Até o último momento

Falta uma semana para que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tome posse. Porém, os bolsonaristas que pedem a anulação da eleição e um golpe militar continuam acampados diante dos quartéis, onde parece que ficarão até o último momento. Mesmo contra todas as evidências, não desistem de sua concentração junto às unidades militares, na esperança de que o resultado do pleito ainda possa ser revertido. Numa demonstração de até onde vai a disposição golpista, ontem um atentado a bomba foi desarmado pela polícia antes que ocorresse uma tragédia no aeroporto de Brasília. O autor do atentado frustrado é George Washington Oliveira de Souza, de 54 anos. Autuado em flagrante por ato terrorista, confessou que queria provocar o caos para que fosse instalado o estado de sítio no país. Para a polícia, disse que mora em Xinguá (PA), e que foi para Brasília no dia 12 de novembro, a fim de participar das concentrações diante do quartel-general. Em outubro de 2021, George Washington tirou licenças de colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC). Desde então, o terrorista gastou R$160 mil para adquirir pistolas, revólveres, fuzis, carabinas e munições. Conforme suas declarações, o incentivo para a compra do arsenal veio das falas do presidente Jair Bolsonaro, que enfatizava a importância da população civil se armar. No apartamento que o bolsonarista ocupava em Brasilia, a polícia encontrou várias armas e munições, muitas delas de posse ilegal. Lula assumirá o cargo, normalmente, no primeiro dia de 2023, mas os que continuam atentando contra a democracia precisam ser severamente punidos, sem contemplação.