O fim de um ano interminável

Enfim, 2021 está chegando. O ano de 2020, um dos piores da história da humanidade, vai acabando. Na primeira quinzena de seu terceiro mês, o ano que finda transformou-se num pesadelo. Foi quando a Organização Mundial de Saúde anunciou que se vivia uma epidemia de coronavírus. A partir daí, o mundo começou a se deparar com milhares de mortos pela doença. Desde então, a busca por vacinas tornou-se incessante, e elas já estão sendo aplicadas em alguns países. Claro, o calendário é apenas uma convenção humana, e a troca de um ano por outro nada muda de forma efetiva. A pandemia tem atingido um número crescente de óbitos e, portanto, está longe de ser controlada. Porém, a sensação que se tem é a de que se alcançou o fim de um ano interminável, e isso já traz um certo alívio.

Com o olho na vantagem

O Grêmio está classificado para a decisão da Copa do Brasil. A condição foi obtida no empate em 0 x 0 com o São Paulo, hoje, no Morumbi. O adversário do Grêmio na decisão será o Palmeiras, que venceu o América Mineiro por 2 x 0, no Independência. Para alcançar a classificação, o Grêmio jogou com o olho na vantagem conseguida no primeiro jogo, quando venceu por 1 x 0. O técnico do Grêmio, Renato, fez uma forte marcação sobre os principais jogadores do São Paulo, que ficou amordaçado, sem criar oportunidades para fazer gols. A posse de bola do São Paulo foi muito maior, mas o goleiro do Grêmio, Vanderlei, não realizou nenhuma defesa durante todo o jogo. As duas melhores chances de gol do jogo foram do Grêmio, com Victor Ferraz, que chutou na trave, e Diego Souza, de bicicleta. Para a estratégia defensiva do Grêmio, um jogador foi fundamental, Lucas Silva. Está mais do que provado que, como único primeiro volante do grupo do Grêmio, sua presença é essencial na proteção à defesa. O empenho e a obediência tática dos jogadores do Grêmio chamou a atenção. O único a destoar nesse panorama foi Jean Pyerre, de péssima atuação e sem demonstrar comprometimento. A classificação do Grêmio, sem brilhantismo mas com muita estratégia, foi mais do que justa.

Futebol burocrático

Não é por nada que o futebol brasileiro vive uma prolongada crise técnica. As categorias inferiores já estão impregnadas dos vícios existentes nos profissionais, como jogar pelo regulamento, não tentar driblar nem criar lances individuais, abusar da posse de bola improdutiva. Foi o que se viu no jogo Corinthians x Grêmio, pelas quartas de final do Campeonato Brasileiro Sub-20, hoje, no Parque São Jorge. O Grêmio dominou o jogo inteiramente, teve muito maior posse de bola, e jogou com um homem a mais desde os 34 minutos do primeiro tempo, pois o goleiro do Corinthians foi expulso. Ainda assim, criou pouquíssimas chances de gol, e o jogo terminou empatado em 0 x 0. Satisfeito com o empate, pois decidirá a classificação para as semifinais em casa, o Grêmio pareceu não perceber que a vitória estava à sua disposição e jogou um futebol burocrático e lento, facilitando a tarefa defensiva do Corinthians. Se, no seu período de formação, os jogadores jovens já são impregnados do pragmatismo do futebol profissional, não há esperança de que a precária qualidade técnica que assola o esporte preferido dos brasileiros possa ser revertida. Os jovens não devem ser robotizados, precisam ser estimulados para exercer sua criatividade. Só assim o futebol brasileiro poderá voltar aos seus melhores dias.

O fiasco de Honda

O meia japonês Honda, de 36 anos, pediu para deixar o Botafogo antes do final do contrato, e será atendido. O jogador já havia manifestado essa intenção anteriormente, quando o clube demitiu o técnico argentino Ramón Diaz sem que ele tivesse estreado. A insatisfação de Honda com o Botafogo vinha ficando cada vez maior, pela má situação financeira do clube, péssima posição na classificação do Campeonato Brasileiro, e constante troca de técnicos, como no já referido caso de Ramón Diaz. Porém, Honda não pode se colocar na condição de vítima. Anunciado como a grande contratação do Botafogo no ano, Honda jamais justificou essa condição. Mostrou um futebol tímido, e não se caracterizou pela garra ou liderança. Foi saudado por 10 mil torcedores quando da sua apresentação no Engenhão. Em momento algum retribuiu tamanho carinho. Sua atitude de saltar de um barco que está afundando também não é nada positiva. O fiasco de Honda em sua experiência no futebol brasileiro é evidente. O episódio deve servir de alerta não só para o Botafogo, mas para outros clubes brasileiros que apostam em veteranos estrangeiros interessados apenas em fazer mais um bom contrato no final de carreira, sem nada dar em troca.

Facilidade surpreendente

Não se esperava uma vitória tão tranquila. O Inter venceu o Bahia por 2 x 1, hoje, na Arena Fonte Nova, pelo Campeonato Brasileiro,com uma facilidade surpreendente. Ainda que o Bahia viesse de cinco derrotas consecutivas, e estivesse estreando mais um técnico no Brasileirão, o fato de jogar em casa fazia com que se cogitasse a possibilidade de uma partida equilibrada. Não foi o que aconteceu. A vitória do Inter ocorreu ao natural, chegando a fazer 2 x 0. Nem mesmo quando o Bahia descontou houve qualquer ameaça à vitória do Inter. Com quatro vitórias consecutivas, o Inter conservou-se em quarto lugar na competição, e continua lutando por uma classificação direta para a Libertadores.

Mantendo a boa fase

O Grêmio usou uma escalação quase inteiramente reserva, hoje, na Arena, contra o Atlético Goianiense, pelo Campeonato Brasileiro. O único titular presente foi o goleiro Vanderlei. Alisson também pode ser considerado títular, mas como estava sem jogar há dois meses, essa condição tem de ser relativizada. Ainda assim, o Grêmio venceu o Atlético Goianiense por 2 x 1, permanecendo em quinto lugar no Brasileirão. A vitória foi obtida com dificuldade. O Grêmio abriu o placar no final do primeiro tempo, sofreu o empate no início do segundo, e fez o gol que determinou o resultado final ainda antes dos 20 minutos. A partir daí, buscou preservar a vantagem, o que conseguiu, embora tomando alguns sustos. Com mais essa vitória, o Grêmio segue mantendo a boa fase na competição, e ganha confiança para o jogo decisivo contra o São Paulo, pela Copa do Brasil. O abalo pela eliminação da Libertadores, com uma goleada para o Santos, parece ter sido superado.

Futebol pobre

Os jogos de hoje do Campeonato Brasileiro mostraram uma realidade desagradável. Mesmo os principais candidatos ao título estão jogando um futebol pobre. O São Paulo, líder do Brasileirão, e favorito para ser campeão, apresenta um nível levemente melhor, mas nada que entusiasme. O Atlético Mineiro, embora tenha vencido o Coritiba por 2 x 0, no Mineirão,jogou um mau futebol. Os gols só saíram no segundo tempo, quando parecia que o placar não seria movimentado, mas ocorreram mais por falhas do Coritiba. O Flamengo foi ainda pior. Não saiu de um 0 x 0 com o Fortaleza, no Castelão. Pedro chegou a marcar um gol, de pênalti, mas que foi devidamente anulado pelo fato de a bola ter batido nos dois pés do jogador. O Flamengo jogou com alguns desfalques, mas muitos de seus principais jogadores estavam presentes, o que torna o resultado mais decepcionante. O técnico Rogério Ceni, em sua terceira experiência num clube grande, não está indo bem, mais uma vez. O São Paulo, jogando completo, venceu o Fluminense por 2 x 1, no Maracanã, e mostrou momentos de bom futebol. Porém, depois de abrir o placar, cedeu o empate ao modesto Fluminense. A vitória foi obtida, mas sem uma superioridade ampla sobre o adversário. O Fluminense, inclusive, jogava melhor quando sofreu o segundo gol. O campeão brasileiro, seja ele quem for, será não o melhor da competição, mas o menos pior.

Revolta seletiva

Não resta dúvida de que o assassinato da juíza Viviane Arronenzi, morta a facadas por seu ex-marido, o engenheiro Paulo Arronenzi, na véspera de Natal, no Rio de Janeiro, foi um crime de chocante brutalidade. Viviane foi morta diante das três filhas do casal, o que torna o fato ainda mais hediondo. O ocorrido com Viviane é mais uma demonstração de que o feminicídio é um acontecimento rotineiro na sociedade brasileira, e que não faz distinção de classes sociais, zonas nobres ou carentes, grandes ou pequenas cidades, e de regiões do país. Porém, é de se lamentar a revolta seletiva do Poder Judiciário na abordagem do fato. Numa reação corporativa, por Viviane ser uma juíza, e elitista, por ela pertencer a um segmento privilegiado da sociedade, sua morte gerou fortes manifestações de magistrados como o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Fux, e de Gilmar Mendes, ministro da mesma corte. Fux cobrou a tomada de fortes medidas de combate ao feminicídio. A manifestação foi pertinente, e correta no seu conteúdo. No entanto, cabe lamentar que seja preciso uma vítima de condição social privilegiada para que a indignação dos magistrados se faça sentir. Assassinatos de mulheres ocorrem diariamente no Brasil. Sem provocar a mesma reação, nem a cobrança por soluções para a questão.

O Natal da pandemia

Uma festa diferente, com poucas pessoas, e distanciamento social. Assim se prenunciava o Natal da pandemia. Na prática, não foi bem assim. Muitas famílias reuniram grande número de participantes na festa de Natal, evitando o contato físico, mas sem o devido distanciamento. A verdade é que, embora todos os alertas das autoridades médicas, houve um relaxamento nos cuidados com o coronavírus. Depois de meses confinadas, as pessoas querem celebrar novamente, voltar ao "normal" da existência, ainda que a doença não tenha dado trégua. Os efeitos dessa atitude logo se farão sentir, com um aumento nos casos de covid-19. Porém, esse comportamento não deverá mudar. O réveillon, na próxima semana, também deverá reunir grandes grupos em festas muito animadas. Os números crescentes de óbitos por covid-19 no país não parecem impressionar os brasileiros.

Meta atingida

Vencer era indispensável. A eliminação na Libertadores, com uma goleada para o Santos, seguida por um empate com o Sport pelo Campeonato Brasileiro, tornava obrigatório para o Grêmio ganhar o primeiro jogo contra o São Paulo, pelas semifinais da Copa do Brasil, ontem, na Arena. O objetivo foi alcançado. Sem realizar uma atuação brilhante, e criando menos chances de gol que o seu adversário, o Grêmio venceu o São Paulo por 1 x 0, e levará a vantagem de poder empatar o segundo jogo, no Morumbi, para se classificar à decisão da competição. O técnico do Grêmio, Renato, começou o jogo com Thaciano pelo lado direito, visando conter o avanço do lateral esquerdo, Reinaldo, do São Paulo. Útil do ponto de vista tático, Thaciano dava pouca contribuição técnica. No início do segundo tempo, o São Paulo começou a dominar o meio de campo. Renato, então, tratou de resolver os dois problemas de uma só vez. Retirou Thaciano para a entrada de Ferreira, e trocou Darlan por Lucas Silva. O efeito foi imediato. Um minuto depois das substituições, o Grêmio chegou ao gol que lhe daria a vitória, marcado por Diego Souza após uma grande jogada de Ferreira. Com a meta atingida, o Grêmio alivia a pressão decorrente dos maus resultados recentes, e vai confiante para a segunda partida.

A prisão de Crivella

A prisão do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, hoje ocorrida, chama a atenção por alguns aspectos. Um deles é ter acontecido quando faltam poucos dias para o encerramento de seu mandato. Os desmandos de Crivella foram muitos, desde que assumiu o cargo. A instalação de uma organização criminosa junto à administração, razão pela qual foi preso, não era novidade para ninguém. Sendo assim, porque só agora houve a prisão de Crivella? Na verdade, no Brasil a prisão de governantes e parlamentares obedece a critérios políticos. Sobram motivos para que o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos que cumprem mandatos parlamentares sejam presos, tantos e tão graves são os crimes que praticaram. O senador Aécio Neves é outro que já deveria ter sido preso, mas segue impune. O jogo de forças político é que determina a melhor ou pior sorte de corruptos e improbos. Ainda está longe o dia, em que os crimes de colarinho branco sejam julgados com celeridade e o devido rigor.

O racismo no futebol

Um fato repugnante que está se tornando cada vez mais frequente. Assim pode ser definido o racismo no futebol. Seja no Brasil ou no exterior, manifestações de cunho racista acontecem em jogos de futebol com espantosa constância. Há duas semanas, um jogo entre Paris Saint Germain e Istambul Basaksehir, pela Champions League, foi suspenso depois que um integrante da equipe de arbitragem proferiu um insulto racista contra um membro da comissão técnica do clube turco. Ontem, no Maracanã, o jogador Gérson, do Flamengo, acusou Ramirez, do Bahia, de ter cometido injúria racial contra ele. O caso está sendo apurado, e Ramirez nega a acusação, mas a reação irada de Gérson torna improvável que tenha ocorrido um "mal entendido". A questão do racismo, quer seja na sociedade, ou no futebol em particular, precisa ser encarada de frente, sem postergação. Não é admissível que algo tão abjeto continue a ocorrer. Tentar a naturalização desse tipo de comportamento é intolerável. Só punições drásticas poderão mudar esse quadro. No caso do futebol, o banimento de quem praticar atos racistas seria a solução ideal. Uma medida draconiana, sem dúvida, mas que até por isso mesmo, poderia dar fim a um comportamento tão asqueroso.

Nicette Bruno

O Brasil perdeu, hoje, uma de suas atrizes mais queridas. Nicette Bruno faleceu aos 87 anos, deixando abalada uma legião de fãs. Em mais de 60 anos de carreira, Nicette encantou pelo seu talento e versatilidade. Afora isso, esbanjava simpatia. Foram muitos trabalhos no teatro e televisão. Era viúva de Paulo Goulart, também ele um grande ator, com quem esteve casada por mais de 60 anos. Os três filhos do casal, Paulo, Beth e Bárbara, abraçaram, igualmente, a carreira artística. O trabalho de Nicette foi acompanhado por várias gerações. Sua morte deixa uma enorme sensação de vazio no meio artístico. Para os seus muitos admiradores, ficará a gratidão por tantas interpretações inesquecíveis, e a lembrança do seu sorriso, que tanta doçura exprimia.

Vitória consistente

A melhor atuação desde a chegada do técnico Abel Braga. Assim se pode resumir o jogo Inter 2 x 0 Palmeiras, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. O Inter esteve longe de ser brilhante, mas foi eficiente. Foi uma vitória consistente. Embora tenha tido mais posse de bola durante o jogo, e sido bem superior no segundo tempo, o Palmeiras não mostrou poder ofensivo. Com o resultado, o Inter aumenta suas chances de obter uma classificação direta para a Libertadores, e o Palmeiras fica praticamente sem chances de conquistar o título do Brasileirão.

O empate foi lucro

Foi mais uma atuação frustrante. Hoje, na Ilha do Retiro, o Grêmio empatou com o Sport em 1 x 1, pelo Campeonato Brasileiro. A exemplo do que acontecera contra o Goiás, o Grêmio teve maior posse de bola, mas não conseguiu transformar seu domínio em chances claras de gol. Pior, do mesmo modo que ocorrera contra o Santos, tomou um gol num contra-ataque fulminante. Cinco titulares foram poupados, Geromel, Diogo Barbosa, Darlan, Luís Fernando e Diego Souza. Ainda assim, o Grêmio era suficientemente forte para vencer o Sport, e Geromel, Darlan e Luís Fernando entraram no decorrer do jogo. Mesmo não tendo sido um bom resultado, o empate foi lucro para o Grêmio, pois o alcançou quando já tinha um jogador a menos em campo, com a expulsão de Kannemann. No seu único momento útil no jogo, Churin sofreu o pênalti que foi cobrado por Pepê e resultou no gol do Grêmio. Lento e sem intensidade, o Grêmio desperdiçou mais dois pontos contra um adversário fraco. Algumas atuações individuais estiveram muito abaixo do aceitável, casos, novamente, de Jean Pyerre e Pepê. Ferreira não justificou ter sido escalado como titular. Com o futebol que vem mostrando, o Grêmio deixa o São Paulo na condição de favorito no confronto entre os dois clubes pelas semifinais da Copa do Brasil.

Estratégia política

Partidos de esquerda como PT, PCdoB, PDT e PSB irão se aliar a siglas de centro, e até de direita, para apoiar um candidato a presidente da Câmara dos Deputados em oposição a Arthur Lira (PP-AL), o nome preferido pelo governo Jair Bolsonaro. A medida é resultado de uma união dessas legendas em torno do atual presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está em rota de colisão com Bolsonaro. O PSOL deverá lançar uma candidatura própria. Desmente-se, assim, a "informação" de que o PT apoiaria o candidato bolsonarista. A atitude do PT e outros partidos de esquerda é um exemplo de estratégia política, demonstra maturidade. A esquerda não pode se fechar a acordos, pois isso a deixaria isolada, sem condições de influir nos rumos políticos do país. Os nomes cogitados para concorrer pelo bloco são os dos deputados Baleia Rossi (MDB-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), mas a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, acena com a possibilidade do lançamento de uma candidatura alternativa. O que deve ser saudado é a decisão de enfrentar o candidato de Bolsonaro. O momento assim exige, para o bem do país.

O melhor do mundo

A Fifa entregou, hoje, o prêmio de melhor jogador do mundo de 2020. O escolhido foi o centroavante polonês Lewandowski, do Bayern de Munique. Lewandowski é um grande goleador, sem dúvida, mas isso, por si só, não basta para justificar o prêmio. Em geral, um jogador para ser tido como o melhor do mundo tem de possuir uma técnica superior, que mais atua na criação do que na finalização. A escolha de Lewandowski é reveladora do momento que vive o futebol mundial. Cristiano Ronaldo e Messi, os outros dois finalistas, que já ganharam o prêmio várias vezes, se encaminham para o final de suas carreiras. Neymar ainda não conseguiu convencer de que é merecedor do prêmio. Mbappe ainda é uma promessa. Resta esperar que novos grandes talentos surjam em breve, para que a disputa da condição de melhor jogador do mundo alcance um nível bem mais alto.

Desastre

O Grêmio foi eliminado nas quartas de final da Libertadores com requintes de crueldade. Hoje, na Vila Belmiro, foi goleado pelo Santos por 4 x 1, e o placar poderia ter sido ainda maior. Jean Pyerre, cuja ausência foi tão lamentada no primeiro jogo, teve uma atuação desastrosa. Aos onze segundos de jogo, ele atrasou uma bola "enforcada" para David Braz, que não conseguiu evitar o gol de Kaio Jorge. Sair perdendo com tão pouco tempo de jogo é terrível, até porque o empate sem gols já favorecia o Santos, mas o Grêmio teve a chance do empate aos cinco minutos, com Jean Pyerre, que desperdiçou com o goleiro já batido. Aos quinze minutos, o Santos ampliou e, a partir daí ficou claro que o Grêmio não reverteria o resultado. Outras atuações individuais também foram calamitosas. Vanderlei provou, definitivamente, que não é um goleiro do nível que o Grêmio necessita, falhando em três dos quatro gols que tomou. Luís Fernando, Diego Souza e Pepê não fizeram nada de produtivo. O técnico do Grêmio, Renato, colaborou muito para o desastre, escalando mal e substituindo pior. Começar o jogo com Luís Fernando é injustificável, e permanecer com ele na volta do intervalo uma insanidade. Ferreira, que deveria ter começado o jogo, só entrou quando o Santos já havia chegado aos 3 x 0, e nada mais poderia ser feito para evitar a eliminação. Pela primeira vez desde 2017, o Grêmio fica de fora das semifinais da Libertadores. Pelo segundo ano consecutivo, o Grêmio é eliminado da competição com uma goleada. O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, tem obrigação de cobrar fortemente de Renato e dos jogadores. Chega de panos quentes para fiascos.

Orlando Duarte

O Brasil perdeu, hoje, uma referência do jornalismo esportivo. Orlando Duarte, que faleceu aos 88 anos, cobriu 14 Copas do Mundo e dez Olimpiadas. Tendo trabalhado em várias emissoras de rádio e tevê, também dedicou-se muito á escrita, e lançou 34 livros. Pesquisador incansável, acumulava dados estatísticos e feitos relevantes do esporte. Teve uma longa e profícua carreira, só interrompida, definitivamente, há dois anos, quando foi diagnosticado com o Mal de Alzheimer. Uma biografia das mais admiráveis no seu ramo de atuação, espelho para os mais jovens.

Paulinho

Uma voz que atravessou gerações. Assim pode ser definido Paulinho, um dos integrantes e o principal vocalista do grupo Roupa Nova, que faleceu, ontem, aos 68 anos. O Roupa Nova já soma quarenta anos de uma carreira recheada de sucessos. Paulinho era, possivelmente, o membro mais conhecido e popular do grupo. Sua voz era afinada e potente. Dentre as suas interpretações no Roupa Nova talvez a mais lembrada seja "Whisky à go-go", estrondoso sucesso de 1985. O Roupa Nova foi a trilha sonora da vida de muitas pessoas, da adolescência à maturidade, e Paulinho sempre se fez presente na formação do grupo. Muitos pais e filhos irão partilhar, por certo, a saudade que ele deixa.

A negação de uma evidência

O processo de imbecilização coletiva que levou Jair Bolsonaro a se eleger presidente segue em andamento. Mesmo diante de todas as demonstrações de inépcia, insensibilidade, ações e omissões criminosas, envolvimento seu e de familiares com corrupção, o ex-capitão segue tendo a fidelidade do "gado" que o reverencia. Uma pesquisa do Instituto Datafolha revelou que 42 por cento dos entrevistados considera que o governo federal tem um mau desempenho no enfrentamento da pandemia de coronavírus. Porém, contraditoriamente, 52 por cento dos entrevistados acham que Bolsonaro não tem responsabiliidade sobre as milhares de mortes pela doença no país. Como isso é possível? Porque essas pessoas blindam Bolsonaro do que consideram um mau desempenho do governo na questão da pandemia? Sem nenhuma sombra de dúvida, Bolsonaro é o pior presidente da história do Brasil. Com um baixíssimo nivel intelectual, inculto, machista, misógino, homofóbico, Bolsonaro é, também, um genocida. Como tantos podem praticar a negação de uma evidência? O que explica um comportamento tão insensato? Os brasileiros lúcidos, aturdidos, esperam por essas respostas.

Emoção até o final

Os resultados do fim de semana no Campeonato Brasileiro mostram que a disputa pelas primeiras posições deverá ser acirrada até a última rodada. Ao contrário de 2019, quando o Flamengo foi campeão com ampla vantagem sobre os demais clubes, a atual edição do Brasileirão mostra um equilíbrio muito grande entre os postulantes ao título. A derrota do São Paulo para o Corinthians, hoje, no Itaquerão, fez diminuir sua vantagem na liderança, dando nova esperança para os seus perseguidores. O perde e ganha que se verifica na competição, consequência do nivelamento técnico entre os participantes, faz do Campeonato Brasileiro de 2020 o mais equilibrado da era dos pontos corridos. Na quarta-feira, o jogo São Paulo x Atlético Mineiro, no Morumbi, poderá acentuar ainda mais essa tendência, pois, se o Atlético Mineiro vencer, ficará apenas um ponto atrás do São Paulo, deixando a competição sem um favorito destacado, e com sua definição totalmente em aberto. Dessa forma, clubes como Flamengo, Grêmio e Palmeiras teriam suas chances de ganhar o título sensivelmente ampliadas. Se o nível técnico está longe de ser satisfatório, o Brasileirão promete emoção até o final.

Vitória com gol patético

Depois da boa atuação contra o Boca Juniors, na Bombonera, quando ganhou o jogo mas foi eliminado da Libertadores nos tiros livres da marca do pênalti, o Inter precisava vencer, hoje, no Beira-Rio, pela última competição que lhe restou, o Campeonato Brasileiro. Seu adversário, o Botafogo, se apresentava como ideal para isso, pois está afundado na zona de rebaixamento. Porém, o jogo começou com o Botafogo atuando bem, embora esbarrando em suas limitações técnicas. Ainda assim, o Botafogo abriu o placar. A vantagem durou poucos minutos, pois uma sequência de falhas defensivas do Botafogo num mesmo lance permitiram ao Inter obter o empate. O resultado parecia que seria definitivo, até o Botafogo cobrar uma falta de maneira descuidada, na sua defesa, dando um gol de presente ao Inter, que venceu por 2 x 1, de virada. Foi uma vitória com um gol patético, mas que melhorou a posição do Inter na classificação do Brasileirão, e tornou mais dramática a situação do Botafogo.

Empate insosso

Era, praticamente, uma obrigação para o Grêmio vencer o Goiás, hoje, ma Serrinha. O adversário ocupava a lanterna do Campeonato Brasileiro, enquanto o Grêmio tinha de se manter entre os primeiros colocados. Porém, a vitória do Grêmio não aconteceu. O resultado foi 0 x 0, um empate que complicou muito as perspectivas do Grêmio no Brasileirão, e pouco serviu para o Goiás, que subiu apenas uma posição, e segue na zona de rebaixamento. A escalação mista do Grêmio possuía qualidade suficiente para que ele obtivesse a vitória, pois timha a presença de titulares como Kannemann, Matheus Henrique, Luís Fernando e Pepê. No entanto, depois de um bom primeiro tempo, o Grêmio decaiu muito no segundo, perdeu intensidade, e não conseguiu ganhar de um Goiás que pouco lhe ameaçou Foi um empate insosso, que brecou a melhora do Grêmio na competição. O Grêmio ampliou sua série invicta para dezoito jogos, mas teve empates frustrantes nas suas duas últimas partidas. Em ambas, Jean Pyerre não esteve presente, mostrando que, atualmente, ele é imprescindível para um bom desempenho do Grêmio.

Mesmice reveladora

A lista dos três finalistas para o prêmio da Fifa de melhor jogador do mundo, edição de 2020, traz um aspecto que chama a atenção. Ela é de uma mesmice reveladora, pois evidencia a carência no surgimento de novos grandes astros no futebol. Os três indicados foram Cristiano Ronaldo, do Juventus, Messi, do Barcelona, e Lewandowski, do Bayern de Munique. O favorito para ganhar o prêmio é Lewandowski. Porém, cabe analisar o perfil dos indicados. Cristiano Ronaldo e Messi têm sido finalistas do prêmio há mais de dez anos, e já o obtiveram diversas vezes. No entanto, não repetiram, dentro do período abrangido pela atual edição, o mesmo desempenho de outras épocas. Afora isso, Cristiano Ronaldo já está com 35 anos, e Messi com 33, o que os encaminha para um encerramento de carreira não muito distante. Lewandowski é um goleador implacável, mas daí a ser escolhido o melhor jogador do mundo vai uma boa distância. A escolha do trio de finalistas pode indicar duas possibilidades. A primeira, de que tenham ocorrido omissões ou injustiças nos nomes indicados, como, por exemplo, Neymar, do Paris Saint Germain, e De Bruyne, do Manchester City. A outra, de que os grandes jogadores estejam cada vez mais escassos. Seja qual for a razão para os nomes escolhidos, urge que novos grandes jogadores apareçam no cenário futebolístico, pois ele necessita de renovação constante.

Grandes perdas no futebol

O futebol tem perdido grandes figuras nos últimos dias. Depois de Maradona, outro nome significativo do futebol argentino, o ex-jogador e técnico Alejandro Sabella, aos 66 anos, faleceu nessa semana. Sabella jogou em vários clubes. Em 1983, jogou contra o Grêmio, na Libertadores, pelo Estudiantes de La Plata, e dois anos depois transferiu-se para o clube do Rio Grande do Sul, onde permaneceu até 1986. Também pelo Estudiantes de La Plata, já como técnico, foi campeão da Libertadores de 2009. Em seu último trabalho, foi vice-campeão da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, pela Argentina. Desde então, enfrentou problemas cardíacos e um câncer, não conseguindo recobrar sua saúde. Ontem, outra grande expressão do futebol mundial, o italiano Paolo Rossi, faleceu, aos 64 anos. O "carrasco" da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, sempre teve uma postura amistosa com vários de seus jogadores, de quem se tornou amigo, como Zico e Júnior, por exemplo. Gentil e educado, Paolo Rossi cativava facilmente as pessoas. Sua morte precoce se deveu a um câncer de pulmão. Com tão grandes perdas no futebol em poucos dias, o cenário do mais popular dos esportes ficou, sem dúvida, mais pobre.

Eliminação honrosa

Foi uma surpresa para muitos, incluindo parte dos torcedores do Inter. Em vez de uma desclassificação vexatória, o Inter teve uma eliminação honrosa na Libertadores. A esperada superioridade do Boca Juniors não aconteceu. O Inter devolveu a derrota do Beira-Rio, e venceu o Boca Juniors por 1 x 0, hoje, na Bombonera, pelas oitavas de final da Libertadores. A superioridade do Inter foi flagrante durante todo o jogo, e a vitória poderia ter sido por um placar mais amplo, o que lhe classificaria no tempo normal de jogo. A decisão foi para os tiros livres da marca do pênalti e, a exemplo do que já acontecera na Copa do Brasil, contra o América Mineiro, o Inter foi eliminado. Agora, resta ao Inter apenas o Campeonato Brasileiro, onde o clube tentará obter uma classificação direta para a próxima Libertadores. Um objetivo factível, desde que o Inter não desperdice pontos. Nesse sentido, vencer o vice-lanterna Botafogo, sábado,no Beira-Rio, será fundamental.

Ausência decisiva

A notícia de que Jean Pyerre não iria jogar, prenunciava que o Grêmio teria problemas na primeira partida contra o Santos, pelas quartas de final da Libertadores, hoje na Arena. O empate em 1 x 1, comprovou isso. Era importante para o Grêmio vencer em casa e, principalmente, não sofrer gols, pois o segundo jogo será na Vila Belmiro. Porém, tudo se deu de forma diferente. Jean Pyerre se constituiu numa ausência decisiva. O crescimento da produção do Grêmio coincidiu com o seu retorno. Sem ele, o Grêmio não tem ligação entre meio de campo e ataque. Diego Souza e Pepê, sem serem abastecidos por Jean Pyerre, não conseguiram jogar. Afora isso, como já foi destacado nesse espaço por diversas vezes, a presença conjunta de Matheus Henrique e Maicon no meio de campo, sem a companhia de Darlan ou Lucas Silva, fragiliza muito o setor no aspecto defensivo. O técnico do Grêmio, Renato, mais uma vez, demorou muito para fazer modificações. Darlan e Ferreira, que entraram durante o segundo tempo, já deveriam ter sido colocados na volta do intervalo. O ingresso dos dois fez o Grêmio melhorar sua produção, até conseguir o empate num jogo em que estava sendo derrotado desde o primeiro tempo, depois de uma falha lamentável do goleiro Vanderlei, que segue se mostrando inconfiável. Na maior parte do tempo, o Grêmio foi inferior ao Santos, cuja superioridade tática foi indiscutível. Dessa forma, o resultado acabou não sendo de todo mau. Para poder se classificar,no entanto, o Grêmio terá que contar com Jean Pyerre no segundo jogo. Sem ele, as chances do Grêmio ficam muito reduzidas.

40 anos sem John Lennon

Há 40 anos, John Lennon era assassinado. Desde então, o dia 8 de dezembro tornou-se uma data amarga para milhões de pessoas, no mundo inteiro. O fundador dos Beatles tinha completado quatro décadas de vida apenas 59 dias antes, quando foi alvejado mortalmente por Mark David Chapman. Transcorrido tanto tempo de sua morte,a obra de Lennon continua viva, e o vazio da sua ausência permanece imenso. Seus contemporâneos seguem ouvindo suas composições. As gerações que não tiveram esse privilégio, encantam-se com suas criações ao tomarem contato com elas. Seja nos Beatles ou em carreira solo, Lennon compôs clássicos imortais. Músicas como "In My Life", "Lucy in The Sky With Diamonds", " A Day in The Life", "Strawberry Fields Forever", "Mother", "Imagine", "Jealous Guy", "Just Like (Starting Over)". Muitas outras poderiam ter sido criadas nesse longo tempo em que Lennon já não está presente entre nós. Aos 80 anos, Lennon poderia estar em plena atividade, como outro beatle, Ringo Starr, que completou oito décadas de vida nesse ano. São 40 anos sem John Lennon. Porém, nunca será esquecido, porque sua obra é atemporal.

Técnicos estrangeiros

A imprensa esportiva brasileira costuma ser assomada por paixões repentinas. Crítica severa dos técnicos brasileiros, que julga defasados, na sua maioria, vibrou com o surgimento, há poucos anos, de treinadores jovens e emergentes. Nomes como Roger Machado, Jair Ventura e Fábio Carille foram saudados como a tão necessária renovação entre os técnicos do país. O entusiasmo se revelou precipitado. Roger Machado não conseguiu se firmar profissionalmente, mesmo tendo a oportunidade de ser técnico de três dos maiores clubes do Brasil, Grêmio, Palmeiras e Atlético Mineiro. Seu último trabalho, num clube médio, o Bahia, também não foi bom. Jair Ventura, após um início promissor no Botafogo, fracassou rotundamente em Santos e Corinthians, ficou dois anos desempregado, e tenta recomeçar sua carreira no Sport. Fábio Carille, após um êxito fulgurante no Corinthians, saiu do clube e voltou, pouco depois, para um segundo trabalho decepcionante. Hoje, está no futebol árabe. A partir de 2019,uma outra paixão acometeu a crônica esportiva brasileira. Foi pelos técnicos estrangeiros. O sucesso do português Jorge Jesus, no Flamengo, e do argentino Jorge Sampaoli, no Santos, gerou um grande entusiasmo com os técnicos vindos de fora. Essa postura se refletiu em outros clubes, que também foram buscar técnicos fora do país. O problema é que, afora Jorge Jesus, os demais técnicos vindos do exterior, incluindo o próprio Sampaoli, estão deixando a desejar. O trabalho do argentino no Santos foi superestimado. Foi vice-campeão brasileiro, é verdade, mas chegou dezesseis pontos atrás do campeão, o Flamengo, e fracassou em todas as outras competições, sem ganhar nenhum título. Agora, no Atlético Mineiro, que o contratou a peso de ouro para ser campeão brasileiro, depois de um início afirmativo, vem caindo muito de rendimento, acumulando tropeços. Os demais técnicos estrangeiros que tem vindo para o Brasil não estão sendo bem sucedidos. O argentino Eduardo Coudet, embora a boa vontade da imprensa com o seu trabalho, vinha tendo um desempenho discutível, e saiu abruptamente do Inter, deixando o clube na mão. O português Ricardo Sá Pinto, do Vasco, não consegue tirar o clube da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. A exceção nesse rol de desempenhos insatisfatórios é outro português, Abel Ferreira, de boa campanha no Palmeiras. A verdade é que a qualidade de um técnico não depende da sua nacionalidade. A exagerada apreciação dos técnicos estrangeiros pela imprensa esportiva é, apenas, mais uma manifestação do conhecido complexo de vira-lata que acomete muitos brasileiros.

Empate com sabor de vitória

Ainda não foi hoje que o Inter voltou a vencer um jogo pelo Campeonato Brasileiro. Porém, o resultado de 2 x 2 contra o Atlético Mineiro, no Mineirão, foi um empate com sabor de vitória. O Inter saiu na frente no placar, logo aos oito minutos do primeiro tempo. Desafortunadamente, sofreu o empate dois minutos depois, num gol contra. A igualdade permaneceu no placar até o intervalo. No segundo tempo, o Atlético desempatou. Porém, ao contrário de outros jogos, o Inter não se deixou abater, e foi em busca de uma reação. Conseguiu empatar no final do jogo, estabelecendo justiça no resultado, já que não merecia perder a partida. O bom empate, e nas condições em que foi obtido, poderá levantar o ânimo do clube, possibilitando uma recuperação nos jogos que virão daqui para a frente.

Confirmando expectativas

Depois de um período de turbulência, em que uma sequência de resultados fracos levou torcedores a cogitarem a saída do técnico Renato, o Grêmio embalou de vez. Agora, o Grêmio vem confirmando expectativas, ganhando os jogos em que é apontado como franco favorito. Foi o caso do jogo de hoje. O Grêmio goleou o Vasco por 4 x 0, e o placar poderia ter sido ainda mais amplo. O primeiro gol custou a sair, foi aos 40 minutos do primeiro tempo. Porém, a partir daí, o Grêmio deslanchou. Fez mais tres gols no segundo tempo, teve uma bola salva sobre a linha e outra que bateu no travessão. Foram vários os destaques individuais. Diego Souza marcou os dois primeiros gols, em cabeçadas certeiras. Ferreira, de grande atuação, e que merecia ter feito o gol que foi salvo em cima da linha. Pepê, autor de um lindo chute por cobertura, que parou no travessão. Pinares, de desempenho regular, mas que marcou o mais belo gol do jogo. O Grêmio atingiu dezesseis jogos de invencibilidade, com treze vitórias e três empates. A fase é excelente, e o Grêmio tem chances de títulos nas três competições que está disputando.

Conciliações impraticáveis

A extrema direita que tomou o poder no país costuma se definir como "liberal na economia e conservadora nos costumes". Nessa apresentação já há uma clara contradição. Liberalidade e conservadorismo são condições posturais opostas. Não é possível ser liberal em determinados assuntos e conservador em outros. No caso da extrema direita brasileira, essa divisão absurda se dá pela necessidade de agradar os seus dois pólos de sustentação. A liberalidade econômica é o meio de conquistar o apoio financeiro do grande empresariado, interessado em destruir todos os direitos dos trabalhadores. O conservadorismo moral é a maneira de manter a fidelidade dos evangélicos fanatizados, a grande base popular do presidente Jair Bolsonaro. Dentro dessa linha de buscar conciliações impraticáveis, se encontra a prefeita reeleita de Palmas, capital de Tocantins, Cinthia Ribeiro (PSDB). A prefeita se define como "católica, muito feminista e conservadora". Como consegue conciliar ser "muito feminista" com a condição de católica conservadora é algo que Cinthia não explica, talvez por não ser possível. Embora tenha declarado que era impossível não se emocionar com a posse de Bolsonaro, Cinthia não aceita ser chamada de bolsonarista. Com todo esse contorcionismo conceitual, Cinthia é um retrato fiel da escumalha que tomou conta da política brasileira. Falsa, oportunista, sem projeto político para o país, exploradora da boa fé dos incautos .

A cumplicidade da Justiça

Encerradas as eleições, o governo golpista e fascista volta a mostrar as suas garras. Uma série de privatizações, numa criminosa queima de patrimônio público, vem sendo anumciada. Um dossiê sobre figuras públicas críticas ao governo é descoberto. Os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcelos são intimados a depor por terem "desrespeitado" a proibição judicial de não revelar dados "sigilosos" sobre a investigação das rachadinhas praticadas pelo senador Flávio Bolsonaro quando era deputado estadual no Rio de Janeiro. As práticas fascistas do governo Jair Bolsonaro estão cada vez mais explícitas,mas isso só ocorre pela conivência do Poder Judiciário. A cumplicidade da Justiça com todo esse descalabro é evidente.Como tolerar que um governo produza dossiês sobre opositores? Como a própria Justiça cerceia a atividade jornalística, impedindo a divulgação de dados sobre um caso de corrupção? Sem um Poder Judiciário altivo e independente,todo e qualquer país está perdido. Essa é a situação vivida, no momento,pelo Brasil. Em vez de defender o país da sanha fascista, a Justiça brasileira mostra-se, cada vez mais, como partícipe do golpe que derrubou uma presidente legitimamente eleita.

Confirmação

A hipótese de um mau resultado era quase uma impossibilidade para o Grêmio, hoje, na Arena. Depois de ter vencido o primeiro jogo contra o Guarani do Paraguai, no Defensores del Chaco, ficara evidente que a classificação para as quartas de final da Libertadores estava virtualmente garantida. Não houve espaço para surpresas. O Grêmio venceu o Guarani do Paraguai por 2 x 0, mesmo placar do primeiro jogo, e obteve a confirmação da sua classificação. Os gols surgiram no início e final do jogo. O primeiro, marcado por Ferreira, aos três minutos de jogo. O segundo, de Rodrigues, aos 51 minutos do segundo tempo. Agora, o Grêmio irá enfrentar o Santos. Levando em conta o aspecto técnico, o Grêmio até pode ser apontado como favorito. Porém, o segundo jogo será na Vila Belmiro, o que pode ser um trunfo em favor do Santos.

Perspectivas sombrias

O Inter não consegue sair da crise na qual se enredou. Alguns esperavam que a motivação de um jogo contra o Boca Juniors pudesse dar ao Inter o ânimo que anda lhe faltando. No entanto, isso não aconteceu. Hoje, no Beira-Rio, o Inter perdeu para o Boca Juniors por 1 x 0, pelas oitavas de final da Libertadores, e se encaminha para a eliminação na competição, pois dificilmente terá condições de fazer frente ao clube argentino no segundo jogo, na Bombonera. Perspectivas sombrias são o que se vê para o Inter, pois no Campeonato Brasileiro, onde já foi líder por várias rodadas, está sem vencer há seis jogos, caiu para o quarto lugar, e seu próximo adversário será o Atlético Mineiro, um dos candidatos ao título, no Mineirão. A possibilidade de uma reação vai diminuindo a cada partida, e o sofrimento do torcedor só aumenta.

Eliminação surpreendente

Em poucos dias, o Flamengo foi eliminado de duas da três competições que disputava. Há duas semanas, saiu fora da Copa do Brasil. Hoje, deixou a Libertadores. No Maracanã, empatou em 1 x 1 com o Racing, mesmo resultado do primeiro jogo, no El Cilindro, e perdeu por 5 x 3 nos tiros livres da marca do pênalti. O Flamengo desperdiçou inúmeras oportunidades durante todo o jogo. No segundo tempo, com a expulsão de Rodrigo Caio, a situação se tornou perigosa, e ficou dramática logo a seguir, pois assim que o jogo foi reiniciado, após a expulsão, o Racing abriu o placar. A derrota tiraria o Flamengo da competição, mas o empate veio, aos 47 minutos. Porém, William Arão, o autor do gol, desperdiçou a sua cobrança nos tiros livres da marca do pênalti, e o Flamengo caiu fora da Libertadores. Uma eliminação surpreendente, do clube que tem o melhor grupo de jogadores do Brasil, e que poderá entrar em crise diante de fracassos consecutivos num curto espaço de tempo.

Embolado

Era fundamental para o Grêmio vencer o seu jogo atrasado contra o Goiás, pelo Campeonato Brasileiro. Santos, Palmeiras e São Paulo venceram no sábado, e o Grêmio precisava ganhar para não perder contato com os primeiros colocados. A tarefa foi cumprida. O Grêmio venceu o Goiás, hoje, na Arena, por 2 x 1, e subiu para o sétimo lugar na classificação, mas com a mesma pontuação do quarto, quinto e sexto colocados. A desvantagem do Grêmio se dá no número de vitórias. Portanto, o Grêmio está embolado com os clubes que ocupam os primeiros lugares, o que lhe proporciona amplas condições de conquistar o título. A vitória contra o Goiás não foi tão folgada quanto se esperava, mas o Grêmio não correu maiores riscos. O grande destaque do jogo foi, mais uma vez, Jean Pyerre, que teve excelente atuação. O dado negativo foi o alto número de gols perdidos pelo Grêmio, que poderia ter goleado, se aproveitasse as muitas chances que criou. Só Grêmio e Palmeiras, entre os grandes clubes brasileiros, ainda permanecem vivos em três competições. Na hora certa, o Grêmio encontrou o seu futebol.

Uma chocante aversão à ética

O resultado do segundo turno das eleições municipais confirmou um dado estarrecedor. Grande parte do eleitorado brasileiro tem uma chocante aversão à ética. Mal instruído, inculto, despolitizado, tomado por visões falso moralistas, esse eleitor recusa candidatos dignos e honrados, e opta por políticos profissionais com um currículo repleto de malfeitos e deslizes éticos. Como explicar a derrota de Manuela D'Ávila (PCdoB)para uma figura tão ignóbil como Sebastião Melo (MDB), em Porto Alegre? Certamente, o fato de Manuela ser de um partido que leva a palavra "comunista" em seu nome teve um grande peso. Bronco, parvo, do tipo que se impressiona com a arenga de pastores, esse eleitor, cuja credulidade anda de mãos dadas com a mais profunda ignorância, deixa-se levar por mentiras deslavadas como a da existência de um "kit gay", ou de uma "mamadeira de piroca", como aconteceu no pleito presidencial. Porém, o mesmo eleitor dá de ombros para o fato de Sebastião Melo negar-se a pagar uma dívida com o fisco, alegando ser pobre, embora seja deputado estadual e receba um salário de R$25 mil. Esse mesmo tipo de eleitor deu a vitória, em Cuiabá, a Emanuel Pinheiro (MDB)um candidato a reeleição que já foi flagrado guardando dinheiro de propina no bolso do paletó. Diante de tamanhas demonstrações de burrice desses eleitores, atentando contra os interesses do município onde moram, só resta lembrar o ditado que expressa que quem corre por gosto não cansa.

Um filme de terror

Havia uma tênue esperança de que o tempo maior para treinar e descansar devido ao adiamento do jogo contra o Boca Juniors, pela Libertadores, pudesse proporcionar uma melhora no futebol jogado pelo Inter. Não foi o que se viu, hoje, no empate de 0 x 0 do Inter com o Atlético Goianiense, no Estádio Antônio Acioly, em Goiânia, pelo Campeonato Brasileiro. Pelo contrário. O que se assistiu foi um filme de terror, em que o Inter deu prosseguimento à sua péssima fase. Mesmo jogando um futebol horroroso, o Inter teve duas chances para marcar, mas desperdiçou ambas. A primeira, num pênalti, cobrado por Thiago Galhardo. A outra, numa incrível falha da defesa adversária, que o goleiro Jean evitou que se transformasse em gol. Agora, já são seis jogos sem vitória do Inter no Brasileirão. Embora ainda tenha permanecido em quarto lugar, o Inter poderá ser superado pelo Fluminense, caso o clube carioca vença o Red Bull Bragantino, na segunda-feira. A queda do Inter parece incontrolável, pois não se notam sinais de reação.

Os 50 anos de All Things Must Pass

Na data de hoje, em 1970, era lançado um disco que se tornaria histórico. Chegava ao público "All Things Must Pass", o primeiro disco solo de George Harrison após a dissolução dos Beatles. George já tinha lançado dois trabalhos individuais ainda como membro dos Beatles, mas eram projetos especiais, sem maior apelo comercial. "All Things Must Pass", ao contrário, se tornaria um sucesso retumbante. Foi o primeiro álbum triplo lançado por um artista solo. Com muitas músicas compostas que não conseguira incluir nos discos dos Beatles, George reuniu parte desse material num magnífico trabalho. O disco foi co-produzido por George e pelo renomado Phil Spector, e contou com participações ilustres como as do também ex-beatle Ringo Starr, Eric Clapton, e o grupo Badfinger. Nos Estados Unidos, o álbum ficou sete semanas em primeiro lugar, e sua excepcional vendagem lhe rendeu seis discos de platina. O single extraído do álbum com a música "My Sweet Lord" atingiu, igualmente, o topo das paradas. São muitas as pérolas contidas no disco. "I'd Have You Anytime", uma parceria de George com Bob Dylan, "What is Life?" "Isn't a Pitty", "Behind That a Locked Door", entre outras. Para os que já a conhecem, é uma obra para ser constantemente ouvida, por ser atemporal. Os mais novos poderão tomar contato com ela, por ocasião das comemorações do aniversário histórico. Os 50 anos de "All Things Must Pass" merecem ser efusivamente celebrados.

Com um pé na classificação

O resultado do Grêmio contra o Guarani do Paraguai, hoje, no Defensores del Chaco, pelas oitavas de final da Libertadores, foi melhor do que se esperava. A vitória por 2 x 0 deixou o Grêmio com um pé na classificação para as quartas de final. O Grêmio é o favorito do confronto, mas, fora de casa, pensava-se que pudesse ser mais exigido, o que não de confirmou. A superioridade do Grêmio se fez sentir durante todo o jogo. No primeiro tempo, faltou precisão para transformar esse predomínio em gols. O segundo mostrou um Grêmio mais determinado, e com grandes atuações individuais. Jean Pyerre e Pepê , pela ordem, não apenas marcaram os gols como jogaram demais. Foram os dois melhores jogadores da partida. Destaque, também, para Vanderlei, com duas grandes defesas, e Churin, pelo passe para o segundo gol. Bem nas três competições que disputa, o Grêmio vê as possibilidades de ganhar títulos se ampliarem a cada dia.

Maradona

A morte de Maradona, hoje, aos 60 anos, não pode ser encarada com surpresa. Há muitos anos, sua saúde vinha se deteriorando, como resultado do abuso de álcool e drogas. Maradona já havia tido duas overdoses, enfrentado problemas cardíacos, sofrido com o excesso de peso por várias vezes e, recentemente, realizara uma cirurgia no cérebro. Ainda assim, a notícia do seu falecimento, no início da tarde de hoje, vítima de uma parada cárdio-respiratória, deixou o mundo do futebol em estado de choque. Não foi apenas uma celebridade que morreu. Foi um mito. Um gênio. O segundo maior jogador de futebol de todos os tempos. O jogador que ganhou uma Copa do Mundo "sozinho", em 1986. Naquela Copa, contra a Inglaterra, Maradona fez os dois gols da Argentina na vitória por 2 x 0. Num deles, marcou com a mão. O outro é considerado o gol mais bonito da história das Copas, com Maradona partindo a dribles desde antes da linha divisória até o chute para a rede. Nada que Maradona tenha feito em sua vida pessoal, e não foram poucas as atitudes equivocadas que tomou, irá deslustrar o que fez com a bola nos pés. Para os amantes do futebol, deixa uma saudade gigantesca, de um gênio representativo do futebol na sua essência, lúdico e encantador, que exalta o talento individual, em vez de apostar no mecanicismo coletivo. Para quem teve o privilégio de testemunhar sua trajetória, só resta agradecer. Obrigado, Maradona!

Trump admitiu o óbvio

Enquanto alguns lunáticos brasileiros ainda continuam a sustentar que Joe Biden "está tentando" fraudar a eleição, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, finalmente, jogou a toalha. O arrogante Trump admitiu o óbvio, ou seja, que Biden ganhou o pleito e é o presidente eleito dos Estados Unidos. Dessa forma, Trump irá iniciar a transição para o novo governo. Desde o início, sabia-se que o esperneio de Trump, negando-se a reconhecer a derrota, era puro jogo de cena, de resultado inócuo. A partir de agora, se estabelece a expectativa sobre como reagirá o governo brasileiro a saída confirmada de Trump, o grande ídolo do presidente Jair Bolsonaro. Biden já sinalizou que irá jogar duro na questão da preservação da Amazônia. Se nunca obteve nenhuma vantagem com seu proclamado apoio a Trump, Bolsonaro poderá ter muitos dissabores com Biden. A presença, no governo brasileiro, de figuras como os ministros Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, só tende a tornar as relações entre os dois países ainda mais tensas. O bolsonarismo, assim como o trumpismo, caminha para o seu final.

Desalento

O Inter vive uma situação dramática. Ontem, perdeu por 2 x 1 para o Fluminense, de virada, no Beira-Rio. Com isso, terminou a invencibilidade do Inter em casa no Campeonato Brasileiro, e já são cinco jogos seguidos sem vitórias na competição. O momento, sem dúvida, é de desalento no Inter, que não consegue reagir. Ontem, o Inter até não jogou mal, e saiu na frente no placar, mas acomodou-se com a vantagem magra, e cedeu o empate. A partir daí, tentou buscar novamente a vitória, mas com o Fluminense motivado pelo gol que marcara,sofreu a virada. Agora, o Inter irá jogar, quarta-feira, contra o Boca Juniors, novamente no Beira-Rio, pelas oitavas de final da Libertadores. Perspectiva de mais dificuldades para um clube tomado pelo desânimo.

Pagando mico

O Grêmio poderia ter dado um salto na classificação do Campeonato Brasileiro, caso vencesse o Corinthians, ontem, no Itaquerão. Havia um amplo favoritismo do Grêmio no jogo, pois seu bom futebol tinha voltado nas partidas mais recentes, e o Corinthians luta para se afastar da zona de rebaixamento. Porém, nada se mostrou como o esperado. Mesmo com o Corinthians tendo dois jogadores expulsos, um deles ainda no primeiro tempo, o Grêmio não conseguiu marcar um gol sequer. Pior do que isso, a maior chance de gol do jogo foi do Corinthians, quando já estava com apenas nove jogadores. O técnico do Grêmio, Renato, cometeu muitos erros. Primeiro, ao posicionar Jean Pyerre mais atrás, como se fosse um volante, diminuindo sua contribuição como articulador e homem que se soma ao ataque. Depois, ao fazer as substituições, retirando o poder de criação e apostando na bola aérea. Numa rodada em que Santos e Palmeiras perderam, o Grêmio não aproveitou a chance de ficar na frente dos dois. Permaneceu em oitavo lugar na classificação, com apenas oito vitórias, reduzindo suas chances de brigar pelo título, "pagando mico" diante de um adversário com dois jogadores a menos.

Procedimento habitual

A direita se viu aturdida com a repercussão do brutal assassinato de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, na última quinta-feira, numa das lojas dos Supermercados Carrefour, em Porto Alegre. O fato repercutiu em jornais do mundo inteiro, e gerou, até, uma declaração do piloto inglês Lewis Hamilton, sete vezes campeão mundial de Fórmula 1, revelando todo o seu abatimento com o ocorrido.A primeira reação dos fascistas, ontem abordada nesse espaço,foi negar que se tratasse de um ato racista. Hoje,um outro procedimento habitual da direita entrou em cena. Não podendo negar a monstruosidade do crime, procurou-se enxovalhar a conduta de João Alberto, alegando que possuía uma extensa ficha policial, transformando,dessa forma, a vítima em réu. Um costume antigo e asqueroso da direita,mas que não irá surtir efeito.

Assassinato emblemático

Não poderia haver um fato mais simbólico de uma situação que as vozes oficiais do país, ao longo da história, insistem em negar. O assassinato, ontem, de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, espancado por seguranças de uma das lojas dos Supermercados Carrefour, em Porto Alegre, escancara o racismo existente no país. Tão revoltante quanto a morte brutal de João Alberto foram as declarações sobre o fato do jornalista ultrafascista Rodrigo Constantino e do vice-presidente Hamilton Mourão, que disseram que o crime não tem nenhuma conexão com o racismo, pois sustentam ambos, isso não existe no Brasil. Ao contrário do que afirmam Constantino e Mourão, o racismo existe, sim, no Brasil, e é gigantesco. O que aconteceu ontem foi um assassinato emblemático, já que ocorreu na véspera do Dia da Consciência Negra, hoje comemorado, data que é feriado estadual em várias unidades da federação. Não é por acaso que o fato tenha ocorrido no Rio Grande do Sul, um dos estados que sempre se recusou a adotar o feriado na data. Proposições nesse sentido foram sistematicamente rejeitadas pela Assembleia Legislativa local. Os negacionistas Constantino e Mourão entendem que estão tentando importar o movimento ocorrido nos Estados Unidos em função do assassinato de George Floyd, sem que haja racismo no Brasil. Claramente, os dois temem a repetição, no Brasil, do que ocorreu na terra de Tio Sam. A morte de Floyd, certamente, foi um dos fatores que contribuíram para que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não se reelegesse. As recentes eleições municipais no Brasil, com homens e mulheres da etnia negra obtendo cadeiras nas câmaras de vereadores, e o fracasso de candidatos a prefeito apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro, sinalizam os ventos da mudança. As falas de Constantino e Mourão são o berro de quem sente que os ventos estão mudando de lado, e que a sorte de Bolsonaro não será diferente da de Trump. O assassinato covarde e abjeto de João Alberto não será em vão. A partir de um ato tão repugnante, um novo Brasil começará a surgir. A aventura fascista no país irá desmoronar.

Diferenças

O Brasil,lamentavelmente, não segue os bons exemplos de seus vizinhos. Argentina e Uruguai também enfrentaram ditaduras militares, mas souberam punir os responsáveis para evitar que o mal se repita. No Brasil, a ditadura segue sendo negada por seus artífices, que permanecem impunes. Na economia, não é diferente. A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou a criação de um imposto sobre grandes fortunas. O projeto ainda terá de ser votado pelo Senado daquele país. No Brasil, a ideia é rejeitada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, sob o argumento de que geraria fuga de investidores do país. O mesmo Guedes insiste no retorno da CPMF, o que ninguém deseja, e quer criar um imposto sobre o PIX, modalidade de pagamento bancário recém criada. Guedes só pensa em onerar as pessoas e defender o grande empresariado. As diferenças entre o Brasil e seus vizinhos mostram o quanto é preciso avançar para que o país seja menos injusto e desigual. Em vez de minorar o desastroso quadro social do país, é seguida uma cartilha neoliberal importada dos Estados Unidos que só gera mais miséria. O brasileiro precisa se dar conta dessa realidade antes de escolher a quem dar o seu voto, ou essa situação nunca irá mudar.

Eliminação cruel

A desclassificação do Inter nas quartas de final da Copa do Brasil era, de certa forma, esperada. Porém, ao vencer o América Mineiro, hoje, no Independência, por 1 x 0, com um gol aos 49 minutos do segundo tempo, e perder na cobrança de tiros livres da marca do pênalti, o Inter teve uma eliminação cruel. O torcedor, que já estava desesperançado com o que via, criou novo ânimo após o gol marcado poucos segundos antes do encerramento do jogo. No entanto, foi apenas uma postergação do sofrimento. A derrota nos tiros livres, que já estava nas cobranças alternadas, tirou o Inter da competição. O Inter foi desclassificado por um clube da Segunda Divisão, e isso torna o fato ainda mais doloroso para o torcedor. O futuro imediato do Inter não parece nada animador.

Bom futebol

Mais uma boa atuação. Esse foi o destaque na vitória do Grêmio por 2 x 0 sobre o Cuiabá, hoje, na Arena, pelas quartas de final da Copa do Brasil. A classificação para as semifinais estava virtualmente garantida, após a vitória por 2 x 1 no primeiro jogo, fora de casa. A curiosidade, portanto, era saber se o Grêmio iria repetir o bom futebol exibido nos jogos mais recentes. Repetiu. Jean Pyerre, novamente, teve um desempenho exuberante. Matheus Henrique e Darlan jogaram muito bem. Pepê também jogou em alto nível. Diego Souza marcou os dois gols do jogo. O Grêmio está crescendo na hora certa, com boas perspectivas em todas as três competições que disputa.

Vitória tranquila

Foi melhor do que se esperava. Num jogo que se projetava como difícil, a Seleção Brasileira venceu o Uruguai por 2 x 0, no Centenário, pelas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2022, no Catar,com gols marcados ainda no primeiro tempo. Sem fazer uma atuação brilhante, a Seleção teve uma vitória tranquila, e ganhou com naturalidade, sem sofrer maiores ameaças. A verdade é que, mesmo sem jogar um futebol brilhante, a Seleção sobra em relação aos seus adversários sul-americanos. Na edição anterior das Eliminatórias, para a Copa de 2018, a Seleção, depois de uma má campanha com o técnico Dunga, deslanchou após sua substituição por Tite. De lá para cá, segue se impondo sobre as demais seleções sul-americanas. O problema é o enfrentamento com seleções europeias, que, praticamente ficou inviabilizado pelo calendário do Velho Continente, desde a última Copa. A Seleção corre o risco de chegar no Catar sem parâmetro no enfrentamento com os europeus. Em 2018, isso já lhe custou caro.

A boa notícia das eleições

Se apresentaram como fator negativo a vitória de candidatos "centristas" e velhos caciques da política, as eleições.municipais realizadas ontem também tiveram fatos positivos para serem destacados. A boa notícia das eleições que mais se sobressai é o fracasso rotundo do.presidente Jair Bolsonaro como cabo eleitoral. A maioria dos candidatos apoiados pelo ex-capitão foi rejeitada nas urnas. Ao saber disso, Bolsonaro tratou de apagar suas postagens de apoio aos candidatos fracassados. A força do bolsonarismo se esvaiu em apenas dois anos. Se a esquerda ainda encontra resistências de uma parte dos eleitores, a popularidade de Bolsonaro está derretendo. Há, portanto, um vácuo que, nesse momento, está, indesejavelmente, sendo ocupado por políticos do chamado "centrão", de tão triste práticas. O caminho para uma vitória da esquerda em 2022 é árduo, mas existe. O processo de conquista do eleitor tem de começar o quanto antes. Não há tempo a perder.

Voto insensato

O eleitorado brasileiro confirmou, mais uma vez, sua triste tendência para o conservadorismo. A lição sobre o desatino que foi a eleição do insano Jair Bolsonaro para presidente, pelo visto, não foi aprendida pelos eleitores nos pleitos municipais realizados hoje. Se é verdade que os candidatos apoiados por Bolsonaro, em geral, fracassaram, evidenciando a perda de popularidade do ex-capitão, a preferência dos eleitores, na maioria dos casos, foi por nomes de uma direita mais "suave" ou, até mesmo, de centro. A esquerda, no entanto, foi pouco votada. Foi o que se pode definir como um voto insensato. Num país de enorme crise econômica, vivendo a omissão do governo federal no enfrentamento à pandemia de coronavírus, com direitos trabalhistas sendo surrupiados, a Previdência Social sendo desmontada, o povo escolhe eleger seus algozes, e recusa a mudança que só os candidatos de esquerda poderiam promover. Como bem conceituou o célebre escritor Lima Barreto, o Brasil não tem povo, apenas público. Sem dúvida, pois um povo luta por seus direitos, enquanto o público assiste passivamente à destruição dos mesmos.

Ladeira abaixo

Desde a saída abrupta do técnico Eduardo Coudet, prenunciavam-se tempos difíceis para o Inter. O rendimento do Inter, mesmo com Coudet, já vinha caindo, tanto que, no último jogo do técnico, apenas empatou em 2 x 2 com o Coritiba, em pleno Beira-Rio. Três dias depois, novamente em casa, na estreia de seu novo técnico, Abel Braga, o Inter perdeu para o América Mineiro, pela Copa do Brasil, e se complicou na competição. Hoje, na Vila Belmiro, o Inter perdeu para o Santos por 2 x 0, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma derrota constrangedora, pois o Santos estava desmontado pelo grande número de jogadores com coronavírus, tendo de escalar vários garotos. Nos minutos iniciais do segundo tempo, o Inter parecia ter se encontrado no jogo, e deu esperança de poder vencer a partida. Porém, esse bom momento não teve efeito prático, e ao sofrer um gol, o Inter não encontrou forças para reagir. Em queda técnica, e visivelmente abalado pela saída de Coudet, o Inter parece estar indo ladeira abaixo.

Decolou

O campeão voltou. Os torcedores do Grêmio certamente gritariam essa frase, hoje, na Arena, caso pudessem entrar no estádio. O Grêmio venceu o Ceará por 4 x 2, e jogou um futebol como nos melhores tempos sob orientação do técnico Renato. Como o próprio Renato vivia dizendo que aconteceria, o Grêmio "decolou". Conforme o técnico, as duas últimas atuações do Grêmio no Campeonato Brasileiro, contra o Fluminense, no Maracanã e, diante do Ceará, foram as melhores do ano. No jogo de hoje, a atuação do Grêmio só não foi irreparável devido aos erros defensivos que proporcionaram dois gols para o adversário. Afora isso, foi uma atuação brilhante. A maior posse de bola, os toques envolventes, tudo fez lembrar o Grêmio dos títulos da Copa do Brasil de 2016 e Libertadores de 2017. Agora, já são quatro vitórias consecutivas do Grêmio no Brasileirão, e uma perspectiva de poder disputar o título da competição. As promessas do técnico do Grêmio, pelo visto, não eram bravatas. A decolagem do Grêmio virou realidade.

Futebol burocrático

A Seleção Brasileira continua sem conseguir satisfazer o menos exigente dos torcedores. Hoje, no Morumbi, a Seleção venceu a Venezuela, pelas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2022, no Catar, mas sua atuação deixou muito a desejar, apresentando um futebol burocrático. A equipe careceu de criatividade e ousadia. Diante de um adversário modesto, não fez gols no primeiro tempo. No segundo, marcou apenas um, o que foi suficiente para lhe dar a vitória, mas gera preocupação na projeção de suas possibilidades contra oponentes mais fortes. Na partida contra o Uruguai, fora de casa, na terça-feira, a Seleção terá de jogar muito mais para poder ganhar. A verdade é que, sob a orientação do técnico Tite, a Seleção não entusiasma ninguém. Dessa forma, a perda do encanto pelo que já foi um dos maiores orgulhos do país só se acentua.

Os excessos verbais de Bolsonaro

Depois de um período em que ficou, relativamente, contido, o presidente Jair Bolsonaro voltou a disparar a sua metralhadora de boçalidades. O ex-capitão, entre outras "perolas", saudou a suspensão do desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus, e chamou de maricas os brasileiros que "exageram" as consequências da pandemia, pois todos vão morrer um dia. As declarações de Bolsonaro são, rotineiramente, grosseiras, vulgares, chulas, e desrespeitosas. Elas são o retrato fiel de quem as profere, um ser abjeto, truculento, estúpido, de baixa instrução e sem cultura. Muitos argumentam que as declarações disparatadas de Bolsonaro são uma tática diversionista para tirar o foco dos fracassos de seu governo, e das acusações que pesam contra seus filhos. Não importa. O país não pode aceitar passivamente os excessos verbais de Bolsonaro, nem tolerar o fato de ser governado por um tresloucado. Há fatos suficientes para embasar o seu impeachment, tanto que dezenas de pedidos nesse sentido estão sobre a mesa do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ). Em vez de soltar notas de repúdio às declarações de Bolsonaro, Rodrigo Maia deveria dar andamento a pelo menos um de tantos pedidos. Notas de repúdio são mero exercício para marcar posição. O Brasil precisa de medidas práticas para se livrar de Bolsonaro.

Começo preocupante

O primeiro jogo do Inter na volta do técnico Abel Braga ao clube não foi nada bom. Hoje, no Beira-Rio, o Inter perdeu por 1 x 0 para o América Mineiro, pelas quartas de final da Copa do Brasil,com uma péssima atuação. O gol do América aconteceu logo aos 12 minutos do primeiro tempo, e o Inter não conseguiu reagir. Chamou a atenção a apatia do Inter, que jogou a partida inteira sem vibração. Abel manteve a escalação que vinha sendo usada pelo técnico anterior, Eduardo Coudet, mas isso de nada valeu. As trocas feitas por Abel durante o jogo não melhoraram em nada a atuação do Inter. O resultado deixa a classificação do América para as semifinais como uma grande possibilidade. Para o Inter, o retorno de Abel teve um começo preocupante.

Classificação encaminhada

Em confrontos eliminatórios, vencer o primeiro jogo quando ele é fora de casa facilita muito. O Grêmio deixou sua classificação encaminhada para as semifinais da Copa do Brasil, hoje, ao vencer o Cuiabá por 2 x 1, na Arena Pantanal. O jogo começou com o Grêmio dominando totalmente o Cuiabá, e abrindo o placar logo aos oito minutos. O gol marcado cedo pareceu ter arrefecido o Grêmio, que diminuiu seu ritmo e permitiu o empate do adversário aos 19 minutos. Aos 43, de pênalti, o Grêmio fez seu segundo gol, determinando o resultado final. No segundo tempo, o Cuiabá pressionou fortemente o Grêmio, mas não conseguiu marcar gols. A atuação do Grêmio contra um adversário modesto e muito desfalcado esteve longe de entusiasmar, mas a vitória praticamente o classifica para as semifinais. Porém, se confirmar essa tendência, o Grêmio terá de jogar muito mais do que fez hoje, se quiser ter chances contra o vencedor do confronto Flamengo x São Paulo, seja ele quem for.

Apostas diferentes

Se as saídas dos técnicos Eduardo Coudet e Domenec Torrent, de Inter e Flamengo, respectivamente, obedeceu a roteiros diferentes, pois o primeiro pediu demissão e o segundo foi dispensado, seus substitutos também foram definidos de formas diversas. Os dois clubes fizeram apostas diferentes. A do Inter foi em um velho conhecido, Abel Braga, técnico que trabalhará no clube pela sétima vez. O Flamengo buscou um nome emergente, Rogério Ceni, talvez a maior promessa de um grande técnico entre os brasileiros. Ceni terá sua prova de fogo. Bem sucedido no Fortaleza, fracassou em dois gigantes do futebol brasileiro, São Paulo e Cruzeiro. Receberá um Flamengo que tem o melhor grupo de jogadores do país, e o favoritismo em todas as competições que disputa. No Inter, o Abel que chega fez seu último trabalho de destaque no próprio clube, em 2014, quando foi terceiro colocado no Campeonato Brasileiro. De lá para cá, somou vários trabalhos ruins, e estava desempregado desde março. Chega num Inter que é lider isolado do Brasileirão, e continua na Libertadores e Copa do Brasil. Terá uma enorme chance de provar que não é um técnico superado. Ceni e Abel são duas tentativas de solução diferentes. Em princípio, Ceni tem mais perspectivas de êxito. Porém, no futebol, não há verdades definitivas, e o espaço para o imponderável, quase inexistente em outros esportes, é muito grande.

Demissões

O meio futebolístico foi agitado, hoje, com as saídas dos técnicos de dois grandes clubes brasileiros. Lider isolado do Campeonato Brasileiro, o Inter foi surpreendido pelo pedido de demissão de Eduardo Coudet, que irá para o Celta (ESP), clube que luta para não ser rebaixado. O Flamengo, depois de sofrer duas goleadas seguidas no Campeonato Brasileiro, dispensou Domenec Torrent. São, portanto, duas demissões diferentes. Enquanto Coudet pediu para sair, Domenec foi mandado embora. A atitude de Coudet foi, eticamente, reprovável. Deixar o Inter, que lidera o Brasileirão, para treinar o Celta, clube de muito menor expressão e que busca apenas não ser rebaixado, é incompreensível. Ainda que seja uma oportunidade no futebol europeu, a opção não se justifica. Desde que assumiu o cargo no Inter, Coudet apresentou um comportamento questionável. Acostumou-se a se queixar de tudo, desde a precária qualidade da grama de alguns estádios do Rio Grande do Sul, ao "grupo curto" de jogadores do Inter. Essas declarações iam sempre no sentido de se defender de críticas eventuais ao seu trabalho, ou para justificar maus resultados. No geral, com exceção do Campeonato Brasileiro, seu trabalho foi bem modesto. Fracassou rotundamente no Campeonato Gaúcho, não chegando sequer na decisão da competição. Não venceu nenhum dos seis grenais que disputou, nos quais o Inter marcou apenas um gol, de pênalti. Na Libertadores, fez a décima-quarta campanha entre os dezesseis classificados para as oitavas de final. Na Copa do Brasil, classificou-se para as quartas de final eliminando um adversário de menor relevância, o Atlético Goianiense, mas sem dar a confiança de que poderia enfrentar, com chances de êxito, oponentes de maior porte. Seja pelo seu desempenho, ou pelo lado pessoal, Coudet não deixará saudade. Em relação a Domenec, tudo foi mais simples. Sua saída se deve aos maus resultados, entre os quais duas goleadas no Brasileirão em apenas uma semana. Simpático no plano pessoal, ao contrário de Coudet, Domenec deixa o Flamengo por não ter conseguido fazer um bom trabalho tendo o melhor grupo de jogadores do Brasil nas mãos.

Tropeço

O jogo era em casa,contra um clube que estava na zona de rebaixamento, mas o Inter não soube tirar proveito. Hoje, no Beira-Rio, o Inter empatou em 2 x 2 com o Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro. Franco favorito, o Inter esteve duas vezes em vantagem no placar, mas não conseguiu se impor sobre um adversário modesto e desfalcado. Foi um tropeço, embora, devido a resultados de outros jogos, o clube continue líder do Brasileirão. Porém, as limitações de seu grupo de jogadores não sinalizam que essa condição vá durar por muito tempo.

Subindo

O Grêmio está vivendo sua melhor fase no Campeonato Brasileiro. Durante um tempo, chegou a se aproximar da parte de baixo da classificação. Agora, embora esteja em oitavo lugar, sua diferença para o líder é de apenas seis pontos, com um jogo a menos. As cinco vitórias consecutivas, nas quais se incluem jogos pela Copa do Brasil, mostram que o Grêmio está subindo de produção. Hoje, no Maracanã, o Grêmio venceu o Fluminense por 1 x 0, poupando alguns titulares, mas com qualidade suficiente para obter a vitória. Jean Pyerre, Pepê e Matheus Henrique jogaram muito bem, e Churin teve uma boa estreia. Disputando três competições ao mesmo tempo, o Grêmio está vivo em todas elas. O futebol que o Grêmio joga ainda não empolga, mas os resultados estão sendo alcançados, o que abre boas perspectivas para o que virá pela frente.

A vitória de Biden

Depois de vários dias de expectativa, Joe Biden foi definido, hoje, como o vencedor da eleição para presidente dos Estados Unidos. A vitória de Biden é um alívio para o mundo inteiro. Não em função de qualidades excepcionais do futuro presidente, mas por impedir a reeleição do insano Donald Trump. Com Biden no cargo, não se deve esperar, é claro, um governo de esquerda. Essa possibilidade é nula nos Estados Unidos. Seus dois principais partidos, Democrata e Republicano, são duas faces da mesma moeda. Divergem nos detalhes, mas convergem na sua defesa do sistema capitalista. A diferença é que os democratas o fazem de uma maneira mais suave, com leves pinceladas de preocupação social, e os republicanos são selvagens e impiedosos. A derrota de Trump enfraquece a tendência direitista que vinha se fazendo notar em muitos países. Sem o bufão Trump presidindo o país mais poderoso do mundo, seus seguidores perdem a referência. Nesse sentido, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, especialmente, é o mais afetado. O ex-capitão sempre fez questão de atrelar sua imagem com a de Trump. Algumas pautas que são caras para Biden poderão gerar tensão junto ao governo Bolsonaro. Um exemplo disso são as queimadas na Amazônia. Até mesmo alguns ministros de Bolsonaro talvez tenham de ser trocados para evitar maiores atritos com o governo Biden, como Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores. Como se vê, Biden, lá como aqui, é uma promessa de melhores dias.

Sorte

Entre os clubes classificados para as quartas de final da Copa do Brasil, dois pertencem à Segunda Divisão, Cuiabá e América Mineiro. Portanto, na definição dos confrontos, eram os adversários mais desejados pelos outros clubes. No sorteio realizado hoje, o Cuiabá foi definido como adversário do Grêmio, e o América Mineiro será o do Inter. Portanto, Grêmio e Inter tiveram sorte, pois escaparam, pelo menos nessa fase, do enfrentamento com clubes mais poderosos. O problema é que o persistente mau futebol mostrado pelo Grêmio, e as conhecidas limitações técnicas do Inter tornam pouco animadoras as perspectivas de ambos nas semifinais, caso confirmem suas classificações. Ao Grêmio, caberá jogar contra o ganhador de Flamengo x São Paulo. O Inter terá pela frente o vencedor de Palmeiras x Ceará, que, provavelmente, será o clube paulista. Dessa forma, a chance de que cheguem na decisão da competição se mostra, em princípio, reduzida. A satisfação de Grêmio e Inter com os confrontos definidos hoje é legítima, mas tende a ser breve. As semifinais poderão ter um sabor bem mais amargo para ambos.

Classificado

Após a vitória escassa no primeiro jogo, havia um certo receio da torcida do Grêmio em relação à segunda partida contra o Juventude, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, hoje, no Alfredo Jaconi. Os temores eram justificados, pois o Grêmio não jogara bem na Arena. O início do jogo de hoje parecia confirmar toda essa apreensão. O Grêmio fazia outra má atuação, e era dominado pelo Juventude. A saída forçada de Maicon, por lesão, aos 35 minutos de jogo, acabou beneficiando o Grêmio. Lucas Silva entrou no seu lugar, e deu maior segurança defensiva ao meio de campo, o que permitiu que o Grêmio tivesse mais equilíbrio, e, ainda no primeiro tempo, criasse duas chances de gol, o que não havia feito até então. Na volta do intervalo, o técnico do Grêmio, Renato, colocou Thaciano no lugar de Isaac. A atuação do Grêmio, no entanto, não era boa, e o Juventude voltou a crescer no jogo. Porém, a entrada de Jean Pyerre, substituindo Ferreira, mudou o panorama da partida. O gol de Thaciano, aos 25 minutos, trouxe a tranquilidade que faltava ao Grêmio, e abateu o ânimo do seu adversário. A vitória por 1 x 0 repetiu o placar do primeiro jogo e, dessa forma, o Grêmio está classificado para as quartas de final. Seu futebol, entretanto, tem de melhorar, ou não terá condições de chegar ao título.

O mau momento do futebol brasileiro

A cada ano, o nível técnico do futebol jogado no Brasil parece cair mais. Em 2019, o Flamengo foi uma exceção nesse panorama, montando um grupo de jogadores de grande qualidade. Porém, em 2020, até o Flamengo está deixando a desejar. O técnico Domenec Torrent ainda não se firmou inteiramente, e a defesa, especialmente, se mostra frágil e sofre muitos gols. Os demais grandes clubes do país atestam o mau momento do futebol brasileiro. Nenhum deles está bem. Começando pelo Rio de Janeiro, o Botafogo foi eliminado da Copa do Brasil pelo Cuiabá, e enfrenta uma crise financeira gigantesca. O Fluminense faz uma campanha surpreendente no Campeonato Brasileiro, mas também apresenta sérios problemas financeiros, o que resulta em que não consiga reter os jogadores que revela até que eles ganhem títulos pelo clube. O Vasco, igualmente, sofre com a falta de recursos, o que faz com que tenha um grupo modesto, não lhe permitindo maiores aspirações. Em São Paulo, mesmo com um grupo caro e numeroso, o Palmeiras não consegue deslanchar. Cotado para disputar o título do Brasileirão, está, atualmente, fora das primeiras colocações. O São Paulo oscila muito a cada jogo. Hoje, depois da goleada empolgante sobre o Flamengo, foi eliminado pateticamente da Copa Sul-Americana pelo Lanús, com um gol nos acréscimos. O Santos vem mostrando um bom desempenho, mas hoje foi eliminado da Copa do Brasil pelo Ceará. O Corinthians vive uma crise técnica e financeira, quadro que deverá ser agravado pela eliminação na Copa do Brasil, nessa noite, pelo América Mineiro. Em Minas Gerais, o Atlético Mineiro, depois de um início empolgante no Campeonato Brasileiro, enfrenta uma séria queda de rendimento, e não ganha há varios jogos. O Cruzeiro está na maior crise de sua história, fazendo uma má campanha na Segunda Divisão. No Rio Grande do Sul, o Grêmio vem se sustentando em todas as competições que disputa, mas a duras penas, jogando muito mal. Líder do Campeonato Brasileiro, o Inter, no entanto, perdeu jogos que comprometem sua campanha, como, por exemplo, para Goiás e Corinthians, dois adversários atualmente fracos. O Brasileirão está muito equilibrado, o que faz com que se torne emocionante, mas isso só ocorre porque há um nivelamento por baixo, dada a precariedade técnica do futebol jogado no Brasil.

Confirmação

Depois de ter vencido o primeiro jogo sobre o Atlético Goianiense, fora de casa, o Inter encaminhou sua classificação para as quartas de final da Copa do Brasil. Hoje, no Beira-Rio, o Inter venceu o Atlético Goianiense por 2 x 1, mesmo placar do primeiro jogo, e obteve a confirmação. Com uma escalação mista, o Inter enfrentou muitas dificuldades no primeiro tempo,que terminou sem gols. O Atlético Goianiense, muito desfalcado, mostrou-se superior, mas esbarrou na sua limitação técnica e pouca capacidade ofensiva. Preocupado com o que via, o técnico do Inter, Eduardo Coudet, colocou Edenilson e Thiago Galhardo na volta do intervalo. Foi o suficiente para o Inter melhorar a sua produção, marcar dois gols, e confirmar sua classificação. O adversário ainda descontou, mas era tarde demais para uma reação. Para confrontos mais exigentes, no entanto, o Inter terá muitas dificuldades, pois seu grupo de jogadores não apresenta grandes opções, e quando poupa titulares o nivel técnico cai acentuadamente.

O que valeu foi ter vencido

A vitória era fundamental, e ela veio. O Grêmio venceu o Red Bull Bragantino por 2 x 1, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro, mas jogou, novamente, um futebol pobre. O primeiro tempo foi lamentável, com uma atuação lenta e arrastada de ambos os lados. Robinho e Diego Souza tiveram péssimas atuações. O primeiro a sair foi Robinho, no intervalo. Diego Souza saiu durante o segundo tempo. Porém, o que fez o Grêmio melhorar, mesmo, foram as entradas de Lucas Silva no lugar de Maicon e Ferreira em substituição a Luís Fernando. Lucas Silva deu a necessária proteção defensiva que o cansado Maicon não conseguia oferecer. Ferreira proporcionou energia ao ataque, o que Pepê,de atuação apagada, não fez. Com dois gols em três minutos, o Grêmio construiu um placar que parecia dar tranquilidade até o final do jogo. Não foi assim. Ao sofrer um gol, o Grêmio viu o jogo retomar a sua carga dramática , com a vitória sendo ameaçada até o último minuto. Por tudo isso, para o Grêmio, o que valeu foi ter vencido. Seu desempenho segue sendo fraco.

Goleada surpreendente

O Flamengo tinha, hoje, a chance de se tornar o líder isolado do Campeonato Brasileiro. Bastava, para isso, um empate contra o São Paulo, no Maracanã. Pedro abriu o placar para o Flamengo, o que parecia confirmar o seu favoritismo. Pouco depois, o São Paulo empatou. A chance do Flamengo desempatar veio com um penalti, que foi desperdiçado. Foi o São Paulo, então, quem marcou o segundo gol. Depois, veio o terceiro, de pênalti. Um outro pênalti deu a chance para o Flamengo descontar, mas, novamente, o gol não aconteceu. Mais um gol do São Paulo estabeleceu a goleada surpreendente de 4 x 1, que deixa o Brasileirão em aberto quanto a quem será o campeão. Considerado o franco favorito da competição, o Flamengo não vem confirmando essa condição.

Sean Connery

Uma carreira longa e profícua, com muitos prêmios, incluindo um Oscar de melhor ator coadjuvante. Esse é um breve resumo da trajetória de Sean Connery, ator escocês que faleceu hoje, aos 90 anos. Connery alcançou o sucesso interpretando, em sete filmes, o detetive James Bond. Foi considerado o ator que melhor interpretou o famoso personagem. Porém, sua carreira não se limitou a isso. Afora o Oscar de melhor ator coadjuvante que ganhou por sua atuação em "Os Intocáveis", brilhou, também, em filmes como "Marnie, Confissões de Uma Ladra", "O Nome da Rosa", e "Caçada ao Outubro Vermelho". Tão longa e exitosa carreira lhe rendeu, ainda o titulo de "Sir", conferido pela rainha Elizabeth, da Inglaterra. Com sua morte, o cinema perde um ícone.

Um choque de realidade

A boa campanha em termos gerais, que o leva a ser líder do Campeonato Brasileiro, muitas vezes faz com que se esqueçam as muitas limitações do grupo de jogadores do Inter. O bom jogo contra o Flamengo fez com que o entusiasmo de alguns aumentasse ainda mais. Dessa forma, o jogo de hoje contra o Corinthians, mesmo sendo no Itaquerão, tinha o Inter como favorito, pois o clube paulista faz uma campanha fraca no Brasileirão e vinha de uma derrota, também em casa, para o América Mineiro, pela Copa do Brasil. Veio, então, um choque de realidade. O Inter perdeu para o Corinthians por 1 x 0, jogando muito mal. Curiosamente, com apenas 20 segundos de jogo, Edenilson perdeu um gol feito, na marca do pênalti, chutando alto. A partir daí, no entanto, o Inter não criou nenhuma outra chance de gol, mesmo tendo mais posse de bola, pois o Corinthians jogava postado atrás para explorar os contra-ataques, ainda que fosse o mandante da partida. Basta lembrar que o Flamengo goleou o mesmo Corinthians no Itaquerão por 5 x 1 para perceber a diferença de qualidade entre os dois primeiros colocados da competição. Derrotas como a de hoje, e a ocorrida para o Goiás, mostram que o título é um sonho demasiado para as possibilidades do grupo de jogadores do Inter.

Os 60 anos de Maradona

Na data de hoje, Maradona completa 60 anos. Apenas uma semana depois de Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos, chegar aos 80 anos. Os argentinos costumam dizer que Maradona foi o maior de todos, superando Pelé. Não é verdade. Os currículos de ambos são incomparáveis, pois o de Pelé é muito superior. Porém, se não foi melhor que Pelé, Maradona tampouco foi superado por qualquer outro jogador. Seu compatriota Messi é extraordinário, mas sua falta de brilho na seleção da Argentina não lhe permite chegar ao nível de Maradona. Na Copa do Mundo de 1986, Maradona atingiu o seu auge, levando uma equipe da Argentina apenas mediana tecnicamente a conquistar o título. A Argentina jogava em função de Maradona, pois sabia que ele fazia a diferença. Contra a Inglaterra, Maradona fez dois gols históricos, um por ter sido com a mão,e incrivelmente validado pelo árbitro, e outro que é considerado o mais bonito da história das Copas do Mundo, em que dribla vários adversários em sequência. Ao contrário de Pelé, que era um atleta, em termos físicos, Maradona cometia excessos fora do futebol, que comprometiam sua forma. Foi afastado durante a Copa do Mundo de 1994 por ter sido pego no exame antidoping. Depois que parou de jogar, Maradona teve vários problemas de saúde, correu risco de vida, envolveu-se em polêmicas, foi técnico da Argentina em uma Copa do Mundo. Um roteiro tão dramático e intenso que cairia como uma luva numa letra de tango. Por isso Maradona é tão amado pelos argentinos. Os 60 anos de Maradona devem ser comemorados por todos os que amam o futebol. Parabéns, Maradona!

Futebol sonolento

A paciência do torcedor do Grêmio vem sendo testada a cada jogo. Com raras exceções, as atuações do Grêmio são pobres, e não dão perspectivas de melhoras. Não foi diferente, ontem. A vitória por 1 x 0 sobre o Juventude, na Arena, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, foi obtida com um futebol sonolento. O Grêmio abriu o placar logo aos oito minutos do primeiro tempo, com um golaço de Isaque numa tabelinha com Pepê. A partir daí, o Grêmio acomodou-se, e o Juventude, confiante de que pode reverter o resultado na segunda partida, no Alfredo Jaconi, também foi pouco ofensivo. Dessa forma, o jogo se tornou chato e arrastado. O segundo tempo, em particular, foi torturante. O técnico do Grêmio, Renato, mais uma vez, fez substituições equivocadas. Retirou Isaque, que era o melhor em campo, e permaneceu até o final com Diego Souza, de muito má atuação. A sorte, novamente, ajudou Renato, pois o Juventude perdeu um gol feito que lhe daria o empate. A vitória escassa deixa o confronto em aberto, o que não aconteceria se o Grêmio tivesse marcado, pelo menos, mais um gol. Havia tempo de sobra para isso. Apenas contando com a sorte, sem melhorar seu futebol, o Grêmio não conseguirá conquistar títulos.

Tranquilidade

A boa campanha do adversário no Campeonato Brasileiro poderia fazer com que se pensasse que o Inter teria dificuldades contra o Atlético Goianiense, anteontem, no Estádio Olímpico Pedro Ludovico, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Não foi o que se viu. Com uma escalação cheia de jogadores reservas, o Inter encontrou uma presa fácil. A vitória, por 2 x 1, foi alcançada com tranquilidade. O Inter abriu o placar logo no início do jogo. No segundo tempo, ampliou. Uma pequena queda de rendimento no final, permitiu que o Atlético descontasse. Porém, isso não deverá trazer qualquer problema. Diante de um adversário tão frágil, e jogando a segunda partida no Beira-Rio, a classificação do Inter está quase garantida.

Os 75 anos de Lula

No dia de hoje, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva completa 75 anos. Os 75 anos de Lula se tornam ainda mais expressivos porque, depois de cumprir dois mandatos, saiu do cargo com um índice de aprovação de 87 por cento, um fato, por certo, jamais repetido por qualquer outro governante. Lula conseguiu, com a força de seu prestígio, fazer com que Dilma Rousseff, candidata que indicou, se elegesse presidente, e obtivesse, também, um segundo mandato, que cumpriu só pela metade, vítima que foi de um golpe sórdido. Nada disso ocorreu por acaso. Lula foi um grande presidente. Tirou 50 milhões de brasileiros da pobreza, propiciando que viajassem de avião e adquirissem carros zero quilômetro. Deu ênfase para a educação, facilitando o acesso dos menos favorecidos ao ensino superior, por meio de iniciativas como o ProUni e o sistema de cotas para negros. O golpe que depôs Dilma Rousseff foi completado pela absurda condenação sem provas de Lula, por crimes que não cometeu, com o único objetivo de impedir que concorresse novamente para presidente, pois sua vitória seria certa ainda no primeiro turno. O tempo, no entanto, coloca tudo no seu lugar, e Lula viverá para ver ruir todo a ardilosa tramóia armada contra sua candidatura. Seja como candidato, ou apoiando outros, Lula seguirá sendo um nome de peso na política brasileira. Parabéns, Lula!

O eclipse de Guardiola

O futebol, o mais popular entre os esportes, cria ídolos e mitos em profusão. Há jogadores e técnicos que atingem fama e fortuna em níveis estratosféricos. Um desses casos é o técnico espanhol Josep Guardiola. Foi ele quem treinou o Barcelona do "tiktaka", onde brilhavam Messi, Xavi e Iniesta. Era um futebol que privilegiava a posse de bola e a troca de passes. Com os muitos títulos ganhos pelo Barcelona, e o encantamento que seu estilo de jogo proporcionava, Guardiola logo foi alçado a condição de melhor técnico do mundo, desejado por vários clubes. O Bayern de Munique o contratou na esperança de voltar a ganhar a Champions League, mas isso não aconteceu, o que fez com que o clube, em dado momento, abrisse mão de sua continuidade no cargo. Guardiola, então foi para o Manchester City, um clube que tenta tornar-se grande com os maciços investimentos de seu proprietário. O grande objetivo do Manchester City é ganhar a Champions League. Mesmo estando há cinco anos no clube, Guardiola ainda não conseguiu esse feito. O Manchester City ganhou campeonatos ingleses e edições da Copa da Liga da Inglaterra. Porém, não consegue vencer a Champions League. No atual Campeonato Inglês, o Manchester City só venceu um dos seis jogos que fez até agora. O eclipse de Guardiola é evidente. Talvez a razão para isso é que ele tenha entrado numa zona de conforto, privilegiando o recebimento de um salário altíssimo num contrato longo, em detrimento de novos riscos profissionais. Antes uma quase unanimidade como melhor técnico do mundo, Guardiola vê outros nomes sendo apontados nessa condição. No futebol, como na vida, tudo é muito efêmero.

Grande jogo

Havia grande expectativa pelo jogo entre Inter e Flamengo, hoje, no Beira-Rio. Não bastasse o enfrentamento entre dois grandes clubes brasileiros, quem vencesse assumiria a liderança isolada do Campeonato Brasileiro. A expectativa foi recompensada. Foi um grande jogo. O empate em 2 x 2 manteve os dois clubes igualados em número de pontos, com o Inter em vantagem nos critérios. No primeiro tempo, o Inter foi preponderante, mas contou com duas terríveis falhas da defesa do Flamengo para marcar seus gols e obter a vitória parcial. No segundo, o Flamengo foi dominante e perdeu muitas chances para marcar. O gol de empate, aos 49 minutos do segundo tempo, deu um pouco mais de justiça ao resultado, pois o Flamengo não merecia perder. Para os torcedores de cada clube, o empate, por certo, foi frustrante. Para os apreciadores do futebol, foi uma bela partida.

Virada

O jogo não parecia nada promissor para o Grêmio. Ainda que o adversário estivesse na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, jogar com reservas, fora de casa, prenunciava mais um mau resultado. Porém, isso não se confirmou, e o Grêmio venceu o Athletico Paranaense por 2 x 1, de virada, hoje, na Arena da Baixada. Num jogo que, até então, tinha escassas chances de gol, o Grêmio saiu perdendo aos 44 minutos do primeiro tempo, com um golaço de Carlos Eduardo. Acertadamente, o técnico do Grêmio, Renato, na volta do intervalo, optou pela entrada de Pepê. Com sua grande qualidade, Pepê começou a fazer a diferença, e o Grêmio chegou ao empate, num gol contra de Thiago Heleno. Mais tarde, Renato também colocou Ferreira para aumentar a qualidade do Grêmio. Novamente, deu certo, e ele marcou o gol da vitória. Fica a lição, para Renato assimilar. No futebol, a qualidade técnica faz a diferença. Os melhores devem jogar, sempre.

Vivendo perigosamente

A postura do Grêmio em relação ao Campeonato Brasileiro é absurda, mas se repete a cada ano. O clube trata o Brasileirão com desdém, e concentra toda a sua motivação na Libertadores e Copa do Brasil. Mesmo quando elas ainda não haviam reiniciado, o Grêmio já poupava jogadores no campeonato, sob a justificativa de que a pesada sequência de partidas após a paralisação do futebol pela pandemia de coronavírus obrigava a que eles recebessem um descanso. A realidade é que o Grêmio faz uma campanha muito ruim no Campeonato Brasileiro, com apenas quatro vitórias em dezessete jogos, e frequenta, na maior parte do tempo, a segunda página da classificação, o que é indigno da sua grandeza. Amanhã, na Arena da Baixada, contra o desesperado Athletico Paranaense, que está na zona de rebaixamento, o Grêmio vai, novamente, jogar com vários reservas, uma prática que tem se mostrado desastrosa. O Grêmio insiste em seguir vivendo perigosamente, desprezando uma competição em que há o risco de queda para a Segunda Divisão. Por concordância ou omissão, o presidente do Grêmio nada faz para deter as estapafúrdias decisões de seu técnico. Até quando vão submeter o torcedor a tamanho sofrimento? O clube precisa rever essa postura, antes que seja tarde demais.

Boa convocação

O técnico da Seleção Brasileira, Tite, fez, hoje, a convocação para os jogos contra Venezuela e Uruguai, em novembro, pelas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Foi uma boa convocação. Tite chamou seus preferidos de sempre, como Phillipe Coutinho e Gabriel Jesus, mas também fez retornar Éder Militão e Arthur, o que qualifica o grupo. Não há grandes esquecimentos por parte do técnico. Dentro da realidade atual do futebol brasileiro, há pouco a contestar entre os jogadores convocados.

Perspectiva desanimadora

O sorteio para a definição das oitavas de final da Libertadores não foi nada bom para o Inter. Seu adversário será o Boca Juniors. Com o futebol limitado que joga, o Inter terá muita dificuldade contra o Boca. Caso consiga eliminar o clube argentino, o Inter enfrentará Flamengo ou Racing nas quartas de final. Nas semifinais, pegaria Grêmio, Santos, LDU, ou Guarani do Paraguai. Como se vê, é uma perspectiva desanimadora. Resta ver como o futebol do Inter se mostrará daqui a pouco mais de um mês, quando começará o confronto pelas oitavas de final.

Sorteio favorável

O Grêmio vem jogando um futebol muito pobre. Dessa forma, qualquer adversário que venha a enfrentar representa uma dificuldade a ser transposta, por mais modesto que seja. Ainda assim, o Grêmio não pode se queixar da sua caminhada na Libertadores. Um sorteio favorável fez com que o Grêmio vá ter o Guarani do Paraguai como adversário nas oitavas de final da competição. Melhor do que isso, só se pegasse o Delfin, que irá enfrentar o Palmeiras. Porém, será preciso que o Grêmio melhore muito o seu futebol para que possa sonhar em ir longe na Libertadores. Se eliminar o Guarani, o Grêmio irá jogar contra o vencedor de Santos x LDU nas quartas de final. Se chegar nas semifinais, enfrentará Flamengo, Racing, Boca Juniors ou Inter. Nesse caso, a menos que aumente muito a qualidade do seu futebol, suas chances de se classificar para a decisão seriam muito reduzidas, exceção feita ao Inter, contra o qual mantém uma longa invencibilidade.

Os 80 anos de Pelé

A saúde já dá sinais de fragilidade. O homem que percorreu o mundo, está recluso e arredio às entrevistas. Porém, hoje o Brasil e o mundo o irão reverenciar. A data marca os 80 anos de Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Só a obtusidade de alguns, e o desconhecimento de outros, pode fazer com que essa afirmação seja contestada. Nunca haverá um jogador que o supere. Antes dele, o Brasil e o mundo já tinham visto alguns jogadores extraordinários. No Brasil, podem ser citados Leônidas da Silva e Zizinho. No mundo, Di Stéfano e Puskas. Nenhum deles, no entanto, foi melhor que Pelé. Durante sua carreira, surgiram nomes como Cruyff e Beckenbauer, mas eles também não superaram Pelé. Depois que Pelé parou de jogar, apareceram astros como Maradona e Messi, mas que não lhe tomaram a distinção de melhor de todos os tempos. Pelé é absolutamente único, inigualável. As falhas eventuais de Édson, o homem por trás do mito, não devem ser usadas para o desmerecer. Essa é uma visão mesquinha e falso moralista. Pelé é o brasileiro mais célebre da história. Merece todas as homenagens. Parabéns, Pelé!

Oportunidade desperdiçada

O Inter poderia ter ficado em primeiro lugar no seu grupo na Libertadores. Para isso, bastaria que vencesse a Universidad Católica, fora de casa, pois o Grêmio apenas empatou com o América de Cali, na Arena. Porém, foi uma oportunidade desperdiçada. Ao abrir o placar, parecia que o Inter se encaminhava para a vitória, mas o gol de empate veio no minuto seguinte. No segundo tempo, ao saber que o Grêmio estava perdendo o seu jogo, o técnico do Inter, Eduardo Coudet, que havia escalado vários reservas, colocou alguns titulares na tentativa de ganhar o jogo. No entanto, ao ceder mais espaços na busca da vitória, o Inter acabou derrotado por 2 x 1. Victor Cuesta, confirmando sua fase ruim, falhou nos dois gols do adversário. Classificado em segundo lugar no grupo, o Inter irá pegar um adversário pesado nas oitavas de final. Com o futebol que vem jogando, terá muitas dificuldades para ir adiante na disputa.

Mau futebol

Nos seus dois jogos anteriores, contra Botafogo e São Paulo, o Grêmio parecia estar melhorando o seu desempenho, pois ganhou com naturalidade do primeiro, e poderia ter vencido o segundo porque foi prejudicado pela arbitragem. Porém, hoje, no empate em 1 x 1 com o América de Cali, na Arena, pela Libertadores, o mau futebol voltou. O primeiro tempo terminou em 0 x 0. No início do segundo, o Grêmio teve um pênalti a seu favor, mas, na cobrança, Robinho, praticamente, atrasou a bola para o goleiro. No minuto seguinte, Kannemann fez um gol contra patético. O Grêmio só empatou o jogo aos 53 minutos do segundo tempo, de pênalti. O técnico do Grêmio, Renato, mais uma vez, contrariou o bom senso, escalando Robinho, um jogador que não dá resposta, e colocando Orejuela para substituir Alisson, que está lesionado. A confirmação do primeiro lugar no grupo foi importante, mas o Grêmio não inspira confiança no torcedor para postular os títulos das competições que disputa.

O Brasil sobra na Libertadores

O futebol brasileiro, há muito tempo, vive uma crise técnica. Sem conseguir manter seus principais jogadores, que vão cedo para o exterior, os clubes brasileiros apresentam um futebol precário. Porém, em relação aos outros países da América do Sul, o Brasil está em grande vantagem. A Libertadores é a prova disso. O Brasil sobra na Libertadores. Dentre os clubes brasileiros, só o São Paulo está desclassificado da competição. O Inter ainda busca confirmar sua classificação para as oitavas de final, e os demais já a garantiram. Afora isso, Palmeiras e Santos fizeram as duas melhores campanhas da fase classificatória. O Flamengo é o atual campeão, e tem grande chance de bisar o título. Os outros brasileiros também podem sonhar com a taça de campeão. A decisão, que será no Maracanã, poderá, por que não, contar com dois brasileiros. River Plate e Boca Juniors são adversários que sempre devem ser respeitados, mas o cenário é muito favorável ao futebol brasileiro para obter mais um título da Libertadores.

Efeito Felipão

O Cruzeiro contratou o técnico Felipão como uma última esperança de fugir de um possível rebaixamento para a Terceira Divisão, e tentar, ainda, subir para a Primeira. A tarefa é hercúlea, mas se há alguém capaz de se lançar a ela é Felipão. Por seu temperamento, o técnico é dado a desafios. Afora isso, seu currículo vitorioso é um forte estímulo para o grupo de jogadores buscar uma reação. Hoje, na estreia do técnico, o Cruzeiro já sentiu o "efeito Felipão". O clube reencontrou-se com as vitórias ao vencer o Operário de Ponta Grossa por 1 x 0, no Germano Kruger. O gol veio no final do jogo, quando o empate já parecia inevitável, o que confirma a sorte de Felipão. A situação do Cruzeiro ainda é dramática, mas Felipão tem tudo para ser a luz no fim do túnel.

Cavalo paraguaio

Primeiro campeão brasileiro, em 1971, o Atlético Mineiro, nos anos seguintes, tornou-se recordista de participações em semifinais da competição, sem voltar, jamais, a conquistar outro título. Na era dos pontos corridos, o clube também fez algumas boas campanhas, mas continua sem ser campeão. Nesse ano, o clube preparou-se para ser campeão, e para isso contratou o técnico argentino Jorge Sampaoli. O clube alcançou o primeiro lugar na classificação do Brasileirão, e parecia se credenciar como o principal candidato ao título. Porém, hoje, ao perder para o Bahia por 3 x 1, de virada, no Pituaçu, o Atlético reforçou sua imagem de "cavalo paraguaio", ou seja, a de um clube que larga bem na disputa, mas não consegue sustentar o rendimento. Pelo que se viu hoje, a longa espera do Atlético por um outro título brasileiro não acabará nesse ano. Com o resultado de hoje, o Atlético já caiu para o terceiro lugar. Se continuar a perder pontos para clubes da parte de baixo da classificação, como foi o caso contra o Bahia, o Atlético verá o tão sonhado título brasileiro transformar-se numa miragem.

Vitória previsível

Um resultado que não surpreendeu ninguém. Assim pode ser definida a vitória do Inter por 2 x 0 sobre o Vasco, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Enquanto o Inter vem em ascensão no Brasileirão, o Vasco está despencando na classificação há algumas rodadas. Portanto, foi uma vitória previsível, construída no primeiro tempo. O Inter se mantém entre os primeiros colocados da competição, e está acumulando "gordura" para uma boa colocação final. Com o limitado grupo de jogadores que tem, está mais do que bom.

Arbitragem vergonhosa

O Grêmio foi imensamente prejudicado, hoje à noite. O empate em 0 x 0 com o São Paulo, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro, foi injusto. Superior ao seu adversário em dois terços do jogo, o Grêmio foi impedido de alcançar a vitória, por decisões do árbitro e omissões do VAR. A arbitragem vergonhosa da partida sonegou um pênalti claríssimo em favor do Grêmio, e deixou de expulsar dois jogadores do São Paulo por lances violentos. O pedido do São Paulo para que fosse trocada a equipe do VAR designada para o jogo, acatado pela CBF, já deixava a partida sobre forte suspeição, que se confirmou inteiramente. Há muito tempo não se via um clube ser tão atrozmente vitimado pela arbitragem. O vice-presidente de futebol do Grêmio, Paulo Luz, normalmente uma figura insípida, foi muito duro nas suas declarações sobre a arbitragem, e disse que o clube vai reagir fortemente. Não poderia ser de outra forma. Um dos maiores clubes do pais, o Grêmio não pode assistir passivamente a tanta parcialidade. Dois pontos preciosos deixaram de ser ganhos em função da arbitragem. Está na hora do Grêmio protestar de forma veemente pelos prejuízos de arbitragem que vêm sofrendo. Não se espera menos de um clube tão grande.