quinta-feira, 31 de julho de 2014

Opção clara

A revista "Carta Capital", em editorial, manifestou claramente a sua posição sobre o pleito presidencial de outubro: apóia a reeleição de Dilma Rousseff. O texto é claro, preciso e apresenta os argumentos da revista para adotar essa escolha. Num posicionamento lúcido e crítico, "Carta Capital" reconhece problemas no governo do PT, como sua associação com o PMDB e o excessivo número de ministérios, mas entende que ele ainda é a melhor opção em termos de políticas sociais. A revista respeita as trajetórias de Aécio Neves e Eduardo Campos, os principais oponentes de Dilma na eleição, mas considera que, caso eleitos, mesmo que não o desejassem, estariam a reboque da imprensa conservadora e de uma elite predatória, e que isso teria um custo muito alto para o país. Essa opção clara por uma candidatura, por parte de uma publicação, não é comum na imprensa, mas é altamente elogiável. Uma postura muito diferente da adotada pela revista "Veja", por exemplo, que, em seu antipetismo fóbico, abraça qualquer hipótese de derrotar o atual governo, mas não assume o apoio a uma candidatura específica. A posição adotada por "Carta Capital" nada tem de condenável. A imprensa não tem de se esconder sob uma capa de pretensa neutralidade, até porque ela é impraticável. Cabe, isso sim, justificar o porquê da sua opção, o que "Carta Capital" fez exemplarmente. A substituição do atual governo por candidatos apoiados pela direita retrógrada teria um custo social imenso. Por mais defeitos que possua, o governo da presidente Dilma deu sequência aos grandes avanços sociais da administração de seu antecessor, Luís Inácio Lula da Silva, e ainda representa a melhor opção para o país.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Decepção

O Inter perdeu para o Ceará por 2 x 1, hoje, no Beira-Rio, pela Copa do Brasil. A decepção tomou conta do torcedor do Inter que, já no primeiro tempo, vaiou o time por sua má atuação. Em momento algum do jogo o Inter se encontrou. A defesa, reconhecidamente o ponto fraco do time, mais uma vez não esteve bem. Juan, em particular, foi comprometedor. No meio de campo, Williams acabou com a paciência do torcedor, Cláudio Winck foi apenas esforçado, D'Alessandro esteve apagadíssimo, Alex não se destacou, e Alan Patrick parece ter esgotado o seu bom futebol no primeiro Gre-Nal da decisão do Campeonato Gaúcho. No ataque, Rafael Moura e Wellington Paulista, que entrou no segundo tempo, foram inoperantes. Salvaram-se apenas o goleiro Dida, que defendeu um pênalti, e o lateral esquerdo Alan Ruschel, que entrou no lugar de Fabrício e fez um golaço. A classificação do Inter para as oitavas de final da Copa do Brasil ficou muito difícil. Será preciso vencer o Ceeará por dois gols de diferença, no segundo jogo, para obtê-la. Porém, até hoje, em sete jogos contra o Ceará, em Fortaleza, o Inter nunca venceu. O desempenho do Inter contra o Bahia, já havia sido muito ruim, e a vitória só aconteceu porque o goleiro adversário tomou um "frango". Dessa vez, no entanto, enfrentou um Ceará que, embora modesto tecnicamente, mostrou-se muito aplicado e focado. Nem mesmo quando Magno Alves desperdiçou um pênalti, aos 14 minutos do primeiro tempo, o Ceará mostrou qualquer abalo. Seguiu jogando melhor. No segundo tempo, saiu na frente no placar, perdeu chances claras de ampliá-lo, e sofreu o gol de empate nos acréscimos. Continuou sem se abalar e, na saída de bola, conseguiu o desempate. Uma vitória justíssima de quem foi melhor o tempo todo.

terça-feira, 29 de julho de 2014

A volta de Felipão

Depois de 18 anos, a se completarem em dezembro, Felipão está de volta ao Grêmio. O Grêmio e Felipão viveram, juntos, momentos gloriosos. De lá para cá, no entanto, o Grêmio só obteve uma grande conquista, a da Copa do Brasil de 2001, treinado por Tite, e Felipão recheou ainda mais o seu currículo, incluindo a conquista da Copa do Mundo de 2002 pela Seleção Brasileira. Porém, no momento, ambos estão em baixa. No Grêmio, os 13 anos sem grandes títulos instabilizam o clube cada vez mais. Felipão, goleado por 7 x 1 pela Alemanha, na Copa do Mundo, como técnico da Seleção Brasileira, vive o pior momento de sua carreira. São dois desesperados que se agarram um ao outro buscando se salvar. Se vai dar certo? Não dá para saber. O fato é que a volta de Felipão ocorre com o Grêmio e sua torcida olhando para um passado glorioso e inesquecível, mas já um tanto longínquo, pois tem quase 20 anos. Há muito de pensamento mágico nessa contratação, mas ela não está proibida de dar certo. A torcida do Grêmio, é claro, em sua maioria, está exultante com a contratação. Afinal, o torcedor vem sofrendo, há anos, com a falta de títulos, e Felipão representa um período fulgurante da história do Grêmio, com várias conquistas. Particularmente, eu não contrataria Felipão. Outros nomes me pareciam bem mais credenciados para treinar o Grêmio nesse momento. Porém, Felipão voltou. Resta desejar-lhe boa sorte.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Diplomacia brasileira

A edição dessa semana da revista "Veja" estampa em sua capa a condenação da política externa brasileira. A chamada de capa refere-se a um "apagão na diplomacia". Os ataques da revista à conduta do governo brasileiro no que tange às relações exteriores tem sido constantes. Dessa vez, o motivo foi o fato de a diplomacia brasileira ter "silenciado" sobre o avião derrubado na Ucrânia, e criticado o uso desproporcional da força de Israel na Faixa de Gaza. Claro, "Veja" gostaria que o governo brasileiro partilhasse da sua visão de mundo, americanófila e pró-Israel. Não é à toa que a publicação faça um combate sem tréguas ao governo desde que Luís Inácio Lula da Silva assumiu como presidente, prosseguindo no mandato de Dilma Rousseff. A revista está inteiramente engajada na candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) a presidente. Na verdade, a diplomacia é um dos pontos altos dos governos Lula e Dilma. Ela tem a marca da soberania, da independência, sem a obediência servil aos Estados Unidos. A "acusação" de que o governo brasileiro adora uma política externa pró-esquerda beira o ridículo. Afinal, o governo brasileiro tem sua matriz ideológica na esquerda, ninguém desconhece isso. Cabe lembrar que Lula e Dilma não chegaram ao poder em função de um golpe, e, sim, foram eleitos com milhões de votos. O eleitor, portanto, aprova o governo e suas linhas programáticas e ideológicas. Caso contrário, não teria concedido a reeleição à Lula, nem escolhido Dilma para dar continuidade ao seu projeto. Na eleição presidencial de 2014, Dilma continua na frente nas intenções de votos dos eleitores. Portanto, as invectivas de "Veja" contra o governo não passam de esperneio de quem não se conforma em ver seus aliados ideológicos fora do poder. Para o desespero da revista, e benefício do país, esse quadro não deverá se alterar nas eleições de outubro.

domingo, 27 de julho de 2014

Inevitável

O Grêmio perdeu para o Coritiba por 3 x 2, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro, e o que já era para ter sido feito há muto tempo, enfim, aconteceu, ou seja, o técnico Enderson Moreira foi demitido. A passagem de Enderson pelo Grêmio foi uma soma de equívocos. O primeiro foi a própria contratação do técnico. Enderson Moreira não possui um currículo que o credencie a ser técnico de um grande clube. Afora isso sua campanha pelo Goiás, no Brasileirão de 2013, não foi tão boa como alegaram os dirigentes do Grêmio ao contratá-lo. Foi apenas mediana, e é preciso levar em conta que o Goiás não tem a mesma grandeza e nível de ambição do Grêmio, o que proporciona um trabalho livre de grandes pressões. O que começa mal, não pode terminar bem, mas o Grêmio adiou inexplicavelmente a saída de Enderson, Ela deveria ter ocorrido logo após o Grêmio ter sido goleado pelo Inter no segundo jogo pela decisão do Campeonato Gaúcho. Afinal, nos dois Gre-nais da decisão do Gauchão, o Grêmio, somados os placares, perdeu de 6 x 2. Aquele era o momento certo de se proceder a troca de técnico, até para que fosse devidamente aproveitado o período de paralisação das competições em função da Copa  do Mundo. Dessa forma, quando as competições fossem retomadas, o novo técnico já teria tido tempo de estruturar um trabalho. Ao postergar o que era inevitável, o Grêmio jogou três meses fora, e, agora, terá de "trocar o pneu com o carro andando". Em se tratando de um dirigente tão experiente como é o caso do presidente do Grêmio, Fábio Koff, tal atitude se torna incompreensível. Tomara que, pelo menos, Koff e o departamento de futebol do clube acertem na escolha do novo técnico, para que a torcida do Grêmio possa ter esperanças em melhores dias.

sábado, 26 de julho de 2014

Mais sorte que juízo

O Inter venceu o Bahia por 1 x 0, hoje, na Arena Fonte Nova, pelo Campeonato Brasileiro. Foi a típica vitória de quem teve mais sorte que juízo. O jogo foi de péssima qualidade, e se arrastava no 0 x 0 sem que houvesse perspectiva de alteração do placar. Os dois ataques mostravam-se totalmente ineficientes. Porém, num chute de longa distância de Wellington Silva, o goleiro do Bahia, Marcelo Lomba, foi de maneira displicente na bola, e tomou um enorme "frango". O Bahia, que já começara a partida na zona de rebaixamento, não encontrou forças para tentar uma reação. Assim, o Inter obteve a sua primeira vitória fora de casa no Brasileirão e pulou, provisoriamente, para o segundo lugar na tabela. No entanto, o futebol demonstrado pelo time, mais uma vez, deixou muito a desejar. A rigor, o Inter não mereceu a vitória, que só foi obtida em função da falha escandalosa de Marcelo Lomba. Se quiser ser um candidato efetivo ao título, o Inter terá de melhorar muito o seu desempenho.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Rolling Stones no Brasil

Os Rolling Stones deverão vir ao Brasil em 2015 para fazer cinco shows. Não será a primeira vez que eles se apresentarão no país. Eles já vieram outras vezes ao Brasil, e uma delas foi especialmente memorável, em março de 2006, quando reuniram 1,5 milhão de pessoas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, num show gratuito. Eu estava lá, compartilhando com essa multidão uma experiência inesquecível. Sim, eles já são septuagenários, os cabelos brancos e as muitas rugas mostram as marcas da passagem do tempo, mas sua magia não se perdeu. São 52 anos de carreira e uma coleção de sucessos capaz de preencher dezenas de set lists. Músicas como "Satisfaction", "Let's Spend the Night Together", "Jumpin Jack Flash" "Under My Thumb", "It's Only Rockn' Roll", "Brown Sugar", "Angie", "Wild Horses", "Start me Up", enfim, um grande número de clássicos que encantam sucessivas gerações. Os fãs do grupo por certo não irão perder esses shows. Os mais jovens não podem desperdiçar a oportunidade de assistir, ao vivo, essa lenda do rock. A obra dos Rolling Stones atravessa o tempo, mas, é claro, eles um dia, irão parar. Não espere, então, para vê-los diante de seus próprios olhos. Valerá cada centavo pago, pode ter certeza.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Confissão macabra

O ex-delegado Cláudio Antônio Guerra, do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) do Espírito Santo, envolvido em assassinatos cometidos durante a ditadura militar, revelou, ontem, que carregou em seu carro, para serem incinerados, os corpos de 13 mortos por agentes da repressão. Guerra, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, reconheceu 19 mortos pela ditadura, e que 13 deles foram carregados por ele para incineração na usina de açúcar de Cambaíba, em Campos (RJ). O ex-delegado disse, ainda ter sido o autor do assassinato de um dos 13, afora ter matado mais cinco ou seis pessoas. Ele contou que carregou as vítimas no porta-malas de seu carro, entre 1975 e 1977, e se diz arrependido, embora afirme que via os corpos com frieza na época dos assassinatos. Diante de mais essa confissão macabra, é inadmissível que existam pessoas contrárias á punição dos agentes da ditadura. O argumento de que era uma "guerra" que fez vítimas de dois lados é uma empulhação cínica. Enquanto uns lutavam pela restituição dos princípios democráticos, outros torturavam e matavam em nome de um combate à "ameaça comunista", uma falácia que visava justificar o espúrio golpe militar. A confissão de Cláudio Guerra, que segue por aí, solto e impune, é um acinte aos que tiveram familiares perseguidos e assassinados pelo regime de exceção. Também é uma evidência a mais de que temos de seguir o exemplo de nossos vizinhos, Uruguai e Argentina, que puniram os artífices de suas ditaduras militares.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ariano Suassuna

O Brasil perdeu, hoje, um dos seus intelectuais mais brilhantes e originais: Ariano Suassuna. Sua obra como escritor é carregada de brasilidade. Paraibano de nascimento, radicado há muitos anos em Recife, abordou com maestria o Nordeste e sua cultura tão singular. Muitas de suas criações foram adaptadas para a televisão, cinema e teatro. Era membro da Academia Brasileira de Letras. Em poucos dias, é o segundo escritor nordestino que se vai. Antes dele, falecera João Ubaldo Ribeiro. Com obras distintas no estilo, ambos tinham em comum a forte influência do Nordeste em suas obras. O baiano João Ubaldo e o paraibano Suassuna estavam impregnados pela força da sua região de origem, tão castigada por dramas como a seca e a pobreza, e tão rica em manifestações culturais. Suassuna era um apaixonado pela vida e pelo seu país. Suas obras não fazem concessões a influências exógenas. Revelam um Brasil que, para muitos, é desconhecido, e que fascina ao primeiro contato. Como é próprio de um grande autor, suas criações tem um apelo universal, a partir de uma realidade geograficamente circunscrita. Como bem disse o presidente da Academia Brasileira de Letras, Geraldo Holanda Cavalcanti, Ariano Suassuna não deixa seguidores. Seu estilo é tão singular que aqueles que tentassem lhe seguir se tornariam meros imitadores. Afora suas qualidades como escritor, Suassuna era uma pessoa particularmente afável e cativante. Num ano de tantas mortes de personalidades ilustres, é uma grande perda, para a literatura e para o gênero humano.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Retorno absurdo

O futebol brasileiro continua a impressionar negativamente o torcedor. Não bastasse a humilhação de uma goleada de 7x 1 para a Alemanha, que vai ficar marcada para sempre na história, eis que os patéticos dirigentes da CBF, em vez de apontar para o futuro, decidem retroceder ao passado. O retorno de Dunga ao cargo de técnico da Seleção Brasileira é um absurdo, sob qualquer aspecto que se analise. Dunga, até hoje, só teve duas experiências na função, na própria Seleção, e no Inter. Em ambas não impressionou. Os títulos que ganhou pela Seleção, Copa América e Copa das Confederações, pouco significam se seguidos por uma eliminação na Copa do Mundo, a competição que, verdadeiramente, interessa. Não esqueçamos que Carlos Alberto Parreira, em 2005, e Felipão, em 2013, também ganharam a Copa das Confederações, e depois fracassaram na Copa do Mundo. O retrospecto de Dunga em termos percentuais, de 76%, também nada tem de excepcional em se tratando da Seleção. Ele só mostra que Dunga ganhou quando não era fundamental vencer, e perdeu quando não poderia. A volta de Dunga representa trazer novamente os seus erros crassos de Português, sua mania de perseguição, sua truculência, sua arrogância, e, o mais importante, sua capacidade ainda não provada como técnico. A Seleção merecia alguém bem melhor para conduzi-la novamente ao caminho das glórias. Com o retorno de Dunga à Seleção, o futebol brasileiro está de luto.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A confiabilidade das instituições

Uma pesquisa encomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para aferir a confiabilidade das instituições junto aos brasileiros, teve seus dados divulgados hoje. A pesquisa ouviu 2.126 pessoas em 134 municípios do país. Ao analisar-se as posições de cada instituição na consulta, verifica-se um viés conservador na sociedade brasileira. As Forças Armadas ficaram em primeiro lugar entre as instituições mais confiáveis. A Polícia Federal apareceu no segundo lugar. O brasileiro parece gostar da disciplina e autoridade associadas aos militares. Não são poucos os que simpatizam com a ideia da volta do regime militar para "por ordem" na casa, desprezando a democracia. O segundo lugar da Polícia Federal talvez seja um justo prêmio para uma instituição que tem primado pela eficiência. Porém, é curioso que a OAB, que sempre foi basilar na defesa dos direitos humanos e da cidadania, esteja em terceiro lugar, e a imprensa e o Ministério Público, também defensoras dessas causas, num modesto sexto lugar. A Igreja Católica ocupa o quarto lugar, e o Poder Judiciário, o quinto. Não é saudável para um país que a Justiça esteja numa colocação tão pouco expressiva, atrás, até mesmo, de uma instituição religiosa. A Presidência da República está somente no 10º lugar, atrás de bancos e financeiras, que aparecem em oitavo. Os sindicatos de trabalhadores surgem na sétima colocação, empresas estatais em nono. Os dois últimos colocados, são o Congresso Nacional, em 12º, e os partidos políticos, em 13º. Eles ficaram atrás, até mesmo, da Igreja Universal do Reino de Deus, que ocupa o 11º lugar. O que se extrai da observação de tais dados é de que o brasileiro aina tem uma inclinação fortemente conservadora. Preocupa-se mais com a defesa da "ordem" do que com a luta pelas liberdades fundamentais do cidadão. Aprecia a rigidez moral das religiões. Ao mesmo tempo que admira os militares, manifesta desapreço pela Presidência da República, Congresso e partidos. Ainda que a classe política nada faça para merecer a simpatia popular, pelo contrário, o resultado da pesquisa revela o perfil de uma população ainda pouco politizada, com uma visão autoritária de sociedade. Tudo isso, por certo, resultado da escassa vivência democrática no país. Para que seja possível mudar esse quadro, colocando instituições como OAB e Ministério Público nos primeiros lugares, precisamos consolidar a prática da democracia, ainda tão incipiente no país. A imprensa e o Poder Judiciário também deveriam ocupar colocações mais altas, mas para isso é preciso que exerçam seus papéis a contento, o que nem sempre acontece. O que se extrai da pesquisa, fundamentalmente, é que precisamos avançar muito para alcançar a construção de uma sociedade mais justa e humana no país, sem flertar com ideias autoritárias e repressoras.

domingo, 20 de julho de 2014

Sem resistência

O Inter goleou o Flamengo por 4 x 0, hoje à tarde, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro, e o placar espelha bem o que foi o jogo. O Flamengo, mostrando porque é o lanterna do Brasileirão, foi uma presa fácil, que em nenhum momento ameaçou a vitória do Inter, deixou-se derrotar sem resistência. Chega a dar pena ver uma camisa tão gloriosa como a do Flamengo ser envergada por jogadores modestíssimos, que não conseguem se impor diante de nenhum adversário, e estão encaminhando o clube para um vexatório rebaixamento. O Flamengo está pagando o preço dos excessos cometidos no passado. Em anos anteriores, gastava o que não tinha para fazer contratações de impacto, endividava-se, atrasava salários. Agora, está sob uma administração responsável, o que é ótimo, mas implica em sanear as finanças, contingenciando os gastos, o que não permite formar um grande time. O mérito do Inter foi saber aproveitar as facilidades proporcionadas pelo adversário para construir a goleada. Porém, o resultado não deve lhe servir de parâmetro para jogos futuros, pois enfrentou o clube de pior campanha na competição. Não foi um teste dos mais fortes para o Inter, e sim uma terrível exposição da fragilidade do Flamengo. O campeonato não chegou nem na sua metade, é verdade, mas é difícil encontrar indícios de que o Flamengo possa evitar a queda para a Segunda Divisão.

sábado, 19 de julho de 2014

Vitória com pouco futebol

O Grêmio venceu o Figueirense, por 1 x 0, hoje, no Orlando Scarpelli, pelo Campeonato Brasileiro, uma vitória que era mais do que necessária. Assim, o Grêmio pôs fim ao seu jejum de gols que já durava quatro jogos. As boas notícias, no entanto, param por aí. Mesmo tendo vencido fora de casa, após um empate em plena Arena, e de ter marcado um gol depois de tanto tempo, o Grêmio não jogou bem, mais uma vez. O gol veio cedo, marcado por Giuliano, aos 3 minutos do primeiro tempo, mas foi uma vitória com pouco futebol. Nem mesmo quando ficou com um jogador a mais, aos 19 minutos do segundo tempo, o Grêmio conseguiu se impor sobre o Figueirense. Lucas Coelho, que havia entrado durante o jogo, no lugar de Barcos, perdeu um gol feito, que poderia ter tranquilizado o Grêmio na partida. Com o desperdício da chance, o Grêmio se viu pressionado até o final, garantindo a vitória com dificuldade. Os três pontos conquistados fizeram com que terminasse o sábado na zona de classificação para a Libertadores, em 4º lugar, mas isso não deve ser motivo de entusiasmo. Ainda que tenha sido fora de casa, o Grêmio derrotou um adversário fraco, que está na zona de rebaixamento. Se não melhorar muito o seu desempenho em campo, o Grêmio terá pouco o que aspirar no Brasileirão.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Perdas ilustres

As mortes de pessoas importantes, dos mais variados ramos de atuação, seguem ocorrendo, antes, durante e depois da Copa do Mundo. Nesse aspecto, o ano de 2014 tem sido bastante severo. Nas últimas horas, tivemos mais duas perdas ilustres. Ontem, faleceu o ex-árbitro de futebol Armando Marques, vítima de insuficiência renal, aos 84 anos. Armando Marques foi a primeira grande estrela da arbitragem brasileira. Celebrizou-se por seus trejeitos um tanto efeminados, mas, independentemente disso, era muito bom tecnicamente, o que lhe levou a ser o árbitro brasileiro em duas Copas do Mundo. Foi, também, diretor da Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol. Alguns de seus erros ficaram famosos, sem no entanto, desqualificá-lo como grande árbitro. Foi o caso da decisão do Campeonato Paulista de 1973, em que o título acabou sendo dividido, porque ele, equivocadamente, encerrara a cobrança de tiros livres da marca do pênalti, em favor do Santos, quando a Portuguesa ainda podia reverter o resultado. Armando Marques foi uma figura polêmica e controvertida, mas inscreveu seu nome na história do futebol brasileiro. Hoje, uma outra morte impactou a opinião pública. O escritor João Ubaldo Ribeiro, membro da Academia Brasileira de letras, faleceu aos 73 anos, em razão de uma embolia pulmonar. Em sua extensa bibliografia, destacam-se livros como "Sargento Getúlio", "Viva o Povo Brasileiro", "O Sorriso do Lagarto" e "A Casa dos Budas Ditosos". Muitas de suas obras foram adaptadas para a televisão, cinema e teatro. Com as mortes de Armando Marques e João Ubaldo Ribeiro, a paisagem humana brasileira fica mais empobrecida, como vem ocorrendo de forma constante durante todo esse ano.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Derrota previsível

A derrota do Inter para o Corinthians por 2 x 1, hoje, no Itaquerão, pelo Campeonato Brasileiro, não pode ter surpreendido ninguém. Pelo contrário, era bastante previsível. O Inter vem dando indícios de que, mais uma vez, existe um time teórico, permanente candidato aos grandes títulos, e um, real, que acumula fracassos. Na verdade, o Inter, há anos, depende do futebol de D'Alessandro, o seu jogador mais inspirado. Esse ano, um outro jogador de grande qualidade, Aránguiz, foi adicionado ao time, mas ele está lesionado. De resto, o Inter tem um goleiro superado, uma lateral direita que segue em aberto, sem um titular afirmado, uma dupla de zaga inconfiável, um volante violento e que erra passes em demasia, meias de atuações oscilantes, e atacantes tecnicamente comuns, abaixo do nível de exigência do clube. Afora isso, o Inter não vence uma partida fora de casa, pelo Brasileirão, desde setembro de 2013. Seria improvável que conseguisse fazê-lo justamente contra o Corinthians, que jogava em casa, entusiasmado com seu novo estádio, e diante de um grande público. Com nove minutos de jogo, o Corinthians já vencia por 2 x 0, indicando que poderia golear. No entanto, fiel ao estilo de seu técnico, Mano Menezes, o Corinthians retraiu-se para garantir o resultado. No segundo tempo, concedeu campo para o Inter, que não soube aproveitar, marcando um gol apenas no final do jogo, o que não permitiu uma reação. No momento, o Inter está em oitavo lugar, com o mesmo número de pontos do Grêmio, que é o nono colocado, superando-o no saldo de gols. Pelo futebol que ambos vem apresentando, suas posições finais não deverão ficar muito acima dos postos que atualmente ocupam.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Desanimador

O que se viu em Grêmio 0 x 0 Goiás, hoje, na Arena, na rodada que marca a volta dos jogos pelo Campeonato Brasileiro, após a Copa do Mundo, remete para um quadro desanimador. Os treinos realizados durante o período de recesso para a Copa, pelo visto, de nadas serviram. Mesmo com o acréscimo de Giuliano, que hoje fez sua estreia, o Grêmio continuou sendo um time sem soluções. Barcos segue sendo o mesmo de sempre, errou três gols feitos e continua sem balançar as redes. O Grêmio tem uma das melhores defesas do Brasileirão, mas, também, possui um dos piores ataques. Os pontos perdidos hoje são irrecuperáveis. Por jogar em casa, contra um adversário de nível inferior aos seu, o Grêmio tinha a obrigação de vencer. Resultados como esse é que tem sido responsáveis pelo fato de tanto o Grêmio como o Inter chegarem seguidamente entre os primeiros, mas sem nunca conquistar o título da competição. O problema nada tem a ver com a fórmula de pontos corridos, que é a melhor que existe, nem com o maior volume de dinheiro que Corinthians e Flamengo recebem em relação aos demais clubes. O que tem impedido a dupla Gre-Nal de alcançar o título mais cobiçado do futebol brasileiro são os tropeços em jogos nos quais dispõem de amplo favoritismo. Resultados como o de hoje são inaceitáveis para quem pretende ser campeão brasileiro.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Retorno

A hora é do retorno à realidade. A Copa do Mundo terminou no domingo. Ontem, foi o dia de fazer o balanço de tudo o que se passou. Porém, o tempo não para, e as competições de clubes recomeçam imediatamente. Hoje, voltam os jogos do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. Amanhã, será a vez da Primeira Divisão. Claro, não vai ser fácil, num primeiro momento, essa volta à rotina. O nível técnico do Campeonato Brasileiro, nos últimos anos, tem sido cada vez mais baixo. O desempenho da Seleção Brasileira na Copa, inclusive, é uma demonstração de que mesmo os jogadores brasileiros mais renomados, que atuam em grandes clubes do exterior, deixam a desejar em relação aos grandes craques do passado. No entanto, a vida continua, como expressa o chavão, e uma nova Copa só ocorrerá em 2018, na distante Rússia. Daqui por diante, saem de cena as seleções e entram em seu lugar os clubes. Ainda que o futebol seja precário, a força das camisetas gloriosas dos grandes clubes brasileiros há de garantir a emoção, e, aos poucos, fazer com que os estádios recebam muitos torcedores e intensa vibração. Bom retorno à rotina para todos, dentro e fora dos estádios.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Sucesso

Com o final da Copa do Mundo, vem a óbvia constatação de que ela foi um sucesso. Contrariando todas as previsões pessimistas, a competição foi exitosa, dentro e fora de campo. Aeroportos e hotéis funcionaram a contento, os estádios apresentaram poucos problemas, os jogos foram de alto nível, o número de gols igualou o da Copa de 1998, na França, o maior da história, com 171. A média de público é a segunda maior da história. Só não superou a da Copa de 1994, nos Estados Unidos, porque os estádios brasileiros são menores. A imprensa estrangeira, antes cética em relação ao êxito da Copa, rasgou-se em elogios. O "The New York Times" considerou que a Copa teve uma "organização impecável". O "The Guardian" escreveu: "Brasil comprova ser um perfeito anfitrião para inspirar uma comovente festa de Copa do Mundo". Vários outros jornais fizeram muitos elogios à Copa. As belezas naturais do Brasil, a simpatia e a hospitalidade de sua população, a animação dentro e fora dos estádios, e o nível técnico da competição fizeram da Copa do Mundo de 2014 um acontecimento inesquecível. Um resultado surpreendentemente positivo, se levarmos em conta toda a oposição contra a realização da Copa, e o aparente desinteresse por ela quando faltavam poucos dias para o seu início. Se a Seleção Brasileira fracassou dentro de campo, nos estádios e nas ruas comprovou-se porque o Brasil é chamado de "país do futebol".

domingo, 13 de julho de 2014

Lógica

A vitória da Alemanha sobre a Argentina, por 1 x 0, com um gol marcado aos 8 minutos do segundo tempo da prorrogação, confirmou o seu favoritismo, e lhe deu o seu quarto título de Copa do Mundo. A Alemanha não fez uma campanha brilhante na Copa, mas seu desempenho foi mais consistente que o da Argentina. Embora não possua um jogador de exceção, como Messi, a Alemanha tem vários bons jogadores, que formam uma equipe muito consistente. Seus dois melhores jogos foram as goleadas sobre Portugal e Seleção Brasileira. Nas outras partidas, teve atuações irregulares, mas chegou com méritos á decisão, e foi campeã com justiça. Göetze saiu do banco para marcar o gol do título. Foi bom que tenha sido assim, isto é, que o vencedor tenha sido definido com a bola rolando. Uma Copa de tão alta qualidade como a que hoje se encerrou não merecia ser definida na loteria da cobrança dos tiros livres da marca do pênalti. A Argentina teve grandes chances para marcar, e poderia ter ganho o jogo. Logo no início da partida, Higuain perdeu um gol feito. Mais tarde, Messi também desperdiçou uma oportunidade incrível. Como se sabe há muito tempo, quem não faz leva. A Copa do Mundo no Brasil, venceu o pessimismo e a turma do contra, e superou todas as expectativas. O único senão foram as escolhas das Bolas de Ouro, Prata e Bronze para os três melhores jogadores da Copa, que foram dadas, respectivamente, para Messi, Thomas Müller e Robben. A escolha não corresponde à realidade. Robben e James Rodriguez foram os dois melhores jogadores da Copa, e um deles deveria ganhar a Bola de Ouro. Thomas Müller foi bem, mas não brilhou, e Messi foi apenas razoável. O que fica de tudo, no entanto, é uma Copa de alto nível dentro de campo, e com uma organização mais que satisfatória fora dele. Para os brasileiros, o único motivo de lamentação foi o desempenho pífio da Seleção. Afora isso, só há o que comemorar. A saudade da Copa do Mundo vai bater forte por muito tempo.

sábado, 12 de julho de 2014

Outra goleada

Não poderia ter sido mais melancólica a despedida da Seleção Brasileira da Copa do Mundo. A nova goleada sofrida, desta vez de 3 x 0, para a Holanda, hoje, no Mané Garrincha, mancha ainda mais a imagem da Seleção que mais títulos de Copa do Mundo conquistou. Com o resultado, a Seleção terminou a Copa em quarto lugar, mesma colocação que obteve há exatos 40 anos, na primeira Copa realizada na Alemanha. O quarto lugar, em si, nada tem de desonroso. No entanto, ao contrário de 74, quando, em suas duas últimas partidas, a Seleção perdeu por 2 x 0 para a Holanda e 1 x 0 para a Polônia, desta vez a saída de cena foi humilhante, com duas goleadas. Não adiantou a boa vontade da torcida, que foi ao estádio dar o seu apoio, pois, já com um minuto de jogo, a Seleção tinha um pênalti contra si. Se é verdade que o árbitro errou ao marcar pênalti, pois a falta foi fora da área, também é preciso lembrar que Tiago Silva, o autor da infração, deveria ter sido expulso, e só recebeu o cartão amarelo. A arbitragem, por sinal, foi outro capítulo deplorável dentro do jogo. O segundo gol da Holanda ocorreu depois de um impedimento não marcado pelo árbitro. Mais tarde, dois pênaltis claros, sobre David Luiz e Robben, pela ordem, também não foram assinalados. Tendo construído uma vitória parcial de 2 x 0 ainda cedo, a Holanda parecia disposta a administrar o resultado no segundo tempo. Uma nova falha da defesa brasileira, todavia, já no final do jogo, proporcionou-lhe o terceiro gol, estabelecendo a segunda goleada sofrida pela Seleção em apenas quatro dias. Em dois jogos, 10 gols contra, e apenas um a favor. Um vexame histórico, inapagável, que irá constranger sucessivas gerações de brasileiros. A Seleção Brasileira fechou sua participação na Copa com três vitórias, dois empates e duas derrotas, números que dizem tudo. Para o futuro, quase nada fica. A rigor, só Neymar deveria permanecer em futuras convocações. Os demais, mesmo os mais jovens, não mostraram o padrão que se exige para a Seleção. O tempo não para. Em 2015, teremos Copa América no Chile, e o início das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018, já em setembro. Não há tempo a perder, e quase tudo está por fazer. Se os responsáveis pela Seleção não agirem com rapidez e competência, ela correrá o risco de, pela primeira vez em sua centenária e gloriosa história, não se classificar para uma Copa do Mundo.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Mudanças necessárias

Decorridos alguns dias da goleada humilhante da Seleção Brasileira para a Alemanha, é necessário projetar novos rumos no futebol brasileiro, mas, para desalento do torcedor, é muito pouco provável que algo venha a se alterar na sua estrutura diretiva e organizacional. As pessoas que comandam a CBF pertencem a um mesmo grupo, cujos integrantes vão sucedendo uns aos outros no poder. Em comum, possuem uma biografia cheia de atitudes pouco recomendáveis, e sustentam um sistema que em nada contribui para os interesses maiores do futebol. Sem que haja uma alteração nesse "status quo", toda e qualquer medida tende a ser cosmética, longe das mudanças necessárias para proporcionar novos horizontes ao nosso futebol. Algumas hipóteses aventadas quanto ao cargo de técnico da Seleção Brasileira demonstram isso. Os atuais detentores do poder na CBF cogitam a permanência de Felipão, o que seria um descalabro, a promoção do técnico das seleções de categorias inferiores, Alexandre Gallo, que não está pronto para a empreitada, ou Muricy Ramalho, cujo tempo já passou. O próprio Muricy disse que aceitaria conversar, mas que entende que Tite é o nome mais indicado. A maioria dos cronistas e boa pare do público também se inclina por Tite, mas por disputas e interesses de natureza clubística o seu nome sofre restrições. Há, também, os que acham que é chegada a hora de um técnico estrangeiro para a Seleção, com o que não concordo. A Seleção construiu uma magnífica trajetória sem precisar recorrer a técnicos estrangeiros, e deve continuar assim. As mudanças mais imperiosas no futebol brasileiro precisam acontecer fora de campo. Pena que nada indique que essa seja uma possibilidade concreta.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

A arrogância de Felipão

O técnico da Seleção Brasileira, Luís Felipe Scolari, o Felipão, é um dos mais vitoriosos da história do futebol brasileiro. Isso não se discute. Por clubes, Felipão ganhou um Campeonato Brasileiro, três Copas do Brasil e duas Libertadores. Faltou-lhe o Mundial de Clubes, que perdeu em duas oportunidades, treinando o Grêmio, em 1995, e o Palmeiras, em 1999. Porém, conquistou o maior dos títulos mundiais, a Copa do Mundo, pela Seleção Brasileira, em 2002, vencendo todos os jogos. Sua competência, portanto, é comprovada. Felipão, todavia, com o passar dos anos, foi se tornando cada vez mais ríspido no trato com a imprensa, revelou simpatia pelo ditador genocida chileno Augusto Pinochet, e foi tomado por uma autossuficiência e prepotência claramente identificáveis. Dias antes do fatídico jogo da Seleção contra a Alemanha, Felipão, referindo-se a uma conversa que teve com alguns jornalistas em detrimento de outros, disse "quem não gostou que vá para o inferno". Em suas entrevistas, costuma fazer caretas demonstrando impaciência com as perguntas formuladas, e interrompe os jornalistas constantemente, antes que concluam suas questões. Suas duas últimas entrevistas foram lamentáveis. A primeira, pouco depois da goleada humilhante para a Alemanha, foi inacreditável. Felipão parecia tranquilo, bem menos tenso que nas entrevistas após vitórias da Seleção. Em nenhum momento esboçou um mea culpa. Pelo contrário. Reafirmou sua convicção no acerto de seu trabalho, e creditou o desastre a um "apagão" que levou a uma enxurrada de gols em poucos minutos. Ontem, em nova entrevista, Felipão voltou a falar no apagão, e disse que não tinha explicação para ele. Pior do que isso, mostrou toda a sua arrogância. Ao saber que o presidente da Federação Catarinense de Futebol, e futuro diretor da CBF, Delfim Peixoto, lhe fizera severas críticas, Felipão respondeu: "O Delfim disse isso? O único título nacional que Santa Catarina tem fui eu que ganhei, a Copa do Brasil de 1991, pelo Criciúma. O Delfim deveria se ajoelhar diante de mim, e pedir a benção". Delfim Peixoto está longe de ser "flor que se cheire", é um desses tantos dirigentes que se eternizam como presidentes de federações estaduais e que em nada contribuem com o futebol brasileiro. Porém, as palavras de Felipão revelam um homem que se julga acima do bem e do mal, que não tolera críticas. Sua carga de culpa sobre a catástrofe diante da Alemanha é enorme, mas Felipão não a assume. Argumentar a ocorrência de um apagão e dizer que não sabe explicá-lo é patético.O tom e o teor da resposta que deu a Delfim Peixoto mostram o perfil agressivo de sua personalidade e a sua ausência de autocrítica. Felipão é do tipo que, na busca do sucesso profissional, não hesita em conviver com algumas das figuras mais nefandas do futebol, como o presidente da CBF, José Maria Marin, por exemplo. Aprendeu a circular com desenvoltura pelos corredores do poder, e o faz sem pruridos, dobrando-se aos desígnios dos que comandam, de forma espúria, o futebol brasileiro. Por isso sentiu-se tão à vontade para responder agressiva e debochadamente para Delfim Peixoto. Na arrogância de Felipão, em sua ausência de senso crítico, estão muitos dos motivos que levaram a Seleção ao fracasso.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Para piorar o pesadelo

A Argentina empatou com a Holanda em 0 x 0, e venceu por 4 x 2 nos tiros livres da marca do pênalti, hoje, no Itaquerão, pelas semifinais da Copa do Mundo. Dessa forma, a Argentina irá disputar domingo, no Maracanã, a decisão da Copa, contra a Alemanha, o que só serve para piorar o pesadelo em que a competição se transformou para os brasileiros. Será a terceira vez em que as duas seleções decidirão a Copa. Nas outras duas, cada uma ganhou uma vez. A Argentina, em 1986. A Alemanha, em 1990. A princípio, a Alemanha parece ser mais cotada para conquistar o título. Ao longo da sua campanha, fez dois grandes jogos, goleando Portugal e a Seleção Brasileira. A Argentina, ao contrário, não brilhou em nenhum momento, mesmo pegando um grupo fraco na primeira fase, com Bósnia-Herzegovina, Irã e Nigéria. Messi teve lampejos, mas não chegou a ter atuações de exceção. A Argentina foi chegando aos poucos, "como quem não quer nada", sem convencer inteiramente. Porém, tem camisa e tradição e vai jogar num país vizinho, o que a fará se sentir à vontade. Nada muda, objetivamente, na relação entre Brasil e Argentina no futebol, se ela for campeã. Afinal, o Brasil continuará tendo dois títulos de Copas a mais, cinco contra três. Porém, depois da catástrofe de ontem, ver a Argentina campeã é tudo o que os brasileiros não querem.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Catástrofe

Não foi uma tragédia, posto que esse é um termo inadequado para se referir a um revés esportivo, mas foi uma catástrofe. A goleada de 7 x 1 sofrida pela Seleção Brasileira diante da Alemanha, no Mineirão, é uma humilhação que nunca será apagada. Atormentará gerações de brasileiros, a exemplo do Maracanazo de 1950. O Brasil é o único país, entre as potências do futebol, que perdeu as duas Copas do Mundo que sediou. Itália, França e Alemanha também sediaram duas Copas, e todas ganharam uma das edições. A Seleção Brasileira tem ampla vantagem nos jogos contra a Alemanha. Na única vez em que haviam se defrontado numa Copa, ganhou por 2 x 0, ao natural, e conquistou o título, em 2002. Como explicar que a mais vitoriosa de todas as seleções, a única que jogou todas as Copas, e a que mais venceu a competição, ganhando-a em três continentes diferentes, não consiga ser campeã em seu próprio território? A Alemanha tem uma boa seleção? Sem dúvida, mas nada possui de extraordinário. Com essa mesma base, já perdera as Copas de 2006 e 2010, e as Eurocopas de 2008 e 2012. Sua campanha na Copa de 2014, até aqui, nada tinha de excepcional. As explicações para o desastre estão na Seleção Brasileira. No tempo desperdiçado com Mano Menezes, na escolha equivocada de Felipão para ser o novo técnico, quando a "bola da vez" era Tite. Na insistência com Hulk, um jogador medíocre, na convocação de Dante em detrimento de Miranda, um zagueiro muito superior. Nos amistosos contra equipes desqualificadas durante os anos de preparação para a Copa, um prejuízo para uma equipe que não disputava eliminatórias e, portanto, não podia ser devidamente testada. No absurdo de entregar a tarefa de escolher os adversários da Seleção em amistosos para uma empresa, sem que a CBF tenha autonomia para rejeitar a agenda de jogos. O que aconteceu, hoje, em campo, é o reflexo do descalabro administrativo do futebol brasileiro. O pior é que não há perspectiva de mudança. O próximo presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, que assumirá em janeiro de 2015, é da mesma turma do atual, o execrável José Maria Marin. Sem uma faxina nas práticas administrativas do futebol brasileiro, os fracassos de campo tendem a prosseguir.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Di Stéfano

Grandes ídolos do futebol continuam a nos deixar, em plena Copa do Mundo, nesse que tem sido um dos anos com maior número de mortes de ex-jogadores. Hoje, o futebol perdeu Di Stéfano. Argentino de nascimento, jogou no River Plate e no Millionarios (COL), até chegar ao Real Madrid. No clube espanhol atingiu o ápice da glória. Num time que contava com outro talento extraordinário, o húngaro Puskas, foi campeão das cinco primeiras edições da Copa dos Campeões da Europa, nome anterior da atual Champions League. Não chegou a disputar uma Copa do Mundo, o que talvez prejudique, para alguns, a real percepção do jogador que ele foi. Para muitos dos que assistiram atuações suas, no entanto, Di Stéfano teria sido o segundo maior jogador da história, só inferior a Pelé. O Real Madrid o considera o maior jogador da história do clube. Ele, aliás, era o presidente de honra do Real Madrid. Porém, independentemente de sua colocação, Di Stéfano pertence a uma seletíssima relação que inclui o já citado Pelé, Maradona, Beckenbauer, Cruyff, Garrincha, Platini, Zidane, Messi, Eusébio, Cristiano Ronaldo, isto é, a dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. O futebol perdeu um de seus maiores nomes. Cabe à Fifa, nos jogos pelas semifinais da Copa, render-lhe às devidas homenagens.

domingo, 6 de julho de 2014

O fim do casal 20

A dupla de ataque que ficou conhecida como "casal 20", que marcou época no Atlético Parananense e no Fluminense, não existe mais. Apenas 40 dias depois da morte de Washington, Assis, o outro integrante da famosa dupla, também faleceu, aos 61 anos. Washington foi vítima de uma doença degenerativa, Assis, de problemas renais. Duas mortes precoces. Assis, ao contrário de Washington, não teve passagem pela Seleção Brasileira. Antes de brilhar no Atlético Paranaense e no Fluminense, teve passagem razoável pelo São Paulo e discreta pelo Inter. Em ambos os clubes, não se firmou como titular. Porém, formando dupla com Washington, atingiu o auge da sua carreira. Assis e Washington, juntos, chegaram ao 3º lugar no Campeonato Brasileiro de 1983 pelo Atlético Paranaense. No Fluminense, foram campeões brasileiros em 1984 e tricampeões estaduais em 1983/1984/1985. Participaram de um time que, até hoje, os torcedores do Fluminense lembram com saudade. O ano de 2014 proporcionou ao Brasil a oportunidade de sediar uma das melhores Copas do Mundo de todos os tempos, a despeito de todas as previsões pessimistas. Porém, as perdas de grandes ídolos de outros tempos tem sido numerosas. Assis é mais um que se vai, e ficará na lembrança dos que gostam de futebol e o acompanham de perto.

sábado, 5 de julho de 2014

Eliminação invicta

A Costa Rica, ao empatar em 0 x 0 com a Holanda, hoje, na Arena Fonte Nova, e ser eliminada nos tiros livres da marca do pênalti por 4 x 3, deixa a Copa do Mundo de forma invicta, isto é, sem perder com a bola rolando. Um feito notável que, certamente, faz dela a melhor surpresa da Copa de 2014. Nenhuma outra equipe obteve tanto a simpatia de todos, e não é para menos. Tida como mera participante da competição, por integrar o chamado "grupo da morte", venceu o Uruguai e a Itália e empatou com a Inglaterra. Nas oitavas de final, contra a Grécia,  obteve a classificação nos tiros livres da marca do pênalti, depois de empatar em 1 x 1. Hoje, sustentou o 0 x 0 com a Holanda durante o tempo normal e a prorrogação, numa prova de que não se assusta com nenhum adversário. Poderia, até mesmo, ter conseguido a classificação no tempo normal, não fora o fato de o árbitro não ter marcado um pênalti a seu favor. A saída da Costa Rica da Copa se deu de cabeça erguida, para orgulho de seu povo e admiração do resto do mundo. A Holanda, por sua vez, depois de um início fulgurante na competição, teve grandes dificuldades para vencer o México nas oitavas de final, e não conseguiu marcar gols contra a Costa Rica. Se não quiser, mais uma vez, morrer na praia, terá de reencontrar o seu melhor futebol.

Aos trancos e barrancos

O jogo Argentina 1 x 0 Bélgica, hoje á tarde, no Mané Garrincha, foi mais uma partida fraca pelas quartas de final da Copa do Mundo, a exemplo de Alemanha x França na véspera. Em comum entre os dois jogos, também, a vitória pelo placar mínimo de Argentina e Alemanha. A Argentina classificou-se para as semifinais, mas não jogou bem. Na verdade, embora já seja uma das quatro primeiras colocadas da competição, a Argentina chegou até aqui aos trancos e barrancos. Com exceção da vitória sobre a Nigéria, no Beira-Rio, não demonstrou bom futebol. Na partida contra a Bélgica, nem mesmo Messi jogou bem. O único gol foi marcado por Higuain, aproveitando-se de uma falha defensiva da Bélgica. O gol saiu cedo, outra coincidência com a vitória da Alemanha. Completando o rol de semelhanças entre os dois jogos, a Bélgica, a exemplo da França, não soube reagir, permitindo que o adversário administrasse a vitória. A Argentina tem uma camisa forte, e conta com Messi, que sempre pode desequilibrar, mas não somou méritos, até agora, para conquistar o título da Copa.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Melhor atuação

A Seleção Brasileira venceu a Colômbia por 2 x 1, no Castelão, hoje, pelas quartas de final da Copa do Mundo, e teve a sua melhor atuação na competição, até aqui. Não foi uma exibição extraordinária, mas foi segura, afirmativa. A Colômbia chegou a ameaçar uma reação após marcar o seu gol, mas o jogo não poderia ter outro vencedor. A dupla de zaga brasileira, David Luiz e Thiago Silva, que jamais perdeu jogando junta, foi a responsável pelos gols da Seleção. Pena que, Thiago Silva, que também é o capitão da equipe, levou o segundo cartão amarelo, e está fora do jogo contra a Alemanha, pelas semifinais, terça-feira, no Mineirão. Sem dúvida, será um grande desfalque, mas o que mais preocupa é a fratura da terceira vértebra lombar sofrida por Neymar, que o retirou da Copa, após receber um joelhaço nas costas. Ainda que não tenha tido uma grande atuação contra a Colômbia, Neymar é o maior nome da Seleção, e sua ausência, daqui, por diante, será terrível para a equipe. De qualquer forma, a Seleção resgatou a confiança em seu futebol, e não tem porque temer a Alemanha, contra quem jogará nas semifinais. Será a segunda vez que as duas seleções se enfrentarão numa Copa do Mundo. Na primeira, decidiram a Copa de 2002, e a Seleção Brasileira ganhou, com autoridade, por 2 x 0. Pelo lado da Colômbia, ao cobrar o pênalti que resultou no "gol de honra" da equipe, James Rodriguez isolou-se ainda mais como artilheiro da Copa, com seis gols, mas sua atuação não teve o brilho dos jogos anteriores. Cuadrado, o outro grande nome da Colômbia na Copa, hoje foi o melhor jogador da equipe. No final, James Rodriguez chorou copiosamente pela eliminação da Colômbia, sendo consolado por alguns jogadores brasileiros. No balanço geral, no entanto, continua sendo o maior destaque individual da competição.

Jogo fraco

Um jogo fraco, decepcionante. Assim pode ser definido Alemanha 1 x 0 França, no Maracanã, hoje à tarde, pelas quartas de final de Copa do Mundo. Por tudo que representam no contexto do futebol, e pelos grandes jogos entre as duas seleções em Copas anteriores, a partida deixou muito a desejar. A Alemanha marcou o seu gol cedo, e a França não conseguiu reagir, permitindo ao adversário administrar o resultado até o final. Benzema mostrou-se pouco eficiente nas conclusões. Outros nomes de destaque como Pogba, Valbuena e Matuidi renderam menos que em jogos anteriores. A Alemanha também não apresentou nenhum brilho, mas, pragmática como costuma ser, conseguiu manter a vitória. O futebol apresentado pela Alemanha confirma que, até aqui, a equipe tem ido adiante na Copa valendo-se da força da sua tradição. Com exceção da goleada sobre Portugal, na estreia, não teve nenhuma atuação convincente. Merece respeito pela sua trajetória no futebol mundial, mas não deve meter medo em ninguém. Nos últimos 24 anos, ganhou, apenas, uma Eurocopa. A atual geração de jogadores da Alemanha é qualificada, mas perdedora, pois, com essa base, já perdeu duas Eurocopas e uma Copa do Mundo. A Copa tem boas equipes, mas nenhum "bicho-papão".

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Desconfiança

Na véspera do jogo da Seleção Brasileira contra a Colômbia, pelas quartas de final da Copa do Mundo, um estranho sentimento de desconfiança dos brasileiros em relação à sua equipe é perceptível. Numa Copa realizada no Brasil, é algo inusitado. No entanto, é um sentimento justificado. A Seleção está entre as oito equipes que restaram na Copa, mas seu futebol desmanchou com qualquer entusiasmo do torcedor. Se ainda vier a ser campeã, só poderá igualar a campanha de 1994, quando a Seleção empatou dois jogos. Nas demais Copas, a Seleção ganhou todos os jogos em 1970 e 2002, e empatou uma partida em 1958 e 1962. A esperança de título ainda persiste, mas calcada em fatores como o de a Copa ser no Brasil, na força da camiseta e da tradição e outros alheios ao futebol dentro de campo. No gramado o que se tem visto é uma equipe desconexa, sem jogadas de meio campo, abusando das bolas rifadas, e com uma sobrecarga emocional evidente, caracterizada no choro de muitos jogadores antes e depois da cobrança de tiros livres da marca do pênalti contra o Chile. O período de seis dias até o jogo contra a Colômbia trouxe, ainda, novas demonstrações de descontrole do sempre explosivo técnico Felipão, que chegou a mandar jornalistas "para o inferno". Alguns jogadores discordaram publicamente do técnico, negando que haja tensão emocional entre eles. A "família Scolari" de 2002 não está sendo reproduzida em 2014. Dentro de campo, o desempenho, também, está longe de ser o mesmo. O adversário de amanhã, é, sem dúvida, o mais qualificado de todos até aqui e tem o jogador que vem sendo o melhor da competição, James Rodriguez. Como se vê, é um conjunto de tendências pouco animador. Mais do que nunca, a tradição terá de falar mais alto. Só assim a Seleção poderá evitar uma melancólica desclassificação e a perda de uma segunda Copa em solo brasileiro.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Saudade antecipada

A parada de dois dias sem jogos na Copa do Mundo, e a proximidade do fim da competição, estão gerando um curioso sentimento em grande parte da população: a saudade antecipada. Depois de uma onda de pessimismo que durou sete anos, desde que o Brasil foi indicado como sede da Copa, eis que ela desmentiu todas as previsões negativas e já está sendo considerada uma das melhores da história. Até aqui, a Copa proporcionou 56 jogos, a maioria de grande qualidade, com muitos gols, emoções, estádios lotados, confraternização entre torcedores de vários países, enfim, uma grande festa. Agora, faltando apenas oito jogos para o fim da competição, um sentimento de nostalgia já começa a tomar conta de todos os que se envolveram com a Copa mais diretamente. Não será fácil retornar à rotina dos dias comuns, acompanhar os campeonatos regulares de clubes, observar a partida dos alegres estrangeiros que estiveram no país, e saber que uma nova edição da Copa no país talvez jamais ocorra, ou se dê numa época em que nenhum dos que a vivenciaram agora ainda estejam vivos. A Copa do Mundo é um acontecimento magnífico, singular, espetacular, inesquecível. Disso muitos, como eu, sempre souberam. Outros duvidaram ou desdenharam. Agora, parece que "a ficha caiu". O número de ativistas anti-Copa foi diminuindo a cada dia, e a repercussão dos protestos de tais movimentos tornou-se nula. O que ficará, depois que tudo terminar, será uma tremenda depressão pós-Copa, e um desejo de que ela nunca acabasse.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Emoção até o fim

Os jogos de hoje, pela Copa do Mundo, foram marcados pela emoção até o fim das partidas. Argentina 1 x 0 Suiça e Bélgica 2 x 1 Estados Unidos foram jogos que só ficaram definidos no apito final do árbitro. Em ambos, empates em 0 x 0 levaram a decisão para a prorrogação. No jogo do Itaquerão, tudo já se encaminhava para a disputa dos tiros livres da marca do pênalti, quando Lichtisteiner perdeu uma bola no meio de campo e permitiu um contra-ataque em que um passe genial de Messi para Di Maria resultou no gol da Argentina, aos 13 minutos do segundo tempo da prorrogação. Nem mesmo aí, o jogo diminuiu em intensidade. A Suiça ainda colocou uma bola na trave, e teve uma falta frontal ao gol a seu favor no último minuto dos acréscimos da prorrogação. Emoção em altíssimo grau. Não foi diferente na Arena Fonte Nova. A Bélgica, no tempo normal, acumulou chances para marcar, enquanto os Estados Unidos defendiam-se de maneira obstinada. A partida foi para a prorrogação e, logo no início, a Bélgica fez 1 x 0, ampliando o placar, mais tarde. A impressão é de que tudo, então, estava decidido, mas um gol dos Estados Unidos pôs fogo no jogo, que seguiu indefinido e empolgante até o fim. A Copa do Mundo de 2014 é, mesmo, um sucesso. Grandes jogos, muitos gols, estádios lotados e muita emoção. Os que apostaram no fracasso da competição quebraram a cara.