sábado, 29 de abril de 2023

Misturando estações

O ativismo anda em alta na atualidade, e isso está longe de ser ruim. Grupos historicamente oprimidos alcançaram protagonismo, e lutam ruidosamente por suas causas. Porém, se é repulsivo discriminar pessoas por questões de gênero, raça, idade ou orientação sexual, ser militante dessas causas não constitui uma credencial para se conseguir um emprego. Pessoas, ainda que bem intencionadas, andam misturando estações nesse aspecto. Depois da polêmica incendiária que culminou com o pedido de demissão do técnico Cuca, o qual ficou só uma semana no cargo, há uma torcida de determinados comunicadores para que Róger Machado o substitua no Corinthians por ser negro e engajado em causas sociais. Antes de tudo, um técnico, para ser contratado por um grande clube, em termos ideais, deve ter comprovada capacidade, e um currículo vistoso. Róger Machado é um grande ser humano, e ativista da causa negra. Porém, como técnico, ainda não se firmou, mesmo já tendo treinado em outros grandes clubes brasileiros. Para as necessidades do Corinthians, Róger Machado não seria a escolha mais indicada. Vivendo um momento turbulento, o Corinthians precisa de um técnico mais afirmado e de currículo mais luzidio. Nada há de errado em um técnico que tenha posições firmes sobre questões sociais. No entanto, sua função fundamental é treinar os jogadores e dar-lhes orientações para que obtenham um bom rendimento dentro das quatro linhas. Nesse aspecto, Róger Machado ainda deixa muito a desejar. Um técnico não deve ser contratado por ter a simpatia de comunicadores ou em função de dar visibilidade às questões de grupos oprimidos. Antes de qualquer outro dado, a competência profissional deve constar como o primeiro requisito a ser observado.