quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

A amplitude das alianças

O presidente Luíz Inácio Lula da Silva formou um arco de alianças para dar uma face mais pluralista ao seu governo. Nenhuma novidade, pois já havia feito isso em seus mandatos anteriores. A começar pelo vice, sempre um nome de centro-direita, para acalmar o "mercado". Porém, Lula e seu partido, o PT, são de esquerda, e é óbvio que, em caso de conflitos ou impasses de natureza programática, essa é a orientação que irá prevalecer. A imprensa brasileira, sempre fiel aos interesses das oligarquias, reclama do governo uma maior "pluralidade". Na verdade, querem que Lula ceda aos interesses neoliberais. Ao nomear Simone Tebet para o ministério do Planejamento, por exemplo, Lula disse que sabia das divergências de visào econômica dela e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad e, quando houvesse um impasse, seria dele a decisão. A imprensa denuncia que numa situação como essa prevaleceria a vontade de Lula, que decidiria em favor de Hadadd. Como ministra do Planejamento, Simone Tebet, sabe que sua pasta será submetida à preponderância da orientação da Fazenda. Assim será, também, em outras áreas. A amplitude das alianças é significativa, mas pluralidade não significa submissão. Na essência, o governo Lula dá ênfase na área social, bandeira permanente da esquerda. Os aliados terão o seu espaço, mas não serão prevalentes, até porque, suas propostas foram derrotadas na eleição.