quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Sete títulos

Uma questão irritante no futebol brasileiro é a interminável discussão sobre quem é o verdadeiro campeão do país de 1987, se o Flamengo ou o Sport. A disputa correu durante anos nos tribunais, até que o Supremo Tribunal Federal decidiu que o título pertence ao Sport. A decisão pode até estar alicerçada no embasamento jurídico mas, esportivamente, é um absurdo. Organizado pelo Clube dos 13, o Brasileirão daquele ano teve dezesseis participantes, os tradicionais doze maiores clubes do país e mais Bahia, Coritiba, Santa Cruz e Goiás. Paralelamente, a CBF realizou um campeonato com outros clubes do país, e propôs que, ao término das duas competições, seus finalistas se enfrentassem para definir quem seria o campeão brasileiro daquele ano. Eurico Miranda, em nome do Clube dos 13, teria concordado com a proposta, o que legitimaria a posição do Sport. No aspecto estritamente jurídico, pode até ser. Porém, esportivamente, é um absurdo. Como pode um clube que enfrentou a elite do futebol do país ter de decidir o título de campeão brasileiro, em igualdade de condições com outro que venceu uma disputa com adversários de segundo e terceiro escalões? Para os amantes do futebol dentro do campo, não pode haver nenhuma dúvida de que o Flamengo é o campeão brasileiro de 1987 e que, portanto, ao ganhar o mesmo título em 2019, tornou-se sete vezes campeão brasileiro. Com os sete títulos, o Flamengo igualou o Corinthians, e ambos ostentam a condição de maiores vencedores da competição. Os que contestam esse fato o fazem por clubismo e inveja.