segunda-feira, 6 de abril de 2020

Mandetta fica

Foi um dia de muitas especulações. O presidente Jair Bolsonaro convocara uma reunião, no final da tarde, em que poderia ser determinada a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Seria uma medida absurda no momento em que o país enfrenta a pandemia de coronavírus e a população aprova amplamente o trabalho do ministro. A divergência de Mandetta e Bolsonaro sobre o uso da cloroquina nos doentes de coronavírus, desejada pelo segundo e considerada precipitada pelo primeiro por falta de comprovação científica de seus benefícios, esteve por implicar na saída do ministro. A tendência só não se concretizou porque figuras influentes se puseram contra a demissão de Mandetta. Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, respectivamente, são do mesmo partido de Mandetta, o DEM, e deixaram clara a contrariedade do Congresso Nacional diante dessa possibilidade. O Supremo Tribunal Federal também se manifestou a favor do ministro. Os ministros militares do governo Bolsonaro, da mesma forma, apoiaram Mandetta. Com isso, Mandetta fica e, ao que parece, com bastante solidez, o que se traduziu numa explanação pós-reunião em que se mostrou muito seguro e assertivo. Melhor assim. Mudar o ministro da Saúde em meio à pandemia poderia ter efeitos desastrosos na estratégia para conter o avanço da doença. O foco dos brasileiros deve estar direcionado, unicamente, para derrotar o vírus que tanto sofrimento tem trazido ao país e ao mundo.