segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

A crise dos campeonatos estaduais

Todo ano é a mesma situação. O calendário do futebol brasileiro começa com os campeonatos estaduais que, há muito tempo, se tornaram competições anacrônicas. Seus jogos são, quase sempre, desinteressantes, de nível técnico muito baixo. O Campeonato do Estado do Rio de Janeiro é um exemplo cada vez mais gritante disso. O único clube que dispõe de um grupo de jogadores altamente qualificado é o Flamengo. Os outros três grandes clubes, Botafogo, Fluminense e Vasco, há anos, enfrentam graves problemas financeiros. Os clubes pequenos não possuem recursos que lhes permitam formar grupos de boa qualidade. Como a Rede Globo, em 2022, não adquiriu os direitos de transmissão da competição, os jogos são exibidos por um serviço de streaming que está realizando um péssimo trabalho, com constantes interrupções, o que tem gerado muito descontentamento nos clubes e em seus torcedores. O Campeonato Paulista também deixa muito a desejar na parte técnica, mas conta com um grande aporte de recursos financeiros, o que deve lhe garantir uma boa sobrevida. No Campeonato Gaúcho, o Grêmio fez seus dois primeiros jogos com o grupo de transição. No Campeonato Pernambucano, os maiores clubes do Estado priorizam a Copa do Nordeste, que ocorre paralelamente. Cedo ou tarde, os grandes clubes terão de aceitar que os estaduais nada mais acrescentam para eles. Será possível, então, fazer um Campeonato Brasileiro com nove meses de duração, a exemplo dos principais da Europa, e não desperdiçar os primeiros meses do ano com jogos de pouca qualidade e baixa presença de público.