sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O fracasso do futebol feminino

Depois de chegar à decisão da medalha de ouro nas duas Olimpíadas anteriores, sendo derrotada em ambas, a Seleção Brasileira de Futebol Feminino foi eliminada, na edição de 2012 da competição, hoje, nas quartas de final, ao perder para o Japão por 2 x 0. A equipe brasileira, nos quatro jogos que realizou, com duas vitórias e duas derrotas, não mostrou o futebol de alto nível de outras competições. Mesmo com jogadoras da qualidade de Marta e Cristiane, o desempenho da Seleção feminina ficou muito abaixo do esperado. Marta, por sinal, foi um capítulo à parte. Depois de ser escolhida, por cinco vezes consecutivas, a melhor jogadora do mundo, foi uma pálida presença na Olimpíada de 2012. Com apenas 27 anos, a idade não deve ser a explicação para o decréscimo de Marta. De qualquer forma, a partir da decepção causada pela Seleção feminina, está mais do que na hora de se repensar o futebol feminino no Brasil. Em termos de clubes, a modalidade nunca se firmou no país. A atenção do público só se faz sentir em relação à Seleção, principalmente quando da disputa do Campeonato Mundial e das Olimpíadas. Sem um estímulo maior, tanto do governo quanto da iniciativa privada, não há como o futebol feminino se desenvolver no Brasil. A exemplo do que ocorre no futebol masculino, talentos não faltam. O que falta é apoio e organização, com competições estruturadas e um calendário de ano inteiro, não somente de torneios esporádicos. Em termos de potencial, as jogadoras brasileiras nada ficam a dever em relação a equipes como o Japão e os Estados Unidos, as mais destacadas do momento. Depende apenas das autoridades esportivas brasileiras, em conjunto com os clubes e com o apoio de patrocinadores, dar o impulso definitivo para a consolidação do futebol feminino no Brasil. O fato da próxima Olimpíada, em 2016, ser no Rio de Janeiro, talvez seja o estímulo que falta para que isso aconteça.