segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Estranha continuidade

O rebaixamento para a Segunda Divisão parece não ter sido devidamente entendido pelo Grêmio. O clube decidiu-se pela permanência do vice-presidente de futebol, Dênis Abrahão, e do técnico Vágner Mancini, optando pela estranha continuidade de um projeto fracassado. A tênue melhora de produção do Grêmio nos últimos jogos do Campeonato Brasileiro não serve de argumento para a manutenção de Abrahão e Mancini em seus cargos. Em primeiro lugar, porque esse melhor rendimento não evitou o rebaixamento. Depois, porque o crescimento se deu diante de adversários descaracterizados, casos do Red Bull Bragantino e Atlético Mineiro, desmotivados, como o Flamengo, e desqualificados, situação da Chapecoense. Uma queda para a Segunda Divisão de um clube do porte do Grêmio exige ampla correção de rumos, pouco deve ser preservado. A soberba tantas vezes percebida durante a administração do presidente Romildo Bolzan Júnior, pelo visto, permanece, mesmo com um acontecimento tão humilhante como o rebaixamento. A impressão que se tem é a de que o Grêmio acha que subirá de divisão facilmente. O presidente e demais dirigentes mostram, assim, que continuam divorciados do sentimento do torcedor. A torcida do Grêmio, na sua esmagadora maioria, deseja a saída de Mancini. O torcedor é, sempre, o principal aliado com que conta um grande clube para superar a traumatizante participação na Segunda Divisão. Começar o planejamento para 2022 contrariando a vontade da torcida não parece nem um pouco recomendável para quem precisa virar uma página tão dolorosa da sua história.