quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Convocação irregular

O técnico da Seleção Brasileira, Tite, anunciou, hoje, os jogadores convocados para os amistosos contra Panamá e República Tcheca, em março. Foi uma  convocação irregular, pois se a presença na lista de jogadores como Lucas Paquetá, Everton e Vinicius Júnior, jovens e muito talentosos, deve ser efusivamente saudada, outros nomes que a integram não deveriam ter sido chamados. Não há sentido, faltando três anos para a próxima Copa do Mundo, em convocar Daniel Alves, de 36 anos, Miranda, 35, Thiago Silva, 34, e Filipe Luís, 33, já que eles não deverão estar presentes no Catar, em 2022. Portanto suas convocações são uma perda de tempo, já que os jogadores com perspectiva de presença na competição deveriam estar sendo testados desde agora. Afora isso, jogadores como Danilo, Alexsandro, Alan e Felipe Anderson são insuficientes tecnicamente para a Seleção. A única tentativa de explicação para Tite convocar veteranos que não estarão presentes na Copa do Mundo seria a de que estaria preocupado em ganhar a Copa América, que se realizará no Brasil daqui a quatro meses, para garantir-se no cargo. A hora, no entanto, é ideal para Tite promover uma ampla renovação na equipe. A Seleção não teve um desempenho satisfatório na Copa do Mundo de 2018. Esse fato, somado a idade avançada de alguns jogadores remanescentes daquela disputa, justificariam uma mudança mais acentuada nos nomes convocados. Outro fato a ser observado é a convocação de apenas dois jogadores que atuam em clubes brasileiros. Estar jogando por um clube do exterior não é, necessariamente, um atestado de qualidade. Os critérios de convocação de Tite continuam sendo muito discutíveis, e isso poderá lhe render novos insucessos como técnico da Seleção.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Efetividade

A goleada de 3 x 0 que o Real Madrid levou do Barcelona hoje, em pleno Santiago Bernabeu, pela Copa da Espanha, se explica,  fundamentalmente, pelas atuações de Vinicius Júnior e Luís Suarez. O jogador brasileiro, mais uma vez, mostrou sua grande qualidade técnica, mas lhe faltou a precisão no toque final para marcar gols. Suarez, por sua vez, foi cirúrgico, e marcou todos os gols do Barcelona, um deles de pênalti, com cavadinha. Em síntese, Suarez teve a efetividade que faltou para Vinicius Júnior. O jogador brasileiro possui um talento incontestável, e tem tudo para se tornar um grande destaque do futebol mundial nos próximos anos. Para que atinja o topo, no entanto, terá de aprimorar o acabamento dos lances de gol. Vinicius Júnior tem apenas 18 anos, e já é titular do Real Madrid, o que não é pouco. Porém, ainda lhe falta a consciência de que há momentos em que o brilhantismo deve ser trocado pela eficácia. Não é necessário tentar fazer apenas belos gols. Vencer dando espetáculo é o ideal, mas antes de pensar em brindar o público com lindas jogadas há que construir a vitória. Suarez sabe disso há muito tempo, e por isso, diante de uma chance clara de gol, não costuma desperdiçar a oportunidade.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Lua de mel meteórica

O que era inevitável aconteceu mais rápido do que se poderia imaginar. Com menos de dois meses no cargo, o presidente Jair Bolsonaro apresenta um índice de popularidade de apenas 38,9%, o mais baixo no período desde o primeiro governo de Luís Inácio Lula da Silva. O dado apenas reforça o desatino cometido por milhões de brasileiros, que levaram ao poder um homem totalmente despreparado. A lua de mel meteórica do eleitorado com Jair Bolsonaro coloca o país na trágica situação de ter como presidente alguém que já perdeu o respaldo popular no início do seu governo. O que será do Brasil daqui para a frente? Parece claro que a falta de condições mínimas de Bolsonaro para exercer o cargo irá abreviar a sua permanência no posto. O problema é o que virá depois. O governo Bolsonaro é respaldado pelos militares, o que significa que a queda do presidente não representaria o fim do projeto golpista de poder que o levou à vitória nas urnas. A insensatez dos que se deixaram manipular pelas forças de direita já está cobrando um alto preço ao país. Agora, para quem caiu no conto do falso "mito", não adianta chorar pelo leite derramado. Como expressa um ditado popular, o que é de gosto regala a vida.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Dever cumprido

Um jogo protocolar, com um vencedor óbvio. Assim pode ser considerado o jogo Grêmio 2 x 0 Veranópolis, hoje, na Arena, pelo Campeonato Gaúcho. Afinal, como não esperar uma vitória do líder isolado da competição contra o lanterna absoluto? Portanto, foi dever cumprido. O Grêmio nem precisou fazer força para ganhar. Fez o suficiente para vencer, com um gol em cada tempo, ambos de Marinho, que, ao que parece, é mais um caso de recuperação de um jogador feita pelo técnico do Grêmio, Renato. Agora, o Grêmio só voltará a jogar na estreia da Libertadores, contra o Rosario Central, no Gigante de Arroyto. Ainda que o Gauchão não sirva de parâmetro, por ter um nível técnico muito baixo, o futebol mostrado pelo Grêmio até aqui dá razões para que a torcida possa sonhar com grandes conquistas em 2019.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

As surpresas do Oscar

A cerimônia de entrega do Oscar teve algumas mudanças, como a ausência de um apresentador fixo, por exemplo, mas que não alteraram a essência da sua estrutura. As surpresas do Oscar ocorreram nas premiações. Pelo menos duas das principais categorias não foram ganhas pelos favoritos. Olivia Colman ganhou o Oscar de melhor atriz por "A Favorita", embora a mais cotada fosse Glenn Close, de "A Esposa". No Oscar de melhor filme, o vencedor foi "Green Book, o Guia", contrariando as opiniões que davam "Roma" como o ganhador do Prêmio. Nos demais prêmios de atuação, prevaleceram os mais cotados. Regina King ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por "Se a Rua Beale Falasse". Mahershala Ali foi o vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante, por "Green Book, o Guia". O Oscar de melhor ator foi para Rami Malek, por "Bohemian Rhapsody". Aliás, "Bohemian Rhapsody" foi o grande vencedor da noite, pois das cinco indicações que recebeu, ganhou em quatro. Mesmo nas premiações inesperadas, não houve injustiças. Olivia Colman teve um grande desempenho, tanto quanto Glenn Close, e "Green Book, o guia" é muito bom filme. O Oscar de melhor diretor foi para Alfonso Cuaron, por "Roma", como já era esperado.

Repetição nauseante

Como de costume, o Inter teve marcado a seu favor um pênalti inexistente. Dessa vez, foi na vitória por 1 x 0 sobre o Avenida, hoje, nos Eucaliptos, pelo Campeonato Gaúcho, ainda que o lance não tenha sido determinante para o resultado, pois Neilton desperdiçou a cobrança. Porém, a cada jogo, acumulam-se os "erros" de arbitragem em benefício do Inter. Ao longo dos anos, é uma repetição nauseante. No entanto, o que determinou a derrota do Avenida foi a pouca ambição de seu técnico, Fabiano Daitx, que próximo ao final do jogo resolveu garantir o empate, trocando um atacante por um volante. O castigo veio rápido, com o Inter, pouco depois, marcando o gol que lhe deu a vitória. Ao abdicar de tentar vencer, visando manter o empate, Fabiano Daitx perdeu o jogo, e colocou o Avenida diante da possibilidade de entrar na zona de rebaixamento, caso o Brasil de Pelotas ganhe a partida  de terça-feira contra o São José, no Passo da Areia. O jogo de hoje foi muito fraco tecnicamente. O Avenida mostrou pouco poder ofensivo, e quase não chutou contra o gol do Inter. O Inter, novamente, teve uma atuação modesta, e continua a vencer sem convencer.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Rejeição correta

A CBF propôs aos clubes mudanças para o próximo Campeonato Brasileiro. A melhor de todas, e que foi aprovada, é a utilização do árbitro de vídeo em todos os jogos da competição. Antes tarde do que nunca! Porém, nem todas as propostas foram aceitas. Umas das ideias que foram recusadas é a limitação de apenas uma demissão de técnico por clube durante a disputa. Alguns profissionais da imprensa esportiva, com sua visão edulcorada do que deveria ser o futebol, condenaram o posicionamento dos clubes nessa questão. Não há razão para isso. Foi uma rejeição correta por parte dos clubes. Esse é um assunto interno dos clubes, não é da alçada da CBF. Como se poderia forçar um clube a permanecer com um técnico contra a sua vontade e a dos seus torcedores? A Europa, antes apontada como um exemplo de estabilidade dos técnicos, já não é mais assim. Também lá os maus resultados implicam em demissões, mesmo que o técnico esteja há pouco tempo no cargo. A adoção do árbitro de vídeo em todos os jogos deve ser saudada. Restrições como a limitação de demissões de técnicos, e do número de jogadores inscritos para 40 nomes, nada trariam de positivo, seriam apenas uma ingerência indevida da CBF nos seus filiados. Os clubes elevaram o número de inscritos para 45, retirando dessa lista os jogadores das categorias inferiores, no que fizeram muito bem, já que isso amplia o leque de opções para os técnicos. Os clubes agiram muito bem em relação às propostas da CBF, pois aprovaram o essencial e rejeitaram o descabido.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Soberania

A Venezuela está prestes a sofrer uma intervenção do "xerife do mundo", que é o papel que os Estados Unidos se autoatribuem. Ávidos por colocarem as mãos nas enormes reservas de petróleo da Venezuela, os americanos apelam para a comoção popular diante das precariedades enfrentadas pelos habitantes daquele país como meio de obter apoio para suas pérfidas intenções. Ninguém desconhece os problemas vividos pela população da Venezuela. No entanto, isso não dá o direito a nenhum país, seja qual for, de intervir em seus assuntos internos. Caso se configurasse a necessidade de uma intervenção de qualquer natureza, ela teria de ser proposta e liderada pela ONU, não por um país em particular. Aliás, convém lembrar que quando os Estados Unidos invadiram o Iraque e depuseram o seu presidente, Saddam Hussein, o fizeram a revelia da ONU. O motivo alegado para a invasão, a existência de armas químicas secretas no Iraque, era falso. Tanto num caso como no outro, não há qualquer motivação humanitária por trás das intenções americanas, apenas a cobiça pelas reservas de petróleo alheias. Porém, independentemente das motivações de uma possível intervenção dos Estados Unidos na Venezuela, ela seria um acinte aos mais basilares princípios democráticos. As questões internas da Venezuela devem ser decididas pelos seus habitantes. A soberania da Venezuela, bem como a de qualquer outro país, não pode ser violada.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Participação digna

Por um momento, parecia que o Avenida realizaria uma façanha impensável, e eliminaria o Corinthians da Copa do Brasil, hoje, em pleno Itaquerão. Não deu, e o Corinthians acabou vencendo o jogo por 4 x 2. Porém, o Avenida teve uma participação digna na competição, onde já havia eliminado, na fase anterior, o Guarani de Campinas, com um gol aos 45 minutos do segundo tempo, num jogo em que só a vitória lhe servia para se classificar. O Avenida, mesmo tendo perdido para o Corinthians e saído fora da Copa do Brasil, teve muitos ganhos ao tomar parte na competição. Financeiramente, obteve mais de R$ 1milhão pela classificação diante do Guarani, e receberá 40% da renda do jogo de hoje. Com sua histórica atuação, em que aos nove minutos do primeiro tempo estava derrotando o Corinthians por 2 x 0, chamou a atenção de todo o Brasil num jogo transmitido em tevê aberta. Num único jogo, o Avenida conseguiu uma exposição de marca que talvez não imaginasse poder alcançar um dia. A partida também proporcionou ao clube, que completa, em 2019, 75 anos de existência, seu primeiro jogo oficial fora do Rio Grande do Sul. Portanto, não há que lamentar a derrota. O Avenida tem muito a comemorar, pois nunca viveu um período de tanto crescimento em toda a sua história. Agora, resta ao clube afastar a ameaça de rebaixamento no Campeonato Gaúcho, para poder disputar a Série D brasileira de cabeça erguida e buscando continuar a romper limites.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

O caótico futebol carioca

O futebol carioca é, hoje, uma caricatura do que já foi. Seus grandes clubes despertavam paixões pelo Brasil afora, e forneceram a maioria dos jogadores da Seleção Brasileira durante décadas. A sede do poder político do futebol brasileiro segue sendo lá, desde os tempos da antiga CBD até a atual CBF. O Flamengo é o clube de maior torcida no país. O Maracanã foi, por muito tempo o maior estádio do mundo. Tudo isso, no entanto, contrasta com o caótico futebol carioca da atualidade. Botafogo, Fluminense e Vasco debatem-se com gravíssimos problemas financeiros, que se refletem na formação de times fracos e pouco competitivos. O Flamengo recuperou sua saúde financeira, mas as  contratações de impacto que realiza ainda não se traduziram na formação de um grande time e na conquista de títulos expressivos. Afora isso, o incêndio no "Ninho do Urubu", que resultou na morte de dez jogadores das categorias inferiores do clube, manchou a imagem da instituição. No domingo, no jogo Vasco x Fluminense, na decisão da Taça Guanabara, o primeiro turno do campeonato estadual, uma briga entre os dois clubes na Justiça pelo direito de suas torcidas ocuparem o lado sul do Maracanã fez com que só aos 30 minutos do primeiro tempo fosse autorizada a entrada do público no estádio. Hoje, os jogadores do Fluminense negaram-se a treinar, como forma de protesto pelos salários atrasados. O gerente de futebol do Fluminense, Paulo Angioni, admitiu a existência do atraso nos pagamentos, e disse que o clube ainda não sabe como irá resolver o problema. Sendo assim, como se explica que o Fluminense tenha contratado Paulo Henrique Ganso, um jogador caro? A má administração dos grandes clubes, com exceção do Flamengo, está levando o futebol carioca a um momento de acelerada decadência. Um triste presente, para quem teve um passado tão glorioso.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Primeira queda

O governo Jair Bolsonaro supera qualquer previsão em termos de decomposição moral e ineficiência administrativa. Em apenas 48 dias, tem sido uma usina de produção de más notícias, e sua equipe se mostra um ninho de serpentes, vorazes e desarticuladas. O resultado é um circo dos horrores, onde o que menos se faz é governar. Esse quadro dantesco já resultou na primeira queda de um ocupante do alto escalão. Hoje, o Secretário Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, depois de vários dias de "fritura", teve a sua demissão anunciada. O que esperar de um governo que em menos de 50 dias de sua instalação já demite um integrante do círculo de confiança do presidente? O secretário caiu em função de um conflito com um dos filhos do presidente, Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro. Os detalhes das intrigas envolvendo ambos não precisam ser referidos, o que importa é o desfecho do caso. A demissão de Bebianno é o reflexo de um governo que já está condenado, mesmo que mal tenha começado. A ideia de que, com o andar da carruagem, tudo vá melhorar, só pode ser cogitada pela cegueira ideológica, ou por uma extrema ingenuidade. O governo Bolsonaro é um monstrengo, caótico e inexequível administrativamente. Por mais que grupos poderosos tentem lhe dar sustentação, seu fracasso é inevitável.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

O vilão que virou herói

O Inter, mais uma vez, jogou mal, mas venceu o terceiro jogo consecutivo, e já é vice-líder do Campeonato Gaúcho. A vitória por 2 x 1 sobre o Caxias, hoje, no Beira-Rio, valeu apenas pelo resultado, pois o desempenho do Inter; novamente, deixou muito a desejar. O Caxias teve o jogo nas mãos, após empatar a partida e, logo depois, ficar com um homem a mais com a expulsão de Edenilson, do Inter. Porém, o Caxias não mostrou ambição de vencer o jogo, e acabou castigado com um gol aos 43 minutos do segundo tempo, que decretou a vitória do Inter. O autor do segundo gol do Inter, Patrick, foi o vilão que virou herói. Ele foi muito vaiado ao entrar em campo, durante o segundo tempo; mas ao marcar o gol da vitória do Inter acabou sendo aplaudido após o jogo.

Chances desperdiçadas

O Grêmio deu a impressão de não ter levado muito a sério o jogo contra o Brasil de Pelotas, hoje, no Bento Freitas, pelo Campeonato Gaúcho. Afinal, o técnico Renato foi liberado para fazer o curso de treinadores da CBF e, sem que houvesse razão para isso,  alguns titulares foram poupados. Ainda assim, a vitória poderia ter sido alcançada, pois o Grêmio teve o controle do jogo e várias oportunidades de gol. Porém, foram muitas chances desperdiçadas. Pepê, por exemplo, perdeu três gols feitos, que terjiam mudado a história do jogo. O Brasil de Pelotas, que segue na zona de rebaixamento, praticamente não deu trabalho para o goleiro do Grêmio, Júlio César. Só para não sair da rotina, o Grêmio teve um pênalti claríssimo sobre Kannemann que foi ignorado pelo árbitro Jonathan Pinheiro, no primeiro tempo. No segundo tempo, o árbitro expulsou Juninho Capixaba, de forma injusta, por uma suposta simulação. Nem assim o Brasil de Pelotas conseguiu tirar proveito, e o jogo terminou empatado em 0 x 0. Pelo que se viu em campo, será muito difícil o clube pelotense escapar do rebaixamento.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Chinelagem

O presidente Jair Bolsonaro parece se empenhar muito em desmerecer o cargo que ocupa. Bolsonaro é um bronco, desqualificado culturalmente, e o fato de ter sido eleito só demonstra o nível de desatino a que chegou uma parcela da população. Porém, até um rematado imbecil como o ex-capitão deveria saber que o cargo de presidente reveste-se de uma solenidade que precisa ser respeitada. Em seu retorno ao trabalho, depois de uma longa internação, Bolsonaro participou de uma reunião vestindo uma camiseta verde-limão, calça de abrigo esportivo e calçando chinelos. Um presidente não pode participar de reuniões oficiais com esse tipo de vestimenta. Há uma palavra usada popularmente que define situações que ferem o bom gosto e resvalam para a vulgaridade. A palavra é chinelagem. Sem nenhum trocadilho com o tipo de calçado usado por Bolsonaro, essa é a palavra que define com exatidão a postura exibida no encontro. Entre tantas barbaridades que perpetrou desde a sua chegada ao poder, Bolsonaro rebaixou a dignidade do cargo ao apresentar-se de maneira descomposta numa reunião oficial. A cada ato ou gesto, Bolsonaro só reforça o que qualquer pessoa minimamente lúcida sempre soube, ou seja, de que é completamente despreparado para o posto que ocupa. Sendo assim, o que fica como extremamente intrigante é o porquê de um asno como Bolsonaro ter sido escolhido por milhões de brasileiros para ocupar o cargo mais relevante do país.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Bibi Ferreira

Uma trajetória única. Assim pode ser definida a carreira da atriz Bibi Ferreira, que faleceu, hoje, aos 96 anos. Afinal, que outro artista, no Brasil ou no exterior, estrearia no teatro ainda bebê e só anunciaria sua aposentadoria cinco meses antes de sua morte em tão elevada idade? Bibi brilhou em peças e musicais. Cantava brilhantemente, e sua voz não perdia qualidade com o avançar do tempo. Num país onde a maior parte da população não tem acesso às produções culturais, Bibi Ferreira não é um nome de grande popularidade. Seu meio de atuação foi, fundamentalmente, o teatro, ainda que tenha feito incursões pela televisão. Portanto, sua carreira ficou fora da visibilidade das camadas menos privilegiadas da população, para as quais o teatro é uma realidade distante. Por isso, muitos talvez não tenham a dimensão do seu talento e a noção do quanto sua carreira foi magnífica. Bibi foi uma artista superlativa, uma diva. Deixa uma lacuna que será permanente, pois Bibi foi singular, inimitável.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Grandes objetivos

A contratação de Diego Tardelli pelo Grêmio foi confirmada hoje, após alguns dias de tratativas. A vinda de Diego Tardelli mostra que o Grêmio tem grandes objetivos em 2019, e está disposto a ousar para que eles sejam alcançados. Na peça ofensiva, o técnico do Grêmio, Renato, terá várias opções de qualidade. Difícil será colocar todos no time titular. A repercussão da contratação foi grande em todo o país, e com ela o Grêmio mostra que nada fica a dever em poderio técnico na comparação com os badalados Flamengo e Palmeiras.

Perdas

Duas mortes marcaram o futebol no dia de hoje. As perdas de Gordon Banks e Caio tiram de cena dois homens que participaram decisivamente de grandes conquistas. Banks, um dos grandes goleiros da história do futebol, foi campeão da Copa do Mundo de 1966 pela Inglaterra e, em 1970, realizou a que é considerada, até hoje, a maior defesa do futebol em todos os tempos, numa cabeçada de Pelé. O jogo em que ela aconteceu foi Seleção Brasileira x Inglaterra, na Copa do Mundo. Banks faleceu aos 81 anos, de câncer nos rins. Caio foi um jogador que chegou sem alarde no Grêmio, e acabou sendo campeão da Libertadores e do mundo pelo clube. Foi dele o primeiro gol na vitória de 2 x 1 sobre o Penarol que deu ao clube o título da Libertadores de 1883. Caio faleceu aos 63 anos, em consequência de uma trombose que já havia lhe custado a amputação de ambas as pernas. Dois campeões mundiais, um de seleções, outro de clubes, que deixam enorme saudade entre os que testemunharam suas conquistas.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Ricardo Boechat

A morte de Ricardo Boechat, hoje ocorrida, de forma trágica, na queda de um helicóptero, representa a perda de um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro. Não há nessa afirmação nenhuma concessão ao tom laudatório comumente empregado quando da morte de alguém importante. Boechat era, verdadeiramente, um jornalista de primeiríssimo nível. Seu colega na Rede Bandeirantes, José Luiz Datena, chegou a afirmar que Boechat era o maior jornalista brasileiro em atividade. Talvez fosse, mesmo. Boechat tinha características que são indispensáveis a um bom jornalista, mas que vem sendo esquecidas pelos profissionais da área. São elas a independência, o senso crítico, a incisividade, a coragem. Boechat fez desafetos tanto à esquerda quanto à direita do espectro ideológico. Afinal, nunca abdicou de tecer críticas segundo o teor dos fatos, sem tomar partido em favor de nenhum lado. O desaparecimento de Boechat coincide com um momento em que o país foi tomado pela burrice e pelo obscurantismo, com um governo que encaminha o Brasil para um retrocesso medieval. Num quadro tão desolador, uma figura como Boechat destoava do contexto. Era uma mente lúcida em meio a escuridão. Por tudo isso, Ricardo Boechat vai fazer muita falta.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

A banca que só recebe

A rotina de todos os campeonatos gaúchos se fez presente, mais uma vez. O Inter venceu o Juventude, hoje, por 2 x 1, no Alfredo Jaconi. A história do jogo, no entanto, poderia ter sido outra. Ainda no primeiro tempo, quando o Inter vencia por 1 x 0, Victor Cuesta cometeu um pênalti claríssimo sobre Braian Rodriguez. O árbitro estava de frente para o lance, a poucos metros de distância e, mesmo assim, nada marcou. Há quem diga, diante de fatos como esse, que são "erros humanos", e que "a banca paga e recebe". Não é verdade. Em campeonatos gaúchos, o Inter é a banca que só recebe.

Campeão

Foi mais um show do Grêmio. Hoje, na Arena, pelo Campeonato Gaúcho, o Grêmio goleou o Avenida por 6 x 0. Em seis jogos no Gauchão o Grêmio obteve cinco vitórias e um empate, marcou vinte e um gols e sofreu apenas um. Não bastasse isso, o jogo de hoje valeu ao Grêmio, também, a conquista do título de campeão da Recopa Gaúcha, competição que reúne os campeões do ano anterior do campeonato estadual e Copa da Federação. Todas as vitórias do Grêmio, até aqui, foram por goleadas. Em duas delas, o Grêmio jogou com os reservas. O Grêmio está fazendo da disputa estadual um treino mais forte.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Caos administrativo

Nada é tão ruim que não possa piorar. O governo de Jair Bolsonaro estava condenado a ser um desastre, só rematados imbecis acreditariam que pudesse dar certo. Porém, o que se vê em apenas 40 dias da nova administração do país é muito pior do que qualquer projeção. O que se tem é um caos administrativo. A longa internação de Bolsonaro, muito maior do que a inicialmente prevista, deixa em dúvida a sua real condição de saúde. As discrepâncias entre as declarações do vice-presidente Hamilton Mourão com posições anteriormente assumidas por Bolsonaro geram tensões entre os integrantes do governo, e estimulam especulações de uma briga pelo poder. Afinal, quem está, efetivamente, governando o Brasil? Bolsonaro, isolado num hospital e com um quadro incerto de saúde, apenas simula estar exercendo o cargo. Mourão não está autorizado a governar, pois Bolsonaro não lhe transmitiu o cargo interinamente. O governo Bolsonaro parece estar dividido em grupos heterogêneos que buscam o poder avidamente. Não há um norte administrativo, um projeto de país. As perspectivas para o futuro são, todas elas, muito sombrias. O Brasil caminha para o abismo, aceleradamente. A letargia da população diante desse quadro é que espanta. Será fruto da teimosia em apostar num governo inviável, ou resignação diante de um sonho desfeito tão rapidamente? Por tudo que se observa, o pior ainda está por vir. O desatino eleitoral praticado por muitos brasileiros já está cobrando a sua conta.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Um país tomado pelo luto

O ano de 2019 está somente começando, são apenas 39 dias transcorridos. Porém, num período de tempo tão exíguo, o Brasil tornou-se um país tomado pelo luto. Tudo começou com o crime ambiental de Brumadinho (MG), com mais de cem vítimas. Prosseguiu com o temporal no Rio de Janeiro, dois dias atrás, que deixou seis vítimas fatais e um rastro de destruição. Hoje, o país amanheceu com a notícia de que dez jovens das categorias inferiores do Flamengo, morreram num incêndio em alojamentos do "Ninho do Urubu", o centro de treinamento do clube. Se a dor da perda de vidas é comum aos três episódios, na essência eles diferem entre si. O único dos três casos que pode ser considerado uma fatalidade é o do temporal no Rio de Janeiro. Afinal, temporais são manifestações da natureza, ainda que suas consequências sejam maiores quando há omissão do poder público nas medidas preventivas. O rompimento da barragem em Brumadinho é um crime ambiental dos mais abjetos, cuja responsabilidade é da mineradora Vale. O ocorrido, hoje, no "Ninho do Urubu", não é uma fatalidade, nem um crime, mas o resultado do provisório cuja temporariedade vai se prolongando. Os alojamentos consumidos pelo incêndio eram estruturas provisórias, ainda que dotadas de conforto, montadas sobre contêineres. Eles eram utilizados desde 2014, inicialmente pelo grupo de profissionais. Com o avanço das obras do centro de treinamento, os profissionais foram transferidos para alojamentos definitivos e de alto padrão. Os contêineres, então, foram reservados para os jovens das categorias inferiores. Na próxima semana, também eles irão para alojamentos mais estruturados. Os dez garotos que perderam a vida em meio ao fogo, no entanto, não irão usufruir das novas instalações. Eles foram vítimas do descaso que permitiu ao Flamengo fazer uso dos contêineres sem alvará de funcionamento, nem plano de combate a incêndio. Os sonhos de meninos pobres, que vêem no futebol seu único meio de ascensão social, foram ceifados pela desídia dos que dirigem um dos maiores clubes do país, combinada com a omissão dos agentes públicos. Em todos esses casos, a corda sempre rebenta do lado mais fraco, ou seja, o dos mais pobres. No rompimento da barragem, com a morte de operários da mineradora e de trabalhadores humildes da região. No temporal, com as perdas, humanas e materiais, dos moradores de morros e encostas, os mais expostos nessas situações. Por fim, no incêndio, com a abrupta interrupção da trajetória de vida de jovens pobres em busca de um futuro melhor. O Brasil, em outros tempos um país marcado pela descontração e expansividade de seu povo, agora chora mortos em sequência. São apenas 39 dias, e 2019 já parece interminável.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Estado mínimo

O que antes era apenas uma intenção da direita, vai ganhando forma aceleradamente. O estado mínimo, onde o cidadão é abandonado pelo poder público e entregue aos apetites vorazes do mercado, vai se desenhando ante a apatia de um eleitorado que, manipulado pelas forças retrógradas do país, caminha como um boi para o matadouro. O governo federal propõe que os jovens que venham a ingressar no mercado de trabalho não tenham direito a décimo-terceiro salário e férias. Alguns governos estaduais recorreram ao Supremo Tribunal Federal para reduzir a carga horária do funcionalismo público, com o intuito de pagar menos aos servidores. Paralelamente aos ataques ao bolso da parcela mais frágil da sociedade, os governantes de direita seguem dando anistias e incentivos fiscais aos grandes grupos econômicos e não lhes cobram os imensos valores sonegados aos cofres públicos. O Brasil se encaminha para um futuro de miséria e caos social. A resposta a esse quadro dantesco precisa ocorrer o quanto antes, e de forma enérgica. O que está em jogo é o futuro das próximas gerações. Não há privilégios a serem combatidos, como alegam os neoliberais. O que há são direitos duramente conquistados, que devem ser defendidos com unhas e dentes. As tão propagadas reformas em nada beneficiarão o país, só irão depauperar a população. A iníqua reforma trabalhista, com todo o seu quadro de horrores, foi aprovada no governo do ex-presidente golpista e ilegítimo Michel Temer, e já produz efeitos devastadores na vida dos trabalhadores. As forças de oposição precisam se mobilizar para impedir a aprovação das demais proposições dos democraticidas, especialmente a reforma previdenciária. O Brasil não pode cair no abismo da desintegração social que a concretização das reformas neoliberais irão, inevitavelmente, causar.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

A ensandecida perseguição contra um simbolo

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva sofreu mais uma condenação a 12 amos de prisão, dessa vez pelo processo referente a sua suposta posse de um sítio em Atibaia (SP). Não há razão para fazer referência ao teor das acusações contra Lula, pois ele é sobejamente conhecido. A inconsistência das acusações contra Lula e o seu viés político são por demais evidentes. Lula é vítima de um conluio entre figuras dos meios político, militar, jurídico e da imprensa cujo objetivo é destruir a sua imagem. As absurdas condenações a longos períodos de prisão, que, somados, superam a sua expectativa de vida, é um meio de impedir que, livre e com seus direitos políticos restituídos, Lula volte a ser presidente, fato que seria inexorável. O que se vê é a ensandecida perseguição contra um símbolo. Sim, Lula é alvo do ódio incontido de fascistas que não digerem o fato de que ele é o presidente mais popular da história do país, e de que, se concorresse novamente ao cargo, ganharia de qualquer oponente, com facilidade. A nova condenação de Lula não aconteceu, nesse momento, por acaso. A mobilização para que Lula seja indicado para o Prêmio Nobel da Paz vem crescendo. Caso a honraria seja concedida a Lula, isso constituiria um revés impossível de ser digerido por seus inimigos. Porém, condenado ou não, com ou sem o recebimento do Prêmio Nobel, Lula já tem o seu lugar na história, enquanto seus perseguidores sequer irão merecer, com o avanço do tempo, uma nota de rodapé. Não há abuso jurídico ou esforço retórico que possam arranhar a imagem de Lula. Vivo ou morto, preso ou solto, Lula será sempre uma presença indelével no cenário político brasileiro.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Começo verdadeiro

Após as férias, o futebol brasileiro abriu suas disputas no novo ano com os campeonatos estaduais, na segunda quinzena de janeiro. Porém, hoje ocorreu o começo verdadeiro do futebol brasileiro em 2019. Afinal, já houve jogos pela Pré-Libertadores, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana. Amanhã, serão jogadas mais partidas por essas competições. Dessa forma, os clubes brasileiros saem da calmaria dos fracos campeonatos estaduais e enfrentam competições de maior exigência. Pela Pré-Libertadores, o Atlético Mineiro empatou em 2 x 2 com o Danúbio (URU), fora de casa, depois de estar por duas vezes na frente do placar. O resultado, no entanto, não deixou de ser bom, pois, devido ao saldo qualificado, um simples empate em 0 x 0 já dará a classificação para o Atlético na semana que vem, no Independência. A Chapecoense estreou na Copa Sul-Americana empatando em 0 x 0, também fora de casa, com o Union La Calera (CHI). Uma vitória simples na Arena Condá será suficiente para a Chapecoense se classificar. O Fluminense se classificou para a próxima fase da Copa do Brasil ao golear o River (PI), em Teresina, por 5 x 0. Com o final das férias escolares em grande parte do país, o futebol também retoma o seu ritmo. A partir de agora, os jogos se tornam mais exigentes, as cobranças são maiores. As expectativas das torcidas crescem. O período de testes está chegando ao fim. Emoções, daqui em diante, não irão faltar.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Vitória modesta

Vencer era preciso, ou a crise seria, sem dúvida, inevitável. O Inter ganhou, hoje, do Brasil de Pelotas por 1 x 0, no Beira-Rio, pelo Campeonato Gaúcho. Com isso, o Inter quebrou a série de maus resultados e subiu na classificação. Porém, foi uma vitória modesta, com um gol circunstancial, sobre um adversário que ainda não venceu na competição. No início do jogo, o Inter mostrou intensidade e o Brasil de Pelotas nada criava em termos ofensivos. A impressão que se tinha era de que o gol do Inter sairia a qualquer momento, e, a partir daí, a vitória viria com facilidade. No entanto, mesmo criando várias chances de gol, o Inter não conseguia abrir o placar. Com isso, o primeiro tempo chegou ao fim sem que o Inter marcasse um gol sequer. No segundo tempo, o Brasil de Pelotas sentiu que poderia ousar mais, e equilibrou o jogo, tendo boas oportunidades de gol. O jogo parecia se encaminhar para um 0 x 0 definitivo quando, aos 31 minutos, uma sequência de falhas da defesa do Brasil de Pelotas após uma cobrança de falta do Inter, resultou no gol de Rodrigo Moledo. O Brasil de Pelotas ainda tentou reagir, mas o resultado se manteve até o final. A vitória, depois de três rodadas sem ganhar, certamente, vai desanuviar o ambiente do Inter. O futebol apresentado pelo Inter, entretanto, não faz acreditar que tudo vá melhorar, de uma hora para a outra. Se não jogar muito mais daqui para a frente, os tropeços tendem a acontecer novamente.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

O Grêmio está sobrando

Se em 2018 o Grêmio correu sérios riscos de uma eliminação precoce no Campeonato Gaúcho, por ter usado o time de transição nas cinco primeiras rodadas, nesse ano a competição poderá ser um passeio para o clube. O título do Gauchão, no ano anterior,  acabou sendo ganho, com um esforço de recuperação, mas, em 2019, o Grêmio está sobrando. Hoje, o Grêmio, jogando com dez reservas, goleou o Caxias por 3 x 0, no Francisco Stédile, e disparou na liderança. Nos últimos três jogos, o Grêmio goleou em todos, marcou dez gols e não sofreu nenhum. No jogo de hoje só um titular esteve presente, Kannemann, que precisava ganhar ritmo de jogo, já que ainda não havia estreado esse ano. Kannemann teve mais uma atuação soberba, como se não tivesse tido nenhum problema clínico, fato que impediu que jogasse antes. Pepê foi o grande destaque do Grêmio, marcando dois belos gols e chutando uma bola no travessão. Felipe Vizeu jogou poucos minutos e já fez o seu primeiro gol pelo Grêmio. Júlio César fez defesas difíceis e mostrou estar em condições de disputar a titularidade. André, mais uma vez, deixou a desejar, mas a bola que deu para Pepê marcar o seu segundo gol foi preciosa. Com quatro vitórias e um empate em cinco jogos, quinze gols marcados e apenas um sofrido, o Grêmio parece rumar de forma decidida para o bicampeonato.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Desempenho vergonhoso

A Seleção Brasileira Sub-20 que disputa o campeonato sul-americano da categoria, no Chile, é um retrato do momento que vive o futebol do país. O que se vê, até aqui, é um desempenho vergonhoso, indigno da tradição da camisa "canarinho". A equipe conta em seu grupo com destaques como o lateral direito Emerson e o atacante Rodrygo, já negociados para o exterior, e emergentes como o goleiro Phellipe Meggiolaro e o atacante Tetê, ambos do Grêmio, mas não consegue mostrar um futebol sequer razoável. Até agora, em seus jogos disputados, marcou apenas três gols. Hoje, perdeu, ao natural, por 2 x 0 para a Venezuela. Aliás, na primeira fase, a Seleção se classificou em segundo lugar no seu grupo, atrás da mesma Venezuela. Nos dois jogos que realizou contra a Colômbia, pela primeira fase e no hexagonal decisivo, empatou ambos por 0 x 0. Como pode uma equipe brasileira ter um rendimento tão pífio diante de adversários de tão pouca tradição? Um fato emblemático do que é essa Seleção Sub-20, ocorreu aos 48 minutos do segundo tempo do jogo de hoje, quando o placar final já estava definido. Rodrygo, o jogador mais badalado da equipe, cometeu uma falta criminosa sobre um adversário, e foi expulso. Com baixa produção técnica, a Seleção revela, por meio do seu jogador mais destacado, que também não tem controle emocional. O técnico da equipe, Carlos Amadeu, não possui a expressão profissional que se exige do ocupante do cargo. O futebol brasileiro, no que diz respeito às suas seleções, quer sejam às de categorias inferiores ou a principal, precisa de uma ampla reformulação. Caso contrário, sua imagem vitoriosa, construída ao longo dos anos, será apenas uma lembrança distante.