quarta-feira, 5 de março de 2014

O revolucionário Paulo Barros

A Unidos da Tijuca é a campeã do Carnaval do Rio de Janeiro, em 2014. Esse é o seu terceiro título nos últimos cinco anos, um feito extraordinário para uma escola de samba considerada pequena e que, antes dessas conquistas, só havia sido campeã em 1936. Por trás desse três títulos, um mesmo nome, o do carnavalesco Paulo Barros. Ele foi o responsável pela segunda grande revolução dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. A primeira, em meados dos anos 70, foi feita por Joãosinho Trinta, que colocou o luxo na avenida, em contraste com as fantasias e alegorias modestas de até então, obtendo um tricampeonato para a Beija-Flor, uma escola de samba que ainda era praticamente desconhecida e que, a partir dali, tornou-se uma das grandes. Paulo Barros fez a segunda revolução do Carnaval ao introduzir a tecnologia aliada à criatividade. Com isso, mais do que nunca, o Carnaval do sambódromo da Marquês de Sapucaí tornou-se um espetáculo na acepção da palavra, não apenas um desfile de alas. As comissões de frente, particularmente, se tornaram um enorme atrativo para o público, pois a cada ano, ficam mais criativas e surpreendentes. Joãosinho Trinta obrigou as demais escolas a aderirem ao luxo. Paulo Barros fez o mesmo quanto aos efeitos especiais e à inventividade. Assim como no caso da Beija-Flor, a Unidos da Tijuca, a partir do trabalho de um carnavalesco revolucionário, deverá passar, definitivamente, a ser considerada uma grande escola de samba.

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