terça-feira, 10 de janeiro de 2017

O abandono do Maracanã

O Brasil transformou-se, nos últimos meses, no país dos horrores, onde, a cada dia, novos fatos chocantes vão chegando ao conhecimento público. Esse quadro tende a anestesiar as pessoas, tantos são os acontecimentos negativos, mas alguns deles ainda causam espanto. O abandono do Maracanã se enquadra nessa situação. Como pode um estádio que é um símbolo e uma atração turística do país ser deixado indefeso à ação de vândalos? Um estádio que sofreu várias reformas nos últimos 25 anos, que sediou duas decisões de Copa do Mundo, que recebeu as cerimônias de abertura e de encerramento de uma Olimpíada é entregue a própria sorte pela indefinição de quem é o responsável pela sua manutenção! Para qualquer pessoa dotada de bom senso, era perceptível que a entrega dos grandes estádios públicos brasileiros ao controle de consórcios privados não daria certo. Estádios dificilmente dão lucro, que é o grande objetivo da iniciativa privada. O consórcio que assumiu a administração do Maracanã desistiu do negócio. O governo do Estado do Rio de Janeiro não quer o retorno do controle do estádio. Uma proposta que circula há algum tempo é a de que os clubes assumam a administração do Maracanã. Porém, enquanto isso não é decidido, o estádio vai se deteriorando. O Maracanã já foi o maior estádio do mundo, o que era motivo de justo orgulho do povo brasileiro. Na última reforma que sofreu, teve sua capacidade drasticamente diminuída, o que o descaracterizou. Agora, vem a receber mais um rude golpe. O Maracanã e o futebol brasileiro não merecem isso. Seja qual for a solução encontrada, é preciso preservar o mítico estádio.