sexta-feira, 22 de junho de 2012

Muita teoria e pouca prática

A Conferência da Nações Unidas para a Sustentabilidade, a chamada Rio + 20, é um evento de proporções  gigantescas. Participaram da conferência, sediada no Rio de Janeiro, um total de 188 países. A reunião marcou a passagem dos 20 anos da realização da Eco-92, que também teve por sede o Rio de de Janeiro. Muito se esperava da Rio + 20 no sentido de que pudesse estabelecer resoluções firmes sobre ações de preservação do meio ambiente, tais como a diminuição das emissões de gás carbônico na atmosfera, adoção de novas matrizes energéticas, preservação dos oceanos e das florestas, entre outros itens. Porém, as divergências de enfoque dos vários países participantes em relação a essas questões, faz com que não se chegue a um consenso. Assim, mais uma vez, como em outras reuniões do gênero, a Rio + 20 apresentou, em seu documento final, apenas uma série de intenções vagas, sem fixar metas precisas e prazos rigorosos. O documento coloca como preocupação principal a erradicação da pobreza, mas, numa situação emblemática, durante um dos fóruns que tratava justamente da segurança alimentar, enquanto as discussões se desdobravam, do lado de fora do prédio um homem catava comida no lixo. O homem, de 28 anos e sem trabalho, revelou que procura restos de carne crua no lixo para alimentar a sua família. Até mesmo participantes da Rio + 20 mostraram-se frustrados com o texto final da conferência. Trata-se de um documento fraco e omisso, que reflete a postura de vários países que se recusam a comprometer-se com a preservação ambiental, quer por queiram manter o seu padrão de consumo, no caso das nações ricas, ou por que pretendam também se utilizar dos mesmos métodos depredatórios da natureza para alcançar o desenvolvimento, em se tratando dos emergentes. Com isso, a degradação ambiental, com  todas as suas deletérias consequências, prossegue, o que compromete o futuro das próximas gerações. As conferências sobre o meio ambiente continuam tendo muita pompa e circunstância para pouco resultado. Não passam de um desfiar de boas intenções, com quase nenhum efeito prático.