quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Atuação brilhante

Não foi por acaso que Andréa Horta ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Gramado pelo papel principal no filme "Elis". No filme, que está em cartaz nos cinemas, Andréa tem uma atuação brilhante, representando uma cantora que não chegou a conhecer. Seu trabalho é impressionante. Ainda que não tenha uma acentuada semelhança de fisionomia com Elis Regina, Andréa parece se transformar nela diante dos olhos do espectador. "Elis" é uma prova de que o cinema brasileiro é capaz de gerar obras de boa qualidade. A conturbada existência de Elis Regina necessita muito mais que o tempo de duração de um filme para ser devidamente abordada. Por isso, "Elis", por vezes, parece um tanto acelerado na transição entre as diversas etapas de sua vida. No entanto, isso não o diminui. O filme é agradável e é capaz de satisfazer tanto aos que acompanharam a trajetória da cantora quanto às gerações mais novas, que não a conheceram. O grande destaque de "Elis", no entanto é, mesmo, Andréa Horta. Com uma carreira ainda relativamente curta, mas sempre com bons trabalhos na televisão, ela consegue, em "Elis" atingir o seu melhor momento, sua maioridade como atriz.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Tragédia

O Brasil amanheceu, hoje, tomado por dor e estupefação. O avião que conduzia a delegação da Chapecoense para o primeiro jogo da decisão da Copa Sul-Americana contra o Nacional de Medellín caiu, ocasionando a morte de 75 pessoas. No vôo estavam, também, jornalistas que iriam fazer a cobertura da partida. Apenas três jogadores sobreviveram, com sérios ferimentos. Foi uma tragédia, que comoveu o Brasil e o mundo. Clubes e jogadores do exterior manifestaram-se sobre o desastre, expressando seu pesar e sua solidariedade. Foi o caso de clubes como Milan, Paris Saint Germain, Atlético de Madrid, Arsenal, Liverpool, Manchester United, Mallorca. Ex-jogadores, como Figo, e atuais como Wayne Rooney, também registraram os seus sentimentos pelo ocorrido. Clubes brasileiros, como Grêmio, Inter, Corinthians e Palmeiras mostraram-se dispostos a emprestarem jogadores de graça à Chapecoense, para que ela consiga reconstruir o seu grupo. Corinthians e Palmeiras sugeriram, também, que a CBF garanta o não rebaixamento da Chapecoense pelos próximos três anos. Homenagens foram prestadas em treinos do Real Madrid e do Barcelona, e em jogos na Inglaterra. Ninguém ficou indiferente a um acontecimento tão dramático. A Chapecoense despertou imensa simpatia em todo o Brasil pelos grandes feitos de um clube com apenas 43 anos de existência, de um município com somente 200 mil habitantes. A Chapecoense irá para o quarto ano consecutivo na Primeira Divisão, e decidiria uma competição sul-americana. Façanhas notáveis para um clube do seu porte. A melhor e mais digna atitude em relação ao fatídico acontecimento foi do Nacional de Medellín, que seria o adversário da Chapecoense na decisão. Ele sugeriu que o título da Copa Sul-Americana seja entregue à Chapecoense. Uma demonstração de grandeza e esportividade que, espera-se, seja acolhida pela Conmebol.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Situação desesperadora

Se no fim de semana os resultados haviam sido bons para o Inter, pois venceu o Cruzeiro e o Sport apenas empatou com o América Mineiro, o encerramento da rodada do Campeonato Brasileiro, hoje à noite, não lhe foi nada favorável. O Vitória ganhou do Coritiba por 1 x 0, no Couto Pereira, e, agora, o Inter ficou numa situação desesperadora para tentar evitar o rebaixamento. O Inter está obrigado a vencer o Fluminense, domingo, fora de casa. Só que isso não basta. Também será necessário que o Sport, que jogará em casa, não vença o Figueirense. O Vitória está, praticamente, livre da queda para a Segunda Divisão, pois basta que empate com o Palmeiras no Barradão para obter seu objetivo. Vitória, Sport e Inter enfrentarão, na última rodada, adversários que nada mais aspiram no Brasileirão. O Palmeiras por já ter conquistado o título, o Figueirense em função de estar rebaixado, e o Fluminense pelo fato de ocupar uma posição no limbo da tabela, onde não se almeja mais nada, nem se corre qualquer risco. Se todos vencerem os seus jogos, o Inter será o rebaixado, pois não depende de suas próprias forças. Vitória e Sport só dependem dos seus resultados. Afora isso, dos três só o Inter jogará como visitante. Tudo se encaminha para que o Inter seja rebaixado.

domingo, 27 de novembro de 2016

Um fio de esperança

O fim de semana foi positivo para o Inter. No sábado, o Sport apenas empatou em 2 x 2 com o América Mineiro, no Independência, e ainda não se livrou, matematicamente, do rebaixamento. Hoje, jogando muito mal, mais uma vez, o Inter venceu o Cruzeiro por 1 x 0, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro, e segue respirando por aparelhos para tentar evitar a queda para a Segunda Divisão. O Inter não mostrou nenhuma evolução técnica ou tática, mas obteve uma sobrevida. Precisava vencer, e conseguiu. O resultado lhe concedeu um fio de esperança na luta desesperada para evitar o pior. Não é muito, mas pelo menos o Inter adiou a definição do seu drama.

Resultado vexatório

O time reserva do Grêmio vinha dando boa resposta sempre que era chamado a intervir. Empatara com o Santos e o Figueirense fora de casa e goleara o América Mineiro na Arena. Hoje, no entanto, mesmo contando com nomes como Bolanos e Pedro Rocha, proporcionou um resultado vexatório para o clube, ao ser goleado por 5 x 1 pelo Santa Cruz, no Arruda, pelo Campeonato Brasileiro. O Grêmio só não saiu na frente no placar porque teve um gol legítimo absurdamente anulado no primeiro tempo, que terminou empatado em 0 x 0. O Santa Cruz abriu o placar no início do segundo tempo, mas o Grêmio empatou logo a seguir. Poucos minutos depois, o Santa Cruz ficou novamente em vantagem. O jogo se encaminhava para a manutenção desse resultado quando, a partir dos 40 minutos, o Grêmio pareceu paralisar em campo, e sofreu mais três gols. O goleiro Léo falhou em pelo menos três dos cinco gols. Iago mostrou-se uma avenida no aspecto defensivo. Bolanos e Pedro Rocha só foram notados no gol do Grêmio, marcado pelo equatoriano. Afora isso, estiveram apagados no jogo. Por mais que o Grêmio esteja com a cabeça na decisão da Copa do Brasil, não é aceitável perder para um dos clubes rebaixados no Brasileirão e, pior ainda, por um placar tão elástico. A imagem do clube precisa, sempre, ser preservada. O Grêmio deve cobrar de quem foi a Recife o papelão ocorrido nesse jogo.

sábado, 26 de novembro de 2016

Fidel Castro

O mundo perdeu hoje um dos seus grandes mitos, Fidel Castro. Desde o final dos anos 50, até os tempos atuais, Fidel Castro esteve na linha de frente do noticiário político internacional. Foi um homem polêmico e controvertido, amado por muitos e odiado por outros tantos, conforme o matiz ideológico de cada um. Seu lugar na História, no entanto, está garantido. Como líder da revolução que pôs fim ao malfadado governo de Fulgêncio Batista, Fidel Castro mudou a face de Cuba, transformando-a de uma ilha de pouca expressão em um país modelo nos campos da saúde e da educação. Perseguido permanentemente pelos Estados Unidos, que por várias vezes tentou lhe assassinar, faleceu de forma natural, aos 90 anos. Fidel já não era presidente de Cuba, devido ao estado delicado de saúde em que se encontrava nos últimos anos. Porém, permanecia como um símbolo da luta contra o imperialismo e a desigualdade social. Nem todo o ranço conservador da grande imprensa será suficiente para diminuir a sua imagem, construída ao longo de quase seis décadas. O ódio que setores conservadores da sociedade, no Brasil e em outros países, demonstram ter por Fidel Castro, apenas engrandece a sua figura histórica. Para quem luta por um mundo melhor, com direitos iguais para todos, FIdel Castro será sempre uma inspiração.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Um governo em decomposição

Para quem possui um mínimo de lucidez, o espetáculo patético do governo golpista de Michel Temer não causa nenhuma surpresa. Para os incautos que bateram panelas e saíram às ruas pedindo o impeachment de uma presidente legitimamente eleita, é um justo castigo. Tudo o que está acontecendo no Brasil seria até cômico, se não fosse trágico. O que se está assistindo no país é a um governo em decomposição. Não há a mínima condição de Michel Temer prosseguir como presidente. Sua chegada ao poder se deu de forma espúria, sua equipe de governo é formada por notórios corruptos, os escândalos envolvendo membros da administração se sucedem, os indicadores econômicos e sociais do país, ao contrário do que afirmavam os defensores do golpe, pioram a cada dia. A conta amarga do impeachment chegou mais cedo do que se poderia imaginar para os seus cretinos agentes e apoiadores. A consequência de seus atos foi transformar o país numa nau sem rumo. A recuperação econômica prometida pelos artífices do golpe não aconteceu, a taxa de desemprego se ampliou, a "austeridade" massacra os direitos dos mais pobres e indefesos, enquanto as mordomias do poder e de seu entorno se ampliam. O atual governo federal se encaminha para um final melancólico, sem nunca ter existido de fato. Afinal, não se pode chamar de governo, ao pé da letra, a reunião de um presidente sem votos nem competência para exercer o cargo, e uma trupe de ineptos e corruptos ocupando ministérios e secretarias. O governo já está em contagem regressiva, sua queda é uma questão de tempo. O que virá depois é uma incógnita, mas, levando-se em conta o histórico político do país, não convém alimentar expectativas otimistas.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

As façanhas da Chapecoense

O futebol brasileiro está testemunhando os feitos surpreendentes de um clube pequeno, do interior de Santa Catarina. As façanhas da Chapecoense são dignas de destaque. Com sede em Chapecó, um município de porte médio, a Chapecoense garantiu sua permanência no Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão pelo quarto ano consecutivo. Como se isso já não bastasse, irá disputar a decisão da Copa Sul-Americana  contra o Nacional de Medellin, atual campeão da Libertadores. Um feito notável para um clube com apenas 43 anos de existência, que não pertence a um dos grandes centros do futebol brasileiro. Enquanto clubes grandes, de polpudos orçamentos, se encaminham para o rebaixamento, como é o caso do Inter, ou enfrentam dificuldades para retornar á Primeira Divisão, situação vivida pelo Vasco, a modesta Chapecoense mantém um desempenho técnico sólido, que vai crescendo a cada ano. Uma administração profissional e responsável, sem arroubos financeiros, é o fator principal para o sucesso da Chapecoense. Um clube que não parece ser um fenômeno episódico, mas o resultado de um trabalho cuidadosamente estruturado. Um oásis de competência no desorganizado futebol brasileiro.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Título encaminhado

Falta ser realizado o segundo jogo, claro, mas, depois do que o Grêmio fez hoje, o título da Copa do Brasil está encaminhado. No Mineirão, o Grêmio venceu o Atlético Mineiro por 3 x 1, e, agora,  poderá até perder por 1 x 0 na Arena que será campeão. Foi mais uma atuação de luxo do Grêmio em Belo Horizonte. A exemplo do que já havia feito no Campeonato Brasileiro, em 2015 e na atual edição, contra o próprio Atlético, e nas semifinais da Copa do Brasil há poucos dias, contra o Cruzeiro, o Grêmio passeou pelo gramado. Seja no Mineirão ou no Independência, a capital de Minas Gerais vem fazendo muito bem ao Grêmio. Foi mais uma apresentação em que ninguém jogou mal, e muitos tiveram grandes desempenhos. Geromel, Walace, Maicon e Pedro Rocha tiveram uma atuação soberba. Kanneman foi, novamente, ótimo. Marcelo Grohe fez uma defesa magnífica. Não faltou nem mesmo o fator dramático, tão presente na história do Grêmio. Num jogo em que exercia amplo domínio, e já poderia estar goleando, o Grêmio sofreu a expulsão de Pedro Rocha, viu o Atlético descontar e partir para a pressão em busca do empate, mas, num contra-ataque fulminante, fez o terceiro gol. Nada está ganho ainda, mas não há como deixar de pensar que o Grêmio será campeão na próxima quarta-feira, na Arena.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

O pacotão de Sartori

O mais inepto e incompetente governador do Rio Grande do Sul em todos os tempos, José Ivo Sartori, anunciou na tarde de ontem o envio para a Assembleia Legislativa de uma série de medidas que, se forem aprovadas, irão significar o desmonte do Estado. O pacotão de Sartori é um conjunto de maldades que visa vender patrimônio público e demitir servidores. Fiel ao figurino neoliberal, e sua cantilena de "austeridade" para combater a "crise financeira", Sartori propõe a extinção de importantes fundações, parcelamentos de salários, fusão de secretarias estaduais, aumento na taxa de contribuição previdenciária dos funcionários públicos, entre outras sugestões. O curioso é que um governo que chega a classificar a situação financeira do Rio Grande do Sul como sendo de "calamidade pública" não tenha proposto no pacote a extinção do Tribunal Militar, uma estrutura inútil que onera os cofres públicos em 40 milhões de reais por ano. Nem mesmo a citação do nome da execrável ex-primeira ministra da Inglaterra, Margareth Tatcher faltou no discurso de Sartori. Como não poderia deixar de ser, o pacotão de Sartori recebeu apoio total da Federasul, e repúdio das associações de servidores. Mais uma vez, o lado mais fraco é penalizado, enquanto o principal fator do rombo nos cofres públicos, a sonegação de impostos por parte das grandes empresas, é ignorado. Resta a esperança de que a Assembleia Legislativa rejeite o pacotão ou o altere de maneira a diminuir a sua perversidade. A mobilização de servidores e sindicatos já começou, e é necessário que a sociedade, como um todo, repudie vigorosamente as propostas de Sartori. Não ao Estado mínimo! Não á precarização dos serviços públicos!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Só resta a matemática

O rebaixamento do Inter para a Segunda Divisão está encaminhado. Dirigentes e parte da imprensa insistem em dizer que ainda é possível evitar a queda. Sim, ainda há chances, matematicamente, do Inter escapar. Porém, a possibilidade disso acontecer, na prática, é mínima. Com a derrota por 1 x 0 para o Corinthians, hoje, fora de casa, pelo Campeonato Brasileiro, o Inter ficou três pontos atrás do Vitória, com desvantagem no número de vitórias e no saldo de gols, faltando apenas duas rodadas para o final da competição. Para evitar o rebaixamento, o Inter terá que vencer os seus dois últimos jogos e torcer por resultados paralelos. O problema reside, justamente, nesse aspecto, o da necessidade de vencer. A atuação do Inter, hoje, mesmo com a estreia de um novo técnico, foi uma repetição dos jogos anteriores, com um futebol tímido e que quase não criou chances de gol. Seu goleiro, ao contrário, foi o melhor jogador em campo. Nada aponta para uma reversão desse quadro. O Inter não consegue jogar bem, e faz pouquíssimos gols. Diante do futebol que apresenta a cada jogo, o Inter não dá a ninguém a sensação de que possa impedir a queda. Para o Inter só resta a matemática. Até mesmo os que não admitem publicamente a queda como um fato consumado, já não acreditam que ela possa ser evitada.

domingo, 20 de novembro de 2016

Goleada com time reserva

Fazer muitos gols não é  uma característica do time do Grêmio. Hoje, no entanto, essa regra foi quebrada. O Grêmio obteve uma goleada com time reserva. Contra um adversário que havia sido rebaixado na rodada anterior, o Grêmio, mesmo sem nenhum titular, não encontrou maiores dificuldades, e goleou o América Mineiro, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. O resultado possibilita que o Grêmio continue a disputar a classificação para a Libertadores pela via do Brasileirão. O jogo serviu, também, para Bolanos fazer uma boa atuação, coroada com um gol, e se credenciar como uma opção para as partidas da decisão da Copa do Brasil. Agora, todo o foco do clube se volta para os jogos contra o Atlético Mineiro, na busca de um título que não ganha há quinze anos. Caso vença a competição, o Grêmio se tornará o seu maior vencedor, de forma isolada, com cinco títulos. Estava difícil para o clube e a torcida segurar a ansiedade para que chegasse a hora da decisão. Finalmente, ela chegou. Resta desejar que o Grêmio consiga acabar com o seu jejum de titulos.

sábado, 19 de novembro de 2016

A raposa cuidando do galinheiro

Vivemos uma época de glorificação da iniciativa privada e de desvalorização da estrutura estatal. A velha teoria de que é preciso aplicar políticas de austeridade nas finanças públicas, e a intenção de se implantar um Estado mínimo estão na moda, novamente. Empenhados em levar adiante o que prega a cartilha neoliberal, muitos governos contratam consultorias privadas para estabelecer os rumos da administração. Vista como algo natural pelos privatistas, essa conduta não é adequada ao interesse público. Em matéria publicada na edição de fim de semana do jornal "Correio do Povo", especialistas em administração pública destacam a inconveniência desse procedimento por parte dos governos. O professor de Administração Pública da Ufrgs, Aragon Érico Dasso Júnior, o classifica como um erro crasso. Afinal, salienta Dasso Júnior, os setores público e privado têm lógicas opostas. Enquanto na iniciativa privada se visa o resultado e o lucro, no setor público o fundamental é a questão social. Na mesma linha, o professor Adalmir Antonio Marquetti, do Departamento de Economia da PUCRS, alerta para o fato de que o poder público contrata consultorias por um alto custo mesmo possuindo uma burocracia estatal que, quase sempre, é mais qualificada que esses agentes privados. O mais incrível, ressalta Marquetti, é que, dessa forma, o poder público paga para que grupos e movimentos específicos, com interesses próprios, acessem dados estratégicos dos governos. Essas práticas, portanto, ferem os princípios que devem nortear a administração pública, entre eles o da legalidade e o da impessoalidade. Ainda bem que, em meio ao desvario neoliberal dos dias atuais, haja quem encare tais questões com lucidez. Para resumir a situação, de forma bem direta, o que se vê, nessas práticas administrativas, é a raposa cuidando do galinheiro. A grande vítima é a sociedade, golpeada por medidas que favorecem interesses de grupos em detrimento das aspirações da coletividade.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Última tentativa

Depois do desastroso empate com a Ponte Preta, em pleno Beira-Rio, que o manteve na zona de rebaixamento, o Inter partiu para a última tentativa de evitar a queda para a Segunda Divisão. Na madrugada de hoje, o clube anunciava a contratação de seu quarto técnico em 2016, Lisca, que terá apenas três jogos para buscar cumprir a árdua tarefa. Lisca não é um nome ideal, obviamente, mas uma opção viável, dentro das circunstâncias. Se a maioria dos técnicos não aceitaria ser contratado para apenas três jogos, ainda mais numa situação tão aflitiva, Lisca não tem nada a perder. Se não conseguir evitar o rebaixamento do Inter, ninguém haverá de atribuir-lhe a culpa pelo desfecho desastroso. Porém, se obtiver êxito em sua tarefa, será visto como um herói, e alcançará um outro patamar em sua carreira, podendo partir para vôos mais altos numa trajetória que, até aqui, é bem modesta. Numa análise fria, as chances do Inter evitar o rebaixamento são improváveis. No entanto, o momento do Inter já não se presta para o predomínio da racionalidade. Diante do desespero de uma queda iminente, todos os artifícios são válidos. Lisca não é o técnico dos sonhos de ninguém, mas é nele que os torcedores do Inter terão de depositar suas últimas esperanças.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A caminho do rebaixamento

As possibilidades matemáticas de se manter na Primeira Divisão ainda existem, mas o Inter parece estar a caminho do rebaixamento. Hoje, num jogo que era essencial na luta para não cair, o Inter empatou em 1 x 1 com a Ponte Preta, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. A exemplo do que ocorreu contra o Santa Cruz, também no Beira-Rio, o Inter fez um gol cedo, mas cedeu o empate, e não conseguiu reagir. Nem mesmo a derrota do Vitória para o Santos foi aproveitada pelo Inter, que se igualou em pontos com o clube baiano, mas perde no número de gols marcados. O nivelamento por baixo do Brasileirão faz com que o Inter ainda tenha chance de escapar da queda, mas o clube não está fazendo por merecer a manutenção na Primeira Divisão. Após o jogo, o técnico Celso Roth foi demitido, mas, faltando apenas três jogos para o fim da competição, a medida talvez tenha vindo tarde demais.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Punição absurda

A decisão do STJD de aplicar ao Grêmio a perda do mando de campo na decisão da Copa do Brasil, se constitui numa punição absurda, diante da irrelevância da infração supostamente cometida. A sanção bizarra imposta ao Grêmio teve por motivo a alegada "invasão" do gramado da Arena por Carol Portaluppi, filha do técnico do clube, Renato, após o término do jogo contra o Cruzeiro, pelas semifinais da competição. Carol entrou em campo para abraçar o pai, pois o empate em 0 x 0, resultado final do jogo, classificou o Grêmio para a decisão da Copa do Brasil. Chama a atenção o dado de que quem alertou o árbitro sobre o fato ocorrido foi Francisco Neto, conhecido como "Chico Colorado". Na ocasião, ele atuava como quarto árbitro. Seja como for, em situações desse tipo, a pena que comumente se estabelece é a de uma multa. A punição draconiana e estapafúrdia caiu como uma bomba no meio esportivo. A condenação á atitude do STJD foi, praticamente, unânime. Cabe recurso à decisão, e ela, provavelmente, será revertida. Porém, o estrago contra a imagem do futebol brasileiro, já tão debilitada, está feito. A exemplo do que acontece no país como um todo, no futebol brasileiro o que é ruim sempre pode piorar.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

A máquina de Tite

A Seleção Brasileira, que até pouco tempo se via ameaçada de ficar fora da próxima Copa do Mundo, agora começa a igualar recordes históricos. O responsável pela mudança da água para o vinho foi o técnico Tite. Com Tite, a Seleção Brasileira obteve seis vitórias consecutivas nas Eliminatórias, feito só conseguido antes por João Saldanha. Tite está com 100% de aproveitamento na Seleção, pois venceu todos os seus jogos até aqui. Hoje, em Lima, a Seleção venceu o Peru por 2 x 0, com um belo futebol, vários destaques individuais, e num clima de união e satisfação entre os jogadores que é claramente perceptível. Por desconfiança ou inveja, muitos fazem restrições aos elogios candentes recebidos por Tite, e afirmam que é cedo para fazer um juízo sobre o seu trabalho. O fato concreto é que a Seleção é líder isolada das Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, e está virtualmente classificada. Com o técnico anterior, Dunga, a Seleção estava fora da zona de classificação para a Copa. Unida, motivada, com grande desempenho coletivo e individual, a Seleção Brasileira atual é a máquina de Tite, derrubando os desconfiados e irritando os invejosos.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O cinismo de Temer

Michel Temer foi o entrevistado do programa "Roda Viva", da TV Cultura, na noite de hoje. Duas de suas colocações ao longo do programa demonstram o cinismo de Temer e o tipo de causa que defende. Temer disse que seu mandato possui legitimidade porque tem amparo constitucional, e que sem os votos do PMDB Dilma Rousseff não teria sido reeleita. Afirmou, também que o presidente não precisa ser um grande líder, pois o povo quer resultados, e não ideologias. Essas são visões características do neoliberalismo,  que sempre aposta na despolitização. Seu conteúdo é falso. O mandato de Temer é ilegítimo porque é resultado de um golpe espúrio em que os poderes Legislativo e Judiciário se uniram para derrubar uma presidente eleita pelas urnas. O argumento de que sem os votos do PMDB Dilma não se reelegeria é igualmente mentiroso, pois o partido há anos não lança candidato próprio para presidente por saber que suas chances de vencer seriam nulas, preferindo negociar seu apoio a quem estiver no poder. Pode ser que a condição de grande líder não se constitua em fator imprescindível para alguém ser presidente, mas ela é altamente desejável, e não é o povo que não quer saber de ideologias, são as elites, que sempre detestaram o que essa palavra representa. Um presidente sem carisma e que despreze os aspectos ideológicos do poder é tudo com que sonham os direitistas, pois assim fica mais fácil impor sua agenda carregada de demofobia. Goste Michel Temer ou não, ele é, apenas, um reles golpista, a quem está reservado o limbo da História.

domingo, 13 de novembro de 2016

Leon Russel

A música perdeu, hoje, um do seus grandes nomes, Leon Russel, que faleceu aos 74 anos. Cantor e compositor talentoso, Russel participou do mítico Concert For Bangladesh, de George Harrison, e trabalhou com outros grandes nomes da música, como Elton John e Willie Nelson. Sua carreira teve altos e baixos, mas ele sempre teve o reconhecimento de seus companheiros de ofício. Para aqueles que não conhecem sua obra, deve-se informar que ele teve várias de suas composições gravadas por nomes de peso da cena musical. Para os que tenham o desejo de conhecer algo da sua obra, sugiro que ouçam uma de suas composições de maior sucesso, " This Masquerade", que teve muitas gravações, por diferentes artistas. Particularmente, recomendo a gravação dos Carpenters. Ouça-a e você terá a dimensão do talento de Russel como compositor.

A emoção de Felipe Massa

Felipe Massa viveu, hoje, no autódromo de Interlagos, o seu último Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Não foi a despedida que Massa esperava e merecia. Numa corrida problemática, interrompida duas vezes pela chuva, Massa não conseguiu concluir a prova. Ele rodou na quadragesima-sétima volta, e teve de abandonar a corrida. A partir daí, o que se viu foram cenas comoventes de reconhecimento de uma bela trajetória na Fórmula 1. A emoção de Felipe Massa contagiou a todos em Interlagos. Ele acenou para a torcida, envolveu-se numa bandeira do Brasil, e chorou muito. No caminho até os boxes da Williams foi reverenciado por integrantes de várias outras equipes. Massa sai da principal categoria do automobilismo mundial sem ter sido campeão, mas cumpriu um papel digno, tendo obtido onze vitórias. Resta, agora, apenas mais um grande prêmio, o de Abu Dhabi, e Felipe Massa terá deixado a Fórmula 1. Ficará a lembrança de um piloto talentoso, e de um ser humano admirável.

sábado, 12 de novembro de 2016

Aposta arriscada

O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, obteve, hoje, a sua reeleição. Dessa forma, irá ficar cinco anos consecutivos no cargo, já que, devido a uma mudança estatutária, o mandato presidencial no clube passará a ser de três anos. Romildo foi reeleito com folga, tendo alcançado 85% dos votos. O resultado largo em seu favor representa uma aposta arriscada do associado gremista. Entusiasmado com a condição de finalista da Copa do Brasil, e a possibilidade da conquista de um título que o Grêmio não ganha há 15 anos, o associado reconduziu Romildo ao cargo, sem levar em conta que a competição ainda não foi decidida, e que a administração do presidente, até aqui, está longe de ser vitoriosa. Um eventual êxito na Copa do Brasil, no final do mês, será uma exceção num conjunto de frustrações colhidas durante os dois primeiros anos de Romildo como presidente. Se, ao contrário, o Grêmio não conquistar o título da Copa do Brasil, terá somado mais um fracasso na extensa lista de insucessos de Romildo. Nesse caso, o torcedor terá de aturar por mais três longos anos, um presidente perdedor. Fica evidente, mais uma vez, a total inconveniência de se realizar a eleição para presidente do Grêmio antes que se encerre o calendário esportivo do ano. Urge que se retorne ao modelo anterior, em que o pleito ocorria em até 15 dias contados a partir do último jogo oficial do ano. Na forma atual, a eleição se dá em paralelo com a disputa de competições, desviando o foco do que é mais importante para o clube, ou seja, o futebol dentro de campo. Se a eleição fosse realizada após o término das competições do ano, o associado não ficaria sob o efeito de acontecimentos circunstanciais, e analisaria o conjunto da obra de Romildo. A ampliação do mandato para três anos de duração é outro equívoco, pois pode prolongar demasiadamente a permanência de um presidente mal sucedido. As alterações estatutárias do Grêmio nos últimos anos, como se vê, estão na contramão dos interesses do clube, e explicam, ao menos em parte, o longo jejum de conquistas.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Simulacro democrático

O Brasil sofreu um golpe político atroz, e está sendo dirigido por um governo ilegítimo. Sabedores de que tem as costas quentes, pois chegaram ao poder por um conluio de forças que incluiu os magistrados e a grande imprensa, os governantes de plantão abriram o seu saco de maldades, e a cada dia anunciam mais medidas carregadas de demofobia. Utilizando-se do surrado discurso de uma terrível situação econômica que exige medidas de "austeridade", partem para a construção do seu tão sonhado estado mínimo. Em nome da necessidade de "apertar os cintos", as leis trabalhistas são atacadas, a terceirização é aceita até na atividade específica das empresas, a educação é reformada para se tornar ainda pior do que é, os gastos essenciais do país são congelados por 20 anos. Tudo isso ocorre com o apoio de setores imbecilizados da classe média que, movidos pelos preconceitos, são presas fáceis para a lavagem cerebral feita pela mídia. O que temos hoje, no Brasil, é um simulacro democrático. Com o argumento cínico de que não houve golpe porque todos os ritos democráticos foram observados no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, os conspiradores fingem que o país está numa situação de normalidade. Não está. O momento atual é grave porque, ao contrário da ditadura militar, cuja condição de regime de exceção era flagrante, o governo golpista sustenta um discurso de que possui legitimidade e que as instituições do país estão "sólidas". O Brasil vive um processo de terrível retrocesso, cuja duração ainda é desconhecida, e que resulta em efeitos sociais devastadores.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O resgate da Seleção

O técnico Tite procedeu o resgate da Seleção Brasileira, não pode mais haver dúvida quanto a isso. Se os quatro primeiros jogos com Tite, todos com vitórias, ainda não haviam convencido os mais desconfiados, após a goleada de 3 x 0 sobre a Argentina, hoje, no Mineirão, pelas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, as últimas resistências caíram por terra. O fato do jogo ter sido realizado no mesmo estádio onde a Seleção sofreu a histórica goleada de 7 x 1 para a Alemanha não teve o menor efeito sobre a equipe. Esse tipo de fantasma é típico da cobertura de imprensa, não entra no vestiário. Em campo, a Seleção se impôs sobre a Argentina, com grandes atuações individuais de Philippe Coutinho, Neymar e Paulinho, que, não por acaso, foram os autores dos gols. Marcelo e Miranda também se destacaram, mas a equipe, como um todo, jogou bem. Tite já igualou o feito de João Saldanha e Telê Santana, os únicos técnicos da Seleção a terem ganho cinco jogos seguidos em Eliminatórias. Contra o Peru, na terça-feira, em Lima, Tite tem tudo para vencer seu sexto jogo consecutivo. A Seleção vive um novo momento. Se antes ela parecia sem rumo, com Dunga, Tite trouxe de volta o bom futebol da equipe, recuperou o interesse do torcedor, encaminhou a classificação para a Copa, e faz com que alguns já falem na conquista do título em 2018. Uma mudança e tanto, que demonstra que o calcanhar de Aquiles da Seleção era Dunga, que não tinha competência para ser o seu técnico.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O pesadelo Donald Trump

O mundo tremia com a possibilidade de Donald Trump vencer a eleição para presidente dos Estados Unidos, mas as pesquisas tranquilizavam os mais preocupados ao apontar que Hillary Clinton ganharia o pleito. As pesquisas, no entanto, erraram, e Donald Trump venceu a eleição. Trump, durante a campanha, adotou um discurso xenófobo e agressivo, que causou enorme desconforto. A proposição contida em seu slogan de campanha era a de fazer "a América ser grande novamente". Esse tom populista encontrou guarida junto ao eleitorado, e fez Trump vencer. Mais uma vez, o complexo sistema eleitoral americano fez com que o candidato com o menor número de votos absolutos ganhasse o pleito,  como já acontecera em 2000, quando George Walker Bush venceu Al Gore. O pesadelo Donald Trump está por começar. Resta o consolo de que o mundo já sobreviveu a dois outros descerebrados saídos das fileiras do Partido Republicano, Ronald Reagan e o já citado George Walker Bush. Dessa vez, não haverá de ser diferente.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O drama do Vasco

O Vasco é um dos grandes clubes do futebol brasileiro, possui uma história belíssima, repleta de glórias. No entanto, nos últimos tempos, o clube tem vivido situações incompatíveis com a sua grandeza. Num espaço de apenas oito anos, já está disputando a Segunda Divisão pela terceira vez. Na primeira vez, foi campeão. Na segunda, ficou em terceiro lugar. Agora, novamente está na terceira posição, e corre o risco de cair mais na classificação, o que faria com que não conseguisse retornar para a Primeira Divisão, pois somente os quatro primeiros colocados sobem. O drama do Vasco é de difícil solução. Se voltar para a elite do futebol brasileiro, terá de, praticamente, montar um time inteiramente novo, pois o seu, atualmente, é fraco e de média de idade muito alta. Em época de mercado restrito, e com recursos financeiros limitados, como fazer isso? O fato é que o Vasco precisa de mudanças profundas, que seu presidente, o velho cacique Eurico Miranda, não tem condições de fazer. Seja como for, um clube de uma trajetória tão vitoriosa, e que tem uma das cinco maiores torcidas do país, não pode ficar no efeito ioiô entre a primeira e a segunda divisões.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Primeira goleada

Depois de quase quatro anos da inauguração do estádio, o Grêmio sofreu, hoje, sua primeira goleada na Arena, por 3 x 0, para o Sport, pelo Campeonato Brasileiro. O Grêmio jogou com sete titulares
Apenas Edílson, que está suspenso, Ramiro, Maicon e Luan, que foram poupados, ficaram de fora. O time, no entanto, mostrou-se apático, concedendo enormes espaços ao adversário. O jogo, ainda assim, permanecia num morno empate em 0 x 0, quando, aos 45 minutos do primeiro tempo, Diego Souza marcou um golaço para o Sport. Logo no início do segundo tempo, Rogério marcou outro belíssimo gol para o Sport. A partir daí, o Grêmio tentou reagir, mas de forma atabalhoada, e acabou levando mais um gol. Sabe-se que o pensamento do Grêmio está voltado para a Copa do Brasil, mas isso não justifica uma atuação tão amorfa. Talvez tivesse sido melhor escalar um time com maioria de reservas, como aconteceu contra Santos e Figueirense, quando foram obtidos dois empates fora de casa. Não faltarão os que dirão que o Grêmio entregou o jogo para favorecer um adversário do Inter na luta para evitar o rebaixamento. Não parece ter sido o caso. O mais provável é que o medo de disputar jogadas mais duras e se lesionar, podendo ficar fora da decisão da Copa do Brasil, tenha tido influência no desempenho dos titulares que foram escalados. Seja como for, é uma derrota que, pelo placar dilatado, causa um certo constrangimento. 

domingo, 6 de novembro de 2016

A volta para a zona

O que se prenunciava acabou se confirmando, o Inter está novamente na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. A volta para a zona tão indesejada se deu pela combinação da derrota do Inter por 1 x 0 para o Palmeiras, no Allianz Parque, e a do Atlético Paranaense por 3 x 2 diante do Vitória, no Barradão. Com esses resultados, o Inter, que tinha dois pontos a mais que o Vitória na classificação, ficou com um a menos. Faltando apenas quatro rodadas para o fim do Brasileirão, retornar para a zona de rebaixamento é uma situação muito negativa em termos psicológicos. Pelo que indicam as projeções, não bastará ao Inter vencer os dois jogos que lhe restam em casa. Será preciso obter algum ponto nas outras duas partidas que fará fora de seus domínios. Não há como deixar de admitir que a situação do Inter é dramática. O retorno para a zona de rebaixamento, depois de uma reação que parecia ter afastado essa hipótese, pode fazer com que tanto o grupo de jogadores quanto a torcida não tenham mais a mesma capacidade de mobilização demonstrada anteriormente. Para piorar o que já é ruim, com a parada da competição para a realização de jogos da Seleção Brasileira, o Inter ficará 11 dias na zona de rebaixamento até a data de sua próxima partida. A ameaça de queda do Inter para a Segunda Divisão nunca esteve tão presente.

sábado, 5 de novembro de 2016

Os caminhos do PT

Depois dos péssimos resultados colhidos nas últimas eleições, muito se discute qual será o futuro do PT. Há quem aposte, até mesmo, na extinção do partido. Evidentemente, isso é um exagero. O PT não vai acabar, por maior que seja a crise que atravessa. Para recuperar sua credibilidade e viabilidade eleitoral, no entanto, é preciso que o partido retome a sua autenticidade. As concessões feitas em nome da governabilidade, quando o partido alcançou o poder no plano federal, acabaram por causar a sua descaracterização, descontentando suas alas mais autênticas. Está na hora de o PT recuperar as suas bandeiras históricas, e portar-se como um partido de esquerda, como é a sua essência. Nesse sentido, a noticiada cogitação do nome de Miguel Rosseto para concorrer ao cargo de governador do Rio Grande do Sul, em 2018, é uma ideia das mais inspiradas. Rosseto é um petista histórico, com uma clara visão de esquerda. Sua escolha certamente agradaria às alas mais autênticas do partido. O PT precisa recuperar a sua essência como partido de esquerda. Rosseto parece o nome certo para essa tarefa. A autenticidade de seu posicionamento ideológico poderia despertar a militância do partido, que foi minguando pela desilusão com a descaracterização da essência esquerdista do PT. O PT precisa realizar uma volta às origens, para recuperar o seu eleitorado mais fiel. O partido está fragilizado, mas pode retomar o seu vigor. Para isso, é essencial apostar em nomes como o de Rosseto, que tão bem representa os ideais que serviram de alicerce para o partido quando da sua fundação. Os caminhos do PT para o futuro podem não ser tão pedregosos como desejam seus inimigos. A valorização de figuras da expressão de Miguel Rosseto é uma oportunidade para o partido se reerguer.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Título encaminhado

Uma decisão entre dois gigantes do futebol brasileiro, em princípio, não tem um favorito destacado. Esse é o caso da disputa pela conquista da Copa do Brasil entre Grêmio e Atlético Mineiro. Ambos são grandes clubes, e, ainda que com altos e baixos, apresentam bom desempenho no Campeonato Brasileiro. O Grêmio possui um time mais organizado e com maior solidez defensiva. O Atlético Mineiro tem maiores destaques individuais, e um ataque mais efetivo. Diante de tamanho equilíbrio, os detalhes podem ser decisivos, e eles favorecem o Grêmio. O longo jejum de títulos, em contraste com o Atlético Mineiro, que tem obtido conquistas importantes nos últimos anos, faz do Grêmio um clube mais mobilizado para a decisão. Afora isso, no Brasileirão, o Atlético Mineiro ainda tem ambições de disputar as primeiras posições, e o Grêmio já coloca a competição em segundo plano, o que lhe permite concentrar seu foco na Copa do Brasil. O outro fator de vantagem para o Grêmio, e talvez o mais importante, foi definido hoje, por sorteio. O Grêmio fará o segundo jogo da decisão na Arena. Se conseguir um resultado minimamente razoável no primeiro jogo, dificilmente o Grêmio deixará o título escapar em casa. O Grêmio está muito mais sequioso e motivado para essa conquista do que o Atlético Mineiro. Sua torcida demonstra um entusiasmo febril e incontido pela perspectiva do fim do jejum de titulos. Somente nos últimos dois dias, o Grêmio obteve mais de quatro mil novos sócios. Tecnicamente, o Atlético Mineiro dispõe de melhores jogadores. Porém, o mando de campo no segundo jogo tende a ser um fator preponderante em favor do Grêmio. O título está encaminhado. Resta ao Grêmio saber tirar proveito das circunstâncias que lhe são favoráveis, e retomar o caminho das conquistas.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Escolha acintosa

Nada poderia ser mais revelador da podridão que caracteriza o meio político brasileiro do que a notícia de que Romero Juca (PMDB/RR) será o novo líder do governo no Senado. Romero é o mesmo que ficou apenas 12 dias no cargo de ministro do Planejamento do governo de Michel Temer, devido á divulgação da gravação de uma conversa do senador com um empresário em que ele manifestava a intenção de bloquear a ação da Operação Lava-Jato. A escolha acintosa de Romero para o cargo mostra que a classe política, no Brasil, insiste nas mesmas práticas ao longo do tempo, privilegiando os seus interesses específicos, mesmo que eles afrontem a ética e a dignidade. Romero já ocupou o cargo nos governos de Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva, e Dilma Rousseff, pois é do tipo que está sempre a favor de quem exerce o poder. Sua reputação está longe de ser ilibada, mas isso em nada afeta a sua posição destacada na cena política do país. Sua recondução ao cargo que já exerceu em governos anteriores demonstra que, na política brasileira, nada é tão ruim que não possa piorar.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Eliminação honrosa

O time reserva do Inter surpreendeu positivamente, mais uma vez, e empatou em 2 x 2 com o Atlético Mineiro, hoje, no Independência, pelas semifinais da Copa do Brasil. O resultado proporcionou ao Inter uma eliminação honrosa da competição. Afinal, jogando com os reservas o Inter desclassificou o Santos, foi derrotado na primeira partida contra o Atlético Mineiro jogando melhor que o adversário, e por pouco não ganhou hoje. Com a saída da Copa do Brasil, o Inter poderá se dedicar inteiramente á luta para evitar o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Nas atuais circunstâncias, evitar a queda para a Segunda Divisão vale quase tanto quanto um título. O pesadelo do Inter ainda está longe de acabar, e exigirá um empenho muito grande para que o pior não aconteça. Os bons desempenhos na Copa do Brasil podem servir de estímulo para que o Inter consiga escapar, novamente, da possibilidade de rebaixamento.

A perspectiva de um titulo

Depois de seis anos sem sequer ganhar o Campeonato Gaúcho, e quinze sem vencer uma competição nacional, o Grêmio vê a perspectiva de um título. O empate em 0 x 0 com o Cruzeiro, hoje, na Arena, classificou o Grêmio para a decisão da Copa do Brasil, contra o Atlético Mineiro. Num jogo com escassas chances de gol, e intensa marcação por parte dos dois times, o Grêmio soube resistir á pressão do Cruzeiro, e manter um resultado que lhe era conveniente. A atuação do Grêmio nem de longe lembrou a do primeiro jogo, mas isso não é relevante. O que mais importa é o resultado, e a consequente classificação para a decisão. O jogo de hoje teve o segundo maior público da história da Arena, com mais de 52 mil pessoas. O torcedor estava muito entusiasmado e jogou junto com o time para impedir que o Cruzeiro causasse qualquer ameaça ao Grêmio. Após o jogo, a torcida saiu cantando pelas ruas, uma reação de quem vê o fim do jejum de títulos ficar cada vez mais próximo.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Voto obrigatório

Bastou o fato de que as eleições de 2016 apresentaram uma grande abstenção e um alto número de votos brancos e nulos para que uma velha questão voltasse a ser discutida. O assunto em tela é o fim do voto obrigatório. Os defensores do voto facultativo argumentam que ele é adotado na maioria dos países. Sustentam, também, que votar deve ser um direito, não uma obrigação. Porém, ainda que a ideia possa ser teoricamente sedutora, penso que a implantação do voto facultativo não seria boa para o Brasil. Em primeiro lugar porque não há justificativa aceitável para alguém se eximir de votar, pois o ato não exige nenhum sacrifício do eleitor já que as seções são sempre próximas de seu local de residência. O tempo necessário para o ato de votar também não é grande e, portanto, em nada atrapalha a vida do eleitor. O fim do voto obrigatório afastaria ainda mais o cidadão da política, o que é muito ruim. Afora isso, abriria espaço para que pessoas desinteressadas de votar aceitassem fazê-lo por dinheiro, que receberiam para favorecer determinados candidatos. Num país ainda muito despolitizado como é o Brasil, o fim do voto obrigatório só favoreceria os adeptos da demofobia. A leitura que deve ser feita sobre o comportamento do eleitor no pleito de 2016 não é a de que ele queira ser desobrigado de votar. O que ele deseja é uma ampla reforma política. Retirar a obrigatoriedade do voto e manter a mesma carcomida estrutura política seria um desastre. Só quem deseja isso são as forças conservadoras. O país não pode embarcar nessa canoa furada.