A fuga

Dois dias antes do término de seu mandato, o presidente genocida Jair Bolsonaro deixou o Brasil, rumando para os Estados Unidos. A fuga de Bolsonaro foi o vexatório ato final de um governo vergonhoso. A razão de Bolsonaro debandar do país seria, fundamentalmente, o temor de ser preso após o fim do seu governo, pois perderá o foro privilegiado. Num governo que se caracterizou por um rol de ilegalidades e desmandos, o ato de hoje é mais um que atropela as normas institucionais e, o que é pior, com custos bancados pelo dinheiro público. Porém, a atitude ignóbil de Bolsonaro é um alívio para o povo brasileiro que, certamente, gostaria que sua ausência fosse definitiva. Pela manhã, Bolsonaro, que há muito tempo não se pronunciava, realizou uma live, onde falou longamente, repetindo velhas cantilenas, como a suspeição sobre o funcionamento das urnas eletrônicas, e as insinuações sobre a parcialidade da atuação do Tribunal Superior Eleitoral no pleito. À tarde, evadiu-se, viajando para o exterior. Após a live, seus seguidores já se mostravam desiludidos, pois ainda tinham a expectativa de que Bolsonaro liderasse um golpe para impedir a posse do novo governo. Sentindo-se traídos, começaram a abandonar a concentração diante dos quartéis. Tomara que, em breve, tudo isso seja, apenas, a lembrança de um tempo triste. A partir de domingo, o Brasil começará a ser reconstruído, depois de quatro anos de caos.