quarta-feira, 6 de abril de 2011

Acumulando frustrações

Nenhum outro país possui tantos clubes grandes no futebol como o Brasil. São 12 no total, numa prova inequívoca do poderio do futebol brasileiro. Esses 12 clubes são de um valor imensurável, pois são movidos pela paixão de milhões de torcedores. Sendo assim, constituem um patrimônio esportivo e afetivo a ser preservado. Como amante que sou do futebol, quando um desses clubes entra numa fase prolongadamente ruim, fico entristecido, pois isso empobrece o panorama do futebol brasileiro. O Atlético Mineiro, um dos grandes clubes brasileiros, há muito tempo faz com que a sua torcida só acumule frustrações. Depois de ter tido a honra de conquistar o título do primeiro Campeonato Brasileiro, em 1971, ganhou apenas, duas Copas Conmebol, uma competição sul-americana de segunda linha que já foi extinta, e campeonatos estaduais. Nesse período, viu seu maior rival, o Cruzeiro, ganhar, entre outras competições, duas Libertadores, duas Supercopas dos Campeões da Libertadores e quatro Copas do Brasil. Sua torcida, que décadas atrás era bem maior que a do clube rival, hoje, segundo pesquisas, já é menor. Na noite dessa quarta-feira, o Atlético Mineiro, novamente, frustrou os seus torcedores. Foi eliminado da Copa do Brasil, jogando em casa, pelo Grêmio Prudente, clube que caiu para a segunda divisão brasileira em 2010 e que se encontra na zona de rebaixamento do Campeonato Paulista. Apontado como um dos favoritos para a conquista do título da Copa do Brasil, o Atlético Mineiro já está, precocemente eliminado da competição por um clube sem expressão e sem torcida. Seu técnico, o renomado Dorival Júnior, é um dos mais bem pagos do país. Seu centro de treinamento, dizem muitos, é, atualmente, o melhor do Brasil. Então, por que os resultados não aparecem e as frustrações se acumulam? Não sei, mas algo precisa ser feito para reverter esse quadro. Para o bem de uma torcida apaixonada que não merece sofrer tanto, e, também, para o engrandecimento do futebol brasileiro, que não pode ter um de seus maiores clubes numa rotina de fracassos tão longa.

Mais um resultado decepcionante

O Inter tinha tudo para voltar do México já classificado para a próxima fase da Taça Libertadores da América. Jogou com seu time completo, contra o lanterna do Campeonato Mexicano, ao qual já  havia goleado no Beira-Rio. Essa era a previsão lógica. Porém, mais uma vez, o Inter frustrou as expectativas em torno do seu futebol e voltou com uma derrota de 1 x 0 para o Jaguares. O Inter deverá se classificar mesmo assim, dada a fragilidade técnica dos seus adversários no grupo, mas terá de vencer seu último jogo, contra o Emelec no Beira-Rio, para garantir o primeiro lugar. Já não dá para disfarçar a crescente insatisfação da torcida com o técnico Celso Roth, mais uma vez manifestada após o jogo. Insatisfação que, ao que parece, já não é só dos torcedores, pois, apesar de cuidadoso com as palavras, o vice-presidente de futebol do Inter, Roberto Siegmann, em entrevista após a partida, deixou transparecer sua impaciência e irritação com os constantes maus desempenhos do time. O Inter é tido e havido como um time forte e um grupo qualificado, mas, na prática, não demonstra isso. Seja no Campeonato Gaúcho ou na Libertadores tem empatado ou perdido para times nitidamente inferiores ao seu, como Novo Hamburgo, São Luiz, Lajeadense, Emelec e Jaguares. Está claro que o técnico Celso Roth não está conseguindo tirar dos jogadores tudo o que eles podem dar. Por enquanto, o Inter ainda está com chances nas competições que disputa, mas o futebol que vem apresentando não indica um futuro promissor. A hora é de mudança e a entrevista de Siegmann, que disse que não é homem de se entregar à inércia, sinaliza que ela, talvez, já esteja a caminho.