quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ravi Shankar

A morte de Ravi Shankar, hoje, aos 92 anos, representa o desaparecimento de um ícone da música. Shankar tornou a música indiana conhecida no mundo ocidental. Tocava cítara, um instrumento tão estranho quanto fascinante na sua sonoridade. Sua introdução no mundo do show business se deveu, em grande parte, a George Harrison, quando ainda era um Beatle. George encantou-se com a cítara, que logo tratou de inserir em músicas dos Beatles. A música do grupo em que a cítara aparece de forma mais marcante talvez seja "Norwegian Wood", belíssima composição assinada por Lennon e McCartney. Harrison e Shankar estabeleceram uma amizade que durou até a morte do primeiro. Foi a partir de um pedido de Shankar que Harrison promoveu o "Concerto para Bangladesh", em 1º de agosto de 1971, no Madison Square Garden, em Nova York, o primeiro grande show de rock beneficente. Shankar, inclusive, foi um dos músicos que se apresentou na ocasião. Os dois também gravaram juntos. No "Concert for George", show realizado no Royal Albert Hall, em Londres, no dia em que se completava 1 ano da morte de George Harrison, Shankar também se apresentou. O músico indiano ganhou três "Grammy" e iria receber o prêmio pela quarta vez na sua próxima edição. Shankar teve uma carreira longa e exitosa, e deixa duas filhas também dedicadas a música. A mais famosa delas é Norah Jones, grande cantora que cancelou a turnê que faria pelo Brasil, e que iniciaria, hoje, por Porto Alegre, ao saber da morte do pai.

Atitude injustificável

O Tigre protagonizou mais um dos tantos papelões do futebol argentino. No segundo jogo pela decisão da Copa Sul-Americana, contra o São Paulo, no Morumbi, terminou o primeiro tempo perdendo por 2 x 0, sendo amplamente dominado e merecendo levar mais gols. Como já havia acontecido no primeiro jogo, na Bombonera, o Tigre excedeu-se na violência e nas provocações. Com o término do primeiro tempo, o time argentino partiu para cima dos jogadores do São Paulo. O conflito foi contido, mas o Tigre não voltou para o segundo tempo, o que levou a arbitragem a encerrar o jogo e declarar o São Paulo campeão. As versões vindas da Argentina dão conta de que os jogadores do Tigre teriam sofrido agressões de policiais, e isso levou o time a  não voltar para o segundo tempo. A alegação terá de ser apurada, mas tudo indica não passar de um argumento falso. Tanto no primeiro jogo, como hoje, o Tigre não mostrou futebol e abusou da violência. A menos que consiga apresentar alguma razão para sua atitude de não voltar para o segundo tempo, o Tigre deveria não apenas ser suspenso pela Confederação Sul-Americana de Futebol, como defendem alguns, mas ser desfiliado da instituição. A atitude do clube argentino foi de uma antiesportividade inaceitável, uma total desconsideração para com as mais de 60 mil pessoas presentes no Morumbi e com todos os que assistiam o jogo pela televisão. Há um ditado que expressa que quem não tem competência não se estabelece. Parece ser o caso do Tigre. Seu horizonte é o de um clube condenado a ser pequeno, sem condições de se fazer presente em competições internacionais.

Sem brilho

A vitória do Corinthians sobre o Al Ahly, do Egito, pelas semifinais do Campeonato Mundial de Clubes, não teve brilho. Foi um jogo de escassas oportunidades de gol. O único gol do jogo teve uma bela construção. Douglas, mostrando sua conhecida capacidade técnica, alçou uma bola de trivela para a conclusão de cabeça de Guerrero. O Corinthians não fez muito mais do que isso e, no segundo tempo, foi dominado pelo modesto Al Ahly, mas conseguiu conservar sua vitória. O que se viu do Corinthians dá margem a duas interpretações. A primeira é a de que o importante foi ter alcançado a vitória, mesmo sem jogar bem. A outra é a de que, se repetir uma atuação tão fraca na decisão do título, principalmente se seu adversário for o Chelsea, suas chances de ser campeão ficarão bastante reduzidas. De qualquer forma, o Corinthians superou a síndrome Mazembe e já está na decisão do Mundial de Clubes. O Chelsea ainda precisa chegar lá. Para isso, terá de vencer o Monterrey, do México, amanhã. Portanto, o sonho corintiano de ser campeão mundial, mesmo sem um bom futebol, está mais vivo do que nunca.