segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Um novo perfil na educação

Não resta dúvida de que a má qualidade da educação é um dos grandes problemas do Brasil. Muito se tem falado sobre o assunto, sob os mais diversos ângulos. Em sua coluna na edição dessa semana da revista "Veja", o economista Claudio de Moura Castro, especializado em educação, aborda um aspecto interessante que parece não estar sendo levado em conta pelos que pretendem modificações no sistema de ensino brasileiro. Moura Castro alerta para o excesso de conteúdos no ensino médio brasileiro. Ele sustenta que é preciso ensinar bem o que esteja ao alcance dos alunos, e não inundá-los com uma enxurrada de informações e conhecimentos. Vai adiante e afirma que falar de teorias não serve para nada e que o que se aprende na escola tem de ser útil na vida real. Particularmente, sempre entendi que o ensino na escola é muito distanciado da realidade prática, e isso é um forte fator de desestímulo ao estudo e de incentivo à evasão. Mesmo os melhores alunos das escolas de elite, diz Moura Castro, são entulhados com mais do que conseguem digerir. Sendo assim, a situação dos alunos menos brilhantes é ainda pior. Ensina-se demais e eles aprendem de menos. Uma nova escola precisa ser criada, ajustando os currículos aos alunos. Para isso, é preciso cortar conteúdos. Não se trata, adverte Claudio de Moura Castro, de uma escola de pouca exigência para alunos que se esforçam menos. O que se propugna é uma escola que vai exigir o que tem sentido na vida do estudante e que está dentro do que ele pode, efetivamente, dominar. Concordo com o entendimento do colunista, e acho que se essa proposição fosse posta em prática, o ensino brasileiro daria um salto em eficiência.