quinta-feira, 15 de maio de 2014

O mesmo receituário de sempre

A revista "Veja" continua sempre empenhada na disseminação dos conceitos neoliberais. Com a proximidade das eleições, então, o proselitismo direitista da publicação torna-se ainda mais sistemático. A ladainha é sempre a mesma, isto é, a de que um país, para acertar na condução da sua economia, precisa adotar medidas "dolorosas" e "imprescindíveis", pois só elas podem levar ao "crescimento sustentado". Dessa vez, a revista utilizou-se do exemplo de Portugal para sustentar suas ideias. Conforme "Veja", Portugal vive o seu melhor momento na economia desde 2010. Isso seria resultante de medidas tomadas pelo governo português como o combate a gastos em obras desnecessárias, corte de benefícios sociais de quem não precisava recebê-los, redução de encargos trabalhistas e abertura da economia. O curioso é que a mesma matéria que apregoa tais "acertos" revela que sete em cada dez portugueses reprovam o governo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. A própria revista afirma que o caminho para a recuperação de Portugal ainda está longe do fim e continuará doloroso para os seus cidadãos, mas expressa a convicção de que a "esperança", depois de muitos anos, está erguida sobre bases sólidas, e que o desafio é não ceder à "tentação populista" nas eleições de 2015. Esse é o mesmo receituário de sempre, por parte da publicação e dos neoliberais como um todo. Os investidores e empresários precisam de "bases sólidas" para fazerem a economia crescer e "gerar empregos". Para os demais cidadãos, resta acreditar em dias melhores e viver de esperança. Não é por acaso que os defensores de tais teorias se empenhem tanto em derrubar o atual governo brasileiro. Eles não aguentam mais esperar pela volta de um governo que venda patrimônio público em troca de moedas podres, favoreça os mais bem situados financeiramente, estimule a "meritocracia" e que se proponha a "modernizar" a legislação trabalhista. Os portugueses já deixaram claro o que acham de tal política econômica. Os brasileiros, também, e haverão de reafirmá-lo nas eleições de outubro.