quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Visões distintas
Um decreto do governo federal publicado ontem gerou conflitos com governadores de direita. A questão envolve visões distintas sobre segurança pública. O decreto estabelece que as forças policiais só devem usar da força física e de armas de fogo como último recurso. Para que as medidas sejam implementadas, as forças policiais terão de passar por um processo de capacitação. As medidas não são de adoção obrigatória pelos governos estaduais, mas os repasses de recursos federais para a área, principalmente na aquisição de novos equipamentos, está condicionada à sua observância. Governadores de extrema direita como Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, logo reagiram ao decreto, afirmando que o governo federal está querendo impor a sua visão sobre a segurança pública e invadindo o âmbito de competência dos estados, que são os responsáveis pela área. Outros governadores também se juntaram ao coro dos descontentes, e um deputado federal prometeu que tentará sustar a aplicação do decreto. Esse tipo de polêmica não é novidade. No período em que Olívio Dutra (PT), foi governador do Rio Grande do Sul (1999-2003), houve a mesma gritaria. Na época, havia a mesma orientação de os policiais só usarem da força como último recurso. O argumento em contrário da direita é sempre o mesmo, ou seja, de que essas medidas deixam a população desprotegida diante dos bandidos. Conversa fiada. O que os governos de esquerda propugnam é por uma política de segurança, enquanto a direita clama por repressão, isto é, pelo uso indiscriminado da violência. Tudo porque a esquerda tem uma abordagem humanista da área, se propondo a preservar vidas, enquanto a direita é patrimonialista, e está preocupada em proteger as posses dos poderosos de ataques de "bandidos". O decreto editado ontem é mais um ato afirmativo do governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva que deve ser saudado efusivamente.
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