domingo, 5 de setembro de 2021

Vexame argentino

A suspensão do jogo da Seleção Brasileira com a Argentina, hoje, no Itaquerão, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, teve repercussão mundial. A partida foi suspensa depois de pouco menos de cinco minutos, após um representante da Anvisa entrar no gramado e notificar que quatro jogadores da Argentina não poderiam atuar por terem vindo da Inglaterra recentemente, o que obriga a realização de uma quarentena para ingressar no territorio brasileiro. Ao chegar no Brasil, a delegação argentina prestou a informação falsa de que os jogadores em questão não haviam estado na Inglaterra em período recente. Descoberta a verdade, a Anvisa notificou que os quatro jogadores deveriam ficar em quarentena no hotel, para posterior deportação. Ao verificar que os jogadores não cumpriram com o estabelecido, indo ao estádio e entrando em campo, a Anvisa realizou a intervenção, e paralisou o jogo que, pouco depois, foi declarado suspenso pela Conmebol. Muita controvérsia surgiu em torno do episódio, e circulou a versão de que houve um acordo entre CBF, Conmebol e uma pessoa do governo brasileiro para viabilizar a realização do jogo. Se isso aconteceu, é inaceitável. Um acordo desse tipo não pode desconsiderar uma determinação sanitária da Anvisa. Em nota, logo após suspender o jogo, a Conmebol lavou as mãos e afirmou que cabe à Fifa, instituição promotora da competição, resolver a situação. Particularmente, entendo que se está diante de um vexame argentino, com a costumeira intenção do país vizinho de obter vantagens indevidas no futebol. A melhor solução que a Fifa poderia adotar seria determinar a derrota da Argentina, sem a necessidade de realização do jogo.