terça-feira, 21 de julho de 2015

Classificação dramática

O Grêmio venceu o Criciúma por 1 x 0, no Heriberto Hülse, hoje, pela Copa do Brasil. Como no jogo anterior, na Arena, o Criciúma  havia obtido a vitória pelo mesmo placar, a decisão de quem iria para as oitavas de final da competição foi para os tiros livres da marca do pênalti, e o Grêmio ganhou por 4 x 3. A classificação, portanto, foi obtida de forma dramática, como gostam muitos torcedores do clube, que acreditam que isso reforça a condição de garra comumente atribuída ao Grêmio. Na verdade, o sofrimento não é uma característica apreciável no futebol. Os gaúchos, pela proximidade com  Uruguai e Argentina, deixam-se influenciar pela maneira como os platinos encaram o futebol, com um exagerado apelo ao heroísmo e à superação. O ideal no futebol é estabelecer uma supremacia técnica inquestionável sobre os adversários, de forma a encaminhar vitórias com naturalidade. Claro, nem sempre isso será possível, mas é o desejável. O fato de ter tido tantas dificuldades para eliminar um adversário tão modesto como o Criciúma dá a dimensão das limitações com que se debate o Grêmio. A classificação poderia ter acontecido no tempo normal de jogo, caso o Grêmio fizesse mais um gol, e ele esteve nos pés de Luan que, de frente para o goleiro, chutou fraco, facilitando a sua defesa. Aliás, Luan é um capítulo à parte no time do Grêmio. Tido e havido por muitos como um projeto de craque, erra passes numa frequência irritante, e, hoje, como foi referido, desperdiçou a chance de gol que levaria o Grêmio adiante sem a loteria dos tiros livres. Por sinal, o que era para ser uma série de cobranças tranquilas, já que o Cricíúma errou o seu primeiro chute e permitiu ao Grêmio, que já havia convertido um, largar na frente, tornou-se uma disputa aflitiva. A razão da dose extra de sofrimento foi a cobrança desperdiçada por Braian Rodriguez, a quarta do Grêmio. Foi o único chute do Grêmio não convertido. Por seu péssimo desempenho desde que chegou ao clube, Braian Rodriguez não tem a menor condição de vestir a camisa do Grêmio. O melhor, para ambas as partes, seria rescindir o seu contrato, imediatamente. O resultado servirá para aumentar a autoestima do grupo, como bem destacou o técnico do Grêmio, Roger Machado, mas a inesperada dificuldade em alcança-lo deixam no ar muitas interrogações quanto ás perspectivas do time daqui para a frente.