quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Faltou ousadia

O que já era esperado, se confirmou. Hoje, mesmo com o maior público do Beira-Rio depois que foi reformado, o Inter não conseguiu evitar o fim do sonho de ir adiante na Libertadores. Precisando reverter a derrota sofrida no primeiro jogo, no Maracanã, o Inter empatou em 1 x 1 com o Flamengo, e foi eliminado nas quartas de final da competição. Ainda que se soubesse que a classificação do Flamengo ficara encaminhada pela vitória de 2 x 0 na primeira partida, o técnico do Inter, Odair Hellmann, não saiu ileso dessa eliminação. Para quem precisava obter um resultado épico, faltou ousadia para o Inter. Hellmann repetiu a mesma escalação que não funcionou no Maracanã, num jogo em que precisava fazer pelo menos dois gols e não sofrer nenhum. O resultado prático dessa atitude foi que, no primeiro tempo, o Flamengo criou várias chances de gol, e o Inter apenas uma. A falta se bom senso de Hellmann persistiu, e o Inter voltou do intervalo com a mesma escalação. Ainda assim, o Inter conseguiu exercer uma maior pressão sobre o Flamengo, e abriu o placar aos 16 minutos do segundo tempo. Porém, o Inter jogava, também, contra o relógio. Na ânsia de fazer pelo menos mais um gol e levar a decisão da classificação para a cobrança de tiros livres da marca do pênalti, Hellmann começou a retirar jogadores de defesa e empilhar atacantes. O efeito prático disso foi que, num contra-ataque, o Flamengo chegou ao empate, acabando com as chances do Inter. Por enquanto, Hellmann não corre riscos de demissão, pois o Inter está com a classificação para a decisão da Copa do Brasil encaminhada. Porém, mesmo que tenha sido eliminado da Libertadores por um adversário superior tecnicamente, sua postura tática tímida nos dois jogos contra o Flamengo não será assimilada pelo torcedor que, por sinal, nunca teve simpatia pelo seu trabalho. Resta agora, para Hellmann, como meio de permanecer no cargo, a conquista do título da Copa do Brasil. Se permitir que o Cruzeiro reverta a desvantagem nas semifinais da competição, ou se chegar na decisão e não for campeão, seu período como técnico do Inter deverá terminar. Afinal, grandes clubes vivem de títulos, não de boas campanhas.