sábado, 22 de dezembro de 2012

O endurecimento da Lei Seca

Andar na contramão de posições que ganham a simpatia de grande parte da opinião pública não é uma atitude das mais atraentes para quem se propõe a escrever textos como os postados nesse espaço. Muito mais cômodo seria remar a favor da maré. Porém, esse nunca foi o meu comportamento. Gostem as pessoas, ou não, exponho o meu pensamento, ainda que o mesmo não reflita o posicionamento aparentemente preponderante sobre o assunto em foco. Assim sendo, discordo dos que saúdam o "endurecimento" da Lei Seca. Por mais que tentem, não me deixo convencer de que a tal lei foi feita para salvar vidas, acabando com a carnificina dos acidentes de trânsito. O que, espertamente, ocorre é a utilização de um tema que causa comoção junto ao público, para fornecer mais uma fonte de arrecadação para os governos. Tanto é verdade, que a multa por dirigir alcoolizado, que já era alta, aumentou substancialmente, indo, em números redondos, de R$ 900 para R$ 1.900. Uma autêntica demonstração do que é a indústria da multa. Em outras oportunidades, já expus minha convicção de que não se muda o comportamento humano editando leis. Mesmo quando do surgimento da Lei Seca, as mortes no trânsito não diminuíram. Os radares e pardais também não fizeram decrescer as tragédias no trânsito. O "endurecimento" não terá, também, nenhum efeito prático nesse sentido. Vai, apenas, engordar os cofres do governo que, nesse caso, como em tantos outros do gênero, age como lobo em pele de cordeiro.