quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A esquerda e o câncer

Uma macabra coincidência está afetando os governantes de esquerda da América do Sul. Vários deles foram diagnosticados com câncer. A doença já atingiu o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, o da Venezuela, Hugo Chávez, e, agora, a mandatária da Argentina, Cristina Kirchner. No Brasil, a atual presidente, Dilma Roussef, ainda na condição de candidata, e seu antecessor, Luís Inácio Lula da Silva, depois de ter deixado o cargo, também foram acometidos pela doença. Portanto, nesse momento, o maior inimigo desses atuais e ex-governantes não é a oposição, a imprensa conservadora, o neoliberalismo dominante no cenário internacional, mas sua própria condição de saúde. Os prognósticos variam, a cada caso. A situação mais grave parece ser a de Chávez, cujos planos de uma permanência ilimitada no poder estariam comprometidos por uma sobrevida curta, que não excederia o prazo de dois anos. Dilma, ao que se diz, estaria curada, podendo fazer planos de reeleição. Lula, cujo quadro, a princípio, preocupou os médicos, está, agora, com prognósticos bem mais favoráveis, o que lhe autorizaria, caso assim o deseje, a disputar, novamente, cargos eletivos. As notícias também parecem ser boas para Cristina Kirchner, que, após ser submetida a uma cirurgia, no dia 4 de janeiro, deverá ficar poucos dias afastada do exercício do cargo. Sobre Fernando Lugo, pouco tem sido divulgado sobre seu estado clínico. Curiosamente, se é que se pode dizer assim, os governantes sul-americanos de direita não foram afetados pela doença, até o momento. Ela parece preferir a esquerda. Dessa forma, José Mujica, do Uruguai, Rafael Corrêa, do Equador, e Evo Morales, da Bolívia, todos presidentes de esquerda, devem ficar alertas, pois a "bruxa" parece estar solta.