segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Um projeto educacional criminoso

O Brasil vive dias estarrecedores. Não que as barbaridades que estejam ocorrendo no país sejam inéditas na história da humanidade, longe disso. Lamentavelmente, o ser humano não é nada criativo quando se trata de mostrar-se estúpido, mesquinho, tacanho, imbecil. O que surpreende é que certos comportamentos que se pensava estarem depositados no lixo da história se façam presentes no Brasil atualmente. Dentre as atrocidades a que o país está ou virá a ser submetido a partir do novo governo federal que se avizinha, a chamada "escola sem partido" é a mais deletéria. Trata-se de um projeto educacional criminoso, que fere de morte o que o ensino tem de mais precioso, que é a capacidade de despertar o senso crítico dos alunos, de fazer com que eles se tornem capazes de pensar por conta própria, e não serem meros reprodutores de conceitos esquemáticos e conservadores. A ideia de estimular alunos para que gravem as aulas a fim de denunciar professores que estejam praticando "doutrinação ideológica" é de um nível de fascismo superlativo, só imaginável num país que perdeu o rumo. Enganam-se, no entanto, os que acham que, por terem ganho uma eleição, vão impor ao país sua agenda de monstruosidades. A resistência, já anunciada, não será um termo a cair no vazio. Ela existirá, e não será branda. O Brasil não será cabresteado. O obscurantismo não vencerá.