segunda-feira, 9 de abril de 2018

Auxílio externo

Há situações específicas que servem para reflexões de cunho geral. O polêmico pênalti desmarcado na decisão do Campeonato Paulista entre Palmeiras e  Corinthians,  é um desses casos. O brasileiro, mais do que qualquer outro povo do mundo, adora a visão "pragmática" do maquiavelismo, de que os fins justificam os meios. No fato em questão, ao voltar atrás no pênalti que marcou em favor do Palmeiras, o árbitro acertou, pois a infração não ocorreu. Porém, ficou mais do que evidente de que o árbitro contou com auxílio externo para modificar sua decisão, o que não é permitido. Para muitas pessoas esse é um preciosismo irrelevante, mas isso não é verdade. Na ausência do árbitro de vídeo, que já deveria ter sido instituído há muito tempo em todas as competições, a arbitragem não pode se valer de informações externas para tomar ou rever decisões. Embora não tenha sido admitido pelo árbitro, foi exatamente o que aconteceu ontem. Numa sociedade civilizada não pode haver lugar para se fazer "justiça por linhas tortas". A justiça, no futebol ou na vida em geral, não pode ser feita de modo tortuoso. Ela precisa seguir normas de procedimento. O árbitro errara ao marcar um pênalti inexistente em favor do Palmeiras, mas falhou ainda mais ao rever sua decisão por um meio não previsto na legislação do futebol.