terça-feira, 20 de maio de 2014

Ativismo

Um dos elementos que está mais presente em nossos dias é o ativismo social. Os ativistas são pessoas que se propõem a mudar o mundo para melhor, conforme seus próprios conceitos. Em princípio, suas ideias são carregadas de bom senso, mas eles incorrem no exagero. A todo o momento, surge um ativista para propor proibições, ou para impedir obras, sempre em nome da defesa de causas nobres, como, por exemplo,  a preservação da natureza, da saúde, da vida humana, e da proteção aos animais. O vereador, de Porto Alegre, Marcelo Sgarbossa (PT), pelo visto, é um deles. Sgarbossa já havia proposto que todos os semáforos de Porto Alegre tivessem um tempo de 30 segundos para a travessia de pedestres. Testada na prática, a medida se revelou um desastre, trancando a cidade com enormes engarrafamentos, e o prefeito, que pretendia sancioná-la, sensatamente, voltou atrás. Agora, Sgarbossa quer que, em um dia por semana, os refeitórios ligados à prefeitura de Porto Alegre sirvam refeições sem carne. O projeto visa incentivar a alimentação vegetariana. O vereador, a propósito, declarou o seguinte: "Com a apresentação desta proposição, pretende-se discutir duas questões: o compromisso ético relativo ao direito dos animais e ao seu bem-estar, e o consumo excessivo de carne e suas implicações na saúde humana e no planeta". Sgarbossa argumenta que as últimas pesquisas médicas demonstram que carnes vermelhas estão associadas a doenças crônicas como obesidade, enfermidades cardiovasculares, diabetes e vários tipos de câncer. As alegações do vereador são ponderáveis, mas seus projeto não se justifica. As pessoas tem o direito de consumir o alimento que quiserem. A defesa dos direitos dos animais não implica em que o ser humano deixe de utilizá-los em sua alimentação, como sempre fez. Um projeto como esse, especialmente em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, estado que é a terra do churrasco, vai de encontro aos hábitos da população. Em vez de tentar "salvar o mundo" com suas propostas excêntricas, Sgarbossa faria melhor uso de seu cargo se tratasse de questões mais práticas, como a superlotação de hospitais, o avanço da criminalidade, entre outras. Os eleitores não desejam que seus representantes reformem a sociedade e seus valores, apenas que ajudem a tornar sua vida menos árdua e espinhosa.