sábado, 8 de outubro de 2011

A cara do Grêmio

Há um ditado popular que expressa que o peixe morre pela boca. Trata-se de verdade reconhecível por qualquer pessoa, mas há quem teime em falar demais. Após a vitória do Grêmio sobre o Santos por 1 x 0, na quarta-feira, no Olímpico, o presidente Paulo Odone e o técnico Celso Roth não pouparam críticas aos treinadores anteriores do clube, em 2011, e fizeram a exaltação do atual trabalho. Odone recorreu ao seu velho discurso e disse que, agora, o time tinha "cara de Grêmio" e que é desse jeito "que se põe faixa". Afora o lamentável ataque ao maior ídolo do clube, Renato, Odone se esqueceu de algumas coisas fundamentais. O Grêmio acabara de ganhar um jogo, apenas, e por escasso 1 x 0. O Campeonato Brasileiro ainda teria vários jogos pela frente e o próximo adversário, o Coritiba, fora de casa, seria dificílimo. Portanto, não havia sentido em fazer um desabafo como se o Grêmio já tivesse conquistado algo de significativo nesse momento. Não conquistou e, provavelmente, não conseguirá fazê-lo. A prova está no jogo de hoje à tarde contra o Coritiba, na casa do adversário. O Grêmio perdeu por 2 x 0, de forma inapelável, sem conseguir criar uma única chance de gol durante todo o jogo. A saída por lesão de Brandão, ainda no primeiro tempo, foi a desculpa ouvida no vestiário para o mau resultado. Porém, não há o que justifique uma atuação tão ridícula como a do Grêmio no jogo de hoje. A falta de atacantes, em função das lesões, fez com que Diego Clementino fosse escalado e Yuri Mamute, de apenas 16 anos, tivesse de fazer sua estréia no segundo tempo. Isso em nada absolve os dirigentes do Grêmio. Pelo contrário, demonstra sua imprevidência ao não terem reposto os atacantes que deixaram o clube, quer fossem titulares, como Jonas e Borges, ou alternativas de grupo, como Júnior Viçosa e Lins. Dessa forma, o Grêmio não poderia ter tido melhor sorte contra o Coritiba. Foi amplamente batido, sem esboçar reação em qualquer momento. Odone adora falar na "cara do Grêmio". Pois, hoje, ela foi vista. Uma cara muito feia, de quem, há dez anos, caminha do nada para o lugar nenhum, sem conquistar grandes títulos, sem honrar sua grandeza, sem dar esperanças de dias melhores ao seu torcedor, apostando nas mesmas e equivocadas soluções, repetindo, cansativamente, desculpas esfarrapadas que todos conhecem.