domingo, 7 de outubro de 2012

O grande erro do PT

A esmagadora vitória de José Fortunati, que reelegeu-se prefeito de Porto Alegre ainda no primeiro turno, com mais de 60% dos votos válidos, deve-se, em grande parte, a um erro grave cometido pelo PT. A ânsia de protagonismo do PT faz com que ele, numa coligação, queira sempre a cabeça de chapa para si. Em função disso, em vez de concorrerem unidos na eleição, PT e PC do B, antigos parceiros, estavam em raias separadas. O PC do B tinha uma candidata de grande densidade eleitoral, a deputada federal Manuela D'Ávila, mas o partido ainda não tem a estrutura necessária para ganhar uma eleição majoritária. O PT, por sua vez, possui uma máquina partidária invejável, mas não dispunha de nenhum candidato com viabilidade eleitoral. Ora, o que indicava o bom senso, nesse caso, era que o PT se associasse à Manuela, indicando o candidato a vice-prefeito e participando da administração, em caso de vitória. Seria a reunião do imenso potencial de votos da candidata com a grande estrutura do partido, uma combinação que teria amplas possibilidades de êxito. No entanto, o PT resolveu lançar um candidato próprio. O escolhido foi o deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Adão Villaverde. Tímido, sem nenhum carisma, Villaverde mostrou-se um candidato inviável, levando o PT a um dos maiores fracassos da sua história. Sua participação no último debate antes da eleição foi constrangedora. Por não querer ceder espaço aos seus aliados, tratados sempre como subalternos, o PT entregou, de bandeja, a vitória para Fortunati. Resta saber se o partido aprenderá a lição, ou se sua busca pelo protagonismo lhe impingirá novas derrotas tão contundentes como a de hoje.