quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Empatia

Um ano e três dias depois do inesquecível show de Paul McCartney, Porto Alegre recebeu novamente a visita de um beatle. Dessa vez foi Ringo Starr quem se apresentou na capital do Rio Grande do Sul. O show de Ringo não tem a monumentalidade que caracteriza o de Paul. Não há telões imensos, nem sofisticados efeitos especiais. Enquanto Paul, que já tinha em seu currículo ter sido o artista que mais público levou ao Maracanã, lotou o Beira-Rio e o Morumbi em 2010, Ringo apresentou-se no Gigantinho, um ginásio com capacidade para 15 mil pessoas, e que não ficou inteiramente ocupado. Não importa. O show de Ringo teve o essencial. Ringo esbanjou carisma, criou uma grande empatia com o público, mostrou-se inteiramente à vontade no palco. Em incrível forma para quem completou 71 anos em julho, Ringo enfrenta o desafio de uma turnê pelo prazer que sente em subir ao palco. Percebe-se que, para ele, antes de tudo, um show é um momento gratificante, de alguém que está fazendo o que gosta, junto com seus amigos. Ringo já inscreveu seu nome na história, já ganhou muito dinheiro. Se ainda vai para a estrada, não é para cumprir com uma obrigação profissional. Ringo não precisa mais disso. Faz shows porque isso lhe traz imensa satisfação. As pessoas que foram ao Gigantinho, por certo, gostaram do que viram e ouviram. Ringo cantou sucessos dos Beatles e da carreira solo. Músicas como "I Wanna Be Your Man", "Yellow Submarine" e "With a Little Help from My Friends" foram cantadas em coro pelo público. O show também contou com músicas interpretadas por membros da All Starr Band, grupo que acompanha Ringo em sua apresentação, composto por grandes músicos, entre eles o lendário Edgar Winter. O show de Ringo não é uma superprodução, mas o público não tem do que se queixar. Durante duas horas, ele é brindado pela apresentação de um ídolo acompanhado por um grupo de músicos virtuosíssimos. Sem dúvida, um show para se guardar na memória.