quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

O nebuloso mundo dos assessores políticos

Os últimos dias colocaram em evidência personagens que, em geral, se movem nas sombras da atividade política. Os assessores políticos são figuras que não costumam aparecer com destaque na imprensa, exercem cargos para os quais são escolhidos pelo compadrio ou por critérios subjetivos. Alguns pouco ou nada fazem, mas outros acabam usufruindo das intimidades do poder. Esse é o caso de Fabrício Queiroz, que tornou-se uma pedra no sapato do presidente eleito Jair Bolsonaro, ao emitir um cheque de R$ 24 mil para a futura primeira dama, Michele Bolsonaro. Fabrício é assessor do atual deputado estadual do Rio de Janeiro, e senador eleito, Flávio Bolsonaro, filho do futuro presidente. A história do cheque ainda não foi devidamente esclarecida, e as justificativas apresentadas, até agora, não convencem ninguém. Hoje, num fato ainda mais impactante, o ex-governador do Espírito Santo, Gerson Camata, foi assassinado, em Vitória, por um seu ex-assessor, Marcos Venício Moreira Andrade, contra quem havia movido uma ação judicial. Em função da ação, Marcos Venício teve R$ 60 mil bloqueados na sua conta, o que motivou o assassinato. Esse é o nebuloso mundo dos assessores políticos. Antes relegados a um segundo plano, pelo menos aos olhos da opinião pública, estão mostrando que sua função de coadjuvante nem sempre é tão discreta. Por vezes, ela é muito incômoda para os patrões, e pode, até, ser fatal.