasil, de Pelotas, novamente na Arena. Um jogo que será difícil, sem dúvida, mas para o qual o Grêmio é favorito. Se obtiver a classificação, deverá, provavelmente, decidir o Gauchão contra o Inter, que também é favorito, diante do Caxias, no Estádio do Vale, na outra partida pelas semifinais.

sábado, 22 de março de 2014

Sem surpresas

Os jogos de hoje pelas quartas de final do Campeonato Gaúcho tiveram vitórias dos favoritos. O Inter, jogando no Estádio do Vale, venceu o Cruzeiro por 3 x 1. Depois de abrir 2 x 0 no placar, o Inter levou um gol aos 39 minutos do segundo tempo. Porém, em vez de um final de jogo nervoso, com o Cruzeiro ameaçando o empate, foi o Inter que fez mais um gol. Na verdade, o Inter ainda não foi devidamente testado, dada a fragilidade dos adversários que enfrentou, até agora, no Gauchão e na Copa do Brasil. Seu único adversário de alto nível foi o Grêmio, e só ele poderá pô-lo a prova, caso voltem a se enfrentar. Algumas constatações, no entanto, já podem ser feitas. Uma delas é a de que Aranguiz, autor dos dois primeiros gols do Inter, hoje, é a melhor contratação do clube em muitos anos. A outra é a de que Dida já não se mostra um goleiro confiável. Ele quase proporcionou um gol para o Cruzeiro quando o jogo ainda estava empatado, e falhou no único que o adversário marcou. O Brasil, de Pelotas, por sua vez, também confirmou o seu favoritismo. Num Bento Freitas com grande público, ganhou do Novo Hamburgo por 2 x 0. A vitória, contudo, foi mais difícil do que o placar indica. O Brasil fez 1 x 0, ainda no primeiro tempo, com um gol de falta, e não chegou a se impor sobre o adversário. Nos minutos finais, o Novo Hamburgo pressionou intensamente o Brasil, que se defendeu como pode. Num desses ataques, o Brasil conseguiu retomar a bola e armar um contragolpe, que resultou no segundo gol. Agora, nas semifinais, o Inter jogará contra o Caxias, novamente no Estádio do Vale. O Brasil aguarda o vencedor de Grêmio x Juventude para saber quem terá de enfrentar. Se o Grêmio se classificar ganhando no tempo normal, o jogo contra o Brasil será na Arena. Se o Grêmio vencer nos tiros livres da marca do pênalti, ou se o classificado for o Juventude, a partida será no Bento Freitas.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Primeiro classificado

O Caxias é o primeiro clube classificado para as semifinais do Campeonato Gaúcho. Em jogo realizado no Francisco Stédile, o Caxias saiu perdendo para o Veranópolis por 2 x 0, no primeiro tempo, e foi para o vestiário, no intervalo, intensamente vaiado por sua torcida. No segundo tempo, veio a reação, e o empate em 2 x 2. A decisão, então, foi para os tiros livres da marca do pênalti, e o Caxias venceu por 9 x 8. Agora, o Caxias ficará na espera do vencedor do jogo Inter x Cruzeiro, no Estádio do Vale, amanhã. Para o Veranópolis foi uma desclassificação doída, pois vencia por 2 x 0 na casa do adversário e não conseguiu sustentar a vantagem. De qualquer forma, o técnico Julinho Camargo sai valorizado do Gauchão, pois fez mais um bom trabalho, confirmando o conceito favorável de que desfruta, e tendo sido o único a vencer o Inter, até agora, na competição. Por outro lado, o Caxias não demonstrou o futebol que se esperava, ainda mais para quem jogava em casa, e não parece capaz de fazer frente ao Inter, caso este se classifique. A princípio, salvo alguma grande surpresa, a decisão do campeonato estadual deverá ser, como na maioria das vezes, entre Grêmio e Inter.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Bellini

O tempo é implacável. No ano em que a Seleção Brasileira tentará buscar, jogando em casa, seu sexto título de Copa do Mundo, os autores da conquista pioneira, de 1958, vão saindo de cena. Entre titulares e reservas, vários já se foram. Hoje, o capitão da primeira Copa do Mundo ganha pela Seleção, o zagueiro Bellini, nos deixou. Bellini imortalizou o gesto de erguer a taça de campeão acima da cabeça. A partir daí, a atitude passou a ser repetida por todos os capitães de seleções campeãs do mundo. Numa homenagem mais do que justa, Bellini ganhou uma estátua em frente ao Maracanã, em que é representado fazendo o histórico gesto. Sua vida foi longa, faleceu aos 83 anos, mas já lutava há algum tempo contra o Mal de Alzheimer. Em sua vitoriosa carreira, jogou por Vasco e São Paulo, dois dos maiores clubes brasileiros. Pela Seleção, disputou três Copas do Mundo, e perdeu apenas quatro jogos com a camisa da equipe. Sua carreira também foi extensa. Parou de jogar aos 39 anos. Agora, dos onze titulares da Seleção Brasileira de 1958, só três ainda estão vivos: Zito, Pelé e Zagallo. Em nossos corações e memória, no entanto, eles permanecerão vivos para sempre.

quarta-feira, 19 de março de 2014

O gol que mudou tudo

No futebol, um gol pode fazer toda a diferença. Foi o que aconteceu essa noite, no empate em 1 x 1 do Grêmio com o Newell's Old Boys, no estádio Marcelo Bielsa, em Rosário (Arg), pela Libertadores. O Grêmio começou o jogo mal escalado, pois seu técnico, Enderson Moreira, colocou Dudu no time, em detrimento de Alan Ruiz, que seria uma opção muito mais lógica para o lugar de Zé Roberto. Ainda assim , o Grêmio se comportou bem no primeiro tempo, não permitindo qualquer oportunidade para o Newell's e ainda arriscando algumas ações no ataque. No segundo tempo, como era de se esperar, o Newell's procurou pressionar mais, mas o Grêmio também cresceu no seu ímpeto ofensivo, e obrigou o goleiro Guzmán a fazer grandes defesas. Porém, como expressa a máxima do futebol, quem não faz leva, e o Grêmio sofreu um gol, em que Pará e Marcelo Grohe falharam, aos 35 minutos do segundo tempo. Um duro golpe, que deixaria o Grêmio em má situação no seu grupo, podendo ser eliminado por um jogo de compadres entre o Newell's e o Nacional, de Medellin, na última rodada. No entanto, aos 46 minutos, Rhodolfo empatou. Não havia mais tempo para o Newell's reagir. Com isso, o Grêmio continua líder isolado do seu grupo, com 8 pontos, um a mais que o Nacional, de Medellin, e três na frente do Newell's. Sua classificação ficou muito bem encaminhada. O gol de Rhodolfo mudou tudo. O que era uma situação quase desastrosa, tornou-se uma perspectiva das mais favoráveis. A lamentar, apenas, que o segundo empate consecutivo tenha feito o Grêmio cair do primeiro para o quarto lugar na classificação geral, mas, como ainda faltam duas rodadas para o término dessa fase, isso não é definitivo. O resultado obtido pelo Grêmio foi importantíssimo, e o sonho do terceiro título da Libertadores prossegue.

terça-feira, 18 de março de 2014

Cogitação esdrúxula

Circula pelos meios políticos a hipótese de que o ex-presidente Fernando Henrique possa vir a concorrer como candidato a vice na chapa do presidenciável Aécio Neves (PSDB). Seria o que se chama de uma "chapa pura", por ambos pertencerem ao mesmo partido. Trata-se de uma cogitação esdrúxula. Fernando Henrique foi presidente por dois mandatos sucessivos, e está com 80 anos. Sua candidatura a vice-presidente teria vários inconvenientes. Primeiramente, representaria um rebaixamento para quem já exerceu o cargo de presidente. Também não faria sentido um vice de idade tão avançada, bem mais velho que o cabeça de chapa. Um vice dessa envergadura poderia, afora tudo isso, eclipsar a figura do presidente, e ser tratado por muitos como o presidente de fato, ainda que não de direito. A cogitação que, entendo eu, não deverá ser mais do que isso, revela uma possível fragilidade do PSDB na formulação de uma chapa atraente para o eleitor no pleito presidencial. Aécio Neves ainda apresenta índices modestos nas pesquisas, e os partidos que podem compor aliança com o PSDB não parecem dispor de grandes opções para compor na chapa. O nome de Fernando Henrique surge, portanto, como um possível chamariz para o eleitorado. O fato é mais um a evidenciar que a oposição é pródiga em desferir ataques e fazer denúncias contra o governo, mas não consegue construir uma alternativa consistente para que o eleitorado se sinta atraído a fazer uma mudança. Por essas e por outras, a presidente Dilma Rousseff deverá ser reeleita sem maiores dificuldades.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Corpo mole

A expressão "corpo mole" é usada no futebol para designar o comportamento displicente de um time em campo, a ponto de "entregar" o jogo, ou seja, perder de propósito. Trata-se, sem dúvida, de uma atitude eticamente reprovável, mas, muitas vezes, os próprios torcedores de um clube pedem para que ele "amoleça" um jogo, desde que isso prejudique os interesses de um grande rival. Claro, é muito difícil, para não dizer impossível, comprovar que um time perdeu intencionalmente para outro. De qualquer forma, discussões éticas à parte, os clubes teoricamente prejudicados, ao acusarem os que teriam agido de forma antiesportiva, estão, na verdade, lançando mão de uma tática diversionista. Afinal, se um clube, para atingir um objetivo qualquer, necessita de resultados paralelos, é porque não conseguiu chegar lá com as suas próprias forças. Logo, não pode culpar a ninguém, senão a si próprio, por um fracasso. Esse é o caso do Corinthians, que ontem foi eliminado do Campeonato Paulista. Seu técnico e vários jogadores acusam o São Paulo de ter perdido intencionalmente para o Ituano, a fim de eliminá-lo. Nunca se vai saber se isso, efetivamente, aconteceu, o que no entanto, não é relevante. Outras situações semelhantes já ocorreram, sempre com a choradeira dos pretensos prejudicados. Esquecem-se eles que quem cumpre uma boa campanha atinge os seus objetivos sem necessitar do auxílio de ninguém. O que se faz nessas ocasiões é desviar o foco, tirando a responsabilidade dos próprios ombros, e transferindo-a para terceiros, com o objetivo, entre outros, de aplacar a frustração do torcedor. O único responsável pela eliminação do Corinthians é ele mesmo, que fez uma péssima campanha no início da competição, iniciou uma reação tarde demais, e, ontem, novamente, não fez a sua parte, pois apenas empatou com o Penapolense, num jogo em que vencer era obrigatório para atingir a classificação. Cada um de nós é responsável pelos próprios insucessos. Transferi-los para os outros é uma atitude covarde e oportunista. Com os clubes de futebol, não é diferente.

domingo, 16 de março de 2014

Reta decisiva

Enfim, o Campeonato Gaúcho, insosso, desorganizado, desinteressante e tecnicamente ruim, chega à sua reta decisiva. No próximo fim de semana, serão realizados os jogos das quartas de final do Gauchão, em partida única na casa dos clubes que obtiveram melhor classificação. O Inter, primeiro colocado do Grupo A, jogará contra o Cruzeiro, 4º do B, provavelmente no Estádio do Vale, para não atrasar ainda mais as obra do Beira-Rio. O Grêmio, primeiro colocado do Grupo B, jogará contra o Juventude. 4º do A, na Arena. O Brasil, de Pelotas, 2º colocado do Grupo A, jogará contra o Novo Hamburgo, 3º do B, no Bento Freitas. O Caxias, 2º colocado do Grupo B, jogará contra o Veranópolis, 3º do A, no Francisco Stédile. As semifinais, também em jogo único na casa dos clubes de melhor campanha, serão, de um lado, entre os vencedores de Inter x Cruzeiro e Caxias x Veranópolis, e, de outro, com os ganhadores de Grêmio x Juventude e Brasil x Novo Hamburgo. A decisão da competição será em duas partidas, e, caso se classifique, seja qual for o seu adversário, o Inter fará o último jogo em casa. Tudo se encaminha para que tenhamos dois grenais na decisão. Caso isso se confirme, o fato de fazer o segundo jogo fora de casa poderá custar caro ao Grêmio, que só em duas oportunidades, em 1980 e 2006, conquistou o título estadual dentro do Beira-Rio. O Grêmio fez nove pontos a menos que o Inter na classificação geral, num campeonato em que jogou contra os mais tradicionais adversários do interior sempre fora de casa, enquanto o Inter os enfrentava como mandante. Afora isso, para os jogos do Grêmio eram designados árbitros de segunda linha, para os do Inter, os melhores da Federação Gaúcha de Futebol. Como se não bastasse todo esse quadro, o Grêmio ainda tem de dividir suas atenções com a Libertadores, competição em que caiu no grupo mais difícil. Ainda assim, o Grêmio tem de buscar, com todas as forças, o título gaúcho, que não ganha desde 2010. Futebol para isso, não lhe falta. Embora tenha feito a melhor campanha, o Inter só agora irá por seu time titular, efetivamente, à prova, e seu verdadeiro potencial ainda é uma incógnita.

sábado, 15 de março de 2014

Candidato oficializado

O PMDB é o primeiro partido a ter candidato oficializado na eleição para governador do Rio Grande do Sul. Em prévia realizada hoje, o ex-prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori, foi o escolhido. Ele concorria com o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Paulo Ziulkoski, e obteve 70% dos votos. Sartori é um político de corte conservador, e sua escolha gera um conflito no partido. Afinal, Sartori apoia a candidatura a presidente do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o PMDB nacional está com Dilma Rousseff, que buscará a reeleição para o cargo. O vice-presidente de Dilma, inclusive, é Michel Temer, do PMDB. Afora essa questão, por si só bastante polêmica, Sartori não é um nome de apelo estadual, e não tem carisma, o que dificulta a tarefa de torná-lo conhecido do eleitorado do Rio Grande do Sul em pouco tempo. Salvo melhor juízo, apesar da grande capilaridade do PMDB em todo o Estado, o futuro governador deverá ser o vencedor da disputa entre o atual governador, Tarso Genro, do PT, e a senadora Ana Amélia Lemos, do PP. O candidato do PDT, Vieira da Cunha, não tem cacife para uma disputa desse nível, e os demais candidatos que venham a participar da eleição, só marcarão posição, nada mais.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Paulo Goulart

O ator Paulo Goulart, ontem falecido, aos 81 anos, teve uma trajetória de vida longa e admirável, do tipo que, certamente, não contemplava arrependimentos. Num mundo de tantas pessoas perdidas, procurando um rumo em suas existências, Goulart cedo definiu-se na profissão e na vida pessoal. Poucos dias antes de falecer, completou 60 anos de casamento com a atriz Nicette Bruno, e sua carreira também já somava seis décadas. Uma de suas filhas, Bárbara Bruno, foi muito feliz ao dizer que é raro um homem deixar sua marca como cidadão, marido, pai e profissional, e que ele conseguiu isso. Num meio, o artístico, tão conhecido pela volubilidade das relações amorosas, e pelo comportamento liberado de seus integrantes, Goulart manteve um casamento por toda uma vida e construiu uma família sólida, a tal ponto que suas duas filhas e seu único filho também abraçaram a carreira artística, a exemplo do pai e da mãe. Ao contrário de alguns de seus companheiros de profissão, que privilegiam um meio em detrimento aos outros, Paulo Goulart trabalhou intensamente no teatro, televisão e cinema. Foram muitas atuações, que permanecerão na memória do público. Mesmo já estando muito doente, fez seu último trabalho no filme "O tempo e o vento". Foi ator até o fim, só parando quando a enfermidade, contra a qual lutava há algum tempo, enfim o venceu. Um profissional dedicado, que deixa uma história de vida inspiradora, numa sociedade de valores tão frágeis.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Tropeço

Ainda que o Grêmio tenha terminado o primeiro turno da fase de grupos da Libertadores como líder geral, o empate em 0 x 0 com o Newell's Old Boys, hoje à noite, na Arena, foi, sem dúvida, um tropeço que pode causar problemas na campanha do clube. Se ganhasse, o Grêmio livraria seis pontos de vantagem para o próprio Newell's. Agora, está com três pontos a mais que o adversário dessa noite, e terá de enfrentá-lo na próxima quarta-feira, fora de casa. A vitória, caso acontecesse, praticamente garantiria a classificação para as oitavas de final, e encaminharia a conquista do primeiro lugar do grupo. O prejuízo trazido pelo empate, portanto.foi considerável. O Grêmio saiu jogando com o seu time titular, sem modificações de última hora, o que está correto. Porém, após o mau rendimento no primeiro tempo, o time já deveria ter voltado do vestiário modificado. Não foi o que aconteceu. Os jogadores que mais deixaram a desejar foram, novamente, Pará e Zé Roberto. Pará segue blindado contra qualquer possibilidade de sair do time, sem que se entenda o porquê, e Zé Roberto só foi substituído em meio ao segundo tempo, depois de mais uma atuação burocrática. As substituições feitas pelo técnico do Grêmio, Enderson Moreira, foram corretas, o time cresceu de produção, mas o gol não veio. A exemplo do que acontecera contra o Cruzeiro, no Campeonato Gaúcho, o Grêmio criou várias chances de gol, mas não aproveitou. Barcos e Pará perderam gols feitos. O que era uma campanha risonha, já começa a trazer preocupações. Em qualquer competição, não é aconselhável perder pontos em casa. Até aqui, navegando em águas tranquilas, nos próximos dois jogos, que serão fora de casa, o Grêmio poderá se deparar com um maremoto. Tomara que tenha maturidade e futebol suficiente para superar esses obstáculos e continuar sua caminhada rumo ao seu terceiro título de Libertadores.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Facilidade inesperada

Certamente, nem o mais otimista dos torcedores poderia prever a extrema facilidade que o Inter encontrou em sua estreia na Copa do Brasil. A goleada de 6 x 1 sobre o Remo, hoje à noite,  no Mangueirão, excedeu qualquer expectativa. Porém, ela não revela um grande patamar técnico do Inter, mas, sim, a debilidade técnica do Remo. Antes um digno participante das competições nacionais, dentro das suas limitações, é claro, o Remo, atualmente, não está classificado para nenhuma das quatro divisões do Campeonato Brasileiro. Hoje, foi possível entender o porquê. Seu time é fraquíssimo. Com a goleada, o Inter eliminou a necessidade de realização do segundo jogo. Essa foi a grande vantagem que obteve na partida. Como aferição do potencial do time, nada poderá ser levado em conta. Diante de um adversário tão desqualificado tecnicamente, qualquer entusiasmo com o desempenho do time seria uma temeridade. Na próxima fase, o Inter deverá enfrentar, novamente, um adversário de pouca expressão. Só quando a competição atingir fases mais avançadas é que se poderá avaliar o verdadeiro potencial do Inter.

terça-feira, 11 de março de 2014

Classificação encaminhada

O empate em 2 x 2 entre Nacional, de Medellin, e seu homônimo do Uruguai, no Atanásio Girardot, pela Libertadores, foi amplamente favorável ao Grêmio. O tropeço, em casa, do clube colombiano, que chegou a estar perdendo por 2 x 0, o deixou com apenas quatro pontos, dois atrás do Grêmio. Caso o Grêmio vença o Newell's Old Boys, quinta-feira, na Arena, abrirá cinco pontos de vantagem para o Nacional de Medellin, que está em segundo lugar no grupo. Sobre o Newell's e o Nacional, do Uruguai, a diferença em favor do Grêmio passaria a ser de seis e oito pontos, respectivamente. Isso deixaria a classificação do Grêmio para as oitavas de final encaminhada, pois ele encerrará sua participação no grupo contra o Nacional, do Uruguai, atual lanterna, na Arena. Assim, um empate nos dois jogos que ainda tem de realizar fora de casa, contra Newell's Old Boys e Nacional, de Medellin, pela ordem, talvez lhe baste para ficar em primeiro lugar no grupo. Agora, só depende do próprio Grêmio corresponder às expectativas e vencer o Newell's Old Boys na quinta-feira. O resultado de hoje, certamente, entusiasmou, ainda mais, o torcedor gremista, que deverá ir em grande número à Arena, no jogo contra o Newell's Old Boys. Até o momento, a Libertadores tem tido apenas boas notícias para o Grêmio. As perspectivas de que tudo continue dessa forma são muito grandes. Resta esperar para ver.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Implantes dentários

Os políticos são inesgotáveis na capacidade de produzir fatos que desgastem ainda mais a sua imagem, já tão deteriorada, perante a sociedade. Agora, veio a público que senadores gastaram até 70 mil reais cada um em implantes dentários, pagos com verba do Senado, ou seja com dinheiro público. Entre os que adotaram o procedimento, está o senador Pedro Simon (PMDB-RS), tido como uma das figuras de maior respeitabilidade no Congresso Nacional. Simon disse que não pagou pelos implantes porque não tinha dinheiro, já que vive do salário, e, como sempre, alegou que não fez nada fora da lei. O salário de um senador é de 26 mil reais. Será que essa quantia não permite pagar implantes dentários com recursos próprios? Ademais, a velha argumentação de ter agido dentro do que a lei faculta não serve como desculpa. Acima da lei está a ética e a consciência de cada um. O plano de saúde dos senadores é vitalício, extensivo a dependentes, e para ter direito a ele os parlamentares não precisam fazer nenhuma contribuição. Basta exercer o cargo por, pelo menos 180 dias. Enquanto isso, em Porto Alegre, um mutirão de cirurgias de cataratas do SUS submeteu as pessoas operadas, pobres e, na maioria, idosas, a mais de dez horas de espera para a liberação, sem receberem alimentação. A desfaçatez dos políticos brasileiros não tem limites, e o fosso entre classes no Brasil, também não. Uma triste realidade, que insiste em não se modificar.

domingo, 9 de março de 2014

Dever cumprido

Grêmio e Inter fizeram o que deles se espera quando enfrentam clubes pequenos pelo Campeonato Gaúcho. Venceram seus jogos. O Inter jogou primeiro, com seu time reserva, contra o Aimoré, no Cristo Rei, e saiu perdendo, num golaço de Marcelo Ramos. Porém, ainda no primeiro tempo, obteve o empate, com Eduardo Sasha. No segundo tempo, Wellington Paulista, num frango do goleiro Rafael, do Aimoré, fez 2 x 1, estabelecendo a virada. Mesmo com seu adversário perdendo várias chances de gol, o Inter manteve o resultado até o final, contando, para isso, com grandes defesas de Muriel. Nos 14 jogos que fez até agora, no Gauchão, o Inter utilizou o seu time reserva em oito partidas e, ainda assim, lidera a classificação geral, com 35 pontos. Mais tarde, o Grêmio, com seus titulares, venceu o Passo Fundo, na Arena, por 3 x 1. Embora o placar final folgado, o Grêmio levou um susto, pois o Passo Fundo saiu ganhando, aos dois minutos do primeiro tempo, com um gol de Bruninho. No entanto, logo aos seis minutos, Barcos empatou. Mesmo com muito tempo pela frente o resultado se manteve assim até o intervalo. No segundo tempo, Barcos, novamente, e Luan, num golaço, deram a vitória ao Grêmio. O resultado garantiu ao Grêmio o primeiro lugar do seu grupo, mas ele está nove pontos atrás do Inter na classificação geral, e pode ser ultrapassado pelo Brasil, de Pelotas, que tem apenas um ponto a menos e um jogo a mais por fazer. Foram partidas, enfim, que serviram para observações de alternativas de escalação, no caso do Inter, e como um aquecimento para o importantíssimo jogo contra o Newell's Old Boys, pela Libertadores, em se tratando do Grêmio. Ao contrário das últimas rodadas do campeonato estadual, dessa vez, ambos cumpriram com o seu dever.

sábado, 8 de março de 2014

Punição

O Brasil parece ter um problema crônico em relação à penalização de delitos, sejam eles quais forem. Se não opta pela impunidade, aplica sanções descabidas ou desproporcionais ao crime cometido. Anteontem, nesse espaço, enfoquei as recorrentes manifestações de racismo nos estádios de futebol, manifestando que, por se tratar de um crime, seus praticantes devem ir para a cadeia. Hoje, fiquei sabendo que o efeito prático quanto aos insultos racistas sofridos pelo árbitro Márcio Chagas da Silva no jogo Esportivo x Veranópolis, em Bento Gonçalves, poderá ser o rebaixamento do clube mandante, proprietário do estádio Montanha dos Vinhedos, onde a partida foi realizada. Não são poucos os que apoiam a medida, julgando que ações rigorosas como essa é que vão brecar as manifestações racistas. Nada mais despropositado! Se for rebaixado, o Esportivo terá enorme prejuízo técnico e financeiro, sem que isso implique numa punição às pessoas que praticaram os infames atos racistas. Em que a punição ao clube irá dissuadir os criminosos de cometerem novas atrocidades? Como sempre, a forte repercussão social de um fato, inspira soluções equivocadas, cujo único intuito parece ser o de dar uma satisfação para a opinião pública, mostrando que as "autoridades competentes" não fogem às suas responsabilidades. O ocorrido com Márcio Chagas da Silva não pode ficar impune. A penalização, no entanto, não deve se dar na esfera esportiva, e sim na criminal. A ideia, tão disseminada ultimamente, de que os clubes devem responder pelos atos de seus torcedores, é fascista e injustificada. Torcedores são indivíduos, como quaisquer outros. Se cometem crimes, cabe somente a eles responderem pelos seus atos.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Empate injustificável

A absurda tabela do Campeonato Gaúcho, que lhe impôs a disputa de quatro jogos num espaço de oito dias, forçou o Grêmio a colocar um time de reservas para jogar contra o São Luiz, hoje á noite, no 19 de Outubro. Ainda assim, o empate em 2 x 2 é injustificável para o Grêmio. O São Luiz é o lanterna absoluto do Gauchão e, em seu jogo anterior, foi goleado pelo Passo Fundo, fora de casa, por 4 x 1. Com qualquer time que colocasse em campo, o Grêmio tinha a obrigação de conseguir a vitória. Tudo parecia, inclusive, se encaminhar para isso, pois, com um minuto de jogo no primeiro tempo, Saimon fez 1 x 0 para o Grêmio. O jogo estava dominado pelo Grêmio, até que seu goleiro, Busatto, tomou um "frango". Esse gol desestabilizou o time, que, então, permitiu o crescimento do São Luiz em campo. Porém, ainda no primeiro tempo, mesmo sem jogar bem, o Grêmio fez 2 x 1, gol de Yuri Mamute. O segundo tempo transcorria tranquilo, com superioridade do Grêmio, quando, aos 42 minutos, Geromel marcou um gol contra. Não deu tempo para conseguir o gol da vitória. Com isso, o Grêmio, nas últimas três partidas pelo campeonato estadual, e jogando com os titulares em duas delas, conseguiu apenas dois pontos. Isso é inadmissível! Esse comportamento desleixado na competição fará com que o Grêmio, caso venha a decidi-la com o Inter, como tudo indica, tenha de realizar o segundo jogo na casa do adversário. O jogo de hoje, serviu, no entanto, para mostrar algumas situações muito claramente, e deixar interrogações quanto a outras. Jogadores como Léo Gago e Lucas Coelho não tem a menor condição de jogar no Grêmio. Yuri Mamute, mesmo tendo feito um gol, ainda não mostrou um futebol que justifique ser aproveitado no grupo. Busatto teve uma atuação horrorosa e deixou dúvidas sobre a sua capacidade. Por outro lado, Jean Deretti, de tão boas partidas no início do ano, tornou-se, inexplicavelmente, suplente do time reserva. Para um clube que carece de títulos, o desempenho do Grêmio não inspira confiança. A Libertadores é prioridade, claro, mas um clube que não ganha o campeonato do seu Estado há quatro anos, não pode tratá-lo com desdém.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Racismo

O racismo no futebol atingiu um estágio em que não pode mais ser tratado com desdém. Na Europa, é uma prática antiga e recorrente. Porém, o fenômeno está se disseminando pelo mundo. Manifestações racistas são, sempre, repugnantes, mas em alguns países, mais do que isso, são um contrassenso. Esse é o caso do Peru, onde, há algumas semanas, o jogador Tinga, do Cruzeiro, foi alvo de insultos racistas por parte da torcida do Real Garcilaso, e do Brasil, onde fatos semelhantes tem se repetido com frequência. Só entre ontem e hoje, foram dois, envolvendo o árbitro Márcio Chagas da Silva, no jogo Esportivo x Veranópolis, em Bento Gonçalves (RS), e o volante Arouca, do Santos, em partida contra o Mogi-Mirim, no município homônimo, no estado de São Paulo. O Peru é um país onde grande parte da população tem ascendência indígena. O Brasil é, essencialmente, mestiço, com uma expressiva porcentagem de negros entre os seus habitantes. Urge que se tomem providências céleres visando eliminar essa nódoa do futebol. Nesse sentido, é deplorável a declaração do presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto, de que o órgão que dirige nada pode fazer para resolver o problema. Aliás, para que servem a referida federação e seu inepto presidente? Racismo é crime e, por sinal, inafiançável. Lugar de criminoso é na cadeia.

quarta-feira, 5 de março de 2014

O revolucionário Paulo Barros

A Unidos da Tijuca é a campeã do Carnaval do Rio de Janeiro, em 2014. Esse é o seu terceiro título nos últimos cinco anos, um feito extraordinário para uma escola de samba considerada pequena e que, antes dessas conquistas, só havia sido campeã em 1936. Por trás desse três títulos, um mesmo nome, o do carnavalesco Paulo Barros. Ele foi o responsável pela segunda grande revolução dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. A primeira, em meados dos anos 70, foi feita por Joãosinho Trinta, que colocou o luxo na avenida, em contraste com as fantasias e alegorias modestas de até então, obtendo um tricampeonato para a Beija-Flor, uma escola de samba que ainda era praticamente desconhecida e que, a partir dali, tornou-se uma das grandes. Paulo Barros fez a segunda revolução do Carnaval ao introduzir a tecnologia aliada à criatividade. Com isso, mais do que nunca, o Carnaval do sambódromo da Marquês de Sapucaí tornou-se um espetáculo na acepção da palavra, não apenas um desfile de alas. As comissões de frente, particularmente, se tornaram um enorme atrativo para o público, pois a cada ano, ficam mais criativas e surpreendentes. Joãosinho Trinta obrigou as demais escolas a aderirem ao luxo. Paulo Barros fez o mesmo quanto aos efeitos especiais e à inventividade. Assim como no caso da Beija-Flor, a Unidos da Tijuca, a partir do trabalho de um carnavalesco revolucionário, deverá passar, definitivamente, a ser considerada uma grande escola de samba.

Obrigação cumprida

Não se podia esperar outra coisa da Seleção Brasileira, hoje, no amistoso contra a África do Sul, no Soccer City, que não fosse a vitória, e ela veio. Portanto, a obrigação foi cumprida. Mais do que vencer, a Seleção goleou, o que nunca havia acontecido contra esse adversário. Até hoje, as vitórias da Seleção sobre a África do Sul haviam sido por um gol de diferença. O placar de 5 x 0 começou a ser construído cedo, com um gol de Oscar. No final do primeiro tempo, Neymar aumentou. Logo no início do segundo tempo, Neymar estabeleceu a goleada. Ela foi ampliada com um golaço de Fernandinho. No final, mais um gol de Neymar. Ainda que a África do Sul seja uma equipe modesta, e não vá participar da Copa do Mundo, foi uma vitória afirmativa, e que mostrou, para quem ainda duvida, que, sim, a Seleção tem um jogador capaz de fazer a diferença a seu favor, e ele se chama Neymar.

Empates

Mesmo jogando contra adversários modestos, Grêmio e Inter apenas empataram, hoje, pelo Campeonato Gaúcho. O Inter jogou primeiro, como mandante, no Estádio do Vale, e ficou no 1 x 1 com o São José. O primeiro tempo terminou com a vitória parcial do São José por 1 x 0, com um gol que o Inter alega ter resultado de um lance em impedimento. Somente aos 32 minutos do segundo tempo, com um belo gol de Rafael Moura, o Inter obteve o empate. Ainda que dispusesse de um tempo razoável para alcançar a virada, o Inter não a conseguiu. Se é verdade que o Inter está disparado na pontuação do Gauchão, e o resultado, portanto, não lhe traz maiores prejuízos, um empate, jogando com o seu time titular, contra um adversário frágil, justifica preocupações. Afinal, para atingir o objetivo a que se propõe no ano, o de ganhar uma competição nacional, o Inter terá de enfrentar oponentes bem mais qualificados. Mais tarde, foi a vez do Grêmio jogar contra um adversário de escasso potencial. O empate em 0 x 0 com o Cruzeiro, no Vieirão, em Gravataí, não pode ser aceito de modo algum. O Grêmio vinha de derrota, o que exigia uma reabilitação. Ainda que o Grêmio tenha criado muitas oportunidades de gol, não conseguiu marcar um sequer. Nos últimos seis pontos disputados, o Grêmio só obteve um, contra clubes pequenos. Em ambos, jogou com seu time titular, à exceção de Werley, no primeiro, e Riveros, hoje. Afora isso, nos jogos fora de casa no campeonato estadual, o Grêmio tem vencido pouco. Para um clube que diz querer vencer a competição e que deseja, também, o título da Libertadores, é muito pouco. Os resultados dessa noite ligaram o sinal de alerta para Grêmio e Inter. Será preciso muita mais futebol e aplicação para os dois, ou 2014 será um ano de frustrações para ambos.

terça-feira, 4 de março de 2014

O anticlímax da Copa

Nem nas minhas projeções mais pessimistas eu poderia esperar algo como o que se vê hoje, quando faltam apenas 100 dias para o início da Copa do Mundo, no Brasil. O clima de entusiasmo em relação à competição, praticamente, inexiste, e vive-se um anticlímax. As críticas feitas pela imprensa à escolha do Brasil como sede da competição, que imaginei que refluiíssem quando sua realização se aproximasse, permaneceram candentes. Os protestos continuam ocorrendo em todo o país, na linha do "Não vai ter Copa", "Nós queremos hospitais padrão Fifa", e outros. Sim, é verdade que as obras, como se esperava, foram, e muito, superfaturadas, que o atraso na conclusão dos estádios é vergonhoso, e que as construções de mobilidade urbana, em sua maioria, não ficarão prontas antes da Copa. Porém, mesmo se levando tudo isso em conta, é preciso lembrar que o Brasil vai sediar, pela segunda vez em sua história, a maior competição do futebol mundial. A primeira Copa realizada no Brasil foi há 64 anos, logo, assistir a competição em seu país será uma experiência inédita para a maioria dos brasileiros. Pela primeira vez, todos os campeões da história da Copa do Mundo estarão presentes numa mesma edição da competição. Só isso já serve para fazer da Copa de 2014 um espetáculo singular. Faltando, apenas, 100 dias para o início da disputa, os críticos sistemáticos e os ranzinzas de plantão bem poderiam mudar seu comportamento, para que todos nos empenhássemos em fazer da Copa de 2014 um acontecimento exitoso. Sediar uma Copa é um privilégio, não um castigo.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Espetáculo fascinante

Muitas pessoas torcem o nariz para o Carnaval. Entendem ser uma festa alienante e licenciosa. Não vejo assim. Ainda que o Carnaval já não seja tão integrado à população como no passado, permanece como um elemento cultural importante no Brasil. Nesse contexto, fascina-me, particularmente, o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. A cada ano, é um espetáculo que parece superar-se em beleza e grandiosidade. Tive a oportunidade de assisti-lo ao vivo e me encantei com tudo o que envolve o desfile. Mesmo pela televisão, no entanto, sem a experiência insubstituível de testemunhar epidermicamente o festival de cores, luzes, ritmo e animação, o prazer diante do que os olhos veem é intenso. Para os que acham que, no Brasil, nada se faz que tenha um nível de excelência, o Carnaval do sambódromo do Rio de Janeiro é um desmentido enfático. Ele é uma prova da capacidade de trabalho e organização do povo brasileiro. Não é à toa que o Carnaval da Marquês de Sapucaí atrai turistas de todas as partes do mundo, muitos deles desfilando. Numa época em que o futebol mostra tanta desorganização e improvisação em relação à Copa do Mundo, para qual o país teve sete anos para se preparar, o Carnaval mostra o que é possível fazer de um ano para o outro, num trabalho cansativo e exigente, mas cujo resultado final é sempre empolgante. Se você ainda, não viu, não sabe o que está está perdendo. Deixe o mau humor e o preconceito de lado, e entregue-se à magia desse espetáculo único e fascinante.

domingo, 2 de março de 2014

Poucas surpresas

A entrega do Oscar, o mais prestigioso prêmio do cinema, apresentou poucas surpresas nas principais categorias. Favoritos como Mathew McConauhghey, Cate Blanchett e Jared Leto, confirmaram, ganhando os prêmios para ator, atriz, e ator coadjuvante, respectivamente. A vitória de Lupita Nyong'o como atriz coadjuvante não era dada como tão certa, mas ela estava bem cotada. "Gravidade" ganhou sete oscars, mas apenas um dos mais relevantes, o de melhor diretor para Alfonso Cuarón. Mexicano, Cuarón tornou-se o primeiro latino-americano a ganhar o Oscar de melhor diretor. Os demais prêmios ganhos pelo filme foram técnicos. Uma curiosidade foi o prêmio de melhor roteiro original, dado a Spike Jonze, por "Ela", o único obtido pelo filme. Mais uma vez, o melhor filme não foi o do diretor premiado, o que sempre causa alguma estranheza. O escolhido foi "12 anos de escravidão", que assim obteve o prêmio mais importante e, no total, dois de maior relevância, pois juntou-se ao de atriz coadjuvante para Lupita Nyong'o. Foi uma premiação sem grandes surpresas num ano em que tivemos uma safra de bons filmes. A destacar, o fato de que, na homenagem prestada aos nomes do cinema que faleceram, no período decorrido entre a cerimônia anterior do Oscar e a deste ano, foi lembrado o do cineasta brasileiro Eduardo Coutinho. Foi um ano de premiações justas, para trabalhos de muito bom nível.

sábado, 1 de março de 2014

Derrota

O estado do gramado era péssimo, e o árbitro marcou pênalti numa falta cometida fora da área. Ainda assim, a derrota do Grêmio para o São Paulo, de Rio Grande, por 2 x 1, hoje à tarde, no Aldo Dapuzzo, pelo Campeonato Gaúcho, é difícil de ser assimilada pelo torcedor. O Grêmio, à exceção de Werley, jogou com todos os seus titulares contra um adversário fraco, que havia ganho apenas uma partida, anteriormente, no Gauchão, e se encontrava na zona de rebaixamento. O gerente de futebol do Grêmio, Rui Costa, normalmente contido, mostrou-se indignado com a condição do gramado, imprópria para a prática do futebol, e com a atuação de Eleno Todeschini, a quem conceituou de "árbitro de quinta categoria" e "desclassificado". Ele tem razão no que disse, mas a superioridade técnica do Grêmio sobre o São Paulo é tamanha, que o time deveria ter superado todos esses obstáculos e vencido a partida. Porém, não soube fazê-lo. As atuações individuais, dessa vez, foram muito pálidas. Nem mesmo Luan conseguiu jogar bem. A derrota inesperada impediu o Grêmio de obter a classificação antecipada para a fase decisiva da competição, o que lhe permitiria escalar reservas nos próximos jogos, que serão muito próximos entre si. Uma ducha de água fria no entusiasmo causado pelas duas vitórias na Libertadores, mas que, é claro, não devem abalar a confiança do grupo. Serve, apenas, como um sinal de alerta, pois no futebol, não se pode diminuir o ímpeto nunca, é preciso disputar todos os jogos com a máxima seriedade.