terça-feira, 31 de julho de 2012

Vitória em campo impraticável

O futebol, atualmente, é refém das redes de televisão que adquirem os direitos de transmissão das competições. Isso explica o porquê do jogo Grêmio x Coritiba, no Olímpico, hoje, pela Copa Sul-Americana, ter sido realizado. A chuva fortíssima que caiu em Porto Alegre desde o final da tarde deixou o gramado com várias poças, impedindo que pudesse ser praticado um futebol de qualidade. A bola não rolava, o que não permitia a troca de passes e obrigava os jogadores a apelar para os chutões e a bola aérea. Foi justamente numa bola alçada para a área que saiu o único gol do jogo, de André Lima, que deu a vitória ao Grêmio por 1 x 0. Mesmo com tão precárias condições, o Grêmio mereceu a vitória, pois foi o time que teve maior empenho em campo e que mais chutou no gol. Porém, é de se supor que, num campo em melhor estado, poderia obter uma vitória mais ampla. O Grêmio vai em vantagem para o segundo jogo, no Couto Pereira, daqui a três semanas, mas ela é escassa. O jogo deveria ter sido adiado, o que, afora favorecer a prática de um melhor futebol, permitiria um público bem maior no estádio, já que apenas 5 mil pessoas compareceram à partida. O futebol é um grande negócio, que envolve somas vultosas, e não pode prescindir do dinheiro da televisão. No entanto, o nível técnico do espetáculo e a possibilidade de uma maior afluência de público deveriam ter prioridade sobre qualquer outro fator.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

A volta da Arena

Cibele Baginski, uma estudante de Direito de Caxias do Sul (RS), de 22 anos, lidera um movimento, que já tem representantes em 10 estados brasileiros, que busca refundar a Arena, partido de sustentação do regime militar. O assunto nem deveria ser tratado a sério nesse espaço, já que Cibele, com sua pouca idade, cabelos tingidos em tom avermelhado e um piercing no lábio inferior, não parece inspirar muita credibilidade, mas não dá para deixar passar batida a defesa de uma ideia tão estúpida. Cibele alega que faltam "ideologia e pragmatismo" na política do país e que não existe direita no Brasil. A estudante diz que ela e os demais defensores da volta da Arena querem oferecer aos brasileiros um partido que represente a "genuína direita". Cibele considera que existe um "marketing" para dizer que ser de direita é ruim e retrógrado, mas que isso não é verdade. Ela sustenta que ser de direita é ter respeito às pessoas, promover mudanças econômicas de maneira ordeira, "sem caos", pensando no progresso do país em primeiro lugar. Até mesmo o integralismo, corrente política brasileira de cunho claramente fascista, terá suas ideias levadas em conta na nova Arena, conforme revela Cibele. A estudante diz que os jovens que já buscaram conhecer a história do país também vão abraçar a causa. Cibele está enganada, pois demonstra, ao defender uma ideia tão infeliz, que desconhece o que, efetivamente, ocorreu no período em que os homens de farda tomaram o poder para si. Ela nasceu depois do final da espúria ditadura militar apoiada pela Arena, e, por isso, não sabe avaliar o que aconteceu naquela época. Se soubesse, jamais abraçaria a ideia de refundação do partido. Para o bem do país, essa intenção não deve prosperar e a Arena irá permanecer no lugar que lhe é devido, isto é, no limbo da história. Cibele já garantiu os seus 15 minutos de fama, e mais do que isso não deverá conseguir. Trazer a Arena de volta seria um retrocesso inominável, que o Brasil não merece. Cibele, no auge da sua juventude, poderia encontrar coisas bem mais interessantes e prazerosas com que se ocupar.

domingo, 29 de julho de 2012

Melhorou

A Seleção Olímpica Brasileira, que hoje derrotou a Bielorússia, por 3 x 1, de virada, teve melhor desempenho em relação à sua estreia na Olimpíada, contra o Egito. Se naquele jogo, a equipe brasileira, depois de fazer 3 x 0 no placar em apenas 29 minutos, tornou-se displicente, o que resultou em dois gols do adversário, na partida de hoje apresentou-se aplicada durante todo o tempo. Nem mesmo o fato de ter saído perdendo abalou a Seleção Olímpica, que acabou chegando à vitória ao natural. Neymar, que havia sido apenas razoável no jogo anterior, embora tivesse marcado um gol, voltou a mostrar a exuberância de seu futebol, contribuindo decisivamente para o resultado obtido. Oscar foi outro jogador que teve bela atuação, assim como Marcelo. Apenas um jogador destoou completamente. Paulo Henrique Ganso, que entrou no segundo tempo, mais uma vez, mostrou-se desinteressado e descomprometido com o jogo.Parece não estar levando sua carreira a sério, o que é lamentável, pois se trata de um grande jogador. A equipe brasileira já está classificada para as quartas de final e, no próximo jogo, contra a Nova Zelândia, apenas irá definir sua colocação no grupo, se em 1º ou 2º lugar. O caminho para a inédita medalha de ouro no futebol continua aberto.

sábado, 28 de julho de 2012

Derrota doída

O título acima pode até parecer redundante, pois a derrota é sempre uma situação desagradável, mas, no caso do revés sofrido hoje pelo Grêmio, ela faz todo o sentido. O Grêmio perdeu para o Coritiba por 2 x 1, no Couto Pereira, com um gol marcado no final do jogo. Depois de um empate em 0 x 0 no primeiro tempo,  o Grêmio levou um gol, mas reagiu logo depois, chegando, novamente, à igualdade no placar. Porém, quando esse parecia que seria o resultado final, o Coritiba, com um golaço, alcançou a vitória. Algumas constatações preocupantes ficam dessa partida. O Grêmio term um bom time, mas em termos de grupo ainda é carente. Souza e Kléber, que não puderam jogar por estarem suspensos, fizeram  muita falta. As saídas, no intervalo, de Elano e Zé Roberto, por indisposição e cansaço, respectivamente, reduziram muito a capacidade técnica do time. Ainda assim, da maneira como ocorreu, a derrota foi um tanto injusta, pois o Grêmio se aplicou muito para manter o empate, e não merecia sofrer o gol naquela altura do jogo. Por outro lado, o Inter, no primeiro teste forte de Fernandão, empatou em 0 x 0 com o Vasco, no Beira-Rio. Esperava-se que, com a estreia de Diego Forlán e a boa fase de Fred, o Inter tivesse forças suficientes para vencer o Vasco, mas não foi isso o que aconteceu. O jogo foi equilibrado do início ao fim, com os dois times tendo muitas chances de gol, que foram desperdiçadas. Com o empate, o Inter continua atrás do Grêmio na classificação do Campeonato Brasileiro, e poderá cair uma posição se o Cruzeiro ganhar do Palmeiras, amanhã. Em resumo, a rodada não foi boa para a dupla Gre-Nal. Em seis pontos disputados, só ganhou um.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Repressão

Uma batalha vem sendo travada cada vez com mais intensidade em Porto Alegre, a que envolve os defensores do sossego e do "direito ao descanso" contra os que desejam se divertir em bares e casas noturnas. Sob o argumento de que os frequentadores de tais estabelecimentos promovem "algazarras" os defensores do descanso buscam fechá-los ou, no mínimo, limitar o seu horário de funcionamento. Numa cidade que não dispõe de atrativos naturais e turísticos, isso é um desatino. O direito à diversão é tão legítimo quanto o de repousar. Associar a saudável e natural necessidade de divertimento, principalmente dos mais jovens, com desordens e "perturbações da ordem", é algo de um ranço repressor nauseante. O último episódio do gênero envolveu o fechamento de um bar na Avenida Independência, que funciona há 37 anos, está com toda a documentação em dia, e possui autorização para operar durante 24 horas. Entre as alegações dos moradores da região estão o de que há aglomeração de pessoas na área externa ao bar, ou seja, na via pública e a suspeita de que o estabelecimento vende bebidas para quem está do lado de fora. Sejam quais forem as razões aventadas, elas apenas dão sequência a uma queda de braço que, nos últimos tempos, está sendo vencida pelos que, em nome da defesa da tranquilidade, pretendem cercear aos outros o  acesso ao lazer e ao divertimento. Como se costuma dizer, o que se leva dessa vida é o que se come, o que se bebe e o que se brinca. Eventuais excessos podem, e devem, ser coibidos, mas proibir pessoas de se divertir é injustificável. Não é à toa que o Rio Grande do Sul ostenta alguns índices preocupantes, entre eles o de ser o campeão nacional de suicídios. A vida não pode prescindir da extravasão dos sentimentos. Reunir-se com amigos para conversar, comer, beber e dançar é extremamente saudável. Os que tentam impedir isso usam a defesa do direito ao descanso para encobrir suas frustrações. Ressentidos, não suportam que os outros usufruam de prazeres que, por sua postura diante da vida, nunca conseguiram desfrutar.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Susto

A Seleção Olímpica Brasileira estreou, hoje, na Olimpíada de 2012 vencendo o Egito por 3 x 2. O jogo, contudo, trouxe preocupação para quem espera que o Brasil ganhe, finalmente, a medalha de ouro olímpica, única grande conquista que ainda falta para o futebol brasileiro. Com menos de meia hora de jogo, o Brasil já goleava por 3 x 0. A facilidade alcançada em tão pouco tempo de partida, levou a equipe a uma perigosa acomodação. Como consequência disso, no segundo tempo, o Egito marcou dois gols e tornou tenso o final do jogo, pela possibilidade de que pudesse obter o empate. O que poderia ter sido uma goleada histórica, transformou-se numa vitória apertada contra um adversário modesto. Assim, o técnico Mano Menezes continua sem transmitir total confiança sobre a qualidade do seu trabalho, e seu emprego permanece correndo riscos. A única saída para Mano firmar-se no cargo, dizia-se antes da Olimpíada, seria obter a medalha de ouro. Com a primeira amostragem, a confiança na conquista do título olímpico já sofreu um abalo. O próximo adversário do Brasil, a Bielorússia, também não possui maior tradição no futebol, e a expectativa é de mais uma vitória. O problema deverá vir mais adiante. Na medida em que avance na competição, o Brasil não poderá mostrar os mesmos erros de hoje. Caso contrário, será mais uma frustração na busca do ouro olímpico. Material humano, com certeza, não falta para o Brasil, e qualquer resultado que não seja o título, ficará marcado como um fracasso.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Mantendo a boa fase

O Grêmio se manteve na sua escala ascendente ao vencer o Fluminense por 1 x 0, hoje à noite, no Olímpico. Foi um jogo dificílimo, em que, a exemplo do que ocorrera contra o Sport, o Grêmio teve de enfrentar um adversário extremamente fechado. A diferença é que o Fluminense tem um time muito mais qualificado que o do Sport, o que tornou ainda mais árdua a busca do Grêmio pela vitória. O Grêmio soube ter paciência, e marcou seu gol, de autoria de Kléber, aos 23 minutos do segundo tempo, tratando, depois, de segurar o resultado. Com a vitória de hoje, o Grêmio continua em 4º lugar no Campeonato Brasileiro, mas diminuiu sua diferença para o 3º colocado, o próprio Fluminense, para apenas um ponto. Como, na próxima rodada, haverá o confronto direto entre Fluminense e Atlético Mineiro, que estão na sua frente na tabela de classificação, o Grêmio poderá consolidar-se ainda mais nas primeiras posições, desde que, é claro, vença o difícil jogo que terá, no sábado, contra o Coritiba, fora de casa. Na partida de hoje, o Grêmio, como um todo, jogou muito bem, sem ninguém que destoasse do conjunto. As melhores atuações, contudo, foram de Souza e Elano. Souza comprova, a cada de jogo, que achou o seu lugar em campo, e Elano, em quatro partidas pelo Grêmio, obteve quatro vitórias. O Grêmio, ao que parece, está mesmo "embalado". Agora é só manter a regularidade para colher bons frutos no final da competição.

Erro decisivo

O Inter venceu o Figueirense por 1 x 0, hoje à noite, no Orlando Scarpelli. Foi o segundo jogo de Fernandão como técnico do Inter, ambos com vitória. Fernandão juntou ao seu inegável carisma junto ao torcedor as facilidades proporcionadas pela tabela do Campeonato Brasileiro, fazendo suas duas primeiras partidas como técnico contra clubes que realizam péssima campanha na competição. Assim, garantiu uma ótima largada no seu início na nova função. Porém, sua capacidade só será efetivamente avaliada quando o Inter enfrentar adversários de grande porte. O primeiro desses testes será contra o Vasco, sábado, no Beira-Rio. O Vasco vive muito boa fase e deverá exigir muito do Inter. No entanto, comprovando que Fernandão é, também, bafejado pela sorte, Juninho Pernambucano, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, não irá jogar. A sorte já havia sorrido para Fernandão no jogo de hoje, quando, aos 44 minutos do segundo tempo, o árbitro deixou de marcar um pênalti claro de Fabrício, do Inter, sobre Roni, do Figueirense, um erro decisivo para o resultado da partida. O Inter parece demonstrar mais disposição em campo sob a orientação de Fernandão e, novamente, contou com o auxílio prestimoso da arbitragem, mas ainda é cedo para fazer juízos definitivos sobre até onde poderá ir com seu novo técnico.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Vai começar

A abertura oficial só ocorrerá na sexta-feira, mas algumas disputas da Olimpíada de 2012 , em Londres, já terão iniciado antes, como o futebol, masculino e feminino, e o tiro. No futebol, as seleções brasileiras, tanto a masculina quanto a feminina, buscarão uma ainda inédita medalha de ouro. A seleção feminina iniciará sua caminhada amanhã, e a masculina na quinta-feira, antes portanto da data oficial de início da Olímpiada. Mais uma vez, as esperanças de medalhas para o Brasil recaem sobre os esportes coletivos. Afora o já citado futebol, o vôlei, de quadra e de praia, e até mesmo o basquete, que na categoria masculina retorna às Olimpíadas depois de 16 anos de ausência, surgem com possibilidades de conquista de medalhas. Nos esportes individuais, pela falta de uma melhor estrutura no país, o Brasil segue dependendo de grandes e esporádicos talentos para almejar o pódio olímpico. Nomes como César Cielo, Maurreen Riga Maggi, Fabiana Murer e Diego Hipólito são as poucas exceções à condição de meros figurantes dos competidores brasileiros nas disputas individuais em Olimpíadas. O Brasil tem evoluído nos esportes olímpicos, mas não de forma compatível com o potencial do país. Por isso, a expectativa é de que o desempenho brasileiro seja o mesmo da Olimpíada de 2008, em Pequim, quando foram conquistadas 15 medalhas. Há de se convir que é um resultado muito modesto para um país de quase 200 milhões de habitantes. O Brasil precisa intensificar a valorização das diversas práticas esportivas, até porque a Olimpíada de 2016 será realizada no país, tendo por sede o Rio de Janeiro. Seria muito frustrante se, dentro de quatro anos, o Brasil fosse mero espectador das vitórias alheias em seu próprio território. A realização de uma competição da magnitude de uma Olimpíada em solo brasileiro poderá ser, também, o estímulo que falta para a massificação dos esportes no país, rompendo com a monocultura do futebol. Mais uma Olimpíada está por começar. Tomara que, para o esporte brasileiro, ela seja o início de uma nova era, que permita ao país fazer bonito quando vier a sediar a competição.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Um festival de besteiras

Vez por outra, talvez numa tentativa de causar impacto e obter seus quinze minutos de fama, pensadores, sociólogos e outros profissionais do ramo das ciências humanas aparecem defendendo posições conflitantes com os comportamentos socialmente preponderantes. Dessa forma, conceitos superados e práticas arquivadas pela evolução natural da sociedade são trazidos ao debate novamente. A edição dessa semana da revista "Veja" apresenta uma entrevista com a socióloga inglesa Catherine Hakim. Ela é considerada uma expoente do chamado novo feminismo europeu. Trata-se do que a revista classifica como "feminismo às avessas". Ao longo da entrevista, Catherine desfila uma série de ideias retrógradas, capazes de despertar a ira das ativas e independentes mulheres dos tempos atuais. Catherine diz, por exemplo, que atratividade e beleza são fundamentais para a ascensão profissional das mulheres nas sociedades modernas. Seguindo nessa linha, a socióloga sustenta que, no que concerne ao sucesso, ninguém duvida do mérito dos inteligentes nem questiona a exclusão dos ignorantes, sendo natural que se recompense, também, quem se destaca pela aparência. Catherine argumenta que o mito feminista da igualdade dos sexos é tão infundado quanto a afirmação de que todas as mulheres almejam a total simetria nos papéis familiares, emprego e salário. Ela afirma que, ao contrário do que defendem as feministas, diversos estudos indicam que a maioria das mulheres prefere ficar em casa em tempo integral quando os filhos são pequenos, e que um parceiro bem-sucedido torna essa opção mais viável. Catherine chega ao ponto de dizer que tornar-se uma dona de casa "à toa", em tempo integral, é uma utopia moderna para a maioria das mulheres. Mais uma vez calcando-se em inespecíficos "estudos" realizados em "todo o mundo", a socióloga argumenta que as mulheres preferem homens com recursos, pois isso viabiliza a permanência delas no lar. Prosseguindo com seus disparates, Catherine diz que a legislação, por ter sido inventada pelos homens para os seus próprios interesses, impede, muitas vezes, que as mulheres recebam integralmente o lucro de seus talentos, com valor comercial adequado. Nesse sentido, considera que a barriga de aluguel é um fluxo de receita inexplorado e do qual as mulheres poderiam se beneficiar. Essas e outras tantas ideias expostas por Catherine Hakin ao longo da entrevista poderiam ser classificadas como excêntricas e anacrônicas, e o são, efetivamente. Porém, mais do que isso, por estarem em absoluto descompasso com a evolução alcançada pela mulher na sociedade, merecem ser tidas, tão somente, como um festival de besteiras.

domingo, 22 de julho de 2012

Embalou

O Grêmio ganhou do Botafogo por 1 x 0, hoje, no Engenhão e, mesmo que não tenha jogado uma grande partida, dá a impressão de ter "embalado", isto é, entrado naquela fase em que os bons resultados em sequência vão alimentando a segurança e auto-estima do grupo. Foi a terceira vitória consecutiva do Grêmio, a segunda fora de casa. Mais do que isso, essas duas vitórias como visitante foram contra clubes de grande expressão, o Cruzeiro e o Botafogo. Elas se juntam a outra vitória obtida fora de casa, contra o Atlético Goianiense. Já são, portanto três vitórias na casa dos adversários em 11 rodadas disputadas, até agora, no Campeonato Brasileiro. Para quem tinha enormes dificuldades, em anos anteriores, em ganhar jogando fora de seu estádio, é um grande alento e um fator fundamental para buscar a conquista do título da competição. Mais uma vez, Elano e Zé Roberto mostraram o acréscimo técnico que representam para o Grêmio, ao criarem a jogada que resultou no gol da vitória, marcado por Marcelo Moreno. Foi justamente quando ambos foram substituídos que o Grêmio decresceu em campo, passando a sofrer uma enorme pressão do Botafogo, mas conseguindo manter o resultado, com Léo Gago chegando a tirar uma bola junto à linha do gol. O Grêmio continua na zona de classificação para a Libertadores, em 4º lugar, e seu próximo jogo será em casa, contra outro grande adversário, o Fluminense, único clube ainda invicto no Brasileirão e que está uma posição acima da sua na tabela. O Olímpico deverá receber um grande público para levar o Grêmio a mais uma vitória. Não é hora de se fazerem previsões excessivamente otimistas, pois muito ainda há a se realizar para tornar o Grêmio um time confiável. No entanto, é inegável que os acréscimos técnicos feitos no time e a sequência de bons resultados já proporcionam entusiasmo à torcida. Agora, pelo menos, depois de muito tempo, ela já se permite sonhar com melhores dias. Ainda é pouco, tendo em vista a grandeza do Grêmio, mas já é um começo.

Nada mais que o dever de casa

O Inter, na estreia de Fernandão como técnico, hoje à tarde, no Beira-Rio, goleou o Atlético Goianiense por 4 x 1. O primeiro tempo terminou empatado em 1 x 1, mas, no segundo, o Inter deslanchou. A vitória larga, no entanto, não deve alimentar ilusões. O Inter ganhou do lanterna absoluto do Campeonato Brasileiro, que obteve, até agora, apenas uma vitória na competição. Jogando em seus domínios, contra um adversário tão fraco, o Inter apenas fez o dever de casa, como se costuma dizer na linguagem do futebol. O início de trabalho com uma goleada, é claro, favorece Fernandão, mas não é garantia de que ele prosseguirá tendo êxito. O próximo jogo também será contra um adversário fraco, o Figueirense, mas fora de casa. Isso aumentará o grau de dificuldade para o Inter, fazendo com que seu novo técnico e os jogadores sejam um pouco mais exigidos. O resultado de hoje valeu pelos três pontos, mas uma avaliação mais precisa do desempenho do Inter só será possível quando houver o enfrentamento com times mais fortes.

sábado, 21 de julho de 2012

Relação de causa e efeito

A morte de 12 pessoas, alvejadas por um atirador, ocorrida ontem numa das salas de cinema do complexo Century 16, em Aurora, no estado de Colorado (EUA), é uma trágica repetição. Acontecimentos semelhantes são praticamente rotineiros nos Estados Unidos e, é óbvio, isso não acontece por acaso. A cultura americana, certamente, tem muito a ver com isso. O assassino da vez é James Holmes, de 24 anos. Holmes comprou mais de 6 mil balas, duas pistolas, fuzil e escopeta, de forma legal, numa loja especializada na internet. Aí, já temos um dos aspectos a serem levados em conta. Nos Estados Unidos, comprar armas é tido como um direito do cidadão. A sociedade americana não aceita qualquer cerceamento nesse sentido. Com isso, toda e qualquer pessoa, desde que o deseje, pode comprar o quanto quiser de armas e munições. Abre-se assim, um caminho extremamente facilitado para que pessoas perturbadas ou, ainda pior, psicopatas, possam levar adiante seus planos homicidas. Um outro dado a ser considerado é a ideia, preponderante nos Estados Unidos, de que os indivíduos tem de ser vencedores a qualquer custo. Dependendo do que alcancem na vida, as pessoas são classificadas como vencedoras ou perdedoras. Conforme o psiquiatra gaúcho Renato Piltcher, em entrevista ao jornal Zero Hora, esse tipo de ideia, absorvida por um esquizofrênico ou psicopata, pode levar à prática de tais crimes, pela "fama" que eles proporcionam, fazendo de seus autores, numa visão distorcida de mentes perturbadas, vencedores. Piltcher diz, também, que características que diferenciam os seres humanos dos demais animais, como a capacidade de pensar e a intimidade, têm perdido espaço para aparência e ação. O distanciamento do que mais nos caracteriza como humanos, que é a cultura e o afeto, dado que a felicidade tornou-se sinônimo de poder e força, diminui a consideração pelo outro. Há um empobrecimento da noção de valor da vida. O psiquiatra acrescenta que o fato de crimes do gênero já estarem acontecendo fora dos Estados Unidos, como foi o caso do massacre ocorrido em 2011 na Noruega, é reflexo da massificação e globalização dos conceitos americanos já referidos acima. Ele entende que a massificação tem levado as pessoas a não tolerarem as diferenças e a globalização tem piorado isso ao pressioná-las para que rotulem e sejam igualmente classificadas como "vencedoras" ou "perdedoras". Os americanófilos, do qual a revista "Veja" é, possivelmente, a maior representante no Brasil, abordam tais crimes como sendo algo ligado, tão somente, às perturbações de seus autores, sem aceitar que sejam a consequência de um modo de pensar de uma coletividade. As evidências, contudo, de que existe uma relação de causa e efeito entre uma coisa e outra, são perceptíveis.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Fernandão

Está difícil, para mim, nessa semana, escrever sobre temas que não estejam relacionados ao futebol, embora esse espaço não se limite a eles. Hoje, não é diferente. A demissão do técnico do Inter, Dorival Júnior, e a contratação de Fernandão para o seu lugar, aparecem como a grande notícia do dia. A queda de Dorival era algo inevitável e, na verdade, até demorou para acontecer.  Em nenhum momento de seus 11 meses no Inter, o time deslanchou. Os títulos da Recopa Sul-Americana e do Campeonato Gaúcho não serviram para encobrir a inconsistência do trabalho realizado pelo técnico. Na competição que era a prioridade absoluta do clube para 2012, a Libertadores, o Inter foi muito mal. Só se classificou para as oitavas de final porque seu grupo na primeira fase era muito fraco, mas, ainda assim, fez uma campanha pífia, de menos de 50% de aproveitamento, sem ganhar nenhum jogo fora de casa. Dessa forma, foi o último colocado entre os 16 clubes que se classificaram para a sequência da Libertadores. Como não poderia deixar de ser, foi eliminado logo a seguir. Na decisão do Gauchão, contra o modesto Caxias, teve enorme trabalho, em pleno Beira-Rio, para ganhar o título com uma vitória, de virada, por 2 x 1. Iniciado o Campeonato Brasileiro, única competição que restou ao Inter para disputar em 2012, o fraco desempenho persistiu. Nem mesmo a desculpa dos muitos desfalques que o time vinha tendo serviu, dessa vez, para encobrir o baixo desempenho de Dorival Júnior. A diretoria do Inter, finalmente, atendeu ao que desejava a torcida e demitiu Dorival. A solução encontrada foi Fernandão, que vinha sendo o gerente de futebol do clube, pois, como ocorrerão eleições para presidente do Inter no final do ano, não seria possível firmar contrato com um técnico para um período que ultrapassasse 2012, e nenhum treinador conceituado aceitaria  um contrato por tempo tão curto. Fernandão nunca trabalhou como técnico, mas é inteligente, articulado, tem liderança no vestiário e é ídolo do torcedor. As últimas experiências com grandes ídolos como técnicos, na dupla Gre-Nal, não foram das melhores. Renato teve um início excepcional no Grêmio, quando de sua chegada, mas, no ano seguinte, não repetiu a mesma performance e foi demitido. Falcão, mesmo ganhando um título de campeão gaúcho, só ficou três meses no cargo. Agora é a vez de Fernandão fazer a sua tentativa. Ainda que o vice-presidente de futebol do Inter, Luciano Davi, tenha dito que não, Fernandão é uma aposta. Dadas as circunstâncias, o Inter não tinha muitas opções. Colocou suas fichas em um nome adorado pela torcida pelo que fez como jogador. Fizera o mesmo, antes, com o já citado Falcão e, anteriormente, com Figueroa. Foram iniciativas que não deram certo, mas nada impede que Fernandão mude esse quadro.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O trenzinho da alegria

O futebol brasileiro, que hoje comemora o seu dia, sempre foi brilhante dentro de campo, mas muito nebuloso fora dele. Se nos gramados foram gerados gênios, como Pelé e Garrincha, e craques como Leônidas, Zizinho, Didi, Nílton Santos, Rivelino, Zico, Romário, entre outros, nos bastidores nosso futebol é comandado por figuras suspeitas, para se dizer o mínimo. O recente episódio envolvendo o recebimento de propinas por parte de João Havelange e Ricardo Teixeira, ex-presidentes, respectivamente, da Fifa e da CBF, exemplificam bem esse panorama. Nesse sentido, no futebol gaúcho, um fato, nos últimos anos, chama a atenção. Trata-se do congresso técnico do Campeonato Gaúcho. Durante décadas, esse encontro, que serve para reunir os dirigentes dos clubes participantes do Gauchão para a discutir e formatar a competição, era realizado, num único dia, na sede da Federação Gaúcha de Futebol, no centro de Porto Alegre. Porém, nos últimos anos, essa situação mudou, e a reunião de dirigentes passou a realizar-se em locais como Punta del Este, Buenos Aires, Santiago, no Chile, e até num tour por cidades da Europa, sem que se saiba que conexão possam ter com a disputa do Campeonato Gaúcho. O próximo congresso técnico será no Caribe. Trata-se, na verdade, de um autêntico "trenzinho da alegria". O presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelleto Neto, diz que fechou parceria com uma "grande empresa", que arcará com os custos da viagem para um grupo de 40 pessoas, e terá sua marca exposta em bonés e camisas durante a mesma. O roteiro de países a serem visitados ainda não foi definido. Cada um dos 16 clubes da primeira divisão do Rio Grande do Sul poderá enviar dois representantes para o encontro, quando serão conhecidos os grupos e as datas da competição. Novelleto declarou que a Federação Gaúcha de Futebol jamais usou verba própria em nenhuma das reuniões que realizou fora do país, pois sempre contou com a ajuda de patrocinadores. A questão principal não é essa. O que não se consegue entender é porque um congresso para tratar de um campeonato estadual é realizado fora do país, em lugares diferentes a cada ano, e sempre em localidades de forte apelo turístico. Afora isso, qual o interesse dos tais "patrocinadores" em proporcionar tamanha mordomia para os dirigentes de clubes? Esse dinheiro não seria melhor aplicado se fosse usado para, por exemplo, melhorar as condições de alguns estádios que apresentam gramados precários e acomodações inadequadas para a imprensa? Os congressos do Gauchão realizados no exterior, na verdade, são mais uma demonstração da desfaçatez com que se movem as elites em nosso país. Enquanto o torcedor sofre, chora, toma chuva ou expõe-se a um sol causticante por amor ao seu clube, os dirigentes usam o futebol para desfrutar de prazeres e obter vantagens. Um triste quadro que, no entanto, não recebe o devido repúdio da grande imprensa, envolvida que está, também ela, numa de teia de interesses pouco nobres que cercam o mundo do futebol.

Dia Nacional do Futebol

Hoje é o Dia Nacional do Futebol. A data foi instituída em 1976 pela CBD, atual CBF, como reconhecimento ao mais antigo clube do futebol brasileiro, o Sport Club Rio Grande, de Rio Grande (RS), fundado em 19 de julho de 1900 e que, hoje, portanto, completa 112 anos. Trata-se de um fato a ser devidamente destacado, já que ainda existe quem sustente que tal condição pertenceria à Associação Atlética Ponte Preta, de Campinas (SP) que, no entanto, foi fundada posteriormente, em 11 de agosto de 1900. Nada mais justo do que um dia para homenagear o futebol de nosso país. Afinal, o futebol, no Brasil, é uma paixão que move milhões de pessoas. Afora isso, o futebol brasileiro é o mais vitorioso no contexto internacional, pois é o único a ter ganho cinco Copas do Mundo. Nosso futebol também é uma fonte inesgotável de grandes craques que, ao longo do tempo, encantam plateias do mundo inteiro. Saudemos, então, o futebol brasileiro pelo seu dia, e parabenizemos o pioneiro Rio Grande pelo seu aniversário.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Derrota previsível

A vitória do Atlético Mineiro sobre o Inter por 3 x 1, hoje à noite, no estádio Independência, está longe de ser surpreendente. O Atlético ostentava a condição de líder isolado do Campeonato Brasileiro, e vinha de uma vitória espetacular sobre o Figueirense, fora de casa, quando ganhou por 4 x 3, depois de estar perdendo por 3 x 1, marcando três gols em nove minutos. O Inter, ao contrário, tivera um empate frustrante em 0 x 0 com o Santos, jogando no Beira-Rio. Se ao Atlético sobrava confiança e entusiasmo pela ótima campanha, o Inter estava envolto por incertezas. O técnico Dorival Júnior já não é suportado pela torcida, o time teve de apelar para garotos do juvenil e do júnior para suprir a ausência de titulares indiscutíveis, e o desempenho em campo segue insatisfatório. Some-se tudo isso, e o fato do Atlético ser o mandante do jogo, e a derrota do Inter era mais do que previsível. No entanto, o maior responsável pelo revés de hoje não foi Dorival Júnior, nem qualquer dos garotos que entraram no time. Foi, justamente, a maior estrela do Inter: D'Alessandro. Depois de ter ficado de fora do jogo contra o Santos por ter recebido o terceiro cartão amarelo, e ter admitido que deveria ter se contido para evitar que isso acontecesse, D'Alessandro, mais uma vez, descontrolou-se, e foi expulso em  meio ao primeiro tempo, quando o jogo ainda estava em 0 x 0, praticamente selando a sorte de seu time em campo. Com um jogador a menos, o Inter não teve como resistir ao adversário. O Inter ainda esboçou uma reação, depois de sofrer o 2 x 0, marcando um gol e pressionando em busca do empate, mas o Atlético acabou ampliando o placar, definindo o resultado. O Inter caiu para o 8° lugar, quatro posições atrás do Grêmio. Os indícios são de que a demissão de Dorival Júnior é iminente. Porém, o Inter não deve se iludir. A simples saída do técnico não resolverá seus problemas. Com o time de que dispõe no momento para colocar em campo, não há como o Inter obter resultados muito melhores do que os que vem ocorrendo.

O renascer de uma promessa

A melhor notícia que fica da vitória do Grêmio sobre o Sport por 3 x 1, hoje à noite, no Olímpico, foi o reaparecimento fulgurante de um jogador que surgiu como grande promessa, mas parecia ter se perdido pelo caminho: Leandro. O Grêmio enfrentou uma retranca feroz, para a qual não conseguia solução. O tempo passava, e o gol não saía. Para piorar, aos 38 minutos do primeiro tempo, o Sport abriu o placar. O segundo tempo, então, tornou-se ainda mais angustiante. A retranca do Sport prosseguia implacável. Até que, aos 14 minutos, o técnico do Grêmio, Vanderlei Luxemburgo, resolveu ousar. Retirou um volante, Fernando, e colocou Leandro. Foi uma alteração decisiva, pois, quatro minutos depois, o Grêmio faria o gol de empate, numa sobra de bola do goleiro aproveitada por Marcelo Moreno. Porém, esse ainda era um mau resultado, e, então, aos 28 minutos, Leandro fez 2 x 1 para o Grêmio num belo chute cruzado. Mais tarde, completou uma linda jogada de troca de passes e marcou o terceiro gol. Num momento em que o Grêmio não está conseguindo no mercado a contratação de mais um atacante de velocidade, o renascimento do futebol de Leandro é uma ótima novidade. Com a vitória obtida hoje, combinada com as derrotas de Inter e São Paulo, o Grêmio já está em 4º lugar no Campeonato Brasileiro, ou seja, entrou na zona de classificação para a Libertadores. O próximo jogo do Grêmio, contra o Botafogo, no Engenhão, é dificílimo. O Grêmio não terá Kléber, que recebeu o terceiro cartão amarelo, e o Botafogo irá estrear Seedorf, o que deverá fazer sua torcida lotar o estádio. Os tempos, contudo, são outros no Grêmio, que agora está apto a enfrentar jogos de tamanha exigência com a confiança de poder alcançar um bom resultado.

terça-feira, 17 de julho de 2012

O triunfo da mediocridade

Falar sobre preferências musicais, ou de qualquer outra manifestação cultural, é sempre algo carregado de subjetividade, mas é errado dizer-se que "gosto não se discute". Discute-se sim, até porque, existem padrões mínimos de qualidade que todos podem reconhecer. Portanto, ainda que haja quem sustente o contrário, o bom e o ruim em termos culturais não é uma questão que depende tão somente da apreciação de cada um. Porém, num país de educação precária, e de escasso acesso da maioria da população aos bens culturais, fica cada vez mais difícil para as pessoas separarem o joio do trigo. Dentre as manifestações artísticas, a música é a que mais se presta para transformar em fenômeno de popularidade a vulgaridade, a banalidade, a falta de inspiração e conteúdo. Melodias de apelo fácil, com letras de rimas pobres e conteúdo apelativo, com um refrão "pegajoso", ou seja, que "gruda" no ouvido, são um caminho certo para o sucesso. Os exemplos nesse sentido são vários, e a bola da vez chama-se Gusttavo Lima. Trata-se de um cantor sertanejo de apenas 22 anos que, após muito tentar, alcançou o êxito na carreira depois que acrescentou um segundo "t" ao seu nome artístico. Sim, porque Gusttavo, na verdade, chama-se Nivaldo. Pois bem, Gusttavo Lima é o responsável por um dos grandes sucessos musicais do Brasil no momento, aquela musiquinha do "tchê tcherere tchê tchê" que vem sendo cantarolada por multidões em todo o país. Com obras musicais desse nível, Gusttavo Lima, mesmo com tão pouca idade, já possui, entre outros bens, um Lamborghini, no valor de R$ 850.000, um Maserati conversível, de R$ 650.000, um jatinho de seis lugares, de R$ 4 milhões, e uma casa de 300 metros quadrados, de R$ 2 milhões. Afora isso, já deu uma fazenda para os pais e um apartamento para cada um dos seus seis irmãos. Gusttavo Lima é mais um a se beneficiar do estranho apreço de muitos brasileiros pela música sertaneja que, apesar do nome, pouco tem a ver com as composições caipiras de raiz. Entre os maiores fás do gênero musical estão os jogadores de futebol, o que só comprova a histórica rarefação cultural dessa categoria profissional. Um dos grandes amigos de Gusttavo, por exemplo, é Neymar, atualmente, o melhor jogador do Brasil. Poucas vezes, como agora, se viu uma época em que predominassem tantas nulidades no panorama musical brasileiro. Alguns dos campeões de vendagem de CD's e DVD's, e que lotam shows por todo o país, são justamente os tais "sertanejos", como o próprio Gusttavo Lima, Luan Santana, e os mais veteranos Chitãozinho e Chororó, e Zezé de Camargo e Luciano. Em comum entre todos eles, a qualidade baixíssima de seu repertório, e a imensa fortuna que amealharam. Sem dúvida, é o triunfo da mediocridade, que resulta da limitação cultural de milhões de brasileiros.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Arbitragens calamitosas

A arbitragem brasileira nunca chegou a ser de primeira linha, embora já tenhamos tido alguns bons árbitros, como Arnaldo Cézar Coelho e José Roberto Wright, por exemplo. No momento, contudo, o nível da arbitragem brasileira é péssimo. Os erros se sucedem a cada jogo. Não há critérios. O mesmo tipo de lance resulta em punição para o jogador de um time e condescendência para com o do outro. Lances não faltosos redundam em expulsões. Faltas violentas não são punidas. A comunicação eletrônica entre os integrantes da equipe de arbitragem e a colocação de um auxiliar atrás do gol, que deveriam ajudar a diminuir o número de erros, nada proporcionaram nesse aspecto. Pelo contrário, os erros parecem ocorrer em maior número. No jogo Santos 4 x 2 Grêmio, no domingo retrasado, pelo Campeonato Brasileiro, houve um festival de equívocos da arbitragem. Uma falta de Neymar não marcada, na origem do lance, culminou na abertura do placar pelo Santos, com um gol de Edu Dracena. Dois pênaltis claros em favor do Grêmio, cometidos sobre Kléber, não foram assinalados. Num lance de ataque do Grêmio em que as câmeras de televisão mostraram que a bola ultrapassou a linha, o gol não foi consignado. O mesmo Grêmio foi novamente prejudicado ontem, no jogo em que venceu o Cruzeiro por 3 x 1, ao ter o zagueiro Werley expulso numa jogada em que sequer cometeu falta. Também ontem, outros dois erros grosseiros de arbitragem chamaram a atenção. No jogo Inter 0 X 0 Santos, o jogador Lucas Lima, do Inter, chuta o pé de Juan, do Santos, e pretexta ter sofrido uma falta. Avisado sobre o lance pelo intercomunicador, o árbitro expulsa Juan, beneficiando, portanto, o infrator. No jogo Bahia 1 x 2 Flamengo, Íbson, do Flamengo, joga-se ao chão, dentro da área, num lance em que o jogador adversário que o marcava nem ao menos o tocou. O árbitro deu o pênalti. O mesmo Íbson já havia "cavado" outro pênalti em uma rodada anterior que, igualmente, foi assinalado pelo árbitro. Em ambos os jogos, o Flamengo alcançou a vitória em consequência dos pênaltis erradamente marcados. Fatos como os aqui citados desequilibram uma competição. Só o Flamengo, nos exemplos aludidos, ganhou quatro pontos com os dois pênaltis inexistentes assinalados a seu favor. Está mais do que na hora de o futebol brasileiro empreender uma mudança profunda na arbitragem. A qualidade dos jogadores brasileiros segue sendo inquestionável, mas o nível da arbitragem, em contrapartida, é baixíssimo.

domingo, 15 de julho de 2012

Empate insosso

O Inter, ao empatar em 0 x 0 com o Santos, hoje á tarde, no Beira-Rio, frustrou os seus torcedores, mais uma vez. Nem mesmo o fato de ter jogado muito desfalcado serve de atenuante, pois, se o Inter não tinha D'Alessandro, Oscar e Leandro Damião, o Santos estava sem Rafael, Paulo Henrique Ganso e Neymar. No primeiro tempo, os times pouco fizeram na parte ofensiva. No segundo tempo, boas oportunidades de gols surgiram para os dois lados, mas não foram aproveitadas. Nem mesmo a expulsão, injusta, de Juan, do Santos, aos dois minutos do segundo tempo, proporcionou melhor sorte para o Inter. Ao apito final do árbitro seguiram-se vais da torcida do Inter, inconformada com mais um resultado insatisfatório e uma atuação deficiente. A cada dia fica mais claro que o torcedor do Inter não suporta mais o técnico Dorival Júnior. Para piorar a situação, o próximo jogo do Inter será fora de casa contra o Atlético Mineiro, líder do Campeonato Brasileiro, e que vem de uma vitória espetacular contra o Figueirense, no Orlando Scarpelli, quando ganhou por 4 x 3, após estar perdendo por 3 x 1. O Inter terá a volta de D'Alessandro, mas continuará sem Oscar e Leandro Damião. Jogar fora de casa, contra um adversário em grande fase, e praticamente completo, não parece uma perspectiva nada animadora para o Inter, cujo futebol não vem inspirando confiança em ninguém. Os próximo dias do Inter não tendem a ser dos mais tranquilos.

Vitória animadora

A vitória do Grêmio por 3 x 1 sobre o Cruzeiro, hoje à tarde, no estádio Independência, veio num momento  em que uma crise já se prenunciava, e pode ser o início de novos e bons tempos. Foi uma vitória de amplos significados. O Grêmio ganhou fora de casa, contra um adversário de peso, contra o qual seu retrospecto, jogando como visitante, não é nada favorável. Venceu um rival direto pelas primeiras posições do Campeonato Brasileiro. Chegou a estar goleando, o que só não terminou acontecendo devido ao pênalti infantil de Marquinhos no último minuto, que proporcionou ao Cruzeiro o seu gol de honra. O Grêmio mostrou obediência tática, padrão de jogo, e soube envolver o Cruzeiro. Kléber e Marcelo Moreno, que vinham causando preocupação por não marcarem gols, desencantaram. Marcelo Moreno marcou o primeiro e o terceiro gols, e deu o passe para Kléber fazer o segundo. Mais uma vez, o Grêmio foi prejudicado pela arbitragem, que expulsou Werley injustamente e distribuiu vários cartões amarelos para seus jogadores. Porém, apesar de jogar desde o final do primeiro tempo com um homem a menos, o Grêmio não se intimidou. Marcou mais um gol após a expulsão, e só sofreu um no minuto final, de pênalti. O próximo jogo do Grêmio será no Olímpico, contra o Sport. A tendência é de mais uma vitória, o que, dependendo de resultados paralelos, poderá levar o Grêmio para a zona de classificação para a Libertadores. Depois da tempestade, está vindo a bonança.

sábado, 14 de julho de 2012

A política como profissão

Uma das razões da atividade política ter se deteriorado no Brasil é que ela é vista não como uma forma de servir ao município, ao estado ou ao país, mas, sim, como uma carreira profissional. A função de vereador, por exemplo, não é remunerada na maioria dos países. No Brasil, a atividade de vereador não só é remunerada, como, muitas vezes, implica em salários bastante expressivos. Agora, mais um dado vem reforçar essa distorção. Entre os 191 candidatos a prefeito das capitais estaduais registrados no Tribunal Superior Eleitoral, 45 apontaram "deputado" como sendo a sua profissão. Ora, o cargo de deputado é exercido de forma eventual, mesmo que por várias legislaturas. Antes de se eleger, a pessoa terá tido, por certo, uma atuação profissional em qualquer outra atividade e que, inclusive, lhe terá proporcionado a condição de candidatar-se. Mesmo que os candidatos em questão estejam há muito tempo afastados de suas atividades laborais originais, apontar a função de deputado como profissão dá a dimensão de como a política é encarada hoje no país. Ser político virou uma carreira, e das mais rentáveis. Daí o porquê de tantos gastos milionários de campanha, tantas coligações estapafúrdias entre partidos de perfis antagônicos. Uma vez eleitos, os políticos passam a brigar para indicar seus apaniguados para altos cargos em em empresas e orgãos estatais. As questões que afligem o país, os problemas que transtornam a vida do eleitor, acabam ficando em segundo plano, enquanto os "representantes do povo" se engalfinham numa disputa por cargos e, principalmente, verbas. A política é uma atividade "meio" e não uma finalidade. Transformá-la em profissão é rebaixar a sua dignidade, aviltar os seus propósitos, reduzir sua importância, fraudar os eleitores.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Dia Mundial do Rock

Hoje, 13 de julho, é o Dia Mundial do Rock. Em geral, esses "dias mundiais", não chegam a me convencer inteiramente da sua razão de ser. Porém, com o rock é diferente. Esse ritmo quase sexagenário merece um dia em sua homenagem. Costuma considerar-se "Rock Around the Clock", com Bill Halley and His Comets, de 1954, como o nascimento desse ritmo contagiante. Ainda na década de 50 surgiram os primeiros grandes nomes do rock, como Little Richard, Jerry Lee Lewis e Elvis Presley. Seria nos anos 60, no entanto, que o rock atingiria o seu auge. Grupos como Beatles, sem dúvida o maior de todos, Rolling Stones, The Who, The Animals, Creedence Cleawater Revival fizeram dessa década um período mágico. Alguns desses grupos chegaram até a década seguinte, e os Rolling Stones, num feito incrível, continuam em atividade até hoje. Os anos 70, com sua atmosfera de "fim do sonho", não foram tão favoráveis para o rock, que partiu para algumas vertentes pouco estimulantes, como o rock progressivo. Ainda assim, contaram com os Stones ainda em grande forma e com uma das maiores expressões do rock, o Led Zeppelin. Outros grupos que marcaram presença foram Supertramp e Eagles. Nos anos 80, destacaram-se, entre outros, The Police e The Smiths. Na década de 90, Oasis. Nos anos 2000, Coldplay. O rock segue forte, com novos nomes surgindo, mas sempre reverenciando seus ícones. Hoje é o dia de saudar todos aqueles que fizeram do rock a melhor tradução musical dos anseios da juventude, mas cujo apelo não se restringe a ela. Seu poder de sedução continua a se fazer sentir mesmo para aqueles que já estão com os cabelos brancos. O rock é uma paixão que não morre jamais. Viva o Dia do Rock!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Os 50 anos dos Rolling Stones

Na data de hoje, 12 de julho, em 1962, os Rolling Stones faziam a sua primeira apresentação oficial no Marquee Club, em Londres. Portanto, estão completando 50 anos de carreira. Uma trajetória impressionantemente longa em se tratando de um grupo de rock. Ao contrário de outros grupos, que se separaram e depois retornaram, muitas vezes buscando apenas ganhar dinheiro com a volta, os Rolling Stones, apesar de crise naturais de relacionamento num período tão extenso, jamais pararam. Nesse período integrantes deixaram o grupo, outros foram trocados, mas os Rolling Stones permaneceram em cena. No cenário do rock, seu sucesso só foi superado pelos Beatles que, no entanto, só permaneceram oito anos juntos. Sua coleção de sucessos e clássicos também só fica abaixo do mítico grupo de Liverpool. A música (I Can't Get No) Satisfaction é, sem dúvida, um dos maiores sucessos de todos os tempos. A tal ponto que, tendo sido gravada em 1965, até hoje é obrigatória nos shows do grupo. E pensar que Mick Jagger chegou a dizer que não queria chegar aos 40 anos cantando Satisfaction. Pois Jagger, que é uma das personalidades do meio artístico que ostenta o título de "Sir", irá completar 69 anos no dia 26 de julho, e continua a ter de cantá-la. Porém, são muitas as músicas dos Stones que estão inseridas na trilha sonora obrigatória dos últimos 50 anos, como Lady Jane, As Tears Go By, Let's Spend The Night Together, Ruby Tuesday, Jumpin Jack Flash, You Can't Always Get What You Want, Honky Tonk Women, Brown Sugar, Wild Horses, Tumbling Dice, Angie, Hot Stuff, Miss You, Beast of Burden, Start Me Up, Harlem Shuffle, e tantas outras. Mesmo com seus integrantes tendo atualmente, idades que variam dos 65 aos 71 anos, os Rolling Stones não perdem o pique. Uma turnê mundial para marcar o cinquentenário do grupo será realizada, provavelmente em 2013. Contra todas as expectativas, eles continuam juntos e nos encantando com seu rock autêntico e sua contagiante performance no palco. Parabéns e vida longa aos Rolling Stones!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

A força do apito

O Palmeiras, ao empatar em 1 x 1 com o Coritiba, hoje à noite, no Couto Pereira, conquistou o título de campeão da Copa do Brasil. O fato será exaltado de todas as formas e o técnico do Palmeiras, Felipão, receberá reverências pela sua condição de multicampeão. Outros dirão que a camiseta pesou em favor do Palmeiras, como já teria ocorrido com o Vasco, em 2011, que disputou a decisão da Copa do Brasil com o mesmo Coritiba e também saiu-se vencedor. Ocorre que, não sendo torcedor de nenhum dos três clubes, nem tendo porque participar da bajulação que os meios de comunicação se obrigam a fazer em relação aos campeões de qualquer competição, sinto-me à vontade para dizer que, nas duas decisões, o Coritiba foi seriamente prejudicado por erros de arbitragem. Em 2011, faltou apenas um gol para que o Coritiba alcançasse o título, mas as falhas da arbitragem não permitiram que tal acontecesse. Contra o Palmeiras, o Coritiba foi prejudicado nos dois jogos. Na Arena Barueri, o Coritiba jogava bem melhor que o Palmeiras quando teve um pênalti inexistente marcado contra si, no final do primeiro tempo. No segundo tempo, um pênalti claro em favor do Coritiba não foi marcado. No jogo de hoje, quatro minutos após o Coritiba marcar um gol e transformar o estádio num caldeirão, o árbitro marcou uma falta inexistente, que redundou no gol de empate do Palmeiras e acabou com os chances do clube paranaense de buscar o título. O Palmeiras quebrou um jejum de grandes títulos que vinha desde 1999, quando foi campeão da Libertadores, competição para a qual se classificou com a conquista de hoje. Confirmou, assim, sua condição de segundo clube brasileiro que mais disputou o torneio sul-americano. Será sua 15ª participação, número só inferior ao do São Paulo, que já disputou 17 vezes a competição. Porém, ainda que tenha sido campeão da Copa do Brasil, o time do Palmeiras é fraquíssimo, e precisará de muitas contratações de jogadores de qualidade para fazer uma boa campanha na Libertadores. Afinal, nem sempre haverá um árbitro disposto a dar uma "mãozinha".

terça-feira, 10 de julho de 2012

A invasão dos velhinhos

O futebol brasileiro trouxe do exterior, recentemente, uma leva de jogadores que tem em comum não só a grande condição técnica, mas, também a idade avançada. O Grêmio foi quem  mais ousou nesse aspecto, ao repatriar Zé Roberto, de 38 anos. Jogador de indiscutível categoria, e exemplar postura profissional, Zé Roberto fez questão de mostrar, quando de sua chegada, o seu físico "sarado", mas, ainda assim, não há como não considerar uma temeridade a contratação de um jogador que está numa idade em que a maioria de seus colegas de profissão já parou. O Botafogo contratou o holandês Seedorf, outro jogador de altíssimo nível, que está com 36 anos. Diego Forlán, de 33 anos, veio para o Inter. Grêmio, Flamengo e Cruzeiro estariam interessados no argentino Riquelme, de 34 anos, o mesmo que, após a derrota para o Corinthians na decisão da Libertadores, disse que deixaria o Boca Juniors por não poder mais dar tudo que o time necessita. Todos os jogadores aqui citados são de inquestionável qualidade e, mesmo com a idade elevada, deverão mostrar um bom desempenho nos clubes que os contrataram. Porém são contratações para utilização em prazo muito curto e sem perspectiva de retorno financeiro para os clubes adquirentes, já que dificilmente poderão ser negociados novamente. Não é o caso de se invalidar tais aquisições, até porque são nomes de alto nível, mas é preocupante ver que ao futebol brasileiro restou trazer jogadores quando eles não mais interessam aos grandes clubes europeus. Enquanto isso, jovens revelações como Oscar e Leandro Damião, ambos do Inter, estão prestes a irem para a Europa. O futebol brasileiro manda para fora os seus jogadores emergentes e contrata veteranos que os clubes estrangeiros não querem mais. O futebol mais vitorioso do mundo, e o que mais gera grandes jogadores, continua sendo um exportador de talentos, mesmo com a situação econômica favorável do país nos últimos tempos. Resta desejar que os velhinhos superem a ação do tempo, e nos brindem com um bom futebol.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Estranhas comemorações

O Brasil é um país de singularidades. Entre as coisas estranhas que acontecem no país estão as comemorações de revoluções fracassadas. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o dia 20 de setembro é feriado estadual. Comemora-se, nessa data, o aniversário da chamada "Revolução Farroupilha", movimento separatista que durante dez anos, de 1835 a 1845, tentou fazer do Rio Grande do Sul um país independente, separando-o do Brasil. Apesar de sua, relativamente, longa duração, o movimento fracassou em sua estapafúrdia intenção, como não poderia deixar de acontecer. Durante sua existência, a "República Riograndense" mudou de capital várias vezes, sempre escolhendo municípios de pouca expressão, já que Porto Alegre e Rio Grande, as cidades mais importantes, resistiram a todos os ataques dos revolucionários, mantendo-se fiéis ao império. Mesmo tendo redundado em fracasso, o movimento é, até hoje, cultuado pelos gaúchos. A bandeira do Rio Grande do Sul é a mesma da delirante república, e o hino estadual cita o 20 de setembro em sua letra como sendo o "precursor da liberdade". Como consequência disso tudo, muitos gaúchos cultivam, até hoje, um sentimento separatista em relação ao resto do país. No entanto, nesse apreço por movimentos derrotados, o Rio Grande do Sul não está sozinho. A data de hoje, 9 de julho, é feriado estadual em São Paulo, comemorativo à denominada "Revolução Constitucionalista de 1932". O mote do movimento era, pretensamente, a luta contra a ditadura de Getúlio Vargas para pedir a convocação de uma Assembleia Constituinte. Na verdade, as razões eram bem outras. Assim como a "Revolução Farroupilha" foi deflagrada em razão do descontentamento de seus líderes com medidas do governo central que afetavam seus negócios como proprietários rurais, o movimento paulista foi uma ação comandada pelas oligarquias excluídas do poder pelo governo de Getúlio Vargas que, ao assumir como presidente, rompeu um longo ciclo de hegemonia de São Paulo na política brasileira. Nos dois casos, buscou-se travestir esses movimentos como sendo resultado de uma aspiração popular. Nada mais falso. As duas "revoluções", na verdade, traduziam insatisfações de elites desacostumadas a serem contrariadas. Seja como for, ambas as investidas contra o poder central, separadas por quase um século no tempo, foram derrotadas. Assim sendo, não faz sentido reverenciar as datas que lembram as mesmas. Porém, gaúchos e paulistas ignoram essa evidência e seguem comemorando sua rebeldia fracassada, com direito a feriado. Algo muito insólito, sem dúvida, como tantas coisas no Brasil.

domingo, 8 de julho de 2012

Desalento

A torcida do Grêmio não aguenta mais. Há 11 anos, tudo o que recebe são frustrações, decepções, promessas vãs, times fracos ou inconfiáveis. Mesmo quando grandes técnicos ou jogadores de renome chegam ao clube, nada parece melhorar. Nesse já longo período, o Grêmio esteve perto de obter grandes conquistas, como a Libertadores de 2007 e o Campeonato Brasileiro de 2008, mas, na hora "h", os títulos escaparam. Em 2012, havia a esperança de que, finalmente, as coisas iriam mudar. Afinal, a diretoria prometera fazer um time forte, para conquistar grandes títulos e começar a trajetória em seu novo estádio classificado para a Libertadores. A derrota de hoje para o Santos, por 4 x 2, na Vila Belmiro, demonstrou que essas metas estão muito distantes, quase inalcançáveis. O Grêmio já perdeu metade dos jogos que disputou, até aqui, no Brasileirão. Foram quatro derrotas em oito jogos. Para se ter uma ideia do que isso representa, convém lembrar que quando foi campeão brasileiro em 2008 o São Paulo perdeu apenas cinco dos 38 jogos que fez na competição. O técnico do Grêmio, Vanderlei Luxemburgo, de currículo inquestionável, faz um trabalho decepcionante. Foi eliminado pelo Caxias no primeiro turno do Campeonato Gaúcho, e pelo  Inter no segundo. Foi desclassificado da Copa do Brasil pelo Palmeiras. Hoje, ao perder para o Santos, reabilitou um time que não ganhava um jogo desde o mês de maio. Assim é o Grêmio atual, só concede alegrias para os seus adversários e desesperança para os seus torcedores. Para agravar a situação, o Grêmio, que vinha na frente do Inter desde o início do Campeonato Brasileiro, já está, agora, três pontos atrás. Afora isso, seu maior rival contratou o melhor jogador da Copa do Mundo de 2010, Diego Forlán, e ainda tenta trazer Nilmar e Paulo Henrique Ganso. Nem mesmo a vinda de Elano altera as sombrias perspectivas do Grêmio. Até porque, ele vem em troca da ida, para o Santos, de Miralles, um jogador que foi mal aproveitado e poderia ser muito útil ao Grêmio. No que diz respeito ao jogo contra o Santos, em si, reuniu tudo o que era possível para torturar o sofrido torcedor gremista. Um time pessimamente escalado, atuações individuais calamitosas, uma arbitragem pavorosa. Para se ter uma ideia dos suplícios a que os gremistas foram submetidos, basta dizer que Marcelo Moreno, que entrou no segundo tempo, mais uma vez não fez nada de produtivo no ataque, mas deu um passe de cabeça para um gol de Neymar e mandou uma bola para as próprias redes. O árbitro não marcou uma falta clara de Neymar sobre Vílson no primeiro gol do Santos e deixou de assinalar dois pênaltis em favor do Grêmio. Foi uma autêntica tarde de horrores para torcedores que já estão cansados de apanhar. Para a torcida do Grêmio, o único sentimento que resta é o desalento.

sábado, 7 de julho de 2012

Torcida insatisfeita

O Inter ganhou do Cruzeiro por 2 x 1, hoje, no Beira-Rio, subiu posições na tabela do Campeonato Brasileiro, mas o que mais chamou a atenção foi que, apesar da vitória, ouviram-se vaias da torcida. Na verdade, o torcedor do Inter não se deixa mais iludir por resultados como o de hoje. Mais uma vez, o Inter ganhou sem jogar bem, valendo-se, novamente, de seus valores individuais. O Cruzeiro dominou o jogo praticamente inteiro, tendo muito mais posse de bola. Os gols do Inter surgiram em função da qualidade de jogadores como Oscar e D'Alessandro, e do faro de gol de Leandro Damião, mas coletivamente o time, novamente não foi bem. Nas laterais, por exemplo, a produção de Nei e Fabrício foi pífia. O Cruzeiro mostrou-se um conjunto mais afinado, mas ressentiu-se de uma melhor qualidade individual de seus jogadores. Montillo é um oásis de técnica em meio a companheiros limitados. Ainda assim, o Cruzeiro fez um gol, belíssimo por sinal, e já havia colocado, anteriormente, uma bola no travessão, o que demonstra que poderia ter obtido melhor sorte na partida. A torcida do Inter, ou pelo menos parte dela, sabe disso, e por isso vaiou o time. O torcedor também fez um desagravo à Bolatti, que só entrou no time após os 40 minutos do segundo tempo, evidenciando que não concorda com a sua pouca utilização pelo técnico Dorival Júnior. O técnico, aliás, parece ser o "x" da questão para a torcida. Para quem acompanha as manifestações de torcedores nas redes sociais, está mais do que claro que a torcida do Inter não quer mais Dorival Júnior. Nem mesmo uma contratação de impacto como a do uruguaio Diego Forlán conseguiu abafar a insatisfação dos colorados com Dorival. O Inter faz boa campanha no Brasileirão, mas seu torcedor quer que as vitórias sejam acompanhadas de exibições convincentes, o que não vem acontecendo. Com as ausências de Oscar e Leandro Damião nos próximos oito jogos, devido à convocação para a Seleção Olímpica Brasileira, essa aspiração fica, ainda, mais difícil de ser concretizada.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Os inimigos das leis

As classes patronais não costumam  gostar de leis e regulamentos na área trabalhista. Na sua visão muito particular, tais instrumentos retiram competitividade das empresas, aumentam custos, prejudicam o "sistema produtivo". Isso fica evidente, mais uma vez, pela reação das empresas transportadoras de cargas em relação à denominada "Lei do Motorista". A referida lei estabelece que, a exemplo de grande parte das categorias profissionais, também os motoristas transportadores de cargas devam cumprir uma jornada diária de trabalho de oito horas de duração. Assim, esse é o tempo máximo que um motorista poderia permanecer ao volante, a cada dia. A medida já deveria ter sido tomada há muito tempo, pois sabe-se que esses profissionais são submetidos a jornadas de trabalho desumanas, apelando para drogas que os mantenham acordados, tornando-se mais propensos a acidentes que colocam em risco as suas próprias vidas e as de outras pessoas. Tudo para que possam cumprir um exíguo prazo de entrega de cargas vencendo enormes distâncias. Nada disso sensibiliza os proprietários de empresas transportadoras. Para eles, só interessa o lucro. Por isso, a federação e os sindicatos das transportadoras de cargas estão veiculando anúncios nos jornais em que afirmam que a "Lei do Motorista" diminui a competitividade da economia, já que torna necessário que mais caminhões sejam utilizados para o mesmo transporte e mais motoristas façam a mesma viagem, e eleva o custo operacional na transferência de mercadorias. Conforme os transportadores, isso ocasiona menor eficiência na "cadeia logística" e menos resultados para o sistema produtivo. A preocupação   com a preservação da saúde dos motoristas, da diminuição do número de acidentes causados pelo stress desses profissionais, pelo visto, não existe para as transportadoras. Como toda a manifestação de organismos patronais, o único fator levado em conta é a maximização dos lucros. Os anúncios das transportadoras são apenas um esperneio que não deverá ter maiores consequências. A nova lei é muito oportuna e é mais uma sinalização de que o Brasil, ainda que menos velozmente do que seria desejável, avança em suas relações sociais. O tempo dos abusos contra as classes trabalhadoras vai ficando cada vez mais distante, felizmente. Mesmo com a contrariedade de grupos acostumados a fazer prevalecer seus interesses..

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Palmeiras sai na frente

O Palmeiras ganhou do Coritiba por 2 x 0, hoje á noite, na Arena Barueri, e largou em vantagem na decisão da Copa do Brasil. O segundo jogo será na próxima semana, no Couto Pereira. O Coritiba foi bem melhor durante todo o primeiro tempo, mas desperdiçou chances claras de gol. O Palmeiras marcou seu gol nos acréscimos, quando tudo indicava que o jogo iria empatado em 0 x 0 para o intervalo, depois de um pênalti infantil, cometido por Jonas, do Coritiba. No segundo tempo, motivado pelo gol que marcara, o Palmeiras subiu de produção, e o Coritiba não repetiu a excelente atuação do primeiro. O Palmeiras marcou mais um gol e, assim, construiu um placar confortável para o segundo jogo. Maikon Leite, aliás, perdeu um gol feito que, praticamente, selaria a conquista do título pelo Palmeiras. Uma nota destoante, como sempre, foi Valdívia. Apesar de ter cobrado o pênalti que originou o primeiro gol, Valdívia repetiu o seu comportamento de outros tantos jogos. Abusou das simulações, discutiu com a arbitragem, praticou faltas desleais. Numa dessas faltas violentas, inclusive, foi expulso, merecidamente, e, assim, desfalcará o Palmeiras no segundo jogo. Outro destaque negativo foi a arbitragem, que não marcou um pênalti claro sobre Tcheco, do Coritiba, que poderia alterar os rumos do jogo. Apesar da boa vantagem do Palmeiras, no entanto, o Coritiba permanece com boas chances de obter o título. Até agora, em todos os jogos que fez em casa, na Copa do Brasil, o Coritiba ganhou por dois ou mais gols de diferença. Se o Coritiba devolver o placar de hoje, por exemplo, a decisão da competição irá para os tiros livres da marca do pênalti. O Palmeiras saiu na frente, mas, por enquanto, nada está decidido.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Campeão invicto

Não pode haver contestação a um titulo obtido de forma invicta, com 22 gols marcados e apenas 4 sofridos, em 14 jogos disputados. Com a vitória de 2 x 0 sobre o Boca Juniors, hoje à noite, no Pacaembu, o Corinthians ganhou a Taça Libertadores da América com todos os méritos. Em 53 edições da competição, é apenas a 7ª vez que um clube a vence sem perder nenhum jogo. O Corinthians não tem grandes individualidades, mas é um time muito entrosado e de excelente senso coletivo, o que ressalta o bom trabalho de seu técnico, Tite. Depois de um período em que ficou em baixa na carreira, Tite reafirma, no Corinthians, onde, também, foi campeão brasileiro em 2011, as qualidades que demonstrara ao ser campeão gaúcho pelo Caxias e da Copa do Brasil pelo Grêmio. O título alcançado hoje o insere, definitivamente, no rol dos grandes técnicos brasileiros. Foi um título ganho por um time solidário, aplicado, obstinado na busca pelo resultado, fatores que compensam a ausência de grandes craques. Muitos, pelas mais variadas razões, "secaram" o Corinthians, mas hão de reconhecer que o título foi justo. O Boca Juniors pouco mostrou, afora sua tradicional pegada. Trata-se de um time tecnicamente modesto. Isso, contudo, não diminui o feito do Corinthians, pois mesmo adversários mais qualificados não conseguiram derrotá-lo ao longo da competição. O Corinthians torna-se, assim, o 9º clube brasileiro a ganhar a Libertadores, todos eles entre os maiores do país. Agora, dos 12 grandes clubes brasileiros, apenas Fluminense, Botafogo e Atlético Mineiro não a venceram. Parabéns, Corinthians, pela merecida conquista!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Transparência incômoda

No Brasil, meritórias iniciativas governamentais tendem a não ultrapassar o estágio das boas intenções. Isso ocorre porque tais medidas, muitas vezes, contrariam interesses de pessoas ou grupos influentes. Esse é o caso, por exemplo, da Lei de Acesso à Informação, que pretende tornar os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário transparentes para os cidadãos, inclusive com a revelação dos salários de seus servidores. Obviamente, a ideia enfrenta muitas resistências, principalmente de quem tem ganhos muito acima do teto do funcionalismo público. Até agora, a Lei de Acesso á Informação tem andado a passos muito lentos em todo  o Brasil. No Rio Grande do Sul, a resistência parece ser ainda maior. O governador Tarso Genro disse que tem receio de revelar os salários de servidores do Poder Executivo. Tarso entende que o ideal seria uma decisão conjunta com os demais poderes quanto à forma dessa divulgação. Por enquanto, apenas está definido que o governo do Rio Grande do Sul não seguirá o modelo adotado pela União, e fará a divulgação dos dados de forma individualizada, mas não necessariamente nominal. O diretor executivo da organização Transparência Brasil, Cláudio Abramo, afirmou que o argumento de Tarso Genro para retardar a divulgação das informações dos salários dos servidores é falacioso. Abramo entende que o governador não pode deixar de divulgar os salários nominalmente porque tem receio, precisa apresentar justificativas plausíveis. Ele afirma, também, que os agentes públicos não tem o mesmo direito ao sigilo sobre seus ganhos do que quem trabalha no meio privado, pois são os cidadãos que pagam os seus salários e, portanto, tem o direito de saber quanto eles ganham. A verdade é que a Lei de Acesso à Informação está sendo interpretada de diferentes modos pelas esferas de poder. Alguns organismos agem com mais transparência, outros com menos. Os interesses de grupos e corporações fazem com que a lei, em todo o país, avance bem mais timidamente do que seria desejável. A lei, no entanto, existe. Cabe aos brasileiros pressionar pela sua total aplicação, sem permitir que interesses localizados a tornem sem efeito.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Um clube acima da lei

As leis, em princípio, devem ser cumpridas por todos, sem distinção ou privilégio de qualquer espécie. Na prática, sabemos, não é assim. Isso se confirma, mais uma vez, com a absurda liberação do estádio Beira-Rio para a realização de jogos. O estádio se encontra em obras e, por questões óbvias de segurança, já devia ter sido interditado há muito tempo. Três procuradores do Ministério Público, agindo de acordo com o que se espera de quem ocupa tão importante função, encaminharam o pedido de interdição, que foi, inicialmente, deferido. A partir daí, num episódio deprimente, o Inter e a imprensa esportiva do Rio Grande do Sul, historicamente simpática ao clube, passaram a tecer comentários desabonadores em relação aos procuradores, tachando-os de gremistas. A CBF, instituição que rege o futebol brasileiro e que deveria ser a primeira a zelar pelo cumprimento do Estatuto do Torcedor, passou por cima do mesmo e concedeu ao Inter 72 horas a mais de prazo para a definição do local do jogo contra o Cruzeiro, no dia 07/07. Como consequência, o Inter dispôs de mais tempo para agir e conseguiu, hoje, a liberação do estádio Beira-Rio. Ainda que essa decisão possa vir a ser reformada, trata-se de um escândalo, de uma afronta aos mais elementares princípios de defesa do interesse público. Todos os estádios relacionados para a Copa do Mundo de 2014 tiveram suas atividades suspensas para a realização de obras. Só o Beira-Rio, até agora, é exceção. Porquê? O poder do Inter nos bastidores é algo que sempre me chamou a atenção. Com uma imprensa esportiva local dócil e fiel aos seus interesses, o Inter opera, também, com enorme desenvoltura, nos tribunais esportivos e em todos os estamentos de poder. O que para os outros é lei, para o Inter é letra morta. O clube tornou-se um ente sobre-estatal, que paira acima das leis e das autoridades. A decisão de hoje, ainda que libere para o público apenas o anel superior do estádio, é injustificável. Concede ao Inter, em detrimento a todos os demais clubes que tiveram os estádios em que costumeiramente jogam interditados, um privilégio descabido e nauseante. Mais uma vez, fica provado que, no Brasil, alguns podem bem mais do que outros e, nesses casos, a lei, a ética, o bom senso e o interesse público são pisoteados. Triste realidade de um país que avança economicamente, mas que, no plano das questões sociais, ainda adota conceitos arcaicos, típicos da época dos coronéis, em que prevalece o "sabe com quem você está falando?". A vitória obtida pelo Inter, hoje, no campo jurídico, é uma derrota da sociedade e do estado de direito.

domingo, 1 de julho de 2012

Espanha bicampeã

A Espanha comprovou, hoje, que ainda é a melhor seleção do mundo. Goleou a Itália por 4 x 0 e conquistou o bicampeonato da Eurocopa, pois já havia ganho o título da competição em 2008. Entre uma Eurocopa e outra, ganhou a Copa do Mundo de 2010. A Espanha, agora, possui três títulos da Eurocopa, pois foi campeã, também, em 1964. A Itália vinha credenciada pela vitória sobre a Alemanha, mas não conseguiu fazer frente ao adversário. Foi um resultado inapelável, o que fica bem evidenciado pelo placar dilatado. A Espanha comprova, assim, que não era um fenômeno passageiro. A taça da Eurocopa ficou em muito boas mãos, e a Espanha surge, ao menos no momento, como a principal candidata ao título da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Decepção

O Grêmio, em 2012, tem sido uma tediosa repetição dos últimos anos. Enche os torcedores de esperança, mas, sempre que se espera uma afirmação do time, ele fraqueja. Foi assim, novamente, hoje, contra o Atlético Mineiro, no Olímpico. Vários fatores motivavam os torcedores a irem ao estádio. Havia a estréia de  Zé Roberto, o primeiro jogo de Marcelo Grohe como titular após a venda de Victor, a volta de Ronaldinho ao Olímpico, a possibilidade de alcançar a vice-liderança do Campeonato Brasileiro. Com isso, mais de 34 mil pessoas foram ao jogo. Elas estavam entusiasmadas e apoiaram animadamente o time. Porém, não adiantou. O Grêmio levou um gol ainda no primeiro tempo, e não conseguiu reverter o resultado, mesmo tendo a posse de bola na maior parte do jogo. O árbitro Paulo César de Oliveira teve uma má atuação, sendo conivente com a "cera" feita pelo Atlético Mineiro e expulsando Ânderson Pico de forma injusta, mas não foi o responsável pelo resultado. Souza e Léo Gago jogaram muito mal. Kléber e Marcelo Moreno lutaram muito e se movimentaram intensamente, mas não tiveram a efetividade que se espera de atacantes do seu nível. Zé Roberto teve uma estréia apenas razoável. A defesa, como um todo, esteve bem. O grande destaque do time, contudo, foi Marcelo Grohe, que correspondeu inteiramente a expectativa positiva que cerca sua condição de novo goleiro titular do Grêmio. Foi a terceira derrota do Grêmio em apenas sete rodadas do Brasileirão. Se continuar assim, o Grêmio não chegará ao título nem obterá classificação para a Libertadores.

Objetivo alcançado

O Inter,antes de sair para jogar duas partidas fora de casa, contra Sport e Bahia, colocou como meta obter 4 pontos. Nesse sentido, o objetivo foi alcançado, pois, após vencer o Sport por 2 x 0, no domingo anterior, empatou, hoje, em 1 x 1 com o Bahia. No entanto, é óbvio que um clube com as pretensões do Inter, cujo time é apontado como um dos principais candidatos ao título do Campeonato Brasileiro, não pode se contentar com tão pouco. Os dois times que o Inter enfrentou em sequência são fracos, e lutam, apenas, para evitar o rebaixamento. A obrigação do Inter, portanto, era ganhar os dois jogos. O Inter segue fora da zona de classificação para a Libertadores. Isso acontece porque, em sete rodadas, embora só tenha perdido um jogo, já empatou três. Como se sabe, em competições de pontos corridos os empates não são um bom resultado. O Inter segue sem entusiasmar. Tem jogadores de grande qualidade, como D'Alessandro e Oscar, mas eles não tem feito a diferença. A julgar pelo que se viu até aqui, as perspectivas do Inter de ganhar o Brasileirão, única competição que lhe restou em 2012, não são das melhores.