sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Pretensão equivocada

Os emocionantes jogos de quarta-feira pela Copa do Brasil fizeram com que os inimigos do Campeonato Brasileiro de pontos corridos voltassem a defender o retorno do execrável formulismo na mais importante competição do futebol do país. Trata-se de uma pretensão equivocada, baseada em falsas premissas ou numa pura e simples má vontade gerada pela mais absoluta irreflexão. O campeonato em pontos corridos, com todos os clubes se enfrentando em turno e returno, é o único que apura um vencedor com total legitimidade. Ele privilegia quem tem mais qualidade e está melhor preparado. Os que dizem que é uma fórmula sem emoção mentem descaradamente, pois nos pontos corridos, todos os jogos, rigorosamente, são importantes, já que a pontuação é cumulativa. No formulismo, há uma série de jogos classificatórios desimportantes e enfadonhos, até que se chegue na fase decisiva. Afora isso, o formulismo não garante um calendário completo para todos, pois os clubes que não se classificam para a fase decisiva tem de encerrar o ano mais cedo, o que redunda em perda de arrecadação e dificuldade para honrar os compromissos financeiros. A Copa do Brasil, com sua fórmula de mata-mata, sem dúvida, é muito emocionante, mas por ser disputada em fases estanques, sem levar em conta o retrospecto dos participantes, nivela competidores desiguais, o que explica que clubes como Criciúma, Juventude, Santo André, e Paulista já tenham alcançado o título. Num Brasileirão de pontos corridos esses clubes jamais aspirariam ao título. Todos os campeonatos nacionais importantes do mundo, como o Italiano, Francês, Espanhol, Alemão e Inglês, sempre foram disputados em pontos corridos. O Brasil corrigiu essa distorção em 2003. Voltar atrás seria algo deplorável, e faria da principal competição futebolística brasileira algo único, como a jabuticaba, uma fruta que só existe no Brasil. Tomara que as autoridades esportivas brasileiras não cometam essa estupidez.