quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A escalada da violência

Houve um tempo em que os gaúchos acreditavam que viviam num oásis de tranquilidade, a salvo de acontecimentos de extremada violência. Achava-se que tais fatos eram restritos a Rio de Janeiro e São Paulo. Não é mais assim. A escalada da criminalidade assusta a todos. Só na região metropolitana de Porto Alegre, foram 1000 assassinatos desde o início do ano de 2011. Em grande parte dos casos, vítimas e algozes estão envolvidos com drogas. A violência, agora, não está mais restrita aos dois maiores centros do país. Espalha-se por todas as regiões, e o Rio Grande do Sul, é óbvio, não seria uma ilha nesse contexto. Ao contrário do que pensam muitos, não será com a intensificação das ações de repressão que o problema terá solução. Os envolvidos nessa carnificina são pessoas que tem muito pouco a perder, pois pertencem ao submundo da sociedade. Necessita-se é de um novo modelo social, com mais educação e cidadania. Um modelo que procure acolher a todos, sem exclusões. O crime e a droga prosperam onde o Estado se mostra ausente. A violência não é causa de coisa alguma, é consequência. Sem reformar as estruturas da sociedade, nada irá mudar. O  Brasil ainda é uma país brutalmente injusto e desigual. Enquanto isso persistir, muitos jovens das camadas mais desassistidas da sociedade irão ser atraídos pelo crime e pela contravenção Os números assustadores da violência são um retrato da falência do modelo social vigente, baseado no individualismo, no consumismo, na indiferença em relação aos outros. Uma mudança de paradigmas se faz necessária. Isso, no entanto, não gera resultados imediatos, o que levará a maioria a, simplesmente, pedir por mais repressão, resultando num círculo vicioso de violência. Somente uma sociedade estruturada em bases humanistas pode reverter essa situação. Parece utópico? Pois, acredite, é a única saída para enfrentar a violência. Não há outra.