sábado, 26 de novembro de 2011

Desastre na área ambiental

O governo da presidente Dilma Roussef, que é uma continuidade, nos aspectos ideológicos e programáticos, da administração do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, tem mantido o desempenho exitoso na área econômica, mas vem se revelando um desastre no que concerne ao meio ambiente. Não bastassem a insistência na construção da usina de Belo Monte, que irá gerar uma devastação ambiental, e o novo Código Florestal, que abre caminho para novos desmatamentos, o Brasil se depara, agora, com o vazamento de petróleo num dos postos de perfuração da Chevron na Bacia de Campos, que já atinge níveis alarmantes. Percebe-se, tanto no governo de Lula quanto no de Dilma, um evidente descaso com as questões ambientais. Lula, por sua origem humilde, tende a achar que preservação ambiental é coisa de "burguês" e que em nome do desenvolvimento do país é aceitável que se dizimem florestas e se polua o oceano. Bem mais instruída e culta que Lula, Dilma é, no entanto, uma tecnocrata, afeita aos gabinetes e não aos clamores das ruas, e pessoas assim tendem a ver as coisas de maneira pragmática, buscando atingir determinados fins, sem se importar com os custos ambientais em que isso implique. Agindo dessa forma, o governo se mostra na contramão de uma preocupação com a preservação ambiental que, hoje, percorre o mundo inteiro, Nada mais anacrônico do que a busca do progresso a qualquer preço, sacrificando a integridade do ar que respiramos, da água que bebemos, da vida nos oceanos e nas florestas. Essas ideias existiam ao tempo da ditadura militar e, como qualquer outra coisa daquela época, deveriam ser arquivadas. Os êxitos dos governos Lula e Dilma na economia, com mais empregos e expansão da classe média, são inegáveis, mas não minimizam os erros cometidos na questão ambiental. Dilma ainda está no início de seu governo e tem tempo para mudar essa postura. Afinal, um governante tem de ter em mente que suas decisões não podem estar voltadas apenas para os interesses do presente, mas, também, para os efeitos que poderão se abater sobre as gerações futuras. Ter a capacidade de perceber isso é que faz a diferença entre um simples governante e um estadista, que inscreve seu nome na história.