domingo, 21 de junho de 2015

Os 45 anos de uma conquista inesquecível

Na data de hoje completam-se 45 anos de uma conquista inesquecível da Seleção Brasileira, a do terceiro título da Copa do Mundo, que deu ao futebol brasileiro, em definitivo, a posse da Taça Jules Rimet. Atualmente, com uma Seleção tecnicamente fraca, a evocação da Copa do Mundo de 1970 torna-se uma saudade ainda mais doída. Os que não viram aquela Seleção jogar, não sabem o que perderam. Muitos consideram que foi a melhor seleção da história, dentre todos os países. Particularmente, muito da minha paixão pelo futebol talvez advenha do fato de, com apenas oito anos, quando recém começava a entender melhor e me embrenhar no universo desse esporte, ter assistido, extasiado, pela tevê, aquela equipe magnífica. Numa mesma escalação, juntos, craques históricos como Pelé, o maior de todos os tempos, Tostão, Rivelino, Gérson, Jairzinho, Carlos Alberto. Como coadjuvantes de luxo, Brito, Piazza, Everaldo e Clodoaldo. Félix, o goleiro, era apenas mediano, mas não comprometia. Na reserva, jogadores do nível de Paulo César Caju, Marco Antônio e Edu. Nunca, em tempo algum, tantos talentos estiveram reunidos num mesmo grupo. Em seis jogos, a Seleção marcou 19 gols, uma média superior a três por jogo. Jairzinho fez gols em todas as partidas, num total de sete. Na decisão, para não deixar dúvidas, uma goleada de 4 x 1 sobre a Itália. Foi a última das quatro Copas do Mundo de Pelé pela Seleção. Uma Copa extraordinária, que teve a Itália de Albertosi e Fachetti, a Alemanha de Beckenbauer e Gerd Müller, o Uruguai, de Mazurckiewicz e Ancheta, o melhor Peru de todos os tempos, treinado pelo brasileiro Didi, com Cubillas, Chumpitaz, Mifflin, Sotil e Oblitas. Um título que se deve, sempre, reverenciar, com suas imagens sendo revistas pelos que o testemunharam, e apresentadas ás novas gerações para que elas possam tomar conhecimento do melhor futebol que o Brasil já produziu.

Primeiro lugar

A vitória por 2 x 1 sobre a Venezuela, hoje, no Monumental, em Santiago, classificou a Seleção Brasileira em primeiro lugar no seu grupo na fase inicial da Copa América. Agora, a Seleção vai jogar contra o Paraguai, no próximo sábado, pelas quartas de final. Como se vê, mesmo sem Neymar, seu único craque, a Seleção foi capaz de vencer e seguir adiante na competição. Os dois gols brasileiros foram bonitos. O primeiro, um chute de primeira de Thiago Silva no meio da grande área. O segundo, numa bela jogada de William pela esquerda concluída por um chute certeiro de Roberto Firmino. A atuação da Seleção, no entanto, mais uma vez deixou a desejar. A Venezuela descontou, e por pouco não empatou. Assim, aos trancos e barrancos, a Seleção segue adiante na disputa, mas deixando nos torcedores uma grande inquietação quanto ao seu futuro. Não há grandes jogadores para convocar e, com isso, não se pode formar uma equipe que seja mais do que mediana. Neymar é diferenciado, mas não pode carregar uma equipe sozinho. Na Seleção Brasileira Sub-20, vice-campeã mundial da categoria, há bons jogadores, mas nenhum craque. Resta torcer para que o futebol brasileiro, sempre tão fértil em revelações, possa, em breve, ver surgir uma nova geração de grandes jogadores. Se isso não acontecer, as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, serão extremamente difíceis. Dessa forma, até a hipótese, em outros tempos impensável, de a Seleção, pela primeira vez, não se classificar para a maior competição do futebol mundial, terá de ser considerada.