sábado, 2 de março de 2013

O PIB

Na sua busca incessante de meios para desgastar a imagem do governo federal, a oposição e a imprensa conservadora lançaram mão de mais um argumento. Agora, suas ações se concentram no PIB, o Produto Interno Bruto do país, cujo crescimento, acusam, tem sido irrisório. O PIB do Brasil teve um crescimento de 0,9% em 2012. O índice é o mais baixo desde o governo de Fernando Collor de Mello, e foi apelidado de "pibinho". A divulgação do fato foi o que bastou para que uma saraivada de críticas fosse endereçada ao governo, com previsões catastrofistas a respeito do futuro do país. A opção do governo de incentivar o consumo foi classificada como algo que tem eficácia no presente, mas compromete o futuro. Tenho muito cuidado ao tratar de economia, um assunto árido e que exige uma especialização que não possuo. Porém, podemos lembrar alguns fatos e refletir sobre eles. No início dos anos 70, em plena ditadura militar, o Brasil vivia o chamado "milagre econômico" e crescia ao espantoso índice de 11% ao ano. No entanto, as condições de vida da maioria da população seguiam sendo precaríssimas. Sobre isto, o ditador de plantão, general Emílio Garrastazu Médici, saiu-se com a seguinte pérola: "O país vai bem, o povo é que vai mal". Curioso, não?  O que é um país sem o povo que o habita? Não mais que um conjunto de acidentes geográficos e construções prediais. Na mesma linha, o então homem forte da economia brasileira, o ex-ministro Delfim Netto, afirmou: "Primeiro, precisamos fazer crescer o bolo, para, depois, reparti-lo". Como se sabe, a tal repartição do bolo nunca aconteceu. Somente agora, mais de quarenta anos depois, as camadas mais pobres da população estão sendo resgatadas da sua situação de penúria. Com o aumento da empregabilidade, mais pessoas ingressaram no mercado de trabalho, garantindo renda própria e diminuindo a informalidade. A mobilidade social teve um grande avanço, com milhões de brasileiros sendo incluídos na esfera de consumo, da qual estavam marginalizados. O reflexo direto disto se deu no carrinho de supermercado, que, agora, para muitos, é preenchido com muitos outros itens afora os que integram a cesta básica. Pessoas que jamais haviam imaginado que um dia poderiam viajar de avião, hoje podem fazê-lo. O governo atual, claramente, optou por investir no cidadão, em vez de privilegiar o atingimento de metas econômicas. Muitos, chamam isto de "populismo". Para mim, é justiça social. Não sei o que o futuro reserva para o Brasil, nem quais os reflexos que nele terá o tal "pibinho". Só sei que o presente, do ponto de vista da população, está bastante satisfatório. Por enquanto, para mim, isto é o suficiente.