segunda-feira, 2 de junho de 2014

Os ídolos também sofrem

Há poucos dias, nesse espaço, abordei a morte de dois ex-jogadores de futebol, Joel Camargo e Washington. Ambos conheceram o sucesso e a glória nos gramados, mas, também, desventuras e doenças após o encerramento de suas carreiras. Ontem, Marinho Chagas, mais um jogador que conheceu a fama e o reconhecimento, faleceu. Marinho morreu 40 anos após a única Copa do Mundo que disputou, a de 1974, na Alemanha, na qual foi eleito o melhor lateral esquerdo, e ás vésperas de uma edição da competição no Brasil. Lateral esquerdo de exuberante técnica e muito vigor físico, conquistou poucos títulos em sua carreira, mas deixou sua marca indelével de grande jogador. Após parar de jogar, não conseguiu dar um rumo adequado à sua vida, e entregou-se ao álcool. Com o tempo, seu fígado cobrou a conta dos abusos, e Marinho morreu, com apenas 62 anos. Agora, veio a público a notícia de que Coutinho, grande parceiro de Pelé, teve de amputar um dedo de um dos pés devido ao diabetes, a exemplo do que havia ocorrido com Joel Camargo. Todos os jogadores aqui citados tiveram passagens pela Seleção Brasileira, e, com exceção de Washington, foram convocados para edições da Copa do Mundo. Coutinho em 1962, Joel Camargo em 1970, e Marinho Chagas em 1974. Atingiram a glória enquanto jogavam, e experimentaram momentos dolorosos depois de "pendurarem as chuteiras". Foram ídolos, conheceram muitos países, ganharam dinheiro, tiveram, portanto, experiências a que grande parte das pessoas não tem acesso. Porém, a vida lhes apresentou um outro lado. Se obtiveram feitos que não estão ao alcance de muitos, viram que, em maior ou menor medida, o infortúnio acomete a todos. Como qualquer pessoa, os ídolos também sofrem.