segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Geromito

Como já é tradição há muitos anos, a segunda-feira posterior ao encerramento do Campeonato Brasileiro é o dia de serem divulgadas as premiações dos melhores jogadores da competição. Dentre elas, a mais tradicional é a "Bola de Prata", criada pela revista "Placar", e agora pertencente aos canais ESPN. As diversas seleções divulgadas hoje convergiam na maioria dos nomes escolhidos. Porém, um jogador, especialmente, merece ser destacado. O zagueiro Geromel, do Grêmio, afora estar em todas as premiações anunciadas, recebeu a "Bola de Prata" pelo terceiro ano consecutivo, igualando o feito de outro jogador da sua posição, o chileno Figueroa, ídolo do Inter nos anos 70. Ao contrário de Figueroa, cujo currículo incluía, também, o Penarol e a seleção do Chile, Geromel tinha uma carreira modesta até chegar ao Grêmio. Seus clubes anteriores, ainda que do futebol europeu, não eram de grande expressão. Não bastasse isso, já chegou ao Grêmio com quase 30 anos. Em função desses fatores, sua contratação gerou grandes desconfianças. No entanto, Geromel, após um início hesitante, firmou-se no time titular, e se tornou ídolo da torcida. Para coroar essa condição, coube a ele, como capitão do time, erguer a taça da terceira Libertadores da história do Grêmio. Não é a toa que a torcida do Grêmio o brinda com vários apelidos compostos a partir do seu nome. O melhor deles, para mim, é "Geromito". De desacreditado, quando de sua contratação, à condição de ídolo que acabou por alcançar, Geromel já faz por merecer ser convocado pelo técnico Tite para a Seleção Brasileira, e muitos esperam que isso ainda aconteça. Seria um justo reconhecimento ao melhor jogador da posição, no Brasil, nos últimos três anos. Geromito merece ser lembrado.